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- 511 - # 181 – Série Cidade de Ferro – ep. 3: Entre a vila e a mina
Em conversa com Lucas Nasser, pesquisador e advogado itabirano, autor do livro "Entre a Mina e a Vila: violações de direitos em Itabira", Yama Chiodi, jornalista do Geict, colaborador do O2, mostra que Itabira não é só mineração, é uma cidade que tem memória, que tem povo, que tem multiplicidade e um tecido social muito heterogêneo, com várias experiências e modos de vida.
Tue, 12 Nov 2024 - 34min - 510 - Série Termos Ambíguos – #4 – Patriotismo
Neste quarto episódio a Série Termos Ambíguos traz uma análise do termo Patriotismo, mostrando as interpretações que a extrema direita tem feito sobre o termo ao longo da história, e como ele foi incorporado ao discurso dos seguidores do bolsonarismo.
Fri, 01 Nov 2024 - 37min - 509 - Série A mente dos peixes – Habilidades dos Peixes: Parte 3: Autorreconhecimento
Você sabia que, assim como os humanos, os peixes conseguem reconhecer-se? O autorreconhecimento é uma habilidade já demonstrada em mamíferos, e que agora foi demonstrada em uma espécie de peixe também!
Fri, 18 Oct 2024 - 6min - 508 - #180 – Soluções Baseadas na Natureza
É possível encontrar soluções para os problemas que enfrentamos com o acirramento da crise ambiental e climática? As Soluções Baseadas na Natureza se apresentam como alternativas tanto para mitigar a crise e melhorar a nossa vida nas cidades, quanto para aumentar a produtividade de cultivos ao mesmo tempo em que promove uma agricultura sustentável.
Thu, 10 Oct 2024 - 35min - 507 - #179 – Comida Frankenstein e a ética na ciência
Comida Frankenstein? Sim, esse termo, que remete a um dos monstros mais conhecidos da ficção científica, tem sido usado para tratar de comidas que usam organismos geneticamente modificados. Neste episódio tratamos sobre a ética científica e outras questões que envolvem esses produtos.
Thu, 15 Aug 2024 - 36min - 506 - Série Termos Ambíguos – #3 – Racismo Reverso
Este é o terceiro episódio da série Termos Ambíguos. O termo tratado neste episódio é Racismo Reverso, mas será que isso existe? Ouça aqui para saber.
Thu, 01 Aug 2024 - 31min - 505 - Série A mente dos peixes – Habilidades dos Peixes: Parte 1: Memória
Um estudo recente mostrou que a memória formada quando os peixes passam por uma situação ruim pode durar ainda mais tempo.
Tue, 02 Jul 2024 - 6min - 504 - #178 – Série Adolescência ep.3 – Impactos da pandemia na educação
A educação como um todo foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia. Com as escolas fechadas, processos de aprendizagem foram interrompidos, assim como os de socialização. Algumas atividades foram suspensas ou feitas de outra forma, e isso teve um impacto significativo na vida desses adolescentes.
Fri, 07 Jun 2024 - 503 - Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 4
Você sabia que, assim como os humanos, os peixes não apenas sentem dor, mas também sentem estresse, ansiedade e até medo? E essas podem ser fontes importantes de sofrimento para os peixes também. Este episódio trata dessas emoções que vêm sendo estudadas nos peixes.
Wed, 05 Jun 2024 - 502 - #177 – Ecologia do reparo – Parte 2: informalidade, improviso e a polêmica da gambiarra
Esta é a segunda parte do episódio produzido por Yama Chiodi sobre a pesquisa da antropóloga portuguesa Liliana Gil, sobre as atividades relacionadas à tecnologia do bairro Santa Ifigênia, em São Paulo. O foco desta vez é a escola de reparos de celulares, a Prime, que atrai pessoas de todo o Brasil. Foi nesse espaço que a pesquisadora encontrou não apenas alunos, mas ativistas da tecnologia, como você vai ouvir.
YAMA: No primeiro episódio a gente começou comentando do caos urbano do Santa Ifigênia. Em algum lugar do bairro um forte contraste se apresenta para quem sabe procurar.
Uma escola de conserto de celulares que atrai pessoas de várias partes do Brasil. As cores são pensadas com critérios rigorosos, os espaços organizados, limpos e arquitetados para serem fluidos e funcionais. Seu contraste com o bairro onde está localizada não passa sem algumas contradições. Se na estética ela quer se diferenciar do bairro, sua proposta de formar técnicos capazes de reparar celulares a aproxima do Santa Ifigênia.
Nossa convidada hoje é novamente a antropóloga portuguesa Liliana Gil, que esteve presente na escola como etnógrafa, mas também como aluna de duas diferentes turmas. Em sua pesquisa, refletiu sobre a escola e o bairro de Santa Ifigênia enquanto aprendeu na prática a reparar celulares. Em seguida a gente conversa sobre o trabalho de campo da professora na escola de consertos de celulares Prime, sobre formalidade e informalidade na formação técnica no Brasil e também sobre as polêmicas em torno do termo gambiarra.
Oh… se você caiu de paraquedas neste episódio, recomendo que você escute a primeira parte antes de continuar, ok? Essa é uma parte dois que realmente é uma parte dois. Risos
Eu sou o Yama Chiodi, jornalista do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, o GEICT, e nesse segundo episódio eu converso mais uma vez com a Dra. Liliana Gil, professora da universidade Ohio State, nos Estados Unidos, que fez sua pesquisa de doutorado no Brasil. Contamos em primeira mão, também, que sua pesquisa está em vias de virar livro. Depois da vinheta.
YAMA: Continuando nossa conversa, agora nos voltando à Prime em si. Como foi que conheceu a escola e porquê decidiu fazer dela seu campo de pesquisa etnográfica?
LILIANA: Então, eu achei que ia fazer pesquisa sobre Santa Ifigênia enquanto bairro e entrevistar todo mundo, mas de fato foi difícil fazer esse tipo de trabalho e em parte pelas questões de gênero. Até que numa conversa com um colega, ele me falou nesta escola, ah mas sabes que existe esta escola, talvez fosse um bom ponto de entrada e foi assim, foi um amigo, enfim. Inclusive a primeira vez que fui lá, fui com ele e conversei com os professores, com os instrutores e inclusive expliquei, eu estou a fazer uma pesquisa sobre Santa Ifigênia, seria interessante para mim saber como funciona a escola. Ah, claro, vem ser aluna!
YAMA: E como aluna? Se sentiu acolhida pelos colegas? Era estranho uma antropóloga entre eles?
LILIANA: Achei muito engraçado, porque durante todo o processo eu fiz o curso de reparo e várias vezes falava no meu doutorado e meio que as pessoas me diziam, sim, sim doutorado, claro, quando você perceber, quando você ver, o dinheiro que pode fazer com reparos, deixa o doutorado, deixa a antropologia de lado e vai abrir a sua lojinha, porque é outra dimensão. Não, os meus colegas achavam que bom, bom era eu abrir um box em Lisboa e trazer os meus colegas para lá e trabalhávamos todos juntos na nossa box. Íamos fazer muito dinheiro assim.
YAMA: Já que estamos falando sobre seus colegas. Qual é o perfil dos alunos da Prime? Dá pra fazer alguma generalização demográfica?
LILIANA: Talvez não dê, eu acho que a generalização é que havia pessoas de todas as idades e de todos, inclusive de muitos estados diferentes,Fri, 24 May 2024 - 33min - 501 - #176 – Ecologia do reparo: a produção tecnológica no Santa Ifigênia, parte 1.
Santa Ifigênia, bairro central da capital paulista, conhecido pelo comércio de componentes e produtos eletrônicos, é também um lugar de reparos desses produtos. Neste episódio produzido e apresentado por Yama Chiodi, jornalista do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, o GEICT, o bairro é o protagonista.
Thu, 16 May 2024 - 500 - #175 – O fascinante mundo dos dinossauros
O que leva ao fascínio pelos dinossauros? Crianças adoram esses animais, conhecem seus nomes, hábitos alimentares, mas conforme crescem, vão perdendo o interesse. Pelo menos a maioria. E por que isso acontece?
Fri, 03 May 2024 - 499 - Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 3
Na terceira parte do episódio A mente do Peixe, Caroline Maia e João Saraiva trazem informações sobre a capacidade dos peixes de aprender a evitar a dor. E mostram as respostas desses animais ao receberem analgésicos após um estímulo doloroso.
Thu, 18 Apr 2024 - 498 - Série Termos Ambíguos – #2 – Cristofobia
Neste segundo episódio da série Termos Ambíguos vamos falar sobre a origem e o uso da expressão Cristofobia que, assim como Ideologia de Gênero, faz parte do repertório da extrema direita transnacional e desempenha um papel importante em estratégias políticas. Esses e outros termos que vamos tratar nesta série são poderosos e capazes de evocar emoções e produzir temores e ansiedades infundadas nas pessoas.
Mon, 15 Apr 2024 - 497 - Série Termos Ambíguos – # 1 – Ideologia de Gênero
Você sabe o que significa o termo Ideologia de Gênero? E Cristofobia, você sabe o que é? E de onde surgiu a ideia de Racismo Reverso? Pensando em esclarecer a origem e os usos de termos ambíguos como esses que criamos o podcast Termos Ambíguos, uma parceria do podcast Oxigênio e do Observatório de Sexualidade e Política. O episódio trata do termo Ideologia de Gênero, mostrando o contexto de criação ou apropriação do termo pela extrema direita em discursos que vão na contramão de políticas e leis que visem promover direitos de gênero e étnico-raciais.
Mon, 04 Mar 2024 - 496 - #174 – Um esqueleto incomoda muita gente
Novas descobertas sobre evolução humana sempre ganham as notícias e circulam rapidamente. Mas o processo de aceitação de novas evidências entre os cientistas pode demorar muito. Neste episódio, Pedro Belo e Mayra Trinca falam sobre paleoantropologia, área que pesquisa a evolução humana, e mostram porque ela é cheia de controvérsias e disputas.
Thu, 21 Dec 2023 - 495 - Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 2
Neste episódio de A mente do Peixe, Caroline Maia e João Saraiva falam sobre respostas comportamentais dos peixes quando estão enfrentando estímulos dolorosos.
Mon, 04 Dec 2023 - 494 - #173 – Série Cidade de Ferro – ep. 2: O maior buraco do mundo
FERNANDA:
ITABIRA
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê.
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem como sinos.
Os meninos seguem para a escola.
Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram a mina.
Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na derrota incomparável.
YAMA: Introdução - Em busca do Cauê
YAMA: É difícil encontrar o pico do cauê. Não a montanha, que sabemos, não existe mais. É que o local onde um dia houve um pico é difícil de encontrar. Subimos mirantes para ver se, do alto, dava pra ver o buraco. Sem sucesso, eu e Lucas rodamos de carro por um tempo considerável em companhia do google maps e de dois pares de olhos atentos. Subindo uma estrada estreita de duas pistas há vários sinais de que estamos dentro da Vale, mas nada de Cauê. Vejo os barrancos ferrosos se misturarem aos eucaliptos tão mais frequentes quanto mais alto subimos. Caminhões e máquinas pesadas. Lama, muita lama. Placas de segurança e placas urbanas. As placas colocadas pela Vale se abundam. A mais repetida não deixa dúvidas: propriedade privada da VALE SA, não ultrapassar. Invasão é crime! Outras, beiram ao cinismo, como a que vimos num pequeno morro com cinzas de queimadas: evite queimadas, preserve a natureza, sugere a placa da Vale.
Não muito distante dali o GPS informa: você chegou ao seu destino. Mas onde chegamos exatamente? À direita do carro, vejo lama, vejo florestas falsas e tristes. Trabalhadores da Vale, ou melhor, de suas terceirizadas, curiosos com a nossa presença. Estamos na cidade, em rua pública, mas a sensação é de que invadimos a mina. Distraído com tanta informação à direita, Lucas me chama a atenção. À nossa esquerda, ali está, milimetricamente escondido entre morros sobreviventes. A paisagem que dá nome ao lugar. O maior buraco do mundo.
As palavras se perdem. Já sabemos do que se trata, mas o queixo cai mesmo assim. É como visitar a lápide do pico, mas com o sentimento contraditório e incômodo de que é a nossa própria lápide também. Senti como nunca antes o significado de que cada de um nós tem seu pedaço no pico do cauê. Se as barragens chocam pela presença interminável da lama, o maior buraco do mundo dilacera por uma ausência incalculável. Um buraco aberto que exibe as entranhas da terra e nos mostra a grandiosidade de quase 100 anos de extrativismo desavergonhado.
Eu sou Yama Chiodi, jornalista do GEICT e esse é o segundo episódio da série Cidade de Ferro. Nesse episódio, tento recuperar de modo muito breve como as histórias de Itabira e da mineração de minério de ferro se entrelaçaram. E como seu cidadão mais ilustre, Carlos Drummond de Andrade, se tornou persona non grata por ser ferrenho crítico do que a mineração fez com sua cidade natal. Sigo esse episódio com Lucas Nasser, pesquisador e advogado itabirano, autor do livro "Entre a Mina e a Vila: violações de direitos em Itabira".
YAMA: Na obra de Drummond há duas Itabiras… ou a transformação de uma Itabira em outra. E o pico do cauê é a alegoria perfeita para essa transformação. Não por acaso, o poeta o classifica como "Nossa primeira visão do mundo" na crônica Vila da Utopia - a mesma que nos dá a expressão "destino mineral". Se a montanha era o mundo, sua pulverização catapulta a história poética da cidade a uma história de fim de mundo. De montanha a buraco. E se a montanha muda, a cidade muda. Se a montanha muda, a poesia muda.
Fica na memória uma cidadezinha pacata na qual se podia ver o Cauê imponente da janela de casa. E a memória se choca com a realidade. O século XX é para Itabira o momento histórico em que a cidade e a mineração se confundem, por força da violência e do extrativismo. Esse fenômeno foi aprofundado pela criação da Companhia Vale do Rio Doce. Depois de ser o centro minerário dos Aliados na segunda g...Thu, 09 Nov 2023 - 31min - 493 - # 172 – Quanto custa essa alface?
Você sabe o que é Economia Solidária, e quais os princípios desse modelo de produção, consumo e distribuição de riqueza mais justo? Neste episódio você vai conhecer dois projetos que são dois bons exemplos para entender o modelo.
Thu, 12 Oct 2023 - 492 - Série Fish Talk – Os peixes também sofrem – ep. 1
The Fish Mind é um programa desse podcast com foco na capacidade que esses animais têm de sentir dor e experimentar outros estados emocionais. Vamos ouvir também sobre suas habilidades cognitivas nos episódios desse programa.
Fri, 06 Oct 2023 - 491 - # 171 – Adolescência – ep. 2
Alerta de gatilho: Este episódio da série “Adolescência” trata de temas difíceis, como depressão, ansiedade, impulsividade e sentimentos ligados às relações familiares, entre eles conflitos entre pais e filhos e também como lidar com essas questões. Ao falar destes temas, a nossa expectativa é trazer ideias de como você pode superá-los.
Mas, se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir este conteúdo. talvez seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, é importante lembrar que você pode buscar apoio emocional no centro de valorização da vida pelo telefone 188. Os voluntários do CVV vão te ouvir de forma totalmente sigilosa e anônima.
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No segundo episódio da série “Adolescência: como as descobertas científicas podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa época da vida”, Cristiane Paião (@cristiane.paiao) e Mayra Trinca conversam sobre os sentimentos da fase e sobre como a atuação de professores e educadores pode ser fundamental para ajudar a identificar padrões em alunos que precisam de apoio psicológico.
Você vai conhecer o projeto de quadrinhos #turmadaJovenilda, que está sendo desenvolvido pelo projeto Adole-sendo da Unifesp em parceria com uma escola pública da zona leste de São Paulo, a EMEF Joaquim Osório Duque Estrada. São situações do dia a dia mas, com uma pitada de Ciência e Psicologia… uma mistura que dá super certo, hein!?
De uma forma leve e divertida, Cristiane e Mayra trazem trechos de uma roda de conversa gravada com os estudantes que criaram os personagens, dentro do projeto “Imprensa Jovem”, da Prefeitura de São Paulo.
Nesta conversa, guiada pela Cristiane e pelo professor Marcos Moreira, que coordena o projeto na escola, os adolescentes contam como se sentem em relação à tudo: à família, às mudanças do corpo e, principalmente, aos impactos trazidos pela pandemia da Covid-19, já que estavam em casa na maior parte deste tempo, tentando estudar, mas longe dos amigos e de tudo o que a escola pode significar.
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Cristiane Paião: Olá, eu sou a Cristiane Paião, e começa agora mais um episódio do Oxigênio, o podcast de jornalismo de ciência e cultura do Labjor, o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp.
Este é o segundo episódio – de uma série de três – em que a gente vai mergulhar em um período lindo das nossas vidas – a adolescência. Você pode ouvir a primeira parte dessa conversa no episódio #162, que está disponível no Spotify. E quem me acompanha agora, é a Mayra Trinca que, assim como eu, também é professora... e adora falar sobre tudo isso que envolve a sala de aula . Vai ser um bate papo bastante interessante hein... tá animada Mayra ?
Mayra Trinca: Estou sim Cris. Oi pessoas!! Eu sou professora há três anos e dou aulas de biologia num colégio particular aqui da minha cidade. Quando você me disse que a gente ia ter um episódio assim, para falar de psicologia, das descobertas científicas nessa área, e sobre os impactos da pandemia eu já fiquei super empolgada, porque adoro discutir sobre adolescência.
Cristiane: Ahh… que legal… bom, eu espero que todo mundo goste, que todo mundo consiga refletir também, a partir desses conteúdos que a gente tá trazendo. Porque essa é uma das nossas intenções também. Os cientistas fazem a parte deles lá nos laboratórios… pesquisam, coletam dados, analisam, e nós, aqui no podcast oxigênio, a gente tenta trazer para você, ouvinte, essas reflexões... Então, é isso… vamos começar? Mayra... eu escolhi aqui, alguns trechos para mostrar pra vocês, muito legais de um bate papo que eu tive com alguns estudantes que participam do projeto “Imprensa Jovem” da Prefeitura de São Paulo.Thu, 21 Sep 2023 - 490 - #170 – Série Cidade de Ferro – ep. 1: Um doloroso quadro na parede
Neste primeiro episódio da série Cidade de Ferro - histórias de poesia e mineração - Um doloroso quadro na parede, Yama Chiodi narra sua chegada à cidade de Itabira e reflete sobre como a paisagem profundamente marcada pela mineração se mistura com a história e obra do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Thu, 24 Aug 2023 - 489 - #169 – Depois que o fogo apaga – Parte 2
Seguimos falando sobre o processo de recuperação de museus e acervos que pegaram fogo no Brasil. Quais são as etapas até a reabertura? Quem participa desse processo? Ouça como está sendo o trabalho no laboratório da Unesp em Rio Claro, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.
Thu, 10 Aug 2023 - 488 - Meu divã interior (episódio 9)
Neste último episódio do romance radiofônico Meu divã interior, Fabiano tenta esclarecer uma questão que ronda sua mente: a primeira é como ter o controle sem recorrer a uma fuga da realidade? E pensa que da necessidade de se libertar, há de se encontrar um equilíbrio.
Mon, 31 Jul 2023 - 487 - Meu divã interior (episódio 8)
Neste oitavo episódio, a insônia continua e a última esperança de Fabiano está na psiquiatria. Será que finalmente essa nova profissional poderá resolver o seu problema? Ou talvez o remédio que ele precise seja outro, ou alguém….
Tue, 11 Jul 2023 - 486 - #168 – Depois que o fogo apaga
Incêndios como os que ocorreram no Laboratório de Biociências da Unesp de Rio Claro, no Museu Nacional e no Museu da Língua Portuguesa causam a perda de material valioso de pesquisa e de espaços de trabalho e convivência; e como é o processo de reconstituição dos lugares e dos acervos?
Fri, 30 Jun 2023 - 485 - Meu divã interior (episódio 7)
Neste sétimo episódio de Meu Divã Interior, Fabiano divaga sobre sonhos que teve e tem tido com Alice, além de conversar sobre antigos desejos que permearam por sua vida, entre lembranças com sua ex-namorada e a relação com seu irmão. Meu divã interior é um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp, ingressantes do ano de 2020. Trata-se de um projeto de extensão PROEC (Pró-reitoria de Extensão e Cultura). ___________________________________________________________________________
Roteiro
Personagens:
Fabiano
Alice
Ex namorada
Irmão de Fabiano
Alice: Então, Fabiano, você conseguiu se lembrar de seus sonhos e anotar o que sonhou?
Pensamentos de Fabiano: indagou Alice.
Fabiano: Sim
Pensamentos de Fabiano: Respondi, abrindo um caderno.
Fabiano: Acho que alguns sonhos são estimulados por coisas que eu vi ou que aconteceram um pouco antes. Uma noite, sonhei com uma prima do meu pai. Nós estávamos, ao que parece, em um ponto de ônibus cheio de gente. Comentei que a diferença de idade entre ela e o meu irmão não era muito grande e que eu não tinha percebido isso quando era criança. Ela falou que eu era o bebê de todo mundo da família. Ela fez um sinal para um carro que passava. O motorista parou e entregou uma almofada pra ela. Geralmente, meus sonhos são curtos. Ou pelo menos o que eu lembro é pouca coisa.
Alice: Esse sonho foi estimulado por alguma coisa que aconteceu antes?
Fabiano: Sim. Essa prima do meu pai postou sua contagem regressiva pro aniversário que estava chegando. Por isso eu pensei nessa coisa da diferença de idade entre ela e o meu irmão. Quando a gente é adulto, alguns anos de diferença entre uma pessoa e outra parece muito pouco, mas do ponto de vista de uma criança, qualquer ano a mais é muito tempo.
Alice: Verdade. Os outros elementos do sonho, o lugar, a entrega da almofada, têm algum significado pra você?
Fabiano: Eu não identifico o lugar do sonho como um lugar conhecido. Essa prima nem é do tipo que anda de ônibus. O final, com a almofada, pra mim, é só maluquice de sonho, mesmo.
Alice: Você costuma sonhar com pessoas da sua família mesmo que não haja um estímulo anterior, como aconteceu nesse caso?
Fabiano: Sim
Pensamentos de Fabiano: Respondi, consultando minhas anotações novamente.
Fabiano: Outro dia, sonhei com outra prima minha. Eu estava fritando ovo. Vi que ela pegou a frigideira e falei pra ela tomar cuidado com o óleo quente. Respingou um pouco na blusa dela. Não me lembro muito bem desse sonho, mas acho que ela estava usando uma calça social, estilo masculino. Passei um papel toalha onde tinha caído óleo. Depois, acho que ela foi ao banheiro para se trocar.
