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- 3378 - Por que é que os norte-americanos querem viver em Portugal?
Chegam pelo sol, pela qualidade de vida e por uma perspectiva de futuro sorridente a investidores aventureiros. Chamam-lhe a "Califórnia da Europa" e são cada vez mais os que atravessam o Atlântico para fazer de Portugal casa. Donald Trump venceu as presenciais dos Estados Unidos da América e o número de pesquisas no Google com a frase "Mudar para Portugal" aumentou de imediato.
Quem parece estar mais interessado nesta mudança são os habitantes dos Estados do Colorado, Oregon e Washington, onde Kamala Harris foi a candidata vencedora. O que os norte-americanos procuram em Portugal é a qualidade de vida, segurança e tranquilidade. Escolha as principais cidades, as suas periferias mais qualificadas, e zonas turísticas como o Algarve ou a Madeira. No primeiro semestre deste ano, Portugal recebeu mais de um milhão de turistas daquele país, o que representa o acréscimo de 15% face a 2023.
Segundo o relatório de migração em exílio do ano passado, residem cá mais de 14 mil cidadãos dos Estados Unidos. A vitória de Trump pode ter efeitos no sector imobiliário português? Alfredo Valente, director-geral da iad Portugal, uma imobiliária com actividade nos Estados Unidos, ajuda-nos a perceber porque é que os norte-americanos procuram Portugal como local alternativo para viver.
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Thu, 21 Nov 2024 - 3377 - O paraíso fiscal dos super-ricos voltou a ser questionado
O Brasil conseguiu introduzir a taxação dos super-ricos na declaração final da cimeira do G20 que acabou esta terça-feira no Rio de Janeiro. O Governo de Lula da Silva não teve força para convencer os parceiros do clube para lhes impor uma taxa de 2% sobre as suas riquezas, o que poderia gerar uma receita anual de 230 mil milhões de euros para o combate da pobreza ou os efeitos da crise climática.
Os Estados Unidos colocaram reservas à iniciativa. Javier Milei, o presidente ultraliberal da Argentina estava radicalmente contra. Na declaração final, o máximo que se conseguiu foi uma declaração lacónica e vaga: "Com total respeito à soberania tributária, procuraremos envolver-nos cooperativamente para garantir que indivíduos de património líquido elevado sejam efectivamente tributados", diz o texto final.
O que significa esta declaração está por saber. Sabe-se sim que a proposta do Brasil tem o poder de acelerar um debate que dura há anos: como viver num mundo em que a pobreza persiste, em que os rendimentos das classes médias dos países desenvolvidos estão em queda, ao mesmo tempo que existem cerca de 3000 pessoas controlam um património estimado em mais de 14 biliões de dólares? Ou seja, a soma das riquezas do Japão, da Alemanha, da Índia e do Reino Unido.
Que importância tem, por isso, a declaração final do G20 do Rio de Janeiro? Até onde pode ir esta tentativa de aumentar os impostos sobre os mais ricos como forma de reduzir os índices de desigualdade nos países desenvolvidos?
Para nos falar sobre estas questões, convidámos Francisco Louçã. Doutorado em Economia, com uma longa carreira política na área da esquerda, as suas posições sobre este tema são há muito conhecidas.
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Wed, 20 Nov 2024 - 3376 - A guerra na Ucrânia está cada vez mais perigosa
Poucas horas depois de se saber que a administração Biden autorizara o uso de mísseis de médio alcance conhecidos como ATACMS em território da Rússia, o porta-voz do Kremlin veio esclarecer as consequências. Os Estados Unidos, disse, estão a regar o fogo com gasolina.
É inevitável que aconteça uma escalada de tensões em torno do conflito. Como o presidente Putin já havia referido, ataques com essas armas serão atribuídos aos países que as fornecem. Depois do envolvimento de mais de 10 mil soldados norte-coreanos na frente de Kursk, ocupada pelos ucranianos desde Agosto, Joe Biden já não associa o uso dos ATACMS ao perigo de uma Terceira Guerra Mundial. Mas, ninguém duvida, a guerra na Ucrânia ficou muito mais perigosa.
Para percebermos melhor o significado destas mudanças, o P24 convidou para este episódio António Paulo Duarte, doutorado em História Institucional e Política Contemporânea, professor auxiliar da Academia Militar e especialista em matérias de Defesa.
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Tue, 19 Nov 2024 - 3375 - Covid-19 cinco anos depois: o que correu bem e o que podia ter corrido melhor?
No dia 21 de Janeiro de 2021, o primeiro-ministro António Costa anunciava o confinamento geral do país. A covid-19 estava a atingir proporções alarmantes. Tinha passado um ano depois dos primeiros sinais de alerta. Onde iria o país, e o mundo, parar com a nova ameaça?
No dia 17 de Dezembro de 2019, um homem de 55 anos foi diagnosticado na província de Wuhan, na China. Durante o primeiro mês, foram registados em média cinco novos casos por dia. Em Dezembro, o primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado em França. A 18 de Janeiro, tinha chegado aos Estados Unidos. Em Março, Portugal assistia a um aumento exponencial de casos e o país entrou em confinamento.
Cinco anos depois, a OMS calcula que tenham acontecido 777 milhões de infecções em todo o mundo, sendo registados pelo menos 7,7 milhões de mortos. Recordar a covid, como hoje o PÚBLICO faz nas suas edições digital e impressa, é como que regressar a um pesadelo. É voltar ao medo colectivo face a uma doença nova de consequências imprevisíveis. É recordar as semanas em que milhões de portugueses tiveram de se isolar nas suas casas.
O que aprendemos nestes cinco anos? Estamos mais preparados para uma nova pandemia? Será que faz sentido dizer que a covid-19 deixou de ser em definitivo uma ameaça e se transformou em mais uma doença comum, como a gripe? Neste P24, ouvimos Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
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Mon, 18 Nov 2024 - 3374 - Moçambique saiu à rua com o sentimento anti-Frelimo
Já morreram dezenas de pessoas em Moçambique, desde o começo da contestação após os indícios de fraude nas últimas eleições. Esta segunda vaga de protestos, convocada pelo candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, teve mais consequências desta vez nas províncias de Zambézia e de Nampula, onde um posto administrativo foi incendiado em retaliação pela morte de manifestantes. Por outro lado, os protestos terão descido de intensidade em Maputo por cansaço de quem protesta e por necessidade de quem precisa de se sustentar.
A população ficou com que órfã de um Messias e precisa de esperança e de alguém com discurso, diz João Feijó. Este sociólogo e investigador moçambicano considera que a geografia eleitoral mudou em torno de um sentimento anti-Frelimo. Neste episódio, João Feijó observa que a Frelimo vive numa realidade paralela. Qual é a solução? Ninguém sabe.
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Fri, 15 Nov 2024 - 3373 - O que é que nos dizem as escolhas de Trump?
Donald Trump regressou, ontem, à Casa Branca, a convite do Presidente Joe Biden, para acertar os pormenores da transferência de poder nos EUA. Há quatro anos, este encontro não teve lugar, porque Trump recusou-se a aceitar os resultados eleitorais e não assistiu à tomada de possa do seu sucessor.
Elon Musk, que acompanhou Trump nesta viagem a Washington, vai ter um lugar de destaque na nova administração. O multimilionário e Vivek Ramaswamy, dois dos apoiantes mais ricos do novo presidente, vão liderar o futuro Departamento de Eficiência Governamental.
Musk participou na maior parte das escolhas de Trump e, dizia ontem o The New York Times, está a tentar instalar os seus amigos de Silicon Valley em lugares de destaque nas instituições federais.
O que é que se pode concluir das escolhas anunciadas para os lugares-chave da administração? O perfil dos membros deste segundo mandato será muito diferente daquele que foi o perfil na primeira passagem de Trump pela sala oval? Tudo indica que sim.
Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Portucalense, ajuda-nos a perceber as escolhas para a nova administração Trump.
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Thu, 14 Nov 2024 - 3372 - Até quando irá aguentar a ministra da Saúde?
Ana Paula Martins esteve ontem no parlamento para assumir a "total responsabilidade pelo que correu menos bem" no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O que era para ser uma discussão sobre a proposta de Orçamento do Estado da Saúde de 2025, acabou por ser um exame ao papel de Ana Paula Martins no caso do INEM.