Alice: Você achou pouco usual sua prima aparecer no sonho usando calça social masculina?
Fabiano: Como é um detalhe que cheguei a lembrar, devo ter achado. Pode ser que já tenha visto ela vestida assim, mas não é o estilo dela.
Alice: A curiosidade descuidada dela te diz alguma coisa?
Fabiano: Doideira de sonho, Alice.
Alice: E o seu gesto de limpar o óleo que respingou nela?
Fabiano: Você acha que é um desejo contido de tocar na minha prima?
Alice: Eu queria saber o que você acha, Fabiano.
Fabiano: Não me lembro de ter sentido um prazer especial em limpar a blusa dela com um papel toalha. E também não me lembro de ter deixado minha prima embaraçada. Pareceu uma coisa bem natural, espontânea.
Alice: E depois de acordar, pensando no sonho?
Fabiano: (ainda irritado) Não sei. Achei legal ter sonhado com ela. Eu gosto muito dessa prima.Tue, 20 Jun 2023 - 484 - #167 – Ciência estampada no peito
Neste episódio falamos sobre camisetas com temática de ciência, um estilo que vem ganhando força com mais oferta de produtos e porque as pessoas estão cada vez mais preocupadas em expor sua admiração pela divulgação científica. Que tal vestir essa ideia?
Thu, 08 Jun 2023 - 483 - Meu divã interior (episódio 6)
neste sexto episódio o protagonista Fabiano parece preferir a yoga à psicanálise, mas é por um bom motivo. Uma grande paixão surge, dessa vez essa é a pessoa certa! Se até o tarot confirmou, não tem como dar errado.
Tue, 06 Jun 2023 - 482 - Meu divã interior (episódio 5)
Neste episódio, Fabiano reflete sobre religião, crença e espiritualidade. Além de indagar à Alice acerca da necessidade de as pessoas criarem fantasias, perpassando pela futilidade das redes sociais e ancestralidade até a sua infância.
Tue, 30 May 2023 - 481 - #166 – Antropoceno: quando a humanidade é assunto da geologia
Antropoceno é uma palavra que se tornou mais popular nos últimos anos, já que as ações humanas são centrais para determinar as mudanças climáticas desta era que vivemos. O tema é tratado pelas diversas ciências, em colaboração ou não, como vemos no episódio
Fri, 19 May 2023 - 480 - Meu divã interior (episódio 4)
Fabiano se interessa por uma de suas alunas de pós-graduação, tudo parece correr bem até não correr mais. São muitas diferenças, era evidente que não daria certo. E além disso, sempre aparece um ex pra atrapalhar… Mas ele não desiste e continua a sua busca por um amor.
Wed, 17 May 2023 - 479 - #165 – Paleoceanografia: Estudos sobre o passado do oceano trazem previsões para o futuro
Você sabe que é paleoceanografia? Pesquisadores da USP e da UFRGS explicam o que é, e como os estudos na área têm trazido respostas sobre os efeitos do aquecimento global na vida dos oceanos.
Thu, 04 May 2023 - 478 - Meu divã interior (episódio 3)
Neste episódio Fabiano vivencia algumas desventuras amorosas arranjadas em um aplicativo de namoro. Entre risadas, músicas, cobras e lagartos ele conta que há de encontrar alguém que atenda as suas expectativas.
Tue, 02 May 2023 - 477 - #164 – Emergências: Crise da COVID e Gabinete Paralelo (ep. 5)
Neste último episódio da série, Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre o papel da comunicação na construção da compreensão da crise da COVID-19 no Brasil e sobre o surgimento de um grupo influente conhecido como Gabinete Paralelo.
Thu, 20 Apr 2023 - 476 - Meu divã interior (episódio 2)
Fabiano continua sua busca por uma solução para seu problema de insônia. A medicação prescrita pelo seu médico não fez efeito. Buscando relaxar, Fabiano se aventura em uma viagem ao litoral, lá ele conhece Márcia.
Wed, 19 Apr 2023 - 475 - #163 – Emergências: uma série sobre Governança, Risco e Comunicação (Ep. 4)
Neste episódio falamos sobre como as pessoas percebem fenômenos naturais que deflagram desastres socialmente construídos
Thu, 06 Apr 2023 - 474 - Meu divã interior (episódio 1)
Este é o primeiro episódio de Meu divã interior, um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp. Você vai conhecer Fabiano, alguém em constante procura de um amor que ainda não encontrou e que segue atravessado pela angústia de uma persistente insônia.
Fri, 31 Mar 2023 - 473 - #162 – Adolescência
Adolescência é uma nova série do Oxigênio, que trata de descobertas científicas que podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa fase da vida.
Fri, 24 Mar 2023 - 472 - #161 – Mudanças Climáticas e as Implicações do Relatório do IPCC: Episódio 2
Esta é a segunda parte do episódio Mudanças Climáticas e as Implicações do novo Relatório do IPCC (2021-2022). Destaque para as contribuições de David Lapola (Cepagri/Unicamp) e Patricia Pinho (IPAM) ao último relatório, para os efeitos das mudanças climáticas no bioma amazônico e para o papel do Brasil no combate às mudanças climáticas.
Thu, 09 Mar 2023 - 471 - #160 – Emergências: Governança, Risco e Comunicação – Ep. 3: Desinformação e Jornalismo Científico
Neste terceiro episódio da série Emergências: Governança, Risco e Comunicação, a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre desinformação, principalmente sobre vacinas, e sobre como a Rede Globo e a Rede Record transmitiram informações científicas sobre a pandemia nos principais telejornais de domingo.
Fri, 10 Feb 2023 - 470 - #159 – O mundo em 10 anos – Trabalho, juventudes e oportunidades
Conheça o podcast “O mundo em 10 anos”, para quem é curioso pelo futuro e quer saber o que pesquisadores e cientistas têm a dizer sobre as transformações que vão afetar a nossa vida. Produzido e apresentado por Luís Botaro, este primeiro episódio é sobre trabalho, juventudes e oportunidades e traz a economista Denise Guichard Freire, o economista Marcelo Manzano e a socióloga Julice Salvagni para falar sobre o mercado de trabalho para os jovens e temas como digitalização e plataformização do trabalho, empregos informais, Indústria 4.0 e Quarta Revolução Industrial, além de analisar como governos e empresas podem preparar os jovens para esse futuro.
ROTEIRO DO EPISÓDIO
Luís: Você já parou pra pensar como vai ser o mundo daqui 10 anos? Eu imagino que sim, porque se tem uma coisa que todo mundo é um pouco, é curioso. É a nossa curiosidade, inclusive, que move coisas incríveis como a ciência. Se hoje a gente usa o celular pra ouvir um podcast ou assistir um tiktok, é porque muitos curiosos, que depois se tornaram estudiosos e cientistas, trabalharam pra que isso fosse possível. A ciência tá até mesmo nas coisas que a gente nem percebe logo de cara: pra que um país saiba qual região vai precisar de mais abastecimento de água daqui a 5 anos, e você não fique sem tomar banho no dia de uma festa ou de uma entrevista de emprego, muitos conhecimentos precisam ser mobilizados, como a geografia, a física, a demografia, a engenharia e muito mais. Então, se você gosta de saber como as coisas funcionam e como elas podem se transformar ao longo do tempo, você tá no podcast certo.
Meu nome é Luís Botaro, e nesse primeiro episódio de “O mundo em 10 anos”, eu chamei alguns especialistas para conversar sobre um tema muito importante, especialmente para os jovens que tão chegando agora na vida adulta: o trabalho. Por quais transformações a gente deve passar nos próximos anos? E os jovens, eles estão preparados pra elas? E quem vai ser mais afetado pela digitalização do trabalho? E os salários, estão melhorando ou estão piorando?
Pra começar, eu quero que você imagine comigo dois personagens fictícios, mas que são baseados em dados reais sobre os jovens do Brasil.
O primeiro é o Miguel, um jovem de classe baixa que terminou o ensino médio em atraso, já com 19 anos, e nem chegou a prestar o vestibular. Na pressa pra conseguir emprego, ele já trabalhou em um shopping e um supermercado, ocupações temporárias, mas que já ajudaram a juntar dinheiro para dar entrada em uma moto e começar a trabalhar como entregador por aplicativo — uma função que, segundo ele, “é mais cansativa, mas pelo menos garante algum dinheiro o ano todo”.
E a gente também tem a Júlia, que é de uma família que tem uma renda um pouco melhor. A Júlia terminou o ensino médio com 17 anos e até prestou o vestibular de uma universidade pública, mas não passou. A sua família também não tem como bancar uma universidade particular, já que ela tem mais dois irmãos que, inclusive, ela cuida por meio período enquanto os pais estão no trabalho. Ela também já trabalhou no shopping no fim de ano e, de vez em quando, faz alguns freelas num buffet de festas infantis. A Júlia sabe que, em algum momento, vai fazer faculdade, já que tem estudado para o vestibular, mas enquanto isso não acontece, ela observa de longe alguns amigos que já estão indo para o segundo ano de curso.
Com o Miguel e a Júlia, a gente tem exemplos do que mostram vários dados sobre juventude e o trabalho no Brasil.
O IPEA, vinculado ao governo federal, mostra em um relatório de 2020 que a inserção de jovens no mercado de trabalho é marcada por entradas e saídas frequentes, geralmente em ocupações informais e que pagam pouco — algo que os dois personagens têm em comum.
O mesmo relatório mostra que a taxa de desocupação dos jovens, ou seja, o desemprego, é maior do que na população em geral.Thu, 02 Feb 2023 - 469 - #158 – Emergências: Governança, Risco e Comunicação – Ep. 2: Obstáculos e perspectivas para as Ciências
Neste episódio Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre dificuldades da ciência ao longo da história e sua relação com alguns governos ao longo do tempo. Elas conversaram com o professor Marko Monteiro, um dos líderes do grupo de pesquisa CIRIS, que investiga Governança, Riscos e Comunicação no Brasil.
Thu, 08 Dec 2022 - 468 - #157 – Velhices digitais
Em entrevista para a Mayra Trinca, Cíntia Liesenberg, conta um pouco sobre o que encontrou em sua pesquisa sobre a relação dos idosos com o mundo digital que aparece em matérias da revista Longeviver.
Thu, 01 Dec 2022 - 467 - # 156 – “Morreu de velho não existe”
O episódio #156 trata dos processos do envelhecimento, que a velhice é muito heterogênea no Brasil, e que as condições de vida influenciam muito em como a velhice vai ser experienciada por cada pessoa dependendo de sua condição socioeconômica. E que a idade pode trazer novas e boas experiências, novas atitudes em relação à vida e aos relacionamentos.
Sat, 19 Nov 2022 - 466 - #155 – Vida com Saúde – ep. 3 : Câncer de mama: da ciência à prática clínica
Falamos muito da importância da ciência, mas qual é o impacto dela na vida das pessoas? Neste episódio, vamos entender como as descobertas científicas relacionadas ao câncer de mama se aplicam no dia a dia da prática clínica e permitem uma melhor qualidade de vida às pessoas diagnosticadas. Conversamos com a oncologista Debora Gagliato e com a produtora de conteúdo Jussara Del Moral.
Thu, 10 Nov 2022 - 465 - #154 – Emergências: uma série sobre Governança, Risco e Comunicação
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre o oitavo workshop realizado pelo GEICT, o Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia da Unicamp, realizado em parceria com o grupo CIRIS, dedicado a pesquisar Governança, Risco e Comunicação a partir da crise da COVID-19.
Mon, 31 Oct 2022 - 464 - #153 – Emergência climática e as implicações do Relatório do IPCC (ep. 1)
O sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC foi lançado no primeiro semestre deste ano. Conhecido por AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) ele foi produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). No final de 2022 ou início de 2023 está prevista a publicação de uma síntese dos principais destaques de todo o relatório. Leandro Magrini entrevistou dois pesquisadores brasileiros que participaram da elaboração do relatório, que são a Patrícia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o IPAM e o David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o Cepagri, da Unicamp. Os dois apresentaram para o Oxigênio algumas constatações do documento e já sugerem algumas medidas para mitigação das causas das mudanças climáticas, quanto de adaptação. Este episódio foi dividido em duas partes.
ROTEIRO
Leandro Magrini: “É pior, muito pior do que você imagina. A lentidão da mudança climática é um conto de fadas, talvez tão pernicioso quanto aquele que afirma que ela não existe, e chega a nós em um pacote de ilusões reconfortantes: a de que o aquecimento global é uma saga ártica, que se desenrola num lugar remoto;
de que é estritamente uma questão de nível do mar e de litorais, não uma crise abrangente que afeta cada canto do globo, cada ser vivo;
de que se trata de uma crise do mundo natural, não do humano;
de que vivemos hoje de algum modo acima ou no mínimo protegidos da natureza, não inescapavelmente dentro dela e literalmente sujeitados a ela;
de que a riqueza pode ser um escudo contra as devastações do aquecimento; de que a queima de combustíveis fósseis é o preço do crescimento econômico contínuo; de que o crescimento e a tecnologia que ele gera nos propiciarão a engenharia necessária para escapar do desastre ambiental; de que há algum análogo dessa ameaça, no longo arco da história humana, capaz de nos deixar confiantes de que sairemos vitoriosos dessa nossa medição de forças com ela. Nada disso é verdade!”
Leandro Magrini: Esse é um trecho da abertura do livro “A Terra Inabitável: uma história do futuro”, de autoria do jornalista David Wallace-Wells, publicado originalmente em inglês em 2019, e traduzido para o português no mesmo ano. De 2019 para cá, apesar de estarmos falando de apenas 3 anos, podemos observar com nossos próprios olhos e também tomar conhecimento das constatações inequívocas da ciência, de que as consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas - mais adequadamente nomeada como Crise ou Emergência Climática - estão ficando mais severas a cada ano. Nos últimos anos tivemos recordes sucessivos de eventos climáticos extremos e catástrofes por todo o planeta...
Fernanda Capuvilla: Em meados de 2021, e neste ano, no final de fevereiro e na primeira semana de abril, tivemos a publicação, respectivamente, das três partes (ou volumes) do Sexto Relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Esse relatório, também conhecido como AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) é produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). O 1º grupo se dedica às bases físicas das mudanças climáticas, ou seja, a parte de meteorologia e de modelagem da mudança do clima; o 2º grupo estuda a adaptação e as vulnerabilidades às mudanças climáticas; e o grupo 3 trata da mitigação das causas das mudanças climáticas, ou seja, da redução das emissões de gases de efeito estufa.
Leandro Magrini: Ao longo de dois episódios conversaremos com dois dos autores brasileiros do novo relatório do IPCC sobre as mensagens principais do relatório e suas implicações para o Brasil, com maior atenção para a Floresta Amazônica e para o mundo. Os convidados são Patricia Pinho,Sat, 15 Oct 2022 - 463 - #152 – Vida com Saúde – episódio 2: ‘Não tente enfrentar tudo sozinho’
O suicídio é um fenômeno complexo, tem diversos fatores envolvidos e é um grave problema de saúde pública. Por isso, é preciso olhar para as muitas variáveis que levam à maior ou menor incidência do caso em grupos específicos. Neste episódio, o foco é na relação do suicídio com as condições socioeconômicas, sendo que as pessoas mais vulneráveis são as que estão em maior risco. Conversamos com a pesquisadora Daiane Machado, da Universidade de Harvard e Fiocruz/Bahia, e com a doutora em psicologia pela USP Karen Scavacini.
Ludimila
Este episódio da série Vida com Saúde vai tratar de temas difíceis, como depressão e suicídio. Ao falar desses temas, nossa expectativa é trazer ideias de como superá-los. Mas se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir esse conteúdo. Talvez, seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, você pode buscar apoio emocional no Centro de Valorização da Vida pelo telefone 188, em que voluntários vão te ouvir de forma sigilosa e anônima.
Relato anônimo
Eu estava com 33 anos de idade. Tinha acabado de me separar de um casamento de 7 anos, meus dois filhos eram pequenos e eu trabalhava de forma autônoma. Não foi um planejamento racional - algo que partiu de um plano estruturado -, mas uma reação visceral para encerrar uma dor que beirava o desespero.
Ludimila
O suicídio é um grave problema de saúde pública e muitas mortes por suicídio podem ser evitadas. Falar sobre esse tema é difícil, mas também é necessário e possível. Abordar o suicídio de forma correta e respeitosa pode, sim, salvar vidas. É por isso que esse episódio começa com um relato de uma pessoa que depois de oito anos do ocorrido, nunca mais pensou nisso. Essa pessoa preferiu não ser identificada, então a voz que você ouviu aqui é da Letícia Naísa, que vai narrar, ao longo do episódio, alguns trechos do depoimento que foi escrito pra gente.
Ludimila
Não é à toa que estamos falando de suicídio em um podcast sobre saúde. Muito relacionado à saúde mental, esse fenômeno é complexo, envolve aspectos sociais, culturais, psicológicos e diferentes fatores individuais, que é impossível dimensionar. E tudo está dentro de um grande guarda-chuva, que é o da saúde integral.
Nesse sentido, a campanha Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio, dá maior visibilidade ao tema, que ocorre muito mais do que imaginamos. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, no mundo, 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Só no Brasil, foram 14.540 registros em 2019, ou seja, quase 40 suicídios por dia.
Como já mencionamos aqui, o suicídio é um fenômeno complexo e tem vários fatores envolvidos. Mas estudos populacionais têm mostrado que desigualdade social, baixa renda, desemprego e baixa escolaridade influenciam na ocorrência desses casos. E é especialmente sobre como as condições socioeconômicas influenciam na incidência de suicídio que vamos falar nesse episódio.
Meu nome é Ludimila Honorato e esse é o Vida com Saúde, um podcast de encontro entre pessoas e saúde pelas lentes da ciência. Essa temporada tem parceria com o podcast Oxigênio.
Daiane
A desigualdade social, o desemprego e a baixa renda influenciam na ocorrência de suicídio de várias formas. Primeiro que todos esses fatores impactam no indivíduo de forma direta e indireta, tanto em termos psicológicos impacta na autoestima, no senso de merecimento, ocasionando uma situação de estresse e preocupação constante. E os sujeitos, nessas circunstâncias, podem se sentir em risco extremo, o que de fato estão.
Ludimila
Essa análise é da psicóloga Daiane Machado, mestre e doutora em saúde coletiva,Mon, 03 Oct 2022 - 26min - 462 - #151 – Dicionários temáticos: significados além das palavras
O episódio trata do papel de dois dicionários temáticos na divulgação ciência, promoção de debates e estímulo ao conhecimento. O Oxigênio entrevistou José Luiz Ratton, um dos organizadores do "Dicionário dos Negacionismos no Brasil", e Sônia Corrêa e Rodrigo Borba, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsáveis pelo dicionário "Termos Ambíguos do Debate Político Atual". Os verbetes dos dois dicionários foram produzidos por especialistas em diferentes áreas.
Wed, 28 Sep 2022 - 461 - #150 – Divulgadoras científicas enfrentam o machismo nas redes sociais
Diariamente, divulgadoras científicas enfrentam o machismo nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar. Neste episódio, o Oxigênio ouviu relatos das divulgadoras Sara Tatiane, historiadora e mestranda na UFMG, Ariel Strauss, estudante de Geografia na UFF, Yanna Martins, astrônoma e doutoranda no Observatório do Valongo, da UFRJ, e Lucy Souza, bióloga e doutora em paleontologia.
ROTEIRO
Voz masculina 1: Pediria, por favor, para pronunciar corretamente alguns nomes.
Voz masculina 2: Só acho que você deveria usar uma máscara para cobrir o rosto, pois a sua beleza estava desviando a minha atenção.
Voz masculina 1: Estranho seria alguém que se veste assim não ter depressão.
Dimítria Coutinho: Esses são alguns comentários deixados por homens em conteúdos de divulgação científica feitos por mulheres nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar.
Sara Tatiane: Muitas vezes os problemas que eu tinha não era os problemas que os rapazes tinham. Muitas vezes, eles estavam preocupados com o engajamento, com outras coisas e a gente tinha tantas outras coisas para preocupar: é a roupa que a gente estava usando, porque a gente se culpava sobre isso porque as pessoas comentavam isso nos comentários. A nossa própria voz. Eu percebi isso, foi muito frustrante, que as pessoas não estão acostumadas a ouvir em mulheres e a entonação da voz, a sua voz, era irritante para eles. "Ai que voz fina que voz, que voz isso, você não está arrumado o suficiente ou você está arrumada demais", sabe? E eu vi as meninas se culpando, 'questionando sobre isso no Twitter ou às vezes no nosso próprio grupo falando, e os rapazes: "nossa por que que as pessoas estão preocupados com isso?". Elas não estão, é porque você é mulher, né? Então acaba que sempre vai ter alguma coisa que não é interessante para elas. Acaba que os comentários que eu recebo das mulheres são totalmente diferentes dos comentários que eu recebo dos homens, né? Normalmente os meus vídeos, eles são muito longos. Então é entre 30 e 40 minutos e de 30 a 40 minutos eu falando sem parar muitas vezes o comentário que os homens deixam são relacionados a minha aparência ou corrigindo alguma coisa, e normalmente essa correção não tem nada a ver com o que eu falei, ou eu nem disse aqui aquilo, ou às vezes repetindo o que eu falei com outras palavras, sabe? Eu sinto que o público masculino ele tem uma necessidade de afirmar sobre as mulheres muito forte o conhecimento deles, a opinião deles, então não vai ter um vídeo de conteúdo que eu não vou postar em que algum homem tem alguma consideração a fazer.
Dimítria Coutinho: Eu sou Dimítria Coutinho, e no episódio de hoje você vai ouvir relatos de mulheres que divulgam ciência nas redes sociais e enfrentam o machismo diariamente.
Dimítria Coutinho: Quem falou agora há pouco é a Sara Tatiane, historiadora, mestranda na UFMG e divulgadora científica no Twitter, onde tem quase 2 mil seguidores, e no YouTube, no canal Plein Air, com mais de 3 mil inscritos. Além dos comentários machistas que ela recebe do público, a cientista conta que o problema é tão estrutural que vem, por vezes, até da própria comunidade de divulgadores. Quando comentou a adentrar esse universo, a Sara conta que teve bastante apoio, começou a participar de grupos de WhatsApp nos quais outros divulgadores já mais renomados ajudavam os ingressantes com dúvidas técnicas e de engajamento. Mas o que parecia ser um ambiente acolhedor, acabou se mostrando um ambiente tão machista quanto aquele que ela já estava acostumada a vivenciar na Academia.
Fri, 23 Sep 2022 - 460 - #149 – Vida com Saúde – episódio 1: ‘Feliz com esclerose múltipla’
O podcast Vida com Saúde estreia no Agosto Laranja, mês de conscientização da esclerose múltipla. Neste episódio, vamos conhecer a história de Gustavo San Martin, de 35 anos, um administrador de empresas, pai, filho e irmão protetor que foi diagnosticado com a doença em 2011 e ressignificou essa nova identidade em duas associações de pacientes.
Fri, 26 Aug 2022 - 459 - #148 – Como você se desloca na sua cidade?
O deslocamento das pessoas pelos centros urbanos é sempre uma preocupação, não só para os cidadãos, mas para o poder público, que deve fornecer o melhor tipo de transporte para a população, sejam os ônibus, trens, metrô. Neste último episódio da série Cidades, o Oxigênio mostra algumas das opções de transporte coletivo, e como é o sistema em Campinas. Os entrevistados foram o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas e a Renata Pereira, mestra em sustentabilidade e estudou justamente a mobilidade urbana sustentável em Campinas. Quem produziu esse podcast foram a Bianca Bosso, o Luís Botaro e a Mariana Meira, estudantes do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, da Unicamp.
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Roteiro
Bianca Bosso: Quanto tempo você gasta no trânsito diariamente?
Essa resposta pode variar bastante dependendo da sua cidade, do tipo de transporte que você usa e da distância entre sua casa e os locais onde você trabalha, estuda e se diverte.
E pra entender quais são os fatores que influenciam essa resposta, nós entrevistamos especialistas e pesquisadores que vão falar um pouco sobre mobilidade urbana, mais especificamente na cidade de Campinas, no interior de São Paulo.
Eu sou a Bianca, e esse é um episódio especial da série “Cidades” pro podcast Oxigênio. É com você, Luis!
Luís Botaro: Pra começar nossa discussão sobre mobilidade urbana em Campinas a gente decidiu trazer alguns dados disponibilizados pela plataforma Moovit.
Esse serviço atua na cidade oferecendo informações que ajudam os usuários do transporte público a descobrir os horários e as rotas dos ônibus e também o tempo de espera.
Em média, as pessoas levam 49 minutos para completar uma viagem de ônibus. E nessa conta, a gente ainda pode adicionar o tempo de espera pelo ônibus, que é de cerca de 26 minutos.
Somando isso tudo, desde o momento em que a pessoa sai de um ponto até o momento em que ela chega no destino, ela leva em média 1 hora e 15 minutos. E se a gente considerar que ainda tem a volta, são pelo menos 2 horas e meia de transporte por dia. Bastante tempo, né, Mariana?
Mariana Meira: Pois é, Luís! Mas olha, esses números são um pouco diferentes dos dados apresentados pela EMDEC, Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas. Ela é quem atua em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes e quem tem a concessão dos ônibus coletivos municipais. E segundo um relatório que ela publicou em 2019, esse tempo de viagem seria 9 minutos mais curto: ou seja, levaria 40 minutos no total.
Só que esses dados do relatório são baseados em uma pesquisa de 2011 - 11 anos atrás - e por isso não refletem com exatidão a situação atual em uma metrópole que já mudou muito.
Bianca: A boa notícia é que esse tempo pode mudar bastante com a implantação do BRT, uma sigla que quer dizer Ônibus de Trânsito Rápido. Esse projeto está sendo implantado em Campinas desde 2016, e a expectativa pra conclusão da obra não para de crescer na cidade, já que a previsão inicial era o final de 2020.
Só que antes de falar sobre prazos, me fala, você sabe exatamente o que é o BRT?
Luís: Para entender do que se trata esse projeto, a gente chamou o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas. Na primeira resposta, ele explicou o que é o BRT e como ele vai funcionar na cidade. Vamos ouvir o que ele disse:
Fernando Ribeiro: O BRT, atualmente em obras, será constituído de dois corredores principais, Ouro Verde e Campo Grande, que farão a ligação dos respectivos distritos ao Terminal Central, e também será constituído do Corredor Perimetral, que ligará os dois corredores principais.
O BRT,Fri, 15 Jul 2022 - 458 - #147 – Veredas do Tietê
O episódio #147 trata de histórias e curiosidades do Tietê, esse importante rio que corta praticamente todo o estado de São Paulo e que tem uma presença marcante na capital paulista. Um rio que já serviu para nado, competições de remo, pesca, navegação, extração de pedras e areia para construção, esgoto, que é muito lembrado pela poluição, mas que em determinados trechos é limpo e ainda tem uso recreativo.
Thu, 07 Jul 2022 - 457 - # 146 – Sotaques variados dão o tom da língua brasileira
A forma de falar o português em algumas cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais, com o erre forçado, o caipirês, está perdendo espaço mesmo nessas localidades, segundo a pesquisa de Lívia Carolina Baenas. O aumento da escolaridade das pessoas, o avanço da tecnologia e da internet contribuíram com esse processo. No Brasil, assim como em outros países, as diferentes regiões adotam diferentes dialetos e com a migração pelos estados, ocorre tanto o estranhamento como a incorporação de novas palavras ou modos de falar, ou seja a língua é viva, sofre mudanças ao longo do tempo, e para as pessoas que vivem nas cidades, é preciso se adaptar aos diferentes sotaques. É disso que trata esse episódio, o terceiro da série Cidades, uma atividade da Oficina de Multimeios, do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor. A produção do episódio é de Fernanda Cruz, Luciene Telli e Patrícia Bellas, alunas do curso. A edição foi feita por Rafael Oliveira, bolsista do Programa PAPI, do Serviço de Apoio ao Estudante.
Fri, 24 Jun 2022 - 456 - #145 – Ocupação da cidade para o bem-estar
Ocupar os espaços públicos é importante para garantir sua manutenção, segurança e melhorias. Fazer atividade física é fundamental para manter a saúde. Para algumas condições crônicas, como o diabetes, a prática de exercícios é ainda mais relevante. Então, juntar as duas coisas, ou seja, praticar atividade física visando a prevenção ou o tratamento do diabetes ao mesmo tempo em que se ocupa a cidade é o que fazem os entrevistados deste episódio.
Thu, 02 Jun 2022 - 455 - #144 – Série cidades – Astrocity: Os efeitos da poluição luminosa para a astronomia
O primeiro episódio da série Cidades trata do tema da Poluição Luminosa, fenômeno causado pelo excesso de luzes acesas nas casas, edifícios, ruas ou escape de iluminação e que impede que se veja o céu noturno e os astros. A poluição luminosa pode afetar a saúde humana, colocar em risco a biodiversidade e ainda gera custos desnecessários para as cidades.
Este é o primeiro episódio do Astrocity, um podcast que está sendo criado por alunas do curso de Especialização em Jornalismo Científico, do Labjor/Unicamp, associado ao Oxigênio.
Tânia Dominici: Tem um fato que aconteceu, um blackout na Califórnia em 1954 e aí os telefones de emergência começaram a ser invadidos pelas pessoas ligando que tinha uma coisa no céu, que tinha um negócio no céu. E era a Via Láctea, né? As luzes da cidade tinham apagado por causa do blackout e as pessoas estavam vendo ali o centro da nossa galáxia, que é onde tem um adensamento maior de estrelas e regiões de gás, de poeira. As pessoas nunca tinham visto e acharam que aquilo era um óvni, um efeito perigoso. A gente perdeu a conexão com o céu noturno que foi base do nosso desenvolvimento tecnológico: contar o tempo, se localizar, começar a pensar ambientes com processos físicos que não são reprodutíveis no planeta pra entender melhor a física do universo. E a gente tá se desconectando disso.
Dimítria Coutinho: Uma das grandes culpadas por essa nossa desconexão com o céu noturno é a poluição. Mas não é o tipo de poluição que a gente está mais acostumado a ouvir, como das águas, do ar ou até a visual. Aqui, estamos falando da poluição luminosa. Você já ouviu esse termo? É difícil pensar que a luz pode ser um poluente, né?
Greta Garcia : É difícil mesmo… mas na prática você, que mora em uma metrópole, já olhou pro céu à noite e só viu escuridão? E quando viajou para alguma cidade no interior do seu estado, conseguiu observar o céu estrelado?
Dimitria: E você, que vive em cidades menores e afastadas de grandes centros urbanos, que está acostumado a observar o céu iluminado pelos astros todas as noites: já viajou para alguma metrópole e, quando olhou para cima, não enxergou nada além de escuridão?
Tânia Dominici: A poluição Luminosa é toda luz utilizada para além do seu objetivo. Então se você vai iluminar um local, mas essa luz escapa para outras para as redondezas ou se essa luz é excessiva para sua aplicação, você provoca a poluição Luminosa. Em particular, a gente na Astronomia se preocupa com a luz que é emitida acima da Linha do Horizonte. Então aquela luz artificial que vai na direção do céu, que não tem utilidade nenhuma para vida humana, mas que apaga as estrelas, apaga a visão do céu noturno.
Dimítria: Eu sou Dimítria Coutinho.
Greta: E eu Greta Garcia.
Dimitria: Você está ouvindo o primeiro episódio do Astrocity, um podcast sobre a astronomia nas cidades. Bem-vindo!
Greta: No episódio de hoje você vai entender porque a poluição luminosa é um problema para a observação do céu noturno.
Dimitria: Como você ouviu agora na fala da Tânia Dominici, astrofísica e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, o uso incorreto de iluminação artificial nas cidades interfere na observação do céu noturno e, consequentemente, no estudo dos astros.
Thiago Gonçalves: Eu acho que, de uma forma geral, em termos de tipos de ciência, todas as áreas da astronomia são afetadas, porque você tá apagando tudo que tá fora da atmosfera, que é justamente o objeto de estudo da astronomia.
Greta: Quem acabou de falar é o Thiago Gonçalves, astrofísico da Sociedade Astrológica Brasileira. Esse impacto que ele mencionou aparece também num estudo publicado na revista Science em 2016, que estimou que o excesso de luz artificial durante a noite impede um terço da população mundial de enxergar a Via Láctea.Fri, 20 May 2022 - 454 - # 143 – Aporofobia: Rechaço, preconceito e hostilidade ao pobre
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Fernanda Capuvilla falam sobre o significado da palavra Aporofobia na vida cotidiana de pessoas em situação de rua no espaço urbano. Elas conversaram com o padre Julio Lancellotti que constantemente denuncia espaços hostis, com o professor Raimundo Ferreira Rodrigues que já esteve em situação de rua e hoje é doutorando em educação pela Universidade Federal do Tocantins e com a arquiteta Débora Faria que pesquisou sobre arquitetura hostil em seu projeto de mestrado.
Thu, 05 May 2022 - 453 - # 142 – Por trás da conta de luz: o futuro do setor elétrico – parte 2
A energia elétrica no Brasil é cara. Nesta segunda parte do Episódio Por trás da Conta de luz, a meteorologista Alessandra Amaral fala como as crises hídricas são em parte responsáveis por essa conta, mas também porque falta estímulo à modernização do sistema elétrico nacional, o que inclui inovação tecnológica, investimento em energias renováveis e expansão das linhas de transmissão.
Mon, 25 Apr 2022 - 452 - #141 – Os impactos das hidrelétricas na Amazônia
Você sabe quais podem ser os impactos da construção de uma usina hidrelétrica na região da Amazônia? Pois é, não são poucos e para esclarecer sobre esse tema, nós conversamos com alguns especialistas que nos mostraram como essa questão envolve estudos e análises de diferentes áreas das ciências e como está relacionada com o dia a dia de todos nós e com a vida de futuras gerações.
Fri, 08 Apr 2022 - 451 - #140 – Por trás da conta de luz: compra e venda de energia
Você sabe quais são os principais desafios do aumento inevitável do consumo de energia elétrica? O que é e como funciona o mercado de energia brasileiro? Qual a relação entre crescimento econômico, consumo de energia elétrica e custo energético? Essas e outras questões sobre produção, compra e venda de energia serão respondidas no episódio.
Sat, 26 Mar 2022 - 450 - #139 – Precisamos falar sobre a morte (com as crianças)
A partir de uma conversa com a autora de um livro para crianças, que fala sobre a passagem do tempo e sobre a morte e com duas psicólogas sobre o uso de textos literários com a finalidade de ajudar uma pessoa a enfrentar uma dificuldade, as repórteres Laís Toledo e Mayra Trinca e o colaborador Diogo Ambiel Facini produziram este episódio sobre como e por que conversar com as crianças a respeito da morte.
Fri, 18 Feb 2022 - 449 - #138 – Anorexia nervosa, gordofobia e redes sociais
O episódio trata de um tema de extrema relevância na sociedade, que é a anorexia nervosa. Associamos a doença que atinge uma grande parte das pessoas, à gordofobia, que pode ser um dos gatilhos para levar à anorexia e outros transtornos alimentares. E qual o papel das redes sociais nisso?
Thu, 03 Feb 2022 - 448 - #137 – Latim? Morreu, mas passa bem
Você já se perguntou de onde vêm aquelas palavras utilizadas em tribunais que muitas vezes quase não conseguimos pronunciar? E quanto a um nome científico de alguma espécie de animal nova? A utilização do latim permeia o nosso cotidiano e fazemos o uso dessa língua constantemente. Mas o que muitas vezes passa despercebido é que a atribuição de nomes científicos tem um motivo fundamentado e o uso dessa língua antiga, que é a mãe do nosso idioma, também é corroborado no meio jurídico nacional.
Embora seja senso comum dizer que o latim é uma língua morta, neste episódio convidamos a Aline Tomás, Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Goiás e que atua hoje na Vara de Família de Anápolis para falar sobre a importância da utilização do latim em procedimentos jurídicos e o Rafael Rigolon, biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa, a UFV, para falar sobre o latim na ciência, e mostrar que essa língua, na verdade, está indo muito bem, obrigada. Quem vai navegar com a gente na evolução desse episódio nada macarrônico é a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas e o Luciano Pfeifer, professor de português jurídico na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Roteiro
ALINE TOMÁS: Então a pessoa recebe a sentença e diz assim: Ganhei ou perdi? Preciso ligar para o meu advogado.
MAYRA TRINCA: Alô!
JOÃO BORTOLAZZO: Oh, Dra. Tudo bem? Queria saber se meu processo andou.
MAYRA: Saiu decisão. Mas, o juiz não concedeu a liminar porque não conseguimos comprovar o periculum in mora.
JOÃO: Não entendi nada, Dra. Tá falando grego?
MAYRA: Grego não, é Latim. .
Vinheta do Oxigênio
JOÃO: Eu sou o João Bortolazzo.
MAYRA: E eu sou a Mayra Trinca. No episódio de hoje, vamos falar sobre o Latim, a língua que deu origem ao Português. E nossas perguntas são: como e por que ela continua sendo usada?
JOÃO: O latim é uma língua muito antiga, mas muito antiga mesmo, mas que se mantém presente no nosso dia-a-dia até hoje. Muitas vezes nem percebemos, mas o latim está em termos jurídicos, científicos, acadêmicos. Usamos alguns termos sem diferenciá-los da língua portuguesa, que deriva do Latim. Nós falamos com a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas pra saber da origem do Latim
ISABELLA CARDOSO: Os primeiros indícios de língua latina registrados, em inscrições, perto do século sétimo antes de Cristo. Aliás é uma fivela, em que está escrito “Manio me fez para Numério”. Então uma marca registrada de quem era o dono da fivela e quem tinha feito. Começa no século sétimo antes de Cristo, é a chamada Fivela de Prenestria, a Fíbula Prenestina.
MAYRA: Antes mesmo do século 7 antes de Cristo, o latim já tinha começado a se desenvolver, mas era uma língua sem muitos registros escritos, já que era muito mais comum o uso oral da linguagem na época do que a escrita. Essa fase da língua ficou conhecida como Latim arcaico ou Protolatim.
JOÃO: Conforme as pessoas começaram a escrever e registrar a língua, ficou muito mais fácil manter regras e daí se originou o que se chama de Latim clássico, que era mantido principalmente pelos escritores eruditos antigos, legisladores e Estado como um todo.
MAYRA: Assim como no Português, a linguagem falada é diferente da linguagem escrita, e por isso, podemos observar a formação de dialetos. Com o Latim não foi diferente. E conforme o Império Romano se expandiu pela Europa toda, o Latim falado pelo exército, que era um Latim chamado Vulgar, foi ganhando adeptos em outros povos. E isso ajudou a manter a língua viva, né, Isabella?Thu, 18 Nov 2021 - 447 - #136 – De olho no rótulo
Em outubro de 2020, foi aprovada pela Anvisa a nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, que entrará em vigor em outubro de 2022. Segundo a Agência, as mudanças vão melhorar a clareza e tornar mais legíveis as informações nutricionais dos rótulos dos alimentos e tem como objetivo auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes. Para entender o que vai mudar com a nova rotulagem e quais são os impactos esperados dessa mudança na indústria de alimentos e na segurança nutricional da população, a Ana Augusta Xavier e o Rafael Revadam ouviram a professora Cínthia Baú Betim Cazarin, que trabalha na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp na área de alimentos, nutrição e saúde, a Thalita Antony de Souza Lima, gerente geral de alimentos da Anvisa, e a Ana Paula Bortoletto Martins, que é consultora técnica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
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Roteiro
Ana Augusta Xavier: Oi. Pra começar o programa de hoje eu queria te convidar pra fazer um exercício. Na verdade é só pra puxar aí na sua lembrança a última vez que você foi no supermercado.
Bom, vou começar contando quando foi a minha última vez. Foi no sábado, eu tava na rua há horas, resolvendo um monte de coisa que a gente só tem tempo pra resolver no fim de semana. Passei no mercado super rápido pra pegar o que faltava pro almoço. Joguei tudo no carrinho, acho que nem demorei 20 minutos lá dentro… eu já não gostava muito de supermercado antes, agora com a pandemia, quanto mais rápido, melhor.
E você, conseguiu lembrar? Quanto tempo você costuma demorar no supermercado? E o que você leva em conta pra escolher os alimentos que vão pra sua casa?
Rafael Revadam: Marcas que já conhece? Preço? Qualidade? O que parece mais saudável? Ou aquele produto que tem coisas como Fit ou Artesanal escritas no rótulo? E por falar em rótulos, dá tempo de ler e entender o que está escrito neles?
Ana Augusta: Quando tem muitas opções do mesmo produto, eu geralmente escolho pelo preço, ou então pela qualidade, por exemplo, comprando alguma marca que eu já conheço e gosto. Mas claro, eu também tento comprar aqueles alimentos que eu acho que são mais saudáveis - na medida do possível né - mas nem sempre consigo identificar quais são só de olhar o rótulo. E isso que minha formação toda é na área de alimentos, hein...
Rafael: É, não entender os rótulos dos alimentos é algo muito mais comum do que deveria. Em uma pesquisa de 2016, feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, 40% dos mais de 2600 participantes responderam que têm dificuldade de compreender as informações dos rótulos.
Ana Augusta: Entre as principais dificuldades foram citadas, nessa ordem: a letra muito pequena, o uso de números e termos técnicos, a poluição visual e a necessidade de fazer cálculos pra ter alguma noção das quantidades dos nutrientes.
Rafael: Essa falta de compreensão da rotulagem é um problema grave, já que o rótulo é a forma de quem produziu o alimento se comunicar com o consumidor. O rótulo é tipo um currículo, que mostra as características nutricionais daquele produto, e então, com essa informação em mãos, a gente decide se contrata, quer dizer, se compra ou não determinado alimento. Um rótulo claro e fácil de entender permite que a gente faça escolhas mais saudáveis e adequadas ao nosso estilo de vida. Ou, se não quiser os produtos mais saudáveis, pelo menos tenha consciência do que está levando.
Ana Augusta: Foi pensando nisso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, reformulou a norma de rotulagem de alimentos no país. A nova norma, que vai entrar em vigor a partir de outubro de 2022, vai mudar bastante a cara de muitos produtos que vemos nas prateleiras do mercado. Mas calma que a gente vai explicar tudo daqui a pouco.Thu, 21 Oct 2021 - 446 - #135 – O lixo nosso de cada dia
Somos grandes produtores de lixo, principalmente nós, que vivemos nos centros urbanos. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2019 cada brasileiro produziu quase 400 quilos de lixo. No Brasil há uma Politica Nacional de Resíduos Sólidos, que preconiza, na verdade, a não geração e a redução desse tipo de resíduo. Mas como é impossível não gerar nada de lixo, a próprio PNRS prevê uma série de estratégias de gestão e gerenciamento consideradas adequadas para o destinho do resíduo, como por exemplo o encaminhamento para as cooperativas de reciclagem. Mas nem todos os resíduos sólidos terão esse destino, e a política para esse material não é tão simples. Neste episódio do Oxigênio você vai ouvir também sobre quais as possíveis formas da sociedade participar das decisões relativas aos resíduos sólidos. A Fernanda Capuvilla e o João Bortolazzo contam pra gente quais são. Eles entrevistaram o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a Áurea Aparecida Bueno, presidente na cooperativa Coreso em Sorocaba e o Rodrigo Sanches Garcia, promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo. A Ana Augusta Xavier também participou da produção das entrevistas e da elaboração do roteiro e os trabalhos técnicos foram realizados pelo Gustavo Campos e pelo Octávio Augusto Fonseca.
Roteiro
João: Oi, eu sou João Bortolazzo e sou um dos apresentadores do episódio de hoje. Eu não te conheço pessoalmente - embora tenha pensado em você pra produzir esse episódio - mas, se me pedissem pra adivinhar alguma atividade que você fez hoje eu diria que você... produziu lixo. Mas calma, que eu não tô te acusando de nada não. Na verdade tô, mas você não está sozinho ou sozinha, nessa.
Fernanda: Na verdade todos nós somos grandes produtores de lixo, né? Principalmente nós que vivemos em áreas urbanas. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostrou que, no ano de 2019, cada pessoa produziu em média 379 quilos de resíduos sólidos urbanos. Dá mais de 1 quilo de resíduo por dia, lembrando, por pessoa!
João: Sim, é muita coisa. E esse resíduo não “desaparece” magicamente depois que você tira ele de dentro de casa. Já parou pra pensar o que acontece depois do coletor ou da empresa de limpeza urbana levar o lixo embora? E aí, você se sente responsável por esse “lixo” que produz diariamente?
Fernanda: É sobre isso que vamos falar nesse episódio. O que são Resíduos Sólidos Urbanos, qual o nosso papel enquanto geradores desse lixo e como a sociedade em geral pode participar da gestão de todo esse material? Eu sou a Fernanda Capuvilla e esse é o Oxigênio.
[Vinheta do oxigênio]
João: Bom, vamos começar do começo. A gente comentou que todos nós geramos lixo, mas, de acordo com a legislação, o termo correto é resíduos sólidos. Os resíduos sólidos,
Marco Aurélio: Podem ser entendidos como materiais, substâncias, objetos, que resultam de atividades humanas em sociedade.