A greve às horas extraordinárias expôs a grande falta de recursos humanos nesta área. Há, pelo menos, uma dezena de casos de doentes, cujas mortes estarão, alegadamente, relacionadas com os atrasos no atendimento das chamadas.
O PS e o Chega, a Federação Nacional dos Médicos o Sindicato dos Médicos Dentistas, pediram a demissão de Ana Paula Martins, que está cada vez mais sob pressão.
Após a audição, a ministra visitou o instituto de emergência médica, onde afirmou que dedicava 70% do seu tempo a resolver problemas do INEM.
Neste episódio, Francisco Goiana da Silva, médico, professor universitário e ex-membro da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde analisa a audição parlamentar da ministra e comenta estes últimos casos.
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Wed, 13 Nov 2024 - 3371 - A Web Summit como espelho do empreendedorismo dos portugueses
Provavelmente, nunca ouviu falar da Connected, uma startup do Porto que angariou dois milhões de euros para desenvolver a sua tecnologia de internet das coisas aplicada a modelos financeiros. Nem da Ethiack, de Coimbra, que identifica vulnerabilidades de cibersegurança usando hackers éticos. Nem da Glooma, que desenvolveu uma aplicação para ajudar no rastreio e acompanhamento do cancro da mama. Nem sequer da Anchorage Digital, uma startup portuguesa avaliada nos Estados Unidos em mais de três mil milhões de euros.
Quando se fala de Web Summit, tende-se a pensar num festival de empresas e empresários estratosféricos sem ligação à terra. De um outro planeta onde o trabalho e o investimento não parecem fazer grande sentido. Mas é bom que esses conceitos se alterem. As startups e a religião sagrada do empreendedorismo, como em tempos foi designada em tom de crítica, apontam para o futuro da economia portuguesa. Por cá há umas quatro mil empresas, de Lisboa a Bragança. Feitas por jovens ousados e financiadas por gestores de risco. Muitas morrem no caminho. Outras chegam ao estatuto de unicórnio, quando valem mais de mil milhões de dólares. Portugal tem seis unicórnios gerados pelo talento nacional. Mais do que a Espanha, mais do que a Itália.
Entre o dia de ontem e quarta-feira, umas 125 dessas empresas estarão na Web Summit ao lado de muitas outras de todas as geografias. Por lá estarão também investidores. A Web Summit não gera talento nem capital, mas serve de montra para um país que precisa de vencer a armadilha do rendimento médio. É uma ferramenta, que se junta aos apoios do estado e a um ecossistema que coloca Lisboa, o Porto ou Braga numa rede internacional voltada para o futuro. Será que, neste Campeonato, Portugal já está ao lado dos melhores? O que falta fazer para que a nova geração mais qualificada de sempre brilhe ainda mais?
Neste episódio, temos entre nós Ricardo Luz, fundador da Gestluz, entretanto vendida ao grupo báltico Civitta. A Gestluz é uma consultora especializada com uma longa experiência em projectos de criação e de escalação de startups em Portugal. Ricardo Luz é o seu líder em Portugal.
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Tue, 12 Nov 2024 - 3370 - COP29: a saída dos EUA do Acordo de Paris é um drama para o planeta?
A COP29, que começa hoje, em Baku, no Azerbeijão, tem alguns objectivos cruciais para o nosso futuro: o apoio financeiro à acção climática global, a criação de planos nacionais de adaptação climática até 2025 ou a redução de emissões até 2030.
A Conferência das Nações Unidas ocorre após o desastre de Valência, em Espanha, que significa que fenómenos como este não acontecem apenas nos países em desenvolvimento. Portugal, por exemplo, tem mais de 60 áreas com risco significativo de inundação.
E ocorre, também, após a eleição de Donald Trump. O futuro presidente dos EUA não acredita no “aquecimento global”. Neste segundo mandato, a indústria dos combustíveis fósseis terá um incentivo. É o famoso “Drill, baby drill”, as declarações do som de abertura deste episódio.