Fernanda: Esse é o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, que desenvolve pesquisas na área de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Ele explicou um pouco sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, estabelecida na Lei 12.305 de 2010.
João: A PNRS classifica os resíduos sólidos de acordo com a sua origem e periculosidade. Quanto à periculosidade eles podem ser, bem, não perigosos ou perigosos, sendo os perigosos aqueles que podem causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente.
Fernanda: Se considerarmos a origem dos resíduos, teremos diversas classificações. Nesse episódio nós vamos tratar dos resíduos sólidos urbanos, que são aqueles que englobam os resíduos domiciliares e os de limpeza urbana.
Fri, 08 Oct 2021 - 445 - #134 – É tudo mato? As plantas que não vemosSat, 11 Sep 2021 - 29min
- 444 - #133 – Extensão universitária pra quê?
A Extensão é um dos três pilares da universidade pública, ao lado do Ensino e da Pesquisa. Embora pouco divulgados, vários projetos de extensão são desenvolvidos todos os anos pelas instituições, estreitando as relações com comunidades vulneráveis, fortalecendo a formação em algumas áreas do conhecimento, promovendo troca de conhecimento entre o público acadêmico e pessoas, organizações, empresas que estão fora da universidade. A resolução do Ministério da Educação que estabeleceu que a partir de 2021 10% das atividades de graduação tenham que ser dedicadas à extensão universitária aumentou o interesse em saber o que é, para que serve e como se faz extensão.
Neste episódio do Oxigênio, a Rebeca Crepaldi e o João Bortolazzo trazem algumas respostas e falam de experiências que podem servir de modelo. As entrevistas do programa foram feitas com a professora Maria Cristina Crispim, da Universidade Federal da Paraíba, a doutoranda Luana Viana, chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto, a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem e com a Vitória Feijó Macedo e com o João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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Roteiro
Rebecca: João, você sabe qual é a contribuição da universidade pública para a sociedade?
João: Bom, até onde eu sei, na universidade pública os estudantes têm a oportunidade de adquirir conhecimento e sair capacitados para atuar em diversas profissões, das mais distintas áreas. Eles podem atuar em empresas, indústrias, hospitais, escolas, institutos de pesquisa, agências de comunicação… contribuindo de muitas formas para o desenvolvimento e geração de bem-estar e riquezas para o país.
Rebecca: Isso mesmo! Você está falando sobre o “ensino”, que é um dos pilares da universidade pública. Mas a universidade pública é composta por mais dois pilares: a pesquisa científica, que é a precursora do desenvolvimento do país, provendo tecnologias, patentes e estratégias, que vão desde a descoberta de um medicamento até a elaboração de planos de inclusão social; e a extensão, que através do trabalho prático dos alunos com professores e funcionários, presta serviços para a população em geral, oferece cursos e mais uma ampla gama de atividades.
João: Eu sou o João Bortolazzo.
Rebecca: Eu sou a Rebecca Crepaldi.
João: E, no episódio de hoje, nós vamos falar sobre a importância da extensão universitária, para o que ela serve, quem faz e quem participa dessas ações.
Rebecca: Para tratar desse tema, entrevistamos os alunos Vitória Feijó Macedo e João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; também conversamos com a Professora Maria Cristina Crispim, do projeto de extensão “Fossas Ecológicas”, da Universidade Federal da Paraíba. Além disso, falamos com a doutoranda Luana Viana, que é chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto e coordenadora do projeto “Pequenos Ouvintes”; por fim, conversamos com a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, responsável pelo “Cursinho Popular da Universidade Federal do Tocantins”.
João: Segundo o Artigo 206, parágrafo segundo, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Já no Artigo 207, a Constituição define que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e” que “obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
Rebecca: Em outras palavras, isso significa que a universidade deve ensinar, realizar pesquisas em todas as áreas do conheciment...Thu, 26 Aug 2021 - 39min - 443 - #132 – Os mitos da caverna
Estruturas que despertam o interesse das pessoas há milhares de anos, as cavernas ainda hoje são importantes destinos turísticos, mesmo que não para todos os gostos. Nesse episódio, falamos um pouco sobre essas estruturas, como elas se formam e também sobre os cuidados necessários para a conservação e preservação desses espaços. Falamos também da conservação de outras formações geológicas e turísticas, como picos e morros, que são destinos explorados pelo Geoturismo além das cavernas. Nesse sentido, uma nova iniciativa vem ganhando força, os chamados Geoparques.
Para explorar todos esses assuntos, conversamos com a Thais Medeiros, geógrafa, e com o Thomaz Rocha e Silva, biólogo, que fazem parte grupos dedicados ao estudo das cavernas em suas diversas dimensões. E também com a Marina Ciccolin, geóloga, que é voluntária no projeto Geopark Corumbataí.
Vem com a gente escutar esse papo e bom episódio!
Thomaz: Que a gente tem uma riqueza de formações geológicas que precisam ser preservadas, isso é indiscutível.
Mayra: A gente escuta muito sobre biodiversidade e a importância de conhecer e preservar as inúmeras espécies de seres vivos, animais, plantas e até micro-organismos que existem no Brasil e no mundo.
Frederico: É verdade, mas quase não se fala sobre as rochas que formam nosso planeta e as diversas estruturas que elas podem formar. A esses diferentes tipos de rocha, com suas diferentes formas e composições, damos o nome de Geodiversidade.
Marina: A sociedade em si se preocupa muito com a preservação ambiental, mas quando a gente fala preservação ambiental, a gente pensa em árvores, a gente pensa em plantas, pensa em bichos em fauna, flora. A gente nunca pensa no que tem sustentando isso, sabe? A gente nunca pensa no que tem abaixo disso tudo. Então esse termo de geodiversidade, ele surge da emergência da gente ter que falar sobre isso, sabe? Ter que falar sobre a preservação do patrimônio geológico, porque se esse patrimônio geológico não está lá, se as rochas não tão lá, se a gente destrói a geomorfologia natural, a biodiversidade não vai se sustentar. Então a biodiversidade depende da geodiversidade, elas andam MUito juntas, se a gente altera a geodiversidade, se a gente vai em algum lugar e cava um buraco, faz uma mineração, a biodiversidade que vai que vai nascer lá depois não vai ser a mesma, não vai ser natural, né? Então são coisas que andam muito entrelaçadas e a geodiversidade não é muito abordada, né? As pessoas não conhecem muito sobre isso.
Mayra: Eu sou a Mayra Trinca
Frederico: E eu sou Frederico Ramponi, no episódio de hoje, vamos falar sobre algumas dessas formações, como e porque elas podem ser estudadas e algumas estratégias que surgiram para preservá-las.
[VINHETA OXIGÊNIO]
Mayra: As cavernas são ambientes com um certo ar de mistério, talvez pela falta de luz, pela presença de animais estranhos e meio assustadores como morcegos e aranhas ou ainda pela dificuldade de acesso nesses locais. Por isso, não surpreende que essas estruturas despertem a curiosidade das pessoas, o que leva muitas a se dedicarem a conhecer esses espaços.
Frederico: Mas, o que é exatamente uma caverna? As definições de cavernas podem variar bastante, mas, de maneira geral, são cavidades naturais no solo com tamanho suficiente para que uma pessoa adulta consiga entrar. Há quem considere que cavidades menores também podem ser cavernas, mas pra nossa discussão vamos assumir essa definição.
Mayra: O ambiente das cavernas é completamente diferente de qualquer outro ambiente não-cavernícola. O primeiro e principal motivo para isso é a ausência de luz, o que impede o desenvolvimento de plantas dentro da caverna. Assim, as interações entre os seres vivos que habitam esse local serão próprias dele. Normalmente,Thu, 08 Jul 2021 - 29min - 442 - #131 – Ainda é necessário usar animais para testar cosméticos?
O episódio de hoje trata de uma assunto polêmico: é ético fazer testes em animais para garantir a segurança dos produtos cosméticos utilizados pelos humanos? A animação Save Ralph, produzida pela organização Humane Society International, trouxe à tona essa questão e o Oxigênio resolveu investigar!
Para entender melhor, a jornalista Rebecca Crepaldi e a bióloga Fernanda Capuvilla entrevistaram dois convidados: Victor Infante, Doutor em Ciências Farmacêuticas com ênfase em medicamentos e cosméticos pela USP, e Ana Carolina Figueira, Doutora em Ciências na área de Física Aplicada Biomolecular, também pela USP, e, atualmente, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Espectroscopia e Calorimetria do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
A discussão, então, gira em torno da história da testagem em animais, do avanço da Ciência e da existência de testes alternativos para muitos experimentos!
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Rebecca: Quem usa as redes sociais, certamente ouviu falar ou assistiu nas últimas semanas, a animação “Save Ralph” que foi produzida pela Humane Society International. Trata-se de uma animação em stop-motion que conta a vida de um coelhinho de testes chamado Ralph.
Fernanda: “Save Ralph” é um curta escrito e dirigido por Spencer Susser, com a voz do ator Rodrigo Santoro para sua versão em português.
Na animação, Ralph relata o seu dia de trabalho, mas o que de fato chama a atenção são as condições nas quais o coelhinho se apresenta no vídeo, com a pele, orelha e olhos machucados. Isso sensibiliza os telespectadores em relação ao sofrimento dos animais, que passam a se questionar sobre a necessidade destas cobaias.
Rebecca: Mas, será que ainda precisamos utilizar os animais para fazer esses testes de segurança para o uso dos produtos cosméticos?
Fernanda: Eu sou Fernanda Capuvilla
Rebecca: E eu sou Rebecca Crepaldi
Fernanda: E no episódio de hoje vamos falar sobre testes em animais para produtos cosméticos e quais seriam as suas alternativas.
Rebecca: E para entender melhor sobre esse assunto, trouxemos dois convidados:
No primeiro bloco, vamos ouvir Victor Infante, graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São Paulo e Doutor em Ciências Farmacêuticas com ênfase em medicamentos e cosméticos, pela USP.
Fernanda: Já no segundo bloco, o bate-papo será com Ana Carolina Figueira, bióloga formada pela UFSCar e Doutora em Ciências na área de Física Aplicada Biomolecular pela USP. Atualmente, é pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Espectroscopia e Calorimetria do Laboratório Nacional de Biociências, na sigla LNBio, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, o CNPEM.
[VINHETA OXIGÊNIO]
Fernanda: Você sabia que, historicamente, os testes em animais são realizados há muito tempo? Pois é, desde 300 a.C. já existem registros de pesquisadores gregos que realizavam experimentos em animais vivos.
Rebecca: Mas, Fernanda, 300 a.C. tá longe né? Vamos trazer mais pra perto? Em 9 de dezembro de 1946, houve um acontecimento conhecido como Tribunal de Nuremberg. Neste Tribunal, vinte e três pessoas foram julgadas pelos brutais experimentos realizados em seres humanos durante a segunda guerra mundial. Como consequência, em 19 de agosto de 1947, foi criado um documento que ficou conhecido como Código de Nuremberg. Este documento tornou-se um marco na história da humanidade, pois pela primeira vez, estabeleceu-se uma recomendação internacional sobre os aspectos éticos envolvidos na pesquisa com seres humanos. Ao todo, o código era composto por 10 princípios, sendo que o terceiro deles exigia que os testes fossem feitos em um modelo animal antes de passar para um voluntário humano.
Fri, 25 Jun 2021 - 33min - 441 - #130 – Casa de Orates, ep. 6 – A desreforma psiquiátrica
Neste sexto e último episódio do Casa de Orates vamos falar sobre o desmonte das políticas públicas de saúde mental e as perdas de direitos conquistados a duras penas ao longo das últimas décadas, como o acesso a um tratamento humanizado para pessoas com transtornos mentais.
Em meio ao caos que estamos vivendo com a pandemia de Covid-19, as mudanças estão acontecendo, aos poucos, sem que a sociedade se dê conta. Mas, o que podemos fazer para impedir o que está sendo chamado de Nova Política Nacional de Saúde Mental?
Para ajudar a entender essa nova política e os prejuízos que ela pode trazer para a saúde da população brasileira, conversamos com o psiquiatra Marcelo Brañas, que atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e também no hospital Israelita Albert Einstein; a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Rosana Onocko; a psicóloga Maria Carolina da Silveira Moesch, coordenadora do curso de psicologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, a Unochapecó e Fernando Freitas, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz.
Nesse episódio, contamos ainda com o depoimento da Ana Carolina, paciente diagnosticada com depressão e que, integrou um projeto social para ajudar outras pessoas com transtornos mentais
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ROTEIRO
RAFAEL REVADAM: No dia 06 de abril foram comemorados os 20 anos da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Como dissemos em episódios anteriores, essa reforma foi responsável em mudar a maneira como a saúde mental era tratada no país, até então centralizada em internações compulsórias e medicalização.
ROBERTA BUENO: Mas as conquistas que garantem um tratamento humanizado estão ameaçadas. Nos últimos anos, pensamentos conservadores estão ganhando força, principalmente no governo atual.
RAFAEL REVADAM: Ameaças de cortes de verbas no SUS, mudanças na gestão de políticas públicas para a saúde mental ou liberação de compra de testes psicológicos a qualquer pessoa. Essas são algumas das ações que ocorreram só nos últimos meses.
ROBERTA BUENO: Isso é o que associações e conselhos relacionados ao tema estão chamando de Nova Política Nacional de Saúde Mental, uma série de ações que intensificam as internações compulsórias, a medicalização e, principalmente, direcionam os pacientes com problemas de saúde mental a profissionais não-capacitados. Eu sou Roberta Bueno.
RAFAEL REVADAM: E eu sou Rafael Revadam, e no programa de hoje nós vamos falar de um movimento silencioso que busca alterar as políticas públicas de saúde mental. Enquanto estamos vivendo os reflexos da pandemia, alguns representantes legais estão aproveitando a visibilidade da covid-19 para implementar uma nova reforma psiquiátrica.
MARCELO BRAÑAS: Eu tenho um viés pessoal pra responder essa pergunta porque felizmente eu tenho a sorte de trabalhar em um hospital que é referência no SUS, que é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e também num hospital particular de referência que é o Hospital Israelita Albert Einstein, então, eu tenho pouco contato né, com outros serviços, por exemplo, postos de saúde, CAPS, e… outras coisas, só que eu tenho sim acesso a esse cenário ahnn através da população que acaba chegando no hospital das clínicas e conta pra gente como foi o atendimento em outros serviços, relatos de colegas que trabalham nesse serviços, e.. enfim, e o que que a gente observa, a gente observa que a maioria das diretrizes dos órgãos brasileiros por exemplo de saúde, como é o ministério da saúde, pelo menos até um passado recente, na maioria sim, estão de acordo com a Organização Mundial da Saúde, com outras instituições internacionais importantes de referência na medicina. Em importantes centros acadêmicos no Brasil,Thu, 27 May 2021 - 27min - 440 - #129 – Escuta Clima – ep. 6 – Amazônia e Cerrado: a importância dos biomas para o clima
Os ecossistemas dos grandes biomas têm a capacidade de influenciar diretamente o clima mundial. Portanto, quando os seres humanos degradam as matas, caçam os animais, queimam e desmatam grandes áreas nativas, acabam interferindo na ciclicidade natural de elementos que garantem a nossa própria sobrevivência. A Amazônia e o Cerrado são dois ótimos exemplos sobre esse assunto. Cada qual com suas particularidades, suas distintas importâncias ecossistêmicas e econômicas, mas sob a mesma ameaça: a gestão do atual governo.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos: A boiada passou junto com o Leonardo DiCaprio, que ajudou os povos indígenas a tocar fogo na Amazônia. Já no Pantanal, que é igual a Califórnia, as queimadas são causadas pelas altas temperaturas. Mas, no final, tudo não passa de uma mentira, não é mesmo? Apesar da ironia retratada aqui, essas foram algumas das frases reais e polêmicas ditas pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro.
Desde 2019, vemos com desespero as manchetes nos portais de notícias sobre as queimadas na Amazônia e em outros biomas brasileiros. E ouvimos o presidente e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negarem omissão contra o desmatamento e o acobertamento de atividades ilegais que são praticadas na Amazônia, como a extração de madeira, a mineração e plantios ilegais.
Durante a Cúpula do Clima de 2021, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e realizada por videoconferência entre os dias 22 e 23 de abril, ouvimos, assim como todo o mundo, o Bolsonaro dizer que, apesar das limitações orçamentárias do Governo, ele havia determinado o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando recursos destinados às ações de fiscalização para coibir o desmatamento ilegal. Porém, no dia seguinte, ele sancionou o Orçamento de 2021, com vetos que incluíram o corte de 240 milhões de reais da pasta do Meio Ambiente. Segundo reportagem publicada na CNN Brasil, desse montante, serão 11 milhões a menos no orçamento de fiscalização do Ibama, que é o principal órgão federal do meio ambiente. Infelizmente, ver nossas matas ardendo em chamas já virou rotina e talvez continue sendo.
Então, no episódio de hoje, que é o último da série Escuta Clima, vamos entender a importância, as ameaças e como preservar os maiores biomas do Brasil, que são a Amazônia e o Cerrado. Para isso, vamos ouvir dois especialistas da área: o Paulo Artaxo, que é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC; e a Mercedes Bustamante, que é professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília. Ambos são pesquisadores do INCT sobre Mudanças Climáticas.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do INCT sobre Mudanças Climáticas. É vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor, e é uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas.
[Vinheta do podcast Escuta Clima]
Camila Ramos: A Amazônia é a maior floresta tropical chuvosa do mundo, abrangendo uma enorme área do território brasileiro e se estendendo até partes de outros nove países da América do Sul. Nela está a maior bacia hidrográfica do mundo e uma v...Thu, 13 May 2021 - 22min - 439 - #128 – Tá em alta – ep. 3: Patentes
Neste novo episódio do Oxigênio, damos continuidade à série Tá em Alta, que trata de temas relacionados à tecnologia, inovação e empreendedorismo. Neste terceiro episódio, a jornalista Thais Oliveira fala sobre invenção, inovação e patentes, apresentando vários exemplos e histórias bem representativas do universo das patentes. E para esclarecer algumas questões, ela conversou com a Paula Huber, que é farmacêutica especialista em patentes e que trabalha, atualmente, na indústria química. Um dos temas abordados pela Paula interessa à sociedade neste momento, já que diz respeito a um mecanismo da Lei de Patentes, que é a licença compulsória, que talvez seja usada para garantir acesso às vacinas contra a Covid-19. O episódio conta, ainda, com um guia de como depositar uma patente. O texto, produção e edição do episódio foram feitos pela Thais.
Thais: Olá, pessoal (!) sejam bem-vindas e bem-vindos ao terceiro episódio do podcast Tá em Altasso
Neste programa nós pretendemos tratar de assuntos relacionados à inovação tecnológica e empreendedorismo de uma forma simples e explicativa.
Isso porque no nosso cotidiano esses assuntos estão muito em alta, sempre citados na internet, nas escolas, nas universidades. Mas nem sempre todo mundo sabe na prática o que inovação, startups ou tecnologia significam.
Neste episódio, nós falaremos sobre patentes. Entenderemos o que elas são e quais são suas características.
Além disso, também vamos saber qual é o processo de registrar uma patente a partir de uma invenção.
As patentes também estão muito em alta neste ano porque elas têm tudo a ver com as novas vacinas que tem tudo a ver com a pandemia e nós vamos entender o porquê disso.
Ah, lembrando que muitos termos que nós vamos citar já foram tratados nos podcasts anteriores como o significado de tecnologia, palavras como inovação produto e processo.
Então se você ficar com alguma dúvida confira os últimos episódios.
Antes de falarmos diretamente sobre as patentes existem três conceitos relacionados a ela que são importantes de serem diferenciados: descoberta, invenção e inovação.
A descoberta ocorre quando alguém descobre algo que já existe na natureza, mas que não tem influência do ser humano. Por exemplo, quando os cientistas descobriram as funções das organelas das células, eles não resolveram um problema, pesquisaram e descobriram sua existência. Já a invenção ocorre quando alguém cria algo novo a partir da combinação entre elementos preexistentes.
Um exemplo para ficar mais claro para a gente, é o da invenção da cirurgiã dentista Therezinha Beatriz Zorowich. Ela estava cansada de ter que usar uma bacia para lavar o arroz e depois outra bacia para escorrê-lo, então em 1959 ela teve a ideia de juntar essas duas ações em uma só, e assim foi inventado o escorredor de arroz.
Entretanto, nesse caso é importante nós mencionarmos que nem toda invenção pode ser considerada uma inovação.
Isso por que ela só se torna de fato uma inovação quando gera um valor para sociedade, ou seja, ela consegue proporcionar um desenvolvimento social e econômico
Um exemplo de inovação é a caneta esferográfica. Até a sua criação as canetas demoravam pra secar e elas borravam constantemente.
Em 1930, o húngaro Lazlo Biró desenvolveu uma caneta que evitava que a tinta borrasse e quando aplicada no papel, ela secava com muita rapidez.
O líquido da tinta foi desenvolvido pelo seu irmão Gyõrgy Biró, que era químico. Depois da criação, os dois irmãos patentearam a invenção.
Bom, como acabamos de conhecer as diferenças desses conceitos, agora vamos direto ao mundo das patentes.
Patente é o registro que o governo concede a uma pessoa ou empresa que cria uma invenção.
Thu, 22 Apr 2021 - 16min - 438 - #127 – Escuta Clima ep.5 – A produção de alimentos nos dois lados da porteira
A agropecuária é uma atividade de extrema importância para a sobrevivência humana e para a economia do Brasil. No entanto, com o agravamento das mudanças climáticas, a segurança alimentar de grande parte da população mundial pode estar em risco. Por isso, entenda como funciona a produção de alimentos na porteira para dentro (nas fazendas) e seus impactos na porteira para fora (com os consumidores) e descubra como a ciência continua buscando alternativas sustentáveis para garantir um futuro com mesas fartas para todos.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos: Café, milho, arroz, feijão, soja, girassol, mandioca e frutas de clima temperado, como pêssego e uva, são alimentos que estão em risco por causa do aquecimento global.
Risco é uma palavra importante quando falamos sobre a agricultura, isso porque é dependente dos recursos naturais, ou seja, qualquer alteração no clima pode afetar as condições do solo, da temperatura, da disponibilidade de água, prejudicando a safra da estação.
Portanto, quando pensamos em um futuro com, pelo menos, 1,5ºC a mais na temperatura global, pensamos também em mais pessoas em situação de vulnerabilidade. Além disso, se não for bem planejada, com consciência ambiental, a atividade pode causar mais danos ao clima.
No episódio de hoje, vamos conversar com pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas para entender como a produção de alimentos pode se tornar mais sustentável nos próximos anos e, ao mesmo tempo, garantir uma maior segurança alimentar.
E entre as medidas sustentáveis estão a agrofloresta e a recuperação de áreas de pastagens degradadas, que são áreas de pesquisas dos nossos entrevistados: o Jurandir Zullo Junior, que é pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI, da Unicamp; a Priscila Coltri, que é agrônoma, pesquisadora e diretora do CEPAGRI; e o João Paulo, que é engenheiro agrônomo e doutorando da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do INCT Mudanças Climáticas, que é vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor. O Escuta Clima é também uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas.
[Vinheta do podcast Escuta Clima]
Camila Ramos: Segurança Alimentar é definida como uma situação em que todas as pessoas, a todo momento, têm acesso físico, social e econômico a alimentos nutritivos, seguros e suficientes para as suas necessidades diárias e preferência alimentar para uma vida ativa e saudável. Essa é uma definição da FAO (Food and Agriculture Organization), que é um braço das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
Ainda segundo a ONU, devemos chegar ao número de 9,7 bilhões de pessoas no planeta até 2050 e cerca de 11 bilhões até o final do século. Essa foi a conclusão do relatório intitulado Perspectivas Mundiais da População de 2019.
Nesse cenário, será que conseguimos garantir uma segurança alimentar para toda essa população? O Jurandir responde essa questão:
Jurandir Zullo Junior: Olha, garantia é difícil,Thu, 08 Apr 2021 - 19min - 437 - #126 – Série Casa de Orates – Ep. 5 – Depois de um fim
O tema deste quinto episódio do Casa de Orates é a saúde mental de pessoas afetadas por tragédias. Como seguir a vida após uma grande catástrofe? Que tipo de suporte essas pessoas precisam? Para explicar um pouco sobre toda a estrutura de apoio psicológico presente nesses cenários, trouxemos alguns eventos que marcaram a história do Brasil na última década: o incêndio na boate Kiss, o rompimento da barragem em Brumadinho e a queda do avião da Chapecoense. Além da perda de pessoas queridas, os afetados ainda têm que lidar com a impunidade, já que todas essas tragédias foram consideradas crimes e os processos seguem em aberto.
Conversamos com Melissa Couto, psicóloga especialista em emergências e desastres, que atuou nessas tragédias, e com Maria Carolina da Silveira Moesch, psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da Unochapecó, que integrou o comitê gestor da resposta ao acidente aéreo da Chapecoense. Também participam deste episódio Letiere Flores, psicóloga que fez um estudo sobre os psicodiagnósticos dos sobreviventes da boate Kiss e André Polga, produtor editorial que criou a página Kiss: que não se repita. Contamos ainda com o depoimento de Natalia Oliveira, irmã de Lecilda Oliveira, uma das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.
Conheça mais sobre as associações, grupos de apoio e iniciativas citadas neste episódio:
Associação dos familiares de vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum): https://avabrum.org.br/; Redes sociais: @Avabrumoficial (Facebook).
Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense (AFAV-C): Redes sociais: @AFAV.c2017 (Facebook)
Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM): Redes sociais: @AVTSMSantaMaria (Facebook), @avtsm27 (Instagram).
Kiss: que não se repita: Redes sociais: @Kissquenaoserepita (Facebook e Instagram).
Programa Santa Maria Acolhe (antigo Acolhe Saúde): mais informações diretamente com a Prefeitura de Santa Maria, no telefone: (55) 3921-7000
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Roteiro
RAFAEL REVADAM: Oi. Antes de começar eu preciso dar um recado: nesse episódio, a gente vai tratar de temas sensíveis como grandes tragédias, luto e perda de pessoas queridas. Então, se você não se sente confortável com esses assuntos, talvez esse episódio não seja para você.
NATALIA OLIVEIRA: Eu sou a Natália, irmã da Lecilda, uma das vítimas né, fatais do crime da Vale aqui em Brumadinho. E... no dia do acontecido, eu mandei mensagem pra ela porque era uma sexta-feira. Eu tava assistindo uma série e, de repente, chegou a mensagem no WhatsApp. É... a barragem rompeu. E aí eu encaminhei essa mensagem pra Lecilda. Aí, a segunda mensagem chegou. É a barragem da Vale. Aí eu mandei a mensagem pra ela. Aí, a terceira mensagem que chegou falando assim: É em Córrego Feijão. Aí, quando eu li a palavra Córrego Feijão, eu já liguei pra Lecilda e nesse momento eu percebi que as duas mensagens que eu tinha mandado pelo WhatsApp ela não tinha recebido. Só tava um pauzinho. Aí eu mandei um áudio pra ela no WhatsApp, Lé me liga, pelo amor de Deus! E saí igual uma louca aqui de casa e comecei essa procura pela minha irmã e essa procura tá até hoje. A gente nunca tinha imaginado que poderia acontecer uma tragédia. A gente vê a tragédia na televisão, a gente nunca pensou em estar dentro de uma tragédia, de fazer parte de uma.
ANA AUGUSTA XAVIER: Tragédia, substantivo feminino: Acontecimento triste, funesto, catastrófico, que infunde terror ou piedade.
RAFAEL REVADAM: A história de todos nós carrega pequenas tragédias pessoais que nos marcam pela vida toda. Um acidente de carro, uma doença grave, um mal súbito. Acontecimentos inesperados que nos fazem perder o rumo e tiram o nosso chão.
Fri, 02 Apr 2021 - 32min - 436 - #125 – Tá em alta – ep. 2: Tecnologia
A série Tá em Alta aborda assuntos ligados à inovação, tecnologia e empreendedorismo, e nesse segundo episódio fala sobre tecnologia. E sobre isso, a Thais Oliveira fez uma retrospectiva histórica, na verdade pré-histórica, pra falar da origem da tecnologia.
Quem vai ajudá-la a tratar do tema, mais especificamente sobre a relação entre a tecnologia e seu impacto na vida das pessoas, é a Daniela Osvald Ramos, professora e pesquisadora do departamento de comunicações e artes da ECA-USP.
Ouça o novo episódio e acompanhe toda a série por aqui ou pela plataforma de podcast de sua preferência.
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Roteiro
Thais Oliveira: Olá, pessoal. Sejam bem-vindas e bem-vindos ao segundo episódio do podcast Tá em Alta.
Meu nome é Thais Oliveira e nesse podcast, nós pretendemos tratar de assuntos relacionados à inovação, tecnologia e empreendedorismo de uma forma simples e explicativa.
O nosso objetivo é falar sobre assuntos que tão muito em alta e são muito debatidos em escolas, universidades e até na tevê, mas muitas vezes são tratados de uma forma superficial.
A nossa ideia é pegar esses assuntos e discutir, na prática o que eles significam.
No nosso segundo episódio, nós vamos falar sobre tecnologia. Tecnologia é uma palavra que tá em alta atualmente, mas que na verdade nunca saiu de cena.
E por isso nesse episódio, eu vou comentar não só sobre como as tecnologias mudaram o mundo, mas também comentar sobre as suas aplicações na sociedade e falar um pouco também sobre as suas relações com a ciência.
Pra começar o assunto, eu trouxe a origem da palavra tecnologia. Ela vem do grego, techné, um verbo que significa fabricar, produzir, ou construir que se une ao sufixo logia que também vem do grego logus, que quer dizer razão. Então, tecnologia significa a razão do saber fazer.
Não é novidade que a tecnologia está em todo nosso redor, e ela está presente desde a idade da pedra, moldando as relações sociais, econômicas e até políticas do homem.
Para nós conhecermos um pouco sobre esse desenvolvimento tecnológico, eu convido vocês para fazermos uma viagem no tempo.
Nosso ponto de partida são os períodos paleolítico e neolítico, que duraram de cerca de 2,7 milhões de anos até 4.000 anos atrás. Nessa época a tecnologia tinha somente o objetivo de atender somente as necessidades do homem nômade.
E esse homem nômade, ele não usava a tecnologia com base em pesquisa ou conhecimentos científicos, como a gente pode imaginar, né? Mas ele usava a partir experiências do dia a dia.
E aí, ele criava lanças, machados, coisas para ele subsistir. Quando o homem se fixou na terra, ele passou a desenvolver outras ferramentas, como o arado e a roda.
E a roda pode ser considerada também uma inovação. Se você quiser saber quando uma tecnologia, um equipamento, enfim é de fato uma inovação, você pode conferir o primeiro episódio da série Tá em Alta que fala sobre inovações.
Dado o recado, vamos seguindo aqui na nossa viagem no tempo. O próximo período que a tecnologia se firmou foi na idade média, já no regime do feudalismo, que era um regime rural que se baseava na forte obrigação entre servos e senhores feudais.
A tecnologia nessa época esteve presente dentro dos feudos através dos artesanatos e o desenvolvimento tecnológico que aconteceu nessa época foi a partir dos teares manuais e das máquinas de costura.
Só que como a gente sabe pelos registros históricos, o sistema feudal começou a fracassar e, assim, essa atividade artesanal que era realizada dentro dos feudos migrou para as cidades, e é dentro das cidades que a tecnologia começa a ter um objetivo diferente. Isso porque ela começa a ser mais atrelada a relações sociais e econômicas...Thu, 11 Mar 2021 - 15min - 435 - #124 – Leitura de fôlego ep. 4: Utopia – o sonho que antecede o pesadelo?
A perfeição pode ser um problema. Utopia e distopia não são tão diferentes assim. Uma sociedade perfeita é um perfeito pesadelo. Essas afirmações (que podem parecer desconcertantes à primeira vista) são discutidas neste quarto - e último - episódio da série Leitura de Fôlego. Carlos Eduardo Ornelas Berriel tem se dedicado a estudar as utopias literárias há mais de 20 anos e, nesse episódio, ele conversa com a gente sobre esse assunto.
Leitura de Fôlego é uma série sobre literatura para o Oxigênio. Quem está à frente desse projeto é a Laís Souza Toledo Pereira, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e de Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira.
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Laís: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é o quarto e último episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura no Oxigênio.
Carlos Berriel: Uma sociedade perfeita são perfeitos pesadelos, porque ela elimina aquilo, a última coisa a ser eliminada do mundo, que é o indivíduo. Pode eliminar tudo, menos o indivíduo, porque, se você eliminar o indivíduo, aí já está tudo eliminado, não tem mais nada.
Laís: Utopia. Essa palavra, inventada a partir do grego, quer dizer “não lugar”, “o que não está em lugar nenhum”. A gente fala de utopia normalmente pra se referir a um lugar ou a uma sociedade onde tudo é perfeito. Ou também para se referir a uma situação que tende a não se realizar, um sonho inalcançável. Então, por que será que uma sociedade perfeita seria um perfeito pesadelo? Por que ela eliminaria os indivíduos? Nesse episódio, a gente vai conversar sobre a utopia, que já nasce cheia de contradições e ambiguidades e que não é assim tão diferente da sua filha mais popular hoje em dia, a distopia. Quem conversa com a gente sobre esse assunto é o Carlos Eduardo Ornelas Berriel. Ele é professor e pesquisador do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. Faz mais de 20 anos que ele tem se dedicado ao tema das utopias literárias. Ele é fundador e editor da Revista Morus – Utopia e Renascimento e dirige o Centro de Estudos Utópicos da Unicamp, chamado U-TOPOS. O Berriel também é membro de várias sociedades científicas internacionais voltadas para o problema utópico e tem se dedicado à tradução, ao estudo e à publicação de utopias italianas.
Laís: A gente tem esse uso cotidiano da palavra utopia, de situação perfeita ou inalcançável, mas o Berriel me contou que, pra quem estuda esse tema, a utopia ainda está em definição.
Berriel: A utopia é um campo de reflexão atual. Nunca se estudou tanto utopia como agora. Na verdade, a utopia começa a ser estudada só no século XX e é mais ou menos por etapas; assim, tem uma época em que se estuda e depois se larga. E, de uns trinta anos pra cá, é uma fase de grandes estudos sobre utopia. E muita produção, muito centro de pesquisa, publicações, traduções. Nunca se estudou tanto, o que é interessante.
Laís: Apesar de os estudiosos desse campo estarem promovendo várias discussões para tentar definir a utopia, o Berriel, que é mais ligado à área da literatura, falou sobre a visão dele de utopia como um gênero literário, um tipo de texto.
Berriel: Eu vou dizer o que eu acho. Eu acho que utopia é um gênero literário, que tem determinadas características muito específicas. É um gênero literário que nasce com a sociedade moderna, a sociedade burguesa. E ela tem, enquanto, digamos assim, características de gênero, a utopia é muito próxima ou é mesmo uma sátira, é uma sátira política. Ao ser uma sátira, ela tem uma característica desse gênero, que é um gênero antigo, que se renova, que se refaz, como os gêneros literários vão se refazendo com o tempo, atendendo às demandas de cada época. A sátira tem por característica ser um gênero de períodos de grande fratura histórica,Thu, 25 Feb 2021 - 35min - 434 - #123 – Tá em alta – ep. 1 – Inovação
O primeiro episódio da série Tá em Alta trata sobre inovação. No programa, foi discutido seu significado, quando de fato um produto ou empresa pode ser considerada inovadora e quais são os tipos e categorias de inovação que são encontrados tanto na rotina das pessoas quanto na indústria. O podcast contou com a participação da Eliza Coral, especialista em gestão estratégica de inovação e gerente executiva do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina, que apresentou exemplos de inovação que não tenham relação com o meio digital como a rede Starbucks e explicou como que o "inovar" pode ocorrer de forma individual.
Mon, 22 Feb 2021 - 12min - 433 - #122 – Escuta Clima – ep. 4 – Vulnerabilidade: as vítimas das mudanças climáticas
No episódio anterior, descobrimos como a desigualdade social afeta determinados grupos urbanos durante a iminência de um desastre natural. No episódio de hoje, vamos identificar quem faz parte desses grupos mais vulneráveis e como os eventos extremos no Brasil afetam suas saúdes e os colocam em risco de morte. É importante lembrar, também, que tais eventos de ordem climática são intensificados pelo aquecimento global e ficarão mais fortes e frequentes a cada ano.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pelo programa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Roteiro
Camila Ramos - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Esse é o artigo 196 da atual Constituição brasileira.
No episódio anterior e a primeira parte do tema de Vulnerabilidade, que você encontra nessa mesma plataforma que nos ouve agora, vimos que a desigualdade social é um fator determinante da vulnerabilidade humana frente ao risco de um desastre natural.
O Alberto Najar, que é sociólogo e pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, resume bem o assunto:
Alberto Najar - Risco e vulnerabilidade são conceitos que só podem ser compreendidos levando em consideração diferentes contextos histórico-sociais e as diferentes disputas de paradigmas das áreas científicas que as desenvolveram. Portanto, dependendo do ponto de vista, sob risco podem estar grande parte das populações e das comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade, principalmente em grandes centros urbanos. A exposição ao risco ou a existência de vulnerabilidade é produto dos modelos econômicos que prevaleceram desde a metade do século XX, e que acentuaram as desigualdades econômica e sociais, aumentando a pobreza e expulsando significativa parte da população para as periferias urbanas, áreas essas que foram gradativamente ocupadas de forma desordenada, o que gerou não apenas problemas ambientais de diversas ordens, mas também a intensificação de situação de risco geradas por ameaças ou processos naturais, que são potencializados pelos eventos extremos decorrentes, por exemplo, das mudanças climáticas”.
Camila Ramos - Também vimos no episódio anterior que existem diversos estudos voltados a descobrir quem são as pessoas sob risco. Como é o caso da pesquisa conduzida pela Regina Alvalá e colaboradores, que estimaram com base em análise para 825 municípios do Brasil que a cada 100 habitantes, nove viviam em áreas de riscos de desastres.
A Regina é pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o Cemaden, e foi uma das entrevistadas.
Essas pesquisas ajudam a subsidiar a gestão de riscos e respostas a desastres e são relevantes para subsidiar, também, políticas públicas que têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e são extremamente importantes para tornar uma cidade mais resiliente. Afinal, os eventos climáticos extremos estão ficando mais intensos e frequentes a cada ano, intensificados pelo aquecimento global. Como indica o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas...Thu, 11 Feb 2021 - 24min - 432 - #121 Série Casa de Orates – ep. 4 – Alerta de tsunami
No quarto episódio do Casa de Orates, falamos sobre como a pandemia do novo coronavírus afetou e está afetando a nossa saúde mental. Os especialistas alertam para um tsunami de transtornos mentais decorrentes desse caos que estamos vivendo e que tem despertado inúmeros sentimentos difíceis de lidar, como medo, raiva, estresse e solidão.
Além do medo da doença, a pandemia nos trouxe inúmeros desafios, como o trabalho remoto, a suspensão de aulas e de atividades presenciais, a deterioração da situação socioeconômica com perda do emprego ou redução de salário, entre muitos outros.
Conversamos com Caio Maximino, professor de psicologia experimental da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, que integra o Núcleo de Estudos Psicossociais em Saúde da universidade, e com Rosana Onocko, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e coordenadora da residência multiprofissional em saúde mental.
Eles falaram sobre os efeitos do distanciamento físico na saúde mental e deram dicas do que fazer se percebermos que a sobrecarga de emoções está nos afetando. Também lembraram dos profissionais que são mais afetados emocionalmente pela pandemia e explicaram as possíveis razões que levam algumas pessoas a furar a quarentena e a negar a relevância do coronavírus.
Esse episódio contou com sonoras dos telejornais da TV Cultura, da TV Brasil, da Record e da Bandnews, e foram retiradas de seus canais no YouTube. Os depoimentos são de amigos e familiares, que contaram um pouco do que viveram durante a pandemia.
O episódio “Cientistas e filhos em tempos pandêmicos” citado neste programa está disponível em: .
Algumas sugestões de serviços de apoio psicológico são:
Página do Facebook Cuidando de você na pandemia, disponível em:
Humanidades 2020, vários psicólogos se uniram para construir um canal de atendimento aberto e direto. Os voluntários do projeto disponibilizam seus números de telefone e quem quiser ser atendido pode falar direto com eles por WhatsApp. Ana Luiza Novis, (21) 99609-9346, e a Laura Machado, (21) 98820-6989, são as psicólogas responsáveis.
Plantão Psicológico Online do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Atendimento em Psicologia da Universidade Metodista (NEPAP). Disponível em: .
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Disponível em: .
Créditos da imagem: Mark Harpur (@luckybeanz/Unsplash)
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Roteiro
ROBERTA BUENO: Oi. Antes de começar eu preciso dar um recado: nesse episódio, a gente vai tratar de temas sensíveis como luto e perda de pessoas queridas. Então, se você não se sente confortável com esses assuntos, talvez esse episódio não seja para você.
Manchetes
Informação importante: a OMS acaba de declarar pandemia por causa do coronavírus! Quem tá acompanhando e tem mais informações é a editora internacional aquí da Band News, Beatriz Ferreti. Fala Beatriz!
Olá, boa tarde! Estamos de volta com o Governo Agora. A Organização Mundial de Saúde declarou hoje pandemia do novo coronavírus. Segundo a a OMS, são mais de 118 mil casos da doença no mundo.
O avanço do coronavírus pelo mundo fez a Organização Mundial da Saúde declarar a doença como pandemia. Segundo a OMS, o número de infectados, mortes e países atingidos deve aumentar…
Thu, 04 Feb 2021 - 28min - 431 - #120 Leitura de fôlego ep. 3 – Capitu e suas herdeiras? Personagens femininas silenciadas
Neste terceiro episódio da Série Leitura de Fôlego, Lúcia Granja, professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, fala sobre sua pesquisa relacionada ao silenciamento da mulher em obras literárias brasileiras. Os autores estudados têm um perfil muito semelhante, são, em maioria, homens, brancos, e vivem no Rio de Janeiro e em São Paulo. Através de seus personagens homens, em geral os narradores das histórias que ao contarem sobre algum conflito pelo qual passam ou passaram, tentam omitir a voz da mulher em relação ao acontecimento narrado, sem muito sucesso. Lúcia vem estudando esse tema há quase 30 anos e neste podcast ela conta para a Laís Toledo, algumas passagens de obras importantes, e vai analisando justamente esse aspecto encontrado na literatura brasileira.
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Laís Toledo: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro Oxigênio.
Laís: Um homem e uma mulher formam um casal. Por algum motivo, acontece um conflito entre eles, e esse relacionamento acaba. O homem, depois, resolve contar esse conflito. Com isso, ele procura dar um novo significado pra própria vida e, ao mesmo tempo, silenciar, omitir, a voz da mulher em relação ao que aconteceu entre os dois. Mas, de alguma forma, a voz dessa mulher consegue escapar e aparecer na história... A Lúcia Granja, que conversa com a gente nesse episódio, percebeu que esse modelo de narrativa se repete em algumas importantes obras literárias brasileiras. Partindo do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, a nossa conversa passa por Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Raduan Nassar até chegar a um escritor contemporâneo, o Marcelo Mirisola. A Lúcia é professora e pesquisadora do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL da Unicamp. Ela pesquisa principalmente a obra do Machado de Assis; em especial, as crônicas desse escritor e as relações entre Literatura e Jornalismo na produção dele.
Laís: A Lúcia propõe essa análise sobre o silenciamento feminino como uma linha de força na ficção brasileira. Ou seja, como um tema recorrente. Ela desenvolveu essa análise a partir do conhecimento que tem sobre o Machado de Assis e a partir também de pesquisas didáticas que ela vem fazendo há quase 30 anos para oferecer disciplinas, na universidade, sobre Literatura brasileira. Pra começar a conversa, então, eu pedi pra Lúcia explicar essa leitura que ela faz.
Lúcia Granja: Eu acabei percebendo que existe pelo menos um modelo inicial que vai se desdobrar no século XX em termos de romance: um homem que narra o conflito amoroso (um homem, portanto, que é um narrador personagem), que, depois de ter vivido uma situação traumática de conflito amoroso, vai falar desse conflito e isso seria o romance. Portanto, é um romance autobiográfico. E, nesse caso, existe um processo duplo, que é o processo de silenciamento da mulher, que é o par amoroso desse homem, mas às vezes essa mulher, de alguma maneira, ela recupera um espaço de fala dentro desse relato, que seria o relato unilateral de um homem. Isso vai se transformando ao longo do século XX e vai mudando de romance para romance.
Laís: Para essa análise, a Lúcia selecionou alguns romances, entre outros que poderiam ser incluídos nesse modelo. Eu pedi pra ela comentar sobre essas escolhas.