A crise climática afecta a biodiversidade e a saúde global, a inacção climática é uma ameaça crescente, a saída dos EUA do Acordo de Paris é preocupante, porque o seu exemplo pode ser seguido por outros países.
Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero e professor na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, destaca, neste P24 a necessidade de um novo objectivo global para apoiar a acção climática e fala das suas expectativas para esta conferência na qual irá participar.
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Mon, 11 Nov 2024 - 3369 - INEM: A história de uma negligência que já causou sete mortes
Após notícias que davam conta de sete mortes em contexto de atrasos no atendimento de chamadas de emergência médica, a ministra da Saúde anunciou que se ia reunir esta quinta-feira com os dirigentes do STEPH, que decretou uma greve às horas extraordinárias, que começou na quarta-feira da semana passada e não tinha data para terminar. Foi a primeira reunião com o Governo desde que a greve foi convocada, em Outubro, e a primeira com a ministra, já que a única que existiu, em Junho, foi com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé.
Numa profissão com elevado nível de stress, que implica trabalhar fins-de-semana, feriados e até festividades como o Natal, o salário bruto dos técnicos de emergência começa nos 922 euros. A progressão para o nível remuneratório seguinte, em que se recebe mais 50 euros, demora entre dez e 13 anos, segundo o sindicato. Isto está relacionado com a forma como a carreira está organizada, já que só possui três categorias: coordenador-geral, coordenador operacional e técnico de emergência pré-hospitalar.
Neste P24, ouvimos Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Tripulantes de Emergência pré-hospitalar, que decretou (e entretanto já suspendeu) a greve às horas extraordinárias.
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Fri, 08 Nov 2024 - 3368 - Trump sobreviveu e voltou para ajustar contas
A vitória de Donald Trump foi mais fácil do que se esperava. A economia foi o tema decisivo nesta campanha, mais ainda do que a imigração. Os eleitores confiaram no republicano, para resolver os problemas de habitação, segurança e custo de vida.
Trump conseguiu ter ao seu lado o homem mais rico do mundo, conquistar as classes sociais mais desfavorecidas e o voto masculino entre os latinos e afro-americanos.
O republicano sobreviveu a uma condenação criminal, à suspeita de conspirar para anular as últimas eleições, a uma tentativa de homicídio e à substituição sem precedentes do seu adversário na corrida eleitoral.
Com a vitória no Senado, uma eventual conquista da Câmara dos Representantes, e o controlo do Supremo Tribunal, é provável que o futuro presidente se sinta impune e que a acusação do Departamento de Justiça por subversão eleitoral, em 2020, seja retirada e arquivada.
A sua eleição vai encorajar as autocracias e a sua política interna terá um impacto considerável nas guerras da Ucrânia e do Médio Oriente? Como serão as relações com a China e com União Europeia?
Neste episódio, Diana Soller, investigadora do IPRI-NOVA, analisa os resultados destas presidenciais. Que América será esta?
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Thu, 07 Nov 2024 - 3367 - É a economia, estúpido! Trump é o provável vencedor das eleições nos EUA
À hora a que gravamos este episódio, 6h00, Donald Trump tinha vencido os Estados da Carolina do Norte e da Geórgia e era o mais provável vencedor das eleições presidenciais nos EUA.
Kamala Harris precisava de vencer em Estados como Pensilvânia, Michigan ou Wisconsin, mas Trump seguia com vantagem em todos eles.
É verdade que faltam contar os votos de algumas das grandes cidades, e ainda muitos votos por correspondência, mas Trump está mais perto da Casa Branca do que Harris. Isso parece mais do que certo.
Para este resultado terá sido importante o voto masculino, numas eleições marcadas por diferenças de género, com os eleitores latinos e negros a preferirem eleger Donald Trump.
Para além da presidência, os republicanos podem garantir a maioria no senado e no congresso, o que permite maior liberdade a Trump para pôr em prática as suas medidas mais controversas, nomeadamente um processo de deportações.
Neste episódio, Pedro Guerreiro, jornalista do PÚBLICO nos EUA, faz uma primeira análise dos resultados e diz que Trump foi eficaz, embora de forma simplista e desonesta, na abordagem do tema da Economia, que foi mais importante nestas eleições do que temas como o aborto ou a imigração.