Lúcia: Eu pensei em Dom Casmurro como um paradigma de início, porque Dom Casmurro inaugura o século XX. Dom Casmurro chegou ao Brasil em janeiro de 1900, embora ele tenha sido publicado em 1899 pelos editores Garnier em Paris, ele chegou ao Rio de Janeiro em janeiro de 1900. Então, a partir de Dom Casmurro, o paradigma se estende pra Graciliano Ramos, São Bernardo, depois, de uma maneira muito mais complexa, Grande Sertão: Veredas, mais tarde, Um copo de cólera e, depois, eu acabei abrindo para um romance absolutamente contemporâneo,Thu, 28 Jan 2021 - 31min - 430 - #119 – Escuta Clima – Ep 3: Vulnerabilidade: desigualdade social e estruturas urbanas
A alteração climática tem um forte componente que é a ação humana e que afeta direta e indiretamente sua própria espécie. No entanto, a forma que cada pessoa é atingida pelos desastres naturais causados e intensificados pelo aquecimento global é muito diferente. A vulnerabilidade é um fator determinado pela desigualdade social e isso fica claro ao analisar as estruturas urbanas, um fator decisivo para indicar se o indivíduo vai sobreviver ou não em um evento extremo. Essa é a primeira parte do tema Vulnerabilidade Humana frente às Mudanças Climáticas.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos - “Twister”, “O dia depois de amanhã”, “O impossível”, “2012”. Você já assistiu algum desses filmes que retratam desastres naturais? É um tema que Hollywood adora e não vou negar que também amo esses filmes. Prendo a respiração nas cenas tensas e até choro nas cenas dramáticas. Mas morro de rir com a falta de realismo e com os efeitos especiais de qualidade questionável.
Se no cinema esses eventos extremos provocam emoções que vão da tristeza ao riso, no mundo real a situação é um pouco diferente. Furacões e tornados, terremotos e tsunamis e erupções vulcânicas acontecem de uma forma muito mais cruel, triste e devastadora que na ficção.
Você consegue se lembrar de algum exemplo de desastre que tenha ocorrido realmente? Para mim, os tsunamis que atingiram a Indonésia em 2004 e o Japão em 2011 foram os mais marcantes. Mas ao longo dos meus vinte e quatro anos, muitos desses eventos ocorreram, causando perdas humanas e materiais principalmente em localidades mais empobrecidas.
E saiba que a perspectiva pro futuro não é nada boa nesse sentido. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas de 2014 indica que os eventos extremos de ordem climática estão ficando cada vez mais intensos e mais frequentes. E o principal motivo é o aquecimento global.
Esses desastres causam muitos danos ao meio ambiente, às estruturas urbanas e, principalmente, levam milhões de pessoas à morte ou à situação de fragilidade.
Sabemos que uma parcela da população é muito mais vulnerável que outros grupos. E isso é provocado, principalmente, pela desigualdade social. Por isso, dependendo da localidade em que os eventos extremos ocorrem, o impacto para a população e para a economia são muito diferentes. Por exemplo, no Brasil, a cada 100 habitantes de uma cidade, nove vivem em áreas de risco. Esse dado é de uma pesquisa feita pela Regina Alvalá, que é uma das entrevistadas do episódio de hoje. Ela é pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o CEMADEN.
Outra pessoa que vamos ouvir é o Alberto Najar, que é sociólogo e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz.
Eu conversei também com a Gabriela Couto, doutoranda do Centro de Ciência dos Sistemas Terrestres do INPE e pesquisadora associada do Cemaden.
Eu sou Camila Ramos e você está ouvindo o Escuta Clima. Um podcast para divulgar as pesquisas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas. É vinculado ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, o Labjor, e é uma seção da revista ClimaCom e Rede de Divulg...Thu, 21 Jan 2021 - 22min - 429 - #118 – Gaia episódio 3 – Projetando o futuroThu, 14 Jan 2021 - 24min
- 428 - #117 – Série Casa de Orates – Ep. 03: Tranquem os loucos!
O Casa de Orates é uma série do Oxigênio pra conversar sobre saúde mental. Nesse terceiro episódio vamos falar sobre a luta antimanicomial no Brasil e a regressão nas políticas públicas de saúde mental que vem ocorrendo nos últimos cinco anos. Desde 2015, durante o Governo Dilma, posicionamentos conservadores na psiquiatria estão ganhando espaço e recursos. Esses grupos defendem o isolamento como tratamento e a religião como cura.
Para entender como isso pode afetar a vida de milhões de brasileiros, conversamos com Paulo Amarante, presidente de honra da Associação Brasileira de Saúde Mental, a Abrasme, e fundador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz, e Fernando Freitas, pesquisador em saúde mental e atenção psicossocial da Fundação Oswaldo Cruz.
O episódio também conta com trechos da obra O Alienista, de Machado de Assis, que está disponível no link: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000231.pdf
Confira os documentos e legislações citados no programa.
- A lei nº 10.216, de 2001, que garantiu as novas diretrizes dos tratamentos de saúde mental: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
- O memorial Retrocessos no cuidado e tratamento de saúde mental e drogas no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Saúde Mental - ABRASME: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2020/12/900.8_LY_CARTA_abrasme_A4.pdf
- Já as notas do Conselho Federal de Psicologia sobre as comunidades terapêuticas e as novas legislações, principalmente as focadas nas pessoas em situação de rua e em jovens, estão disponíveis no site da instituição: https://site.cfp.org.br/
Roteiro
Trecho de O Alienista (Roberta Bueno): Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia.
Rafael Revadam: Entre os anos de 1881 e 82, Machado de Assis publicou a obra O Alienista. Na história, o médico Simão Bacamarte resolve analisar o que é a loucura. Pra isso, consegue a autorização do município de Itaguaí e lá constrói o seu hospício, a Casa Verde.
Ana Augusta Xavier: Naquela época, os manicômios eram chamados de Casa de Orates, já que orate significa demente, louco, aquele que perdeu o juízo. E apesar desse termo não ter sido criado por Machado, foi sua obra que inspirou o nome da nossa série de reportagens. Casa de Orates é o título do primeiro capítulo do livro.
Rafael: Disposto a recolher toda pessoa que aparentasse traços de loucura, Bacamarte começou a ver a tal falta de sanidade em todo mundo. Pessoas em situação de rua, loucos de amor, gente materialista… Se alguém fugisse dos padrões comportamentais dignos da sociedade, ia parar na Casa Verde.
Ana Augusta: E o que parece ser uma sátira de ficção do Machado de Assis, na verdade tem muito da realidade. As políticas manicomiais surgiram para internar qualquer pessoa que se deslocasse do que a sociedade considerava normal. Pobres, homossexuais, mães solteiras, jovens da elite que se envolviam com pessoas de uma classe social diferente. Todos paravam nos hospícios.
Rafael: Um exemplo disso é o Colônia, que foi o maior hospital psiquiátrico do Brasil, e ficava na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. O psiquiatra Franco Basaglia, precursor do movimento italiano de reforma psiquiátrica, visitou o hospital em 1979. Ao sair, ele deu uma coletiva de imprensa e disse que o Colônia mais parecia um campo de concentração nazista.
Ana Augusta: E a comparação de Basaglia não é exagerada. Entre os anos de 1930 e 1980, foram contabilizadas 60 mil mortes no Colônia.Thu, 07 Jan 2021 - 26min - 427 - #116 – Afinal, o que é bem-estar animal?
Nota da equipe de produção: Este é o último episódio do ano. Agradecemos a audiência neste 2020 e contamos com a companhia de nossos ouvintes em 2021. Agradecemos também a parceria com a Rádio Unicamp. Desejamos muita paz, saúde, realizações e muitos podcasts pra todos!
É comum ver questões polêmicas na mídia que envolvem o bem-estar animal. Nesse cenário, as pessoas frequentemente se posicionam sobre o que deve ou não ser feito para melhorar as condições de vida dos animais mantidos sob cuidados humanos. Mas o que realmente é bem-estar animal? Quais aspectos estão envolvidos e devem ser considerados para melhorar efetivamente a qualidade de vida dos animais? Neste programa, mergulhamos na ciência por trás do bem-estar animal e quem nos ajuda nessa jornada é o médico veterinário e docente da Unesp Stelio Luna, a zootecnista e doutoranda em Zootecnia Marina da Luz, o médico veterinário e doutorando em Biotecnologia Animal Pedro Trindade e a psicóloga e adestradora Marina Bastos.
Érica: Meu nome é Érica, sou de Minas Gerais, de Andradas. O bem-estar animal seria cuidar bem dos animais. Digo da parte da saúde deles. O que tem que ser feito para eles ficarem saudáveis, né? E também eu acho que a gente pode falar a respeito do cuidado mais emocional com o animal hoje em dia, né? Penso no meu pet, a gente cuida deles com muito carinho, porque eles nos dão isso também.
Marcel: Meu nome é Marcel Almeida, sou de Botucatu, e no meu entendimento o bem-estar animal ele vai além do simples fato de você prover alimentação e recursos básicos. É você entender a situação em que esse animal vive na natureza e prover para esse animal recursos similares, sejam do âmbito de alimentos, temperatura, umidade e condições de sobrevivência que ele possa ter um ambiente saudável e sem estresse.
Gisele: Meu nome é Gisele, sou de Campinas e pra mim o bem-estar animal são todos os bichos na natureza, inseridos onde eles já são nativos. Eu acredito que os bichos perto dos homens, eles não querem; os bichos não gostam dos humanos e não tá sendo bom pra eles não. Eles gostam de ficar na natureza, no seu habitat natural.
Plínio: Me chamo Plínio, sou de Botucatu, Estado de São Paulo, e pra mim o bem-estar animal significa um ambiente ou uma condição em que qualquer animal possa viver em total liberdade, sem interferência humana, livre de exploração e crueldade.
Carol: O que vocês acabaram de ouvir são ‘definições’ de bem-estar animal de pessoas que, embora não trabalhem nem estudem isso, gostam muito de animais… Saúde física, boa alimentação, saúde emocional, liberdade total, viver em condições similares à natureza e estar distante dos seres humanos foram elementos trazidos nessas definições. Mas cada uma trouxe um enfoque diferente… Qual delas será que está mais próxima do que se conhece na ciência?
Vinícius: Não é difícil ver uma notícia polêmica envolvendo o bem-estar animal. São comuns os debates sobre o sofrimento dos animais utilizados na pesquisa, nos sistemas de produção, nos zoológicos ou quando são abandonados ou maltratados… Mas, embora esses temas sejam frequentes na mídia, dificilmente uma definição de bem-estar animal com embasamento científico aparece. O fato é que, em se tratando de bem-estar animal, ouve-se muito, fala-se muito, mas sabe-se pouco…
Carol: As pessoas definem o bem-estar animal com base em seus próprios referenciais. Opinam sobre o que deveria ou não ser feito em situações que envolvem o sofrimento animal. Mas como saber o que é melhor para os animais, se eles estão bem ou não, sem antes saber de fato o que é bem-estar animal?
Vinícius: Pra responder essas perguntas, o Oxigênio de hoje explora a ciência por trás do bem-estar animal. Eu sou o Vinícius Alves.
Carol: E eu sou a Caroline Maia. E começa agora o episódio: Afinal, o que é bem-estar animal?
Wed, 30 Dec 2020 - 30min - 426 - #115 – Leitura de fôlego ep 02: O ensaio em cena ou o espetáculo da dúvida
Às vésperas do Natal de 2020, ano difícil, de pandemia de Covid-19 e isolamento social, o Oxigênio traz o segundo episódio da série "Leitura de Fôlego", uma forma de nos conectarmos com nossos ouvintes com um tema mais suave para esses dias em que começamos a desacelerar. “Leitura de Fôlego” é uma série que apresenta temas de pesquisas de professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp. Nesse episódio, conversamos com o professor e pesquisador Alexandre Soares Carneiro sobre um tipo de texto que pode assumir diferentes formatos e que dá liberdade para seus escritores revelarem o processo irregular de seus pensamentos, suas dúvidas e até seus defeitos, tudo isso em um tom parecido com uma conversa. O assunto de hoje são os ensaios. Após ouvir algumas características desse texto, vamos conhecer mais sobre um importante ensaísta francês do século XVI, Michel de Montaigne. Ele inaugurou o uso da palavra “ensaio” para se referir a esse tipo de texto e escreveu sobre os mais diversos temas: desde o pedantismo, os índios canibais até os polegares. Depois, nossa conversa passou pelo ensaísmo brasileiro, que é mais importante do que parece. E acabou com dicas para quem quiser começar ou continuar a ler esse tipo de texto.
Quem está à frente deste projeto é a Laís Souza Toledo Pereira, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e de Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira. Vamos ao episódio, que é o número 115 do Oxigênio.
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Laís Toledo: Oi! Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro podcast Oxigênio.
Laís: Os bastidores dos nossos pensamentos não são nada glamurosos. Hesitações, dúvidas, correções... A gente tende a não querer mostrar esse tipo de coisa. Ainda mais em um contexto entulhado de textão nas redes sociais, com mitos de um lado e cancelados do outro... Outra coisa que a gente não gosta muito de mostrar são as nossas frustrações, as nossas imperfeições. É filtro, edição, marketing pessoal e #gratidão que não acaba mais... A conversa de hoje é sobre um tipo de texto que autoriza o autor a se mostrar, sem certezas e sem enfeites. Vamos falar sobre Ensaios. Quem conversa com a gente hoje é o Alexandre Soares Carneiro, professor do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. Sua trajetória de pesquisa abrange assuntos como Literatura Portuguesa, Literatura Medieval e o Renascimento. E, há mais de dez anos, ele tem se dedicado a pesquisar também o nascimento e as transformações do gênero ensaístico.
Bom, o ensaio é um tipo de texto que dá espaço pro autor se mostrar, com suas dúvidas e imperfeições. Mas ele é muito mais do que isso. Pra começar essa conversa, eu pedi pro Alexandre dizer como ele definiria um ensaio.
Alexandre Soares Carneiro: Eu diria que o ensaio é um texto de reflexão de forma livre, o que dificulta muito uma definição, porque obviamente ele pode assumir aspectos muito variados. Mas podemos identificar a tal liberdade do ensaio no fato de o ensaísta expressar não apenas o resultado final, mas um pouco do processo irregular do pensamento, desde a formulação de um problema, uma dúvida, um paradoxo que ele observou, passando pelas hipóteses iniciais, as hesitações, desvios, correções. O ensaio tende a incorporar as dúvidas naturais do processo de reflexão, talvez como as perguntas de um interlocutor imaginário, o que remete à característica dialógica do pensamento. Assim, a gente pode associar o ensaio à conversação, com sua típica a-sistematicidade. A liberdade de testar ideias ou perspectivas insólitas também pode ser associada ao espírito da conversação.
Laís: Além dessa associação com a conversa, com sua natureza não sistemática, não organizada, o Alexandre falou também sobre uma diferença entre a palavra “ensa...Wed, 23 Dec 2020 - 22min - 425 - #114 Essa tal de Genômica – ep. 2
Este programa continua introduzindo um panorama sobre como a Genômica é uma ciência transversal e emergente, contribuindo para desafiar as fronteiras do conhecimento de outras áreas científicas. O que muda do #113 é que agora o potencial da Genômica será relacionado a outros dois campos de atuação: conservação de espécies ameaçadas e saúde pública! Para entender melhor isso, os divulgadores científicos Vinícius Alves e Adriane Wasko conversaram com Patrícia Freitas e Lygia da Veiga Pereira. Patrícia é bióloga, professora da UFSCar e tem experiência de pesquisa com Genômica da Conservação Animal, especialmente primatas como o mico leão preto. Já Lygia é física, professora da USP e tem experiência de pesquisa em Genética Humana e Médica. Áudios do jornalista científico Marcelo Leite foram cedidos para o encerramento do programa. A seguir, você tem o roteiro completo para acompanhar a conversa. Sejam todos bem vindos ao segundo episódio de “#114 Essa tal de Genômica” do podcast Oxigênio!
Obs.: A foto do mico leão preto em vida livre é do Felipe Bufalo. O playback do mico leão preto é da ONG Itapoty. As demais imagens e trilhas sonoras são de bancos de uso público.
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Vinícius: Olá, ouvintes! O Oxigênio de hoje é o segundo episódio sobre Genômica. No episódio anterior, já tivemos uma noção de como a Genômica é uma área emergente e transversal no meio científico. E agora vamos falar um pouco sobre como estudos genômicos podem contribuir com duas outras áreas de amplo interesse público. No caso, a conservação de espécies ameaçadas e a saúde pública. Eu sou Vinícius Alves.
Adriane: Eu sou Adriane Wasko e começa agora: “Essa tal de Genômica, episódio 2”
Vinícius: Parte dos pesquisadores que trabalham com conservação da biodiversidade vêm utilizando dados genômicos. Por exemplo no Brasil, há projetos que sequenciam genomas de plantas endêmicas e altamente adaptadas ao ambiente estressante do Nordeste. Já em genômica da conservação animal, podemos destacar projetos com espécies ameaçadas de extinção que estudam genes adaptativos em populações de arara-azul, onça-pintada, tubarão-martelo, mico-leão-preto e outras.
Adriane: Quem pode comentar melhor sobre genômica da conservação animal é a geneticista Patrícia Domingues de Freitas, que por sinal, estudou comigo. Patrícia é professora do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos, a UFScar. Uma de suas linhas de pesquisa é a genômica aplicada à conservação animal, com ênfase no grupo dos Primatas.
Patrícia: A produção de dados genômicos ela surge com o desenvolvimento das tecnologias de sequenciamento do DNA né, lá na década de 70, de 80, mas principalmente nos inícios dos anos 90, quando surgem os projetos genoma, incluindo o projeto Genoma Humano. Na biologia da conservação, esse processo se dá mais pra frente depois dos anos 2000, quando as tecnologias de sequenciamento de DNA se tornam mais robustas a partir do desenvolvimento de métodos que a gente chama de ‘próxima geração’ que permitem a produção de dados genômicos em maior escala.
Vinícius: Ouvindo você agora, Patrícia, eu lembrei que já li que com as técnicas de hoje em dia é possível marcar milhares de genes específicos ou até regiões inteiras do genoma nos indivíduos de uma espécie. Com isso em mãos, eu imagino que a genômica da conservação possa caracterizar geneticamente a população de uma espécie animal ou vegetal que vive em uma determinada área e, também, acompanhar se essa população está mantendo uma boa variabilidade genética com o passar dos anos. É mais ou menos isso?
Patrícia: Bom, a gente sabe que a variabilidade genética é um elemento essencial pra manutenção e viabilidade de uma espécie ao longo do tempo perante as mudanças ambientais. Então a gente costuma dizer que quanto maior a variabilidade genética de uma espécie ...Mon, 21 Dec 2020 - 20min - 424 - #113 Essa tal de Genômica – ep 01
Este programa traz uma pitada de como a Genômica é uma ciência transversal e emergente, contribuindo para desafiar as fronteiras do conhecimento de outras áreas científicas, como melhoramento genético da agricultura tropical convencional, citogenética e evolução biológica!
Há grandes projetos e linhas de pesquisa em ação que têm a mão direta ou indireta da Genômica. Para entender melhor isso, os divulgadores científicos Vinícius Alves e Adriane Wasko conversaram com Ana Cristina Brasileiro e Cesar Martins. Ana é engenheira florestal da Embrapa de Brasília e tem experiência de pesquisa em Genômica de Plantas. Enquanto Cesar é biólogo e professor da Unesp de Botucatu, com experiência de pesquisa em Citogenética e Evolução Genômica Animal. Áudios da pesquisadora Lygia Pereira e do jornalista científico Marcelo Leite foram cedidos para abertura do programa. A seguir, você tem o roteiro completo para acompanhar a conversa.
Sejam todos bem vindos ao primeiro episódio de “#113 Essa tal de Genômica” do podcast Oxigênio!
Obs.: na arte de chamada do episódio, a foto (ao fundo) de bioinformática com análise de genoma é do Ivan Rodrigo Wolf. As demais imagens e também as trilhas sonoras são de bancos de uso público.
LYGIA: Um genoma é uma grande receita que a natureza segue para transformar a primeira célula que a gente já foi em um ser humano.. trilhões de células especializadas e organizadas.
MARCELO LEITE: Eu gosto de pensar no genoma mais como um ecossistema do que como um programa de computador.
VINÍCIUS: Independente da metáfora que você preferir, provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre genoma e também sobre a Genômica, que é a área da ciência que estuda os genomas.
ADRIANE: Genômica é filha da Genética e ambas são áreas que conversam entre si, mas não são a mesma coisa, cada uma tem as suas próprias características.
VINÍCIUS: Basicamente, podemos dizer que a Genética é a ciência que estuda a estrutura, a função, a variação e a hereditariedade dos genes, enquanto a Genômica estuda os mesmos aspectos só que sobre um genoma, ou seja, sobre o conjunto de genes, que forma um ser vivo.
ADRIANE: O último relatório de avaliação da pesquisa científica realizado pela empresa Clarivate Analytics, em 2018, indicou que a Genômica é uma das áreas que mais crescem em publicações científicas no mundo. É como se os conhecimentos científicos de Genômica dobrassem a cada 2 anos em uma das mais reconhecidas plataformas de revistas científicas internacionais, a Web of Science.
VINÍCIUS: Realmente é muita coisa né? E isso acontece também porque a Genômica não caminha sozinha. As técnicas e os dados da Genômica podem se associar a outras linhas de pesquisa básica ou aplicada. A agricultura tropical, a evolução biológica, a conservação de espécies e a saúde pública são algumas das áreas em que a Genômica pode atuar.
ADRIANE: O fato da Genômica ser uma área emergente e interativa no ambiente de pesquisa não significa que seus avanços cheguem até a sociedade brasileira.
VINÍCIUS: Nos anos 2000, a realização do projeto genoma humano nos Estados Unidos e o sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, que causa doença em plantações de citrus, levaram o termo GENOMA para os noticiários, dando um grande reforço para o jornalismo científico, inclusive. Mas, como comenta o jornalista científico Marcelo Leite, após essa época, a Genômica perdeu um pouco a evidência nos noticiários.
ADRIANE: Mesmo que a gente não veja ou ouça a palavra Genoma nas mídias, a área da Genômica continua avançando e pode ter um grande impacto em nossas vidas. Por exemplo, o sequenciamento do novo coronavírus por pesquisadoras da USP, em parceria com Instituto Adolfo Lutz e Universidade de Oxford, que foi realizado em apenas 48h,Thu, 17 Dec 2020 - 20min - 423 - #112 Casa de orates – ep 02 – Vai passar!
O Casa de Orates é uma série do Oxigênio para conversar sobre saúde mental. No primeiro episódio falamos sobre quais aspectos da sociedade atual têm contribuído para aumentar os casos de transtornos mentais, principalmente ansiedade e depressão.
Nesse segundo, vamos falar sobre como é lidar com um diagnóstico de transtorno mental, a partir do relato da Roberta Bueno, que também narra o episódio, junto com o Rafael Revadam. Embora cada caso tenha suas particularidades, em todos eles o primeiro passo é perceber que algo não está bem e procurar ajuda. Depois do diagnóstico, é importante ter o acompanhamento de profissionais qualificados e seguir suas orientações. Não é simples, já que o tratamento às vezes demora e a melhora nem sempre vem na velocidade esperada.
Para discutir o papel de diferentes especialidades profissionais no tratamento das doenças da mente, contamos com a colaboração de Paula Andrada, psicóloga; Carlos Eduardo Rodriguez, psiquiatra; Fauziane Beydoun, nutricionista; e Paulo Ricardo Guerreiro, educador físico.
O episódio do Corpo podcast mencionado nesse programa está disponível em
Roteiro:
Roberta - Sou ansiosa desde criança, mas só descobri que tenho TAG – transtorno de ansiedade generalizada – na idade adulta, por volta dos 23 anos, depois de começar a fazer terapia. Daí, os meus medos sem sentido, os meus pensamentos acelerados e as palpitações no peito começaram a ser compreendidos por mim como sintomas da ansiedade. Por incrível que pareça, quando o que eu sentia ganhou um nome, as coisas começaram a ficar mais claras e eu comecei a lidar melhor com todas essas sensações e a reconhecer quando uma crise de ansiedade se aproxima.
No final de 2019, por volta de outubro ou novembro, a ansiedade veio com tudo e não quis ir embora. Eu tava fazendo terapia e tomando o ansiolítico recomendado pelo médico para ser usado esporadicamente durante os períodos ansiosos, mas nada parecia aliviar a crise. Passava uns dias bem e voltava a sentir todos os sintomas ansiosos de novo, mas com algumas novidades: uma perda gigante de energia, um desânimo e uma angústia enorme.
Rafael - A história da Roberta se mistura com tantas por aí. Como falamos no primeiro episódio, diferentes transtornos mentais podem ter sintomas parecidos. Para se chegar a um diagnóstico adequado é preciso uma avaliação cuidadosa, e ainda assim isso pode demorar um tempo.
Roberta - Foi durante uma sessão de terapia que chegamos – eu e minha terapeuta – à conclusão de que eu estava com um transtorno misto de ansiedade e depressão. Isso pra mim foi uma surpresa, porque eu nunca tinha tido depressão antes e pensava que, por serem diferentes, ou a pessoa tinha depressão ou ela tinha ansiedade. Achava que não dava pra ter as duas ao mesmo tempo! Mas pra minha surpresa, esses transtornos podem vir juntos e embaralhar a nossa mente!
Ao passar por essa experiência, eu percebi que é preciso falar sobre os transtornos mentais, sem medo e sem vergonha, pois muitas pessoas passam pela mesma coisa, mas não falam e sofrem caladas por receio do que o outro vai pensar. Não temos que ter vergonha por estarmos doentes.
Rafael - E ainda tem o fato de que muitas pessoas pensam que os transtornos da mente não são doenças, já que eles não são tão perceptíveis quanto as doenças do corpo. Muitos chegam a falar que a depressão é falta de vontade, preguiça ou frescura. Mas não é.
Eu sou Rafael Revadam e este é o Casa de Orates, um podcast para falar sobre saúde mental.
Roberta - E eu sou Roberta Bueno, e esse segundo episódio é sobre mim, sobre você e sobre todos que vivem com um diagnóstico de transtorno mental.
Paula - Bom, quando a gente fala do transtorno misto de ansiedade e depressão,Fri, 11 Dec 2020 - 23min - 422 - #111 – Escuta Clima ep. 2 – Rios urbanos e conta-gotas
A água é um recurso fundamental para a vida na Terra. Por isso, o segundo episódio da série Escuta Clima aborda o tema de segurança hídrica e mostra o perfil das crises pluviais no Brasil. As enchentes causadas pelas chuvas torrenciais no Sudeste contrastam com as secas típicas da região semiárida do Nordeste. Com milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade devido, tanto ao excesso, quanto à falta d’água, os cientistas buscam soluções criativas para mitigar a situação de ambas regiões, soluções que podem ser expandidas para todo o território brasileiro.
A série Escuta Clima é produzida pela Camila Ramos e está ligada ao curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) da Unicamp. O projeto tem o objetivo de divulgar as pesquisas e pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC) e é apoiado pela bolsa Mídia Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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Camila Ramos - “A Terra é azul”. Foi o que disse Yuri Gagarin, o astronauta russo e primeiro homem a ir pro espaço, quando viu nosso planeta lá de cima. Essa cor azul que ele viu em 1961 eram os gigantes oceanos que cercam os continentes. E é muita água! Imagine… É como estar no meio do mar e olhar pro horizonte em todas as direções sem ver nada além do próprio mar.
Esses oceanos cobrem cerca de 70% de toda a superfície da Terra, e neles estão 97% de toda a água do planeta. Incrível, não? Então não precisamos nos preocupar com a falta d’água, já que temos muito mais que o suficiente para todos, certo? Errado!
Bruno Moraes - Toda essa água dos oceanos é salgada e não é potável. Então, sobram apenas 3% de água doce no mundo. Sendo que a maior parte, por enquanto, tá congelada em geleiras e nos pólos.
Fazendo uma conta rápida, vemos que sobra apenas 1% de água para sobrevivência dos humanos, dos animais, e das plantas. E quando eu digo sobrevivência, eu quero dizer literalmente isso.
A Água é extremamente importante pra vida. E é por isso que os cientistas procuram esse recurso em outros planetas para indicar se podem ou não abrigar vida.
Camila Ramos - Mas muitas pessoas não encaram a água como um bem comum e precioso. E isso fica claro quando vemos pessoas lavando o carro ou a calçada com a mangueira, ou deixando a torneira aberta enquanto fazem outras tarefas.
Mas o uso indiscriminado de água não é apenas responsabilidade dos cidadãos. Na verdade, as indústrias e o setor agropecuário tem grande porcentagem de culpa. Na verdade, o desperdício e uso irresponsável da água é tamanho que estamos prestes a encarar uma crise hídrica sem precedentes.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o uso mundial da água vem aumentando cerca de UM por cento ao ano. Pode parecer pouco, mas isso quer dizer que vai ser cada vez mais difícil prover água para todos.
Bruno Moraes - Além disso, as mudanças climáticas tornam insuficiente a quantidade de água e pioram a qualidade dela e causam as alterações de volume e frequência de chuvas que afetam a rotina de diversas populações, interferindo na alimentação, saúde e economia dessas pessoas.
E podemos entender essa situação com dois extremos vividos no Brasil, que são as enchentes (geralmente nas regiões Sul e Sudeste) e as secas, típicas do Nordeste. São problemas antigos que deixam centenas de pessoas vulneráveis. E a previsão é que esses eventos piorem nos próximos anos.
Camila Ramos - No episódio de hoje, vamos ouvir os pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas para entender melhor as crises hídricas e quais são os meios sustentáveis para melhorar essa situação.Fri, 04 Dec 2020 - 32min - 421 - #110 Casa de Orates ep 01 – Por que nossa mente está doente?
O Casa de Orates é um podcast para conversar sobre saúde mental e, nesse primeiro episódio, vamos tentar entender o que está deixando nossa mente doente.
No mundo são quase 1 milhão de pessoas vivendo com algum transtorno mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas sofram com a depressão e cerca de 260 milhões com a ansiedade. Ainda assim, a saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública.
Por que nos dias de hoje transtornos como depressão e ansiedade são cada vez mais comuns? Existe mesmo mais gente doente ou mais casos estão sendo diagnosticados? Será que o modo como vivemos afeta a nossa saúde mental?
Para responder a essas e a outras perguntas, conversamos com Marcelo Brañas, médico psiquiatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Bruno Emerich, psicólogo e doutor em saúde coletiva na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os dados apresentados nesse episódio foram obtidos no site da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e estão disponíveis em:
Créditos da imagem: Fernando Cabral (@cferdo/Unsplash)
Roteiro:
[primeiro entrevistado]: Saúde pra mim, primeiro começa pela prevenção, né? Você tem que se cuidar, praticar exercício, se alimentar bem, né. Evitar excessos, dormir bem, né... Então isso, eu acho que tudo isso faz parte pra que você tenha uma boa saúde, né.
[segunda entrevistada]: Saúde é qualidade de vida. É ter acesso a uma boa educação, acesso a tudo aquilo que o governo deve nos proporcionar de bom, né. Saúde, na minha visão, saúde não tá relacionada só à questão medicamentosa.
[terceiro entrevistado]: Acho que saúde é a gente poder proporcionar tanto pra nossa família, nossos filhos, né, toda a assistência básica, né? É uma boa alimentação, é... cultura também, né. Isso tudo tá aí incluído no pacote de saúde, né?
[quarta entrevistada]: É quando a pessoa fica bem e ela fica muito saudável. E comer fruta saudável.
Roberta Bueno: Quando você pensa em saúde, o que vem à cabeça?
Ana Augusta: É bem provável que a sua resposta seja parecida com alguma dessas, ou com mais de uma.
Roberta: Pra grande parte da população, a percepção de saúde ou a ideia que se tem sobre o que é levar uma vida saudável tá relacionada basicamente com a nossa saúde física. A gente esquece da mente.
Ana Augusta: A própria Organização Panamericana de Saúde diz que a saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública. Poucas pessoas têm acesso a serviços e tratamentos de qualidade.
Roberta: Pra se ter uma ideia, mais de 75% das pessoas com transtornos mentais não recebem nenhum tipo de tratamento nos países de baixa e média renda. Além disso, ainda tem o estigma e o preconceito com relação a essas doenças, que fazem com que muitas pessoas não procurem tratamento.
Ana Augusta: E realmente tem muita gente sofrendo. No mundo, são quase 1 milhão de pessoas vivendo com algum tipo de transtorno mental. A cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio em decorrência da depressão ou de outra doença.
Roberta: Pra piorar esse cenário, veio a pandemia de covid-19, que nos trancou em casa, nos afastou fisicamente da família e dos amigos e trouxe o medo e a insegurança pra nossa rotina.
Ana Augusta: Os especialistas já alertam pra uma onda enorme de casos de transtornos mentais por causa da pandemia do novo coronavírus. Não dá mais pra negligenciar esse assunto. Eu sou Ana Augusta Xavier.
Roberta: Eu sou Roberta Bueno e esse é o Casa de orates,Fri, 27 Nov 2020 - 19min - 420 - #109 – Leitura de fôlego ep 1 – Livro licencioso = Leitura proibida
Este é o primeiro episódio da Leitura de fôlego, uma nova série de podcasts do Oxigênio, que apresenta temas de pesquisas de professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp. E começamos contando aqui sobre os livros ou romances licenciosos, que por seu teor tinham que circular de forma clandestina não só no Brasil, mas também em Portugal e França, por exemplo. Isso nos séculos XVIII e XIX. Esses livros foram tema de pesquisa da Márcia Abreu, professora do IEL e que atualmente é também diretora executiva da Editora da Unicamp. Vamos ouvir sobre as características desses livros, porque eles eram proibidos e o que faziam os livreiros e leitores para ter acesso e distribuir esses romances naquela época. Quem está a frente deste projeto é a Laís Toledo, com supervisão e edição de Simone Pallone e trabalhos técnicos de Gustavo Campos e do Octávio Augusto Fonseca. Quem ajuda na divulgação do podcast é a Helena Ansani Nogueira. Vamos ao episódio, que é o número 109 do Oxigênio.
Roteiro:
Márcia Abreu (MA): Ter um livro licencioso em casa, ou vender um livro licencioso, naquela época, era tão perigoso como hoje seria vender droga pesada.
Laís Toledo (L): Devasso, libertino, desregrado, impudico, libidinoso, lascivo, indecente... Esses são alguns sinônimos para a palavra “licencioso”. Mas, afinal, o que é um livro licencioso? Por que era tão perigoso ler ou vender um livro desses no Brasil dos séculos XVIII e XIX? Como a censura de livros agia por aqui nessa época? O episódio de hoje trata de questões como essas. Quem conversa com a gente é a Márcia Azevedo de Abreu, professora e pesquisadora do Instituto de Estudos da Linguagem, o IEL, da Unicamp. A Márcia tem desenvolvido pesquisas principalmente nas áreas de História do Livro e da Leitura e História da Literatura. Além disso, hoje em dia, ela também é Diretora Executiva da Editora da Unicamp.
L: Eu sou a Laís Toledo, e esse é um episódio da “Leitura de fôlego”, uma série sobre Literatura pro podcast Oxigênio.
Pra começar a conversa, eu pedi pra Márcia explicar o que é um romance licencioso.
MA: Um romance licencioso era um tipo de narrativa, que misturava cenas de sexo, ou um enredo sobre sexo, com discussões filosóficas sobre religião, sobre a natureza. Não a natureza assim das plantas, a natureza num sentido amplo, como o funcionamento dos corpos, as diferenças entre as culturas e também sobre as questões de poder. Um exemplo clássico de livro licencioso é o Teresa filósofa. Nesse livro, tem um enredo amplo, que é a trajetória dessa moça chamada Teresa, e ela vai se defrontando com várias situações em que ocorrem cenas de sexo, mas a cada cena de sexo tem uma discussão, sobre uma questão de moral ou sobre o comportamento da igreja, ou sobre uma questão filosófica. Acabada essa discussão, volta a ter uma cena, um encontro sexual de algum tipo.
L: Vamos ouvir um trechinho do começo do livro Teresa filósofa, quando a narradora, a Teresa, aceita contar a história dela e diz que não vai esconder nada. A edição que eu tenho aqui é da editora L&PM, que tem tradução para o português da Carlota Gomes e um prefácio do filósofo Renato Janine Ribeiro.
Thais Oliveira: “O quê, Senhor! Seriamente, quereis que escreva minha história [...] Na verdade, caro Conde, isso parece estar acima de minhas forças. [...] Mas se o exemplo, dizeis, e o raciocínio fizeram a vossa felicidade, por que não tentar contribuir para a dos outros pelas mesmas vias, pelo exemplo e pelo raciocínio? Por que temer escrever verdades úteis ao bem da sociedade? Pois bem, meu caro benfeitor! Não vou mais resistir! Escrevamos! [...] Não, vossa tenra Teresa jamais vos responderá por uma recusa, vereis todos os recônditos do seu coração desde a mais tenra infância, a sua alma vai se revelar inteiramente nos detalhes das pequenas aventuras que, sem que percebesse, a conduziram,Fri, 20 Nov 2020 - 39min - 419 - #108 Gaia episódio 2 – O passado no oceano
Em 2001, o IPCC, o Painel da ONU sobre Mudança do Clima, lançou um relatório que trazia um gráfico que ficou conhecido como Taco de Hockey. O gráfico mostrava, com dados do hemisfério norte, a temperatura da superfície do planeta através dos anos. Começando do ano mil, o gráfico tinha uma tendência bem leve de resfriamento até que no século vinte a linha dispara para cima, como a ponta de um taco de hockey. Nesse episódio do Gaia, vamos dar um passo atrás e ver como é possível saber o clima do passado. Esse episódio contou com a participação de Renata Nagai, da Universidade Federal do Paraná, e Natan Pereira, da Universidade do Estado da Bahia.
Este é o segundo episódio da série Gaia. A produção e edição é feita por Oscar Freitas Neto. O projeto é uma produção do podcast Oxigênio, do Labjor/Unicamp, e conta com a orientação de Simone Pallone.
Músicas:
Fast Talkin – Kevin MacLeod (YouTube Audio Library)
Our Only Lark – Blue Dot Sessions
Eggs and Powder - Blue Dot Sessions
Copley Beat - Blue Dot Sessions
Fender Bender – Blue Dot Sessions
Ferus Cur – Blue Dot Sessions
Imagem:
Alain Couette
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Oscar: Em 2001, o IPCC, o Painel da ONU sobre Mudança do Clima, lançou um relatório que trazia um gráfico que ficou conhecido como Taco de Hockey. O gráfico mostrava, com dados do hemisfério norte, a temperatura da superfície do planeta através dos anos. Começando do ano mil, o gráfico tinha uma tendência bem leve de resfriamento até que no século vinte a linha dispara para cima, como a ponta de um taco de hockey.
Oscar: Nesse episódio do Gaia, nós vamos dar um passo atrás e ver como é possível saber o clima do passado. E para isso...
Oscar: nós vamos para o mar.
Renata: Eu amo ir para o mar. Bom, eu sou oceanógrafa de formação. Então, sempre que tem uma oportunidade de ir para fazer coleta, né, eu sou a primeira pessoa a levantar a mão e falar eu quero ir.
Oscar: Essa é a Renata Nagai.
Renata: Eu falo isso para os meus alunos. Eu me sinto super completa quando estou no navio e eu olho para todos os lados e só vejo água. Aquela água com aquela cor que é um azul, um roxo, não sei, é uma coisa linda.
Oscar: Ela é professora na Universidade Federal do Paraná.
Renata: Eu coordeno um laboratório que chama Laboratório de Paleoceanografia e Paleoclimatologia. Então, a gente estuda o passado dos oceanos e tenta entender essas relações entre o oceano e o clima no passado, em diferentes escalas de tempo.
Renata: Para quem trabalha com paleoclima, a gente olha para o passado e tenta entender como o planeta estava quando a gente tinha, por exemplo, concentrações de CO2 na atmosfera similares com que a gente vai ter ou tem hoje. Será que oceano estava mais quente, será que o oceano estava mais ácido, como será que o oceano influenciava na chuva aqui na região da América do Sul.
Natan: A ciência começou a coletar dados de forma sistemática a partir dos anos 50, então é muito pouco tempo. Se você for construir milhares de anos, milhões de anos, é muito pouco tempo.
Oscar: Quem fala é o Natan Pereira
Natan: Sou biólogo de formação.
Oscar: Ele é professor da Universidade do Estado da Bahia.
Natan: E atualmente estou trabalhando com geoquímica de corais. Eu tento entender os sinais químicos que estão nesses organismos para entender um pouco do clima.
Oscar: Para reconstruir esse clima do passado, é preciso usar formas indiretas de fazer medições. É possível, por exemplo, procurar por documentos históricos que tenham dados do tipo, mas assim só é possível voltar no tempo até certo ponto. Para voltar muito mais é preciso dos arquivos naturais.
Natan: Então para isso a gente utiliza proxies geoquímicos, principalmente, que são evidências indiretas sobre as condições ambientais do passado que são registradas de forma ordenada e sequencial dentro de um determinado período ...Mon, 16 Nov 2020 - 20min - 418 - #107 – Escuta Clima ep1. – Ciência em busca de matrizes renováveis
Este é o primeiro episódio de uma série intitulada Escuta Clima, que vai trazer a cada novo programa um dos temas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Mudanças Climáticas. As pesquisas desenvolvidas no INCT estão distribuídas em seis subcomponentes: Segurança energética; Segurança hídrica; Segurança alimentar; Saúde; Desastres naturais, impactos sobre a infraestrutura física em áreas urbanas e de desenvolvimento urbano; Impactos nos ecossistemas brasileiros, tendo em vista as mudanças no uso da terra e da biodiversidade. Essas subcomponentes estão interligadas por três temas transversais: Economia e impactos em setores-chave; Modelagem do sistema terrestre e produção de cenários climáticos futuros para estudos de Vulnerabilidade-Impactos-Adaptação-Resiliência para Sustentabilidade e Comunicação, disseminação do conhecimento e educação para a sustentabilidade. Escuta Clima faz parte desse último tema transversal, sendo uma nova sessão da revista ClimaCom, e é reproduzido no Oxigênio.
A segurança energética é tratada nesse episódio inaugural, apresentando os impactos que já são observados no planeta, provocados pelas alterações climáticas causadas principalmente pela ação humana. Os cientistas entrevistados no episódio falam sobre suas pesquisas que buscam soluções na área de energia, que reduzam o impacto da produção de energia no clima.
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Camila Ramos - Mudanças climáticas. Esse tema ganhou a atenção de um novo público. Um público jovem, o que repercutiu muito na mídia mundial. Isso foi no ano passado, quando a adolescente sueca Greta Thumberg faltava das aulas nas sextas-feiras para protestar na frente do parlamento do seu país. Essa e outras ações da jovem viralizaram nas redes sociais e milhões de pessoas se engajaram no ativismo e foram pras ruas em manifestações no mundo inteiro.
[Transcrição do Discurso de Greta Thumberg]
How dare you!
You have stolen my dreams and my childhood with your empty words. And yet I'm one of the lucky ones. People are suffering. People are dying. Entire ecosystems are collapsing. We are in the beginning of a mass extinction, and all you can talk about is money and fairy tales of eternal economic growth.
Quem aí lembra desse discurso da Greta no encontro da Cúpula sobre Ações Climáticas da Organização das Nações Unidas? Aliás, a ONU junto com milhares de cientistas vêm se movimentando para diminuir os danos das mudanças climáticas há muitos anos. Mas afinal, o que são mudanças climáticas? O que ela impacta na minha e na sua vida?
Pra começar, diferente da previsão de tempo do dia ou da semana, que diz se vai chover mais ou menos, ou se a temperatura vai variar de vinte a trinta graus entre a madrugada e o pico da tarde. As mudanças climáticas são alterações sutis, que com o passar dos anos e décadas, causam grandes desequilíbrios no mundo todo. Ou seja, o aquecimento global que estamos vivendo hoje começou há mais ou menos 100 anos e tá fazendo com que as estações não sejam tão definidas, deixando os verões mais quentes e os invernos mais rigorosos, por exemplo.
Além de causar eventos climáticos mais extremos, como chuvas intensas e secas mais prolongadas e, até mesmo colocando animais e plantas em risco, quer dizer, aquele cafezinho que você tanto gosta ou aquele adocicado chocolate podem desaparecer em alguns anos. Ou ainda, milhares de pessoas estão perdendo suas casas, seus trabalhos e suas vidas porque o mar está fazendo suas ilhas e cidades litorâneas sumirem por completo do mapa!
Então, é por isso que temos que agir rápido!
Roberto Shaeffer - Em 2010, os estudos indicavam que a humanidade tinha cerca de 30 anos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa a metade. Hoje, a gente já sabe que temos apenas 10 anos, ou seja, entre 2020 e 2030 para reduzir as emissões de gases de efeito est...Fri, 06 Nov 2020 - 29min - 417 - #106 Série Corpo, episódio 7 – Doença comprida
Depois do derrame, a vida segue. Neste episódio, conversamos com Gilmar, que sofreu um AVC aos 41 anos, e tentamos entender um pouco de sua realidade a partir das reflexões de pesquisa da antropóloga Monique Batista, da fisioterapeuta Juliana Valente e do profissional de Educação Física Hélio Yoshida. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
Parte 1
SAMUEL RIBEIRO
Eu tinha uns 12 anos e lembro que eu tava sentado em um toco de madeira, na beira de uma lagoa...