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Wed, 06 Nov 2024 - 3366 - Quem vai ganhar as eleições nos EUA?
E assim chegámos ao dia das eleições norte-americanas. Donald Trump e Kamala Harris concorrem pelo lugar mais poderoso do mundo: ser presidente dos Estados Unidos da América.
Neste episódio especial do Fogo e Fúria, fazemos as apostas finais quando estamos a poucas horas de conhecer o vencedor destas eleições.
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Tue, 05 Nov 2024 - 3365 - O que falhou na resposta às cheias em Valência?
Cinco dias depois das cheias que fizeram mais de duas centenas de mortos na região de Valência, a comunidade de Paiporta, uma das regiões mais afectadas, recebeu os reis de Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sanchez e o presidente da Comunidade Valenciana com insultos, arremesso de lama e outros objectos.
Além de falhas na prevenção, habitantes da localidade queixam-se de atrasos e falta de coordenação na resposta à crise. Se não fossem os milhares de voluntários que se organizaram para ajudar a região, os resultados teriam sido ainda mais catastróficos.
O que podemos, então, aprender com a forma como Espanha está a lidar com esta crise? Há o risco de vivermos algo semelhante em Portugal?
Neste P24, ouvimos Maria José Roxo, professora catedrática de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa.
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Tue, 05 Nov 2024 - 3364 - Trump seria capaz de repetir a tomada do Capitólio?
A probabilidade de Donald Trump não aceitar os resultados eleitorais das eleições presidenciais nos EUA é real. Uma maioria no Congresso poderia levar os republicanos a recusarem-se a certificar os resultados num estados ganhos pelos democratas, o que permitiria atribuir a vitória a Trump. Será Trump capaz de instigar uma nova tomada do Capitólio?
Que país será este depois das eleições presidenciais de amanhã? Quem as vencer será presidente dos Estados Desunidos da América, escreveu Rita Figueiras no seu último artigo no PÚBLICO.
Investigadora na área da Comunicação Política e professora na Universidade Católica, Rita Figueiras considera que estas eleições ficam marcadas pelas novas estratégias de comunicação, voltadas para nichos do eleitorado.
Os podcasts, por exemplo, são um dos meios mais eficazes de chegar a grupos específicos. No som de abertura deste P24, escutamos o início do podcast de Joe Rogan, Donald Trump escolheu-o por causa do eleitorado masculino, e o podcast Call Her Daddy, Kamala Harris escolheu-o para atingir o eleitorado feminino mais jovem.
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Mon, 04 Nov 2024 - 3363 - Dia Mundial da Poupança: Os portugueses continuam a poupar pouco
Os portugueses poupam mais, mas ainda poupam pouco. Basta comparar as taxas de poupança entre nós com as que se registam na Europa. Por cá, aforram-se 9,8 euros por queda 100 euros de rendimento disponível. Lá fora esse valor sobra para mais de 15 euros. Quer isto dizer que somos país de esbanjadores? Ou será que os salários são tão baixos que nos impedem de desviar parte dos rendimentos para o aforro? Ou será ainda que Portugal as taxas de juro, os certificados aforro ou o investimento na bolsa oferecem tão poucas contrapartidas que o melhor mesmo é gastar o que se tem? Hoje é Dia Mundial da Poupança e o simples facto de haver dia assim justifica que se reflicta sobre a importância de poupar.
Neste P24, ouvimos Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Protecção Financeira da DECO, a associação de defesa do consumidor.
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Thu, 31 Oct 2024 - 3362 - Porque é que os donos dos jornais nos EUA têm medo de Trump?
Os conselhos editoriais do The Washington Post e Los Angeles Times estavam preparados para apoiar a candidata democrata à Casa Branca. Mas a duas semanas das presidenciais nos EUA, os proprietários dos dois jornais consideraram preferível optar pela neutralidade e não tomar posição a favor de nenhum dos candidatos.
O facto de não o fazerem contraria a tradição e levanta outras questões.
Será que Jeff Bezos, o homem da Amazon, proprietário do The Washington Post, e Patrick Soon-Shiong, um multimilionário nascido na África do Sul e dono do Los Angeles Times, temem represálias caso Donald Trump seja eleito?
A decisão de Jezz Bezos teve um custo imediato. Mais de 200 mil pessoas suspenderam as assinaturas do jornal entre o fim-de-semana e a tarde de segunda-feira e vários colunistas e jornalistas demitiram-se.
O apoio dos media a um dos candidatos é uma prática normal nos EUA. O New York Post, um jornal tablóide ultraconservador, propriedade do magnata Rupert Murdoch, pediu aos leitores para votarem em Donald Trump, e o conselho editorial do The New York Times deu o seu apoio a Kamala Harris.
No episódio de hoje, Daniela Melo, cientista política da Universidade de Boston, ajuda-nos a perceber o que está em causa.
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Wed, 30 Oct 2024 - 3361 - Professores precisam-se (e com urgência)
A manter-se tudo como está agora na Educação, já em 2026 ou 2027 não existirão professores em número suficiente nos grupos das Humanidades, para substituir os que se aposentam ou ficam doentes. É um dos alertas patentes num estudo sobre a falta de professores publicado, nesta terça-feira, pelo Edulog, o think tank da Fundação Belmiro de Azevedo direccionado para a área de Educação.
Neste P24, é convidada a coordenadora do estudo Reservas de professores sob a lupa - Antevisão de professores necessários e disponíveis, Isabel Flores.
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Tue, 29 Oct 2024 - 3360 - Que futuro para os conflitos na Ucrânia e Israel com Trump na Casa Branca?
É comum dizer-se que os eleitores norte-americanos não votam a pensar na política externa, o resultado das eleições de 5 de Novembro terá consequências amplamente diferentes para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia consoante quem venha a ser eleito. Com o candidato republicano Donald Trump é expectável que o apoio de Washington a Kiev seja posto em causa, enquanto com a democrata Kamala Harris a dúvida é sobre se seguirá a abordagem cautelosa e hesitante de Joe Biden ou se irá acelerar o envolvimento norte-americano na guerra ao lado da Ucrânia. E o que pode vir a acontecer no conflito que envolve Israel? São temas para este episódio do P24.
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Mon, 28 Oct 2024 - 3359 - E se a Coreia do Norte entrar na guerra da Ucrânia?
A Coreia do Norte não faz parte dos BRICS, uma organização fundada pelas chamadas “economias emergentes”, mas estará prestes a juntar-se à Rússia na Guerra da Ucrânia. EUA e Coreia do Sul asseguraram que um contingente de 1500 soldados das forças especiais de Pyonyang foram enviadas para Vladivostok, no extremo oriente russo.
Coreia do Norte e Rússia negam a colaboração. A NATO fala em escalada do conflito e a Ucrânia apela a mais ajuda dos seus aliados.
Com a eventual participação norte-coreana no esforço de guerra e com a cimeira dos BRICS, em Kazan, nas margens do Volga, a Rússia quis passar a mensagem de que não foi isolada pelo Ocidente.
Putin recebeu mais de 20 líderes, incluindo o presidente da Turquia, país-membro da NATO, e o presidente iraniano, mas também os presidentes indiano e chinês, que há cinco anos não mantinham conversas formais.
Nesta cimeira, onde estão representados 45% da população mundial e 35% da economia global, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que o mundo precisa de paz global, em Gaza, no Líbano, no Sudão e na Ucrânia.
Que impacto pode ter o envolvimento norte-coreano nesta última guerra? Que influência geoestratégia podem ter os BRICS caso Índia e China passem do confronto à aliança?
José Pedro Teixeira Fernandes, investigador do IPRI, da Universidade NOVA de Lisboa, é o convidado deste episódio.
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Thu, 24 Oct 2024 - 3358 - Distúrbios nos bairros da Grande Lisboa: que revolta é esta?
Vários detidos e feridos, autocarros e viaturas incendiadas. A morte de um homem baleado pela PSP, na Cova da Moura, na Amadora, desencadeou uma vaga de protestos e de vandalismo em várias zonas da Grande Lisboa. Odair Moniz era um cidadão cabo-verdiano, de 43 anos, residente no bairro do Zambujal, que foi mortalmente alvejado após uma perseguição policial.
A PSP garante que a vítima resistiu à agressão e que tentou agredir os polícias com uma arma branca, pelo que um dos seus agentes se viu na necessidade de disparar. Os moradores do bairro e associações anti-racistas criticam o uso da violência policial.
A Inspecção-geral da Administração Interna abriu um inquérito disciplinar com carácter de urgência e o agente foi constituído arguido depois de ouvido pela Polícia Judiciária, indiciado por homicídio.
Os estereótipos sobre a associação entre bairros problemáticos e bairros habitados por minorias étnicas contribuem para uma intervenção policial discriminatória?
O convidado deste episódio chama-se Rui Costa Lopes e é psicólogo social e investigador principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. "Preconceito e Discriminação em Portugal" é o nome do seu último livro, lançado pela Fundação Francisco Manuel do Santos.
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Thu, 24 Oct 2024 - 3357 - A água que nos une e que nos pode desunir
Faro recebe, esta quarta-feira, mais uma Cimeira Ibérica e o ponto da agenda mais destacado é um novo acordo entre Portugal e a Espanha para regular a utilização da água dos rios comuns, em especial o Tejo e o Guadiana. A questão da água que chega do país vizinho vai, no entanto, muito para lá da que escorre pela fronteira ou da que os agricultores espanhóis retiram do Alqueva e pela qual passarão a pagar dois milhões de euros por ano. No congresso do PSD deste fim-de-semana, em Braga, o primeiro-ministro elegeu a gestão dos recursos hídricos como um dos sete temas fundamentais da agenda do governo para o futuro próximo.
Luís Montenegro falou na necessidade de criar infra-estruturas para aprovisionar a água nos momentos em que abunda para a distribuir nos tempos em que falta. O plano chama-se sugestivamente “água que une” e procura antecipar a diminuição da quantidade de água em Portugal, que especialistas situam na ordem dos 40% até 2050. Ora, quando se fala em “unir”, é fácil antecipar que em causa pode estar a transferência de água do Norte, onde abunda, para o Alentejo e Algarve, onde escasseia. Um tema discutido há décadas e que alimenta há décadas uma polémica que divide os defensores dos transvases dos que se lhe opõem. Mas, afinal, como pode o país antecipar um dos seus mais dramáticos desafios do futuro – das secas persistentes e longas?
Para falar sobre estas questões, o P24 convidou Joaquim Poças Martins, um dos especialistas portugueses que há mais tempo estuda a questão da água em Portugal, ex-secretário de Estado do Ambiente e professor universitário.
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Wed, 23 Oct 2024 - 3356 - Moçambique: quem é Venânico Mondlane, o homem que desafia a Frelimo?
A Polícia moçambicana dispersou, ontem, no centro de Maputo, as manifestações pacíficas convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido Podemos, depois de dois elementos da sua campanha terem sido mortos a tiro numa emboscada.
A Comissão Europeia classificou como “bastante preocupantes” as “notícias de dispersão violenta” em Maputo e disse que “continua a monitorizar” o desenrolar da situação. A União Africana também condenou a violência pós-eleitoral e apelou à "calma".
Moçambique foi a votos no dia 9, para escolher o futuro presidente da República, os presidentes dos governos provinciais e os deputados parlamentares, mas a Comissão Nacional de Eleições ainda não divulgou os resultados oficiais.
As contagens provinciais já conhecidas dão vantagem à Frelimo, o partido no poder, e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, e colocam em segundo lugar o pequeno partido Podemos, de Venâncio Mondlane.
Todavia, Mondelane, que foi o candidato presidencial desta força extra-parlamentar, depois da Renamo ter rejeitado a sua candidatura, reclamou vitória. António Rodrigues, jornalista do Público e autor do podcast Na Terra dos Cacos, explica-nos o que está em causa nesta crise política em Moçambique.
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Tue, 22 Oct 2024 - 3355 - A violência sobre as mulheres nas catacumbas da internet
A reportagem do P3 deste domingo sobre o grupo da rede social Telegram onde uns 70 mil portugueses trocam imagens de mulheres é arrepiante. E é-o por duas razões evidentes: primeiro