SAMUEL
Do meu lado tava meu avô materno, o Mário. Eu já falei dele aqui no podcast. Um homem enorme, de mãos grandes, com um bigodão branco e penteado que lembrava um pouco aqueles bandidos de faroeste. A gente tava pescando com varinha de bambu, e eu lembro...
SAMUEL
Eu lembro de uma cena em que ele tentava colocar uma minhoca no anzol e não conseguia acertar de jeito nenhum. Alguma coisa caía da mão dele: ou o anzol, ou a minhoca, ou a vara inteira. Tentou, tentou, tentou, e aí cansou e jogou tudo no chão, com raiva, xingando furioso numa mistura de português com italiano que eu não consegui entender bem.
SAMUEL
Essa lembrança me marca muito, porque meu avô era esse homem forte, aventureiro, que tinha percorrido o Brasil inteiro de caminhão e pescado peixes enormes, mas que no final da vida tinha ido morar com a gente por causa dos derrames.
SAMUEL
Acidente vascular cerebral. AVC... Quando eu penso nisso, a primeira coisa que me vem na cabeça é o Mário e como a vida dele ficou diferente. É disso que a gente vai falar hoje.
SAMUEL
Eu sou Samuel Ribeiro, e este é o Corpo, podcast que fala de pessoas e de movimento. E a gente começa...
GILMAR MARQUES
... foi em 2016, em junho, dia 22 de junho, 2016.
SAMUEL
... a gente começa com o Gilmar.
GILMAR
Não senti nada assim. Um dia antes eu tinha trabalhado normal, que eu trabalhava com pavimentação asfáltica, sabe? Serviço bem quente mesmo.
GILMAR
Aí levantei normal, sabe, coloquei a roupa de serviço, andei um metro assim, deu aquela bambeada na perna. Aí falei, "acho que é cãibra né", já tinha cãibra antes. Aí levantei, andei mais uns 300 metros, aí deu outra bambeada na perna. Aí falei "tem alguma coisa errada né". Aí eu voltei pra casa. Quando eu abri a porta de casa, aí não consegui mais ficar de pé, entendeu...
SAMUEL
O Gilmar tinha 41 anos na época, e tava passando ali por um derrame, do tipo hemorrágico, que é quando um vaso sanguíneo se rompe no cérebro.
GILMAR
Aí comecei meio, tipo, delirar assim, aí já fui pro UPA, do UPA fui pra Santa Casa, e... e lá não alembro muita coisa, não alembro de quase nada, até hoje não consigo alembrar.
SAMUEL
Ele ficou vários dias hospitalizado, depois meses na cadeira de rodas, e por causa daquele dia tá até hoje com algumas sequelas que mudaram completamente a vida dele.
GILMAR
E nunca pensava que isso ia acontecer comigo, apesar do médico já ter avisado, que algo ia acontecer. Mas quando você tá no foco da bagunça, aí você nem imagina né. Vê acontecer com o vizinho, mas acha que não vai acontecer com a gente.
Parte 2
SAMUEL
O AVC é uma das principais causas de morte no mundo e só no Bra...Thu, 29 Oct 2020 - 25min - 416 - #105 – Temático: Idosos, asilos e uma pandemia
Os idosos enfrentam situações de discriminação. Por fazerem parte do grupo de risco da Covid-19, a condição de isolamento foi intensificada. Neste episódio, Roberta Bueno e Rafael Revadam falam sobre os cuidados que estão sendo tomados nas Instituições de Longa Permanência para Idosos, como são chamadas as casas de repouso e asilos, e sobre o que o governo brasileiro está fazendo para proteger essa população idosa asilada.
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ROTEIRO
ZULMA: Estou angustiada, né… triste. Uma coisa que nunca imaginei que passaria por isso. Muita coisa acontecendo e sem resultado, né… Não tem resultado. É isso que eu sinto. Estou triste, né? Muito triste. Porque eu tô longe, eu moro em Atibaia agora e a família trata por telefone, é a única coisa que eu tenho.
Roberta Bueno: Dona Zulma, de 93 anos, é hóspede de uma casa de repouso localizada em Atibaia, no interior de São Paulo. Ela é uma das 100 mil pessoas que vivem nas ILPIs, as Instituições de Longa Permanência para Idosos, como as casas de repouso e asilos são chamados atualmente.
Rafael Revadam: Fazendo parte do grupo de risco, os idosos estão enfrentando mais um cenário de discriminação, intensificado com a chegada do novo coronavírus. Com a pandemia, a população envelhecida encontrou mais uma situação de isolamento do resto da sociedade.
Roberta: No episódio de hoje, vamos falar da situação dos idosos na pandemia. Quais são os cuidados que estão sendo tomados nas ILPIs, e o que os políticos estão fazendo pela população idosa asilada. Eu sou Roberta Bueno.
Rafael: E eu sou Rafael Revadam. E este é o Oxigênio.
[Vinheta de abertura do podcast Oxigênio]
Roberta: De acordo com dados do IBGE, no Brasil existem cerca de 22 milhões de pessoas idosas, que são aquelas com idade maior ou igual a 65 anos. Isso corresponde a 10,5% da população.
Rafael: Já os idosos que vivem em ILPIs são, aproximadamente, 100 mil, segundo estimativa do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, sendo que 60 mil estão em instituições públicas e filantrópicas.
Roberta: Mas esses números tendem a aumentar nos próximos anos. É o que explica a psicóloga especialista em cuidados da população idosa, Regina Célia Celebrone.
Regina Celebrone: O idoso, ele sempre já esteve na margem. Porque a sociedade está começando a envelhecer agora. A sociedade brasileira, né? Vai ser um grande evento, o envelhecimento humano. Vai ser um grande advento. Vai triplicar o número de idosos até 2050. E o idoso já estava marginal, já tinha um olhar de escanteio na sociedade, porque ninguém quer saber que vai ficar velho. Porque velhice é sinônimo de morte, de coisa feia, de pelanca, daquilo que não é tão lindo, de um corpo que não é mais bonito de se ver, na sociedade do espetáculo que a gente vive hoje, dos corpos perfeitos. E aí ele sofre: você não pode sair, você não pode colocar os pés fora de casa, ou você é uma ameaça para a gente. Se sai na rua, as pessoas olham feio. E aí, eu faço uma pergunta: será que já não olhavam feio para o idoso? De ser uma ameaça como fim de vida.
Rafael: É nesse cenário de discriminação que as ILPIs se encontram. E com o novo coronavírus, o cuidado com o idoso ganhou uma nova realidade. Nós perguntamos para Nadja Cardoso, coordenadora da Casa de Repouso Nova Canaã, em Atibaia, como foi contar para os moradores da casa que eles deveriam se isolar.
Nadja Cardoso: O isolamento social foi comunicado aqui na casa dia 10 de março. A princípio, a reação de cada um deles foi assustador, sem entender, na verdade. Mas o que que eu fiz? Eu fiz uma reunião aqui na casa, falando o que realmente estava acontecendo. Eles ficaram assustados, sim, afinal, quem não ficaria, né? Eles têm acesso à televisão, tem hóspedes que têm tablets e celulares... Então, eles têm acesso a informações. Mas,Fri, 23 Oct 2020 - 24min - 415 - #104 – Temático: Cientistas e filhos em tempos pandêmicos
Neste #DiadoPodcast, o Oxigênio traz um novo episódio, que trata da nova rotina que mulheres, que além de cientistas são mães, tiveram que adotar no período de isolamento social por causa da Covid-19. Para tratar do tema, recorremos às cientistas que atuam nos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp, que são ligados à Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa, a Cocen. O aumento da carga de atividades com os filhos e tarefas de casa têm afetado a produção científica dessas mulheres. Embora homens com filhos também manifestem um impacto negativo para suas carreiras neste momento, o que estudos na área de gênero indicam é que as mulheres são as mais sobrecarregadas. As entrevistadas foram as pesquisadoras Alline Tribst, Ana Carolina Maciel, Germana Barata e Priscila Coltri; a professora Guita Debert e os pesquisadores Leonardo Abdala Elias e Manuel Falleiros.
O episódio foi produzido pela Bianca Bosso e pela Beatriz Oretti, com a supervisão de Simone Pallone e Ana Carolina Maciel. A edição foi de Octávio Augusto, da Rádio Unicamp e de Gustavo Campos, do Labjor.
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Roteiro
PRISCILA: Eu fechei a porta aqui e tô num quarto, espero que nenhuma criança atrapalhe e que dê tudo certo.
BIANCA: A paralisação das atividades acadêmicas e escolares presenciais, determinada em virtude da pandemia de covid-19 impôs uma nova rotina às pesquisadoras que são mães.
BEATRIZ: Se antes era possível separar temporal e espacialmente os afazeres profissionais e o cuidado com a casa e os filhos, hoje essas tarefas se misturaram.
BIANCA: Nessa nova realidade, o espaço do trabalho dos pais se mescla com a escola e o lugar de recreação dos filhos / e ao mesmo tempo se tenta dividir o dia para a realização de mil tarefas. O resultado é uma diminuição na produtividade acadêmica, que já foi relatada em estudos realizados durante a pandemia.
BEATRIZ: O Movimento Parent in Science, que trata das consequências da chegada dos filhos na carreira científica de mulheres e homens, fez um levantamento nos meses de abril e maio, pra ver o impacto do isolamento social por causa da Covid. O levantamento revelou que as mães são as principais afetadas. Enquanto sessenta e cinco por cento dos pais entrevistados conseguiram submeter artigos científicos como planejado, esse número caiu para quarenta e sete por cento das mães. Vamos deixar o link para a pesquisa no site.
BIANCA: Eu sou Bianca Bosso, bióloga e divulgadora de ciências
BEATRIZ: Eu sou Beatriz Oretti estudante de jornalismo, e esse é o episódio número 104 do podcast Oxigênio.
Vinheta do Oxigênio
BIANCA: Para analisar o efeito do isolamento social entre pais e mães acadêmicos, realizamos um levantamento de dados com pesquisadores da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da Unicamp, a Cocen.
BEATRIZ: Ao todo, obtivemos vinte e oito respostas e pudemos perceber algo em comum entre os entrevistados.
BIANCA: Agora, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão, as mães pesquisadoras têm de lidar ao mesmo tempo com as demandas do lar e das crianças.
BEATRIZ: A Priscila Coltri, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o CEPAGRI, conta um pouco sobre os desafios de conciliar a criação dos dois filhos, de quatro e seis anos, com o trabalho acadêmico em home office e os serviços domésticos.
PRISCILA: O que é mais difícil é isso, é ter que fazer tudo ao mesmo tempo. A minha funcionária que limpava a casa e fazia almoço e janta estava grávida, então ela teve que ser afastada porque era do grupo de risco. A moça que olhava as crianças à tarde também não foi mais. Então eu fiquei sem nenhum suporte pra casa.Wed, 21 Oct 2020 - 29min - 414 - #103 – Gaia episódio 1 – Papel ou Secador Elétrico?
É comum encontrar os secadores elétricos nos banheiros por aí, mas será que ele é melhor ambientalmente do que as toalhas de papel? Em 2019, a FGV substituiu as toalhas de papel por secadores elétricos o que fez algumas pessoas levantarem essa questão. A equipe de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV se prontificou a realizar um pequeno estudo que ajuda a responder à questão. Esse episódio contou com a participação de Juliana Picoli e Ricardo Dinato, especialistas em ACV.
Este é o primeiro episódio da série Gaia, uma produção do podcast Oxigênio, do Labjor/Unicamp. A produção é feita por Oscar Freitas Neto. O projeto conta com a orientação de Simone Pallone.
Músicas:
Fast Talkin – Kevin MacLeod (YouTube Audio Library)
Desmontes – Blue Dot Sessions
Lupi - Blue Dot Sessions
Pink - Blue Dot Sessions
Fender Bender – Blue Dot Sessions
Ferus Cur – Blue Dot Sessions
Imagem:
RudsonVieiraC
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OSCAR: Eu sempre ia para o trabalho de ônibus. Trabalho no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV que fica na avenida Nove de Julho em São Paulo. E a primeira coisa que fazia quando chegava era lavar a mão para tirar aquela sensação de mão suja. E que bom sempre tive esse costume. Um dia no ano passado,
BARULHO DE PORTA E MÃOS LAVANDO
OSCAR: eu cheguei, lavei as mãos e não encontrei o papel para enxugar.
BARULHO DE SECADOR
RICARDO: O papel toalha não estava mais lá... tinham colocado ali os secadores de ar
OSCAR: Esse é o Ricardo Dinato, especialista em Avaliação de Ciclo de Vida.
RICARDO: Começou ali a discussão, porque eu acho que muitas pessoas não gostam do secador a ar, preferem as folhas de papel. E aí veio, pô, será que ele pelo menos é melhor do ponto de vista ambiental? Umas duas, três pessoas perguntaram, comentaram. A gente falou não sei, tem alguns estudos, mas cada um fala uma coisa, depende muito das premissas. A gente falou, vamos fazer, vamos ver o que dá.
OSCAR: Eles resolveram fazer um pequeno estudo usando a Avaliação de Ciclo de Vida, também conhecida como ACV
JULIANA: É uma técnica para estimar os impactos ambientais de um determinado produto ou serviço olhando para todo o ciclo de vida desse produto ou serviço
OSCAR: Essa é a Juliana Picoli. Ela fez a revisão do estudo
JULIANA: Ela considera, então, todo o ciclo de vida desde a primeira interação da natureza que esse produto teve que passar até o seu descarte no fim de vida desse produto, né?
OSCAR: Então o estudo tem que considerar cada pequeno caminho, cada a cadeia que interage com esse produto. Pegando por exemplo o papel
MÚSICA
OSCAR: Tem que considerar
RICARDO: Desde o viveiro ali que faz as mudas
OSCAR: Na fase de plantação, a fabricação de cada insumo, cada fertilizante e defensivos agrícolas.
RICARDO: Aplicação desses produtos.
OSCAR: Que também emitem algumas substâncias.
RICARDO: E depois que elas chegarem num tamanho adequado, ela vai ser cortada. Vai para a indústria. Onde ela vai ser processada e se transformar primeiro em celulose, depois em papel.
OSCAR: Tem ainda a embalagem, o transporte de caminhão para um centro de distribuição, para um mercado e para a FGV onde ele é usado.
RICARDO: Mas não termina o ciclo de vida dele ainda. Porque a gente joga ele no lixo e esse lixo vai ser recolhido e vai ser transportado para um aterro sanitário onde ele vai passar alguns anos se decompondo. E só quando terminar a decomposição desse papel, aí sim termina o ciclo de vida desse papel.
FIM DA MÚSICA
OSCAR: É muita coisa para considerar, né?
Thu, 08 Oct 2020 - 19min - 413 - #102 – Temático: A física criativa de Dark
Este programa explora a construção dos conceitos científicos que são apresentados em Dark, uma aclamada série alemã de ficção, suspense e drama que está disponível no canal de filmes via streaming Netflix. Dark é muito conhecida pelo alto grau de complexidade do seu roteiro, que traz diversos elementos da física. Mas o que será que realmente é ciência por trás da série? Como é que os autores conseguem escrever uma história que envolve conceitos difíceis ligados de forma tão complexa? Quem vai ajudar as jornalistas Caroline Maia e Mariana Hafiz a responder essas perguntas, fazendo uma imersão ao universo de Dark são o físico Willian Abreu e o escritor de ficção científica Fábio Fernandes. E aqui você tem o roteiro completo para acompanhar o programa. Seja bem vindo à física criativa de Dark, o episódio 102 do podcast Oxigênio.
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Willian: A própria série continuamente faz referências a artigos científicos, como por exemplo os artigos de F. Englert e R. Brout, de 1964 e do próprio Higgs, fazendo uma associação, uma menção rápida ao bóson de Higgs
Fábio: O roteiro é fundamental, porque como viagem no tempo é uma coisa que não existe, a gente pode brincar com teorias
Willian: Para que o bóson de Higgs fosse evidenciado, foi necessário a construção de um enorme acelerador de partículas na Europa, chamado LHC. Enfim, fica claro que não é possível que uma usina nuclear possa gerar isso.
Fábio: Na ficção, o importante é o que Rolland Barthes chamava de "efeito de real": tem que provocar na pessoa - no leitor ou no espectador - a sensação de que aquilo ali é real ou poderia ser real
Willian: É realmente uma liberdade 100% artística e que não tem nenhuma relação com o que é de fato representado no universo.
Fábio: Usar só o artifício de botar a história no futuro não basta, tem que saber escrever a história mesmo. Saber como escrever a narrativa. E aí é uma coisa que não é ficção científica, é da literatura ou do roteiro.
Caroline: Dark é a primeira série original alemã da Netflix, de drama, suspense e ficção científica. Ela foi eleita a melhor série da Netflix, superando as famosas Stranger Things e Black Mirror. Com 3 temporadas, a série é reconhecida pelo enredo sombrio e super complicado que envolve viagem no tempo. A primeira temporada estreou em dezembro de 2017 e a terceira e última saiu mais cedo esse ano, em julho de 2020.
Mariana: Por envolver viagem no tempo, a série faz várias menções a temas científicos de física. Inclusive o primeiro episódio já começa com uma fala de Albert Einstein sobre o significado de tempo. Mais especificamente, Dark aborda muitos conceitos de fissão nuclear, por conta de uma usina nuclear, que é central no enredo.
Caroline: Buracos negros, Ponte de Einstein-Rosen, O paradoxo de Bootstrap, Boson de Higgs...esses são alguns dos elementos da física que a série explora. Mas será que ‘essa ciência’ que a série mostra é real? As coisas que acontecem lá poderiam mesmo acontecer na realidade? E com essa complexidade toda envolvendo física e ficção científica, como é que os roteiristas constroem histórias como Dark?
Mariana: Pra responder essas perguntas, entender melhor a física por trás de Dark e a construção do roteiro de séries como essa, o Oxigênio de hoje mergulha no universo dessa já premiada série. Eu sou a Mariana Hafiz.
Caroline: E eu sou a Caroline Maia. E começa agora o episódio 102, A física criativa de DARK.
Mariana: Em primeiro lugar, para construir um enredo complexo como o de Dark, o escritor de ficção científica precisa de muita imaginação. Como explica Fábio Fernandes, escritor do gênero, para escrever uma história assim o trabalho é semelhante ao de alguém que escreve uma ficção utilizando elementos históricos, só que com mais criatividade.Thu, 24 Sep 2020 - 30min - 412 - #101 Série Corpo, episódio 6 – Quebra-cabeças
Na insuficiência cardíaca e na realização das pesquisas, quando a coisa não vai bem é preciso reorganizar as peças. Em “Quebra-cabeças”, conversamos sobre o papel do exercício na reabilitação cardíaca e sobre os desarranjos trazidos pela pandemia no cotidiano de quem estuda o corpo. Participaram do episódio a professora Lígia de Moraes Antunes Correa e o aluno de mestrado Erick Lucena, ambos da Faculdade de Educação Física da Unicamp. A série Corpo faz parte do projeto “Histórias para pensar o corpo na ciência”, que é financiado pela FAPESP (2019/18823-0) e coordenado pelo professor Bruno Rodrigues (FEF/Unicamp).
SAMUEL RIBEIRO: Olá. Esse é o sexto episódio da série Corpo... Quando eu comecei a produzir o podcast a minha ideia era sair por aí com o gravador na mão pra registrar as cenas das histórias, mas eu nem imaginava que tudo isso ia mudar por causa de uma pandemia.
A gente teve que se reinventar. E aqui na educação física, onde muita pesquisa depende desse encontro entre as pessoas, do suor, do movimento, da conversa... teve um tanto de gente que também precisou mudar totalmente os planos pra 2020.
Eu sou Samuel Ribeiro, e esse episódio vai ser um pouco diferente dos outros... A gente começa com a Lígia.
LÍGIA DE MORAES ANTUNES CORREA: Bom, é... meu nome é Lígia, Lígia de Moraes Antunes Correa, sou docente do Departamento de... [RISOS] calma aí, vou começar de novo! Que horror, nunca fiz isso! Vamos lá!
SAMUEL: Eu conheci a Lígia faz pouco tempo, nos corredores da Faculdade de Educação Física da Unicamp. Ela trabalha na área de reabilitação cardíaca e é professora do Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada desde o ano passado.
LÍGIA: ... sou mãe de duas crianças... e sou uma pesquisadora que tento conciliar tudo isso junto nesse momento atual, e buscar aí, entender um pouquinho de como o exercício físico pode contribuir pra... pra nossa saúde, em especial pra saúde cardiovascular.
SAMUEL: Uma coisa engraçada na história da Lígia é que apesar dela ser bem da área de fisiologia do exercício, eu e ela temos uma orientadora em comum na nossa história, que é a professora Carmen Lucia Soares.
SAMUEL: A Carminha, que me orientou na iniciação científica, trabalha com história da educação física e do esporte, nada a ver com reabilitação cardíaca. A Lígia fez TCC com ela lá na graduação, e me explicou que esse passeio faz todo o sentido pra área que ela atua.
LÍGIA: E eu acho que a área da saúde é uma área que ela não tem como se separar das áreas das humanidades, a gente tá trabalhando com pessoas né. Então eu sou daquelas que acha que tudo contribui pra gente ter uma formação mais completa e mais humana, porque eu não posso pensar que eu vou por exemplo prescrever um exercício pra um paciente, e que isso aí unicamente vai ter um efeito biológico pra ele, né? Tem outros efeitos que estão envolvidos.
SAMUEL: Depois que se formou ela foi pro mercado de trabalho, atuou em escola, em academia... mas nesse meio tempo tinha ainda aquela vontade de trabalhar com pesquisa.
LÍGIA: Eu era apaixonada pela fisiologia cardiovascular, tinha assim, nossa, sabe aquela aula que brilha o seu olho, quando cê tá vendo aquele material, estudando...
LÍGIA: ... o meu foco, o que eu queria trabalhar, era com reabilitação cardíaca. Eu sou daquele time que não queria trabalhar com exercício pra efeitos estéticos e nem pra performance, nunca foi muito a minha área, então eu queria muito fazer reabilitação cardíaca.
SAMUEL: Aí conversando com as pessoas, disseram assim pra ela:
LÍGIA: ... "olha, o melhor lugar que você tem pra trabalhar com pesquisa nessa área é o Incor".
SAMUEL: ... que é o Instituto do Coração lá na USP, no Hospital das Clínicas. Lá a Lígia fez estágio de pesquisa, doutorado e pós-doutorado, e entrou de cabeça no assunto da insuficiência cardíaca...
SAMUEL: ... que é uma doença que atinge muita gente,Thu, 03 Sep 2020 - 37min
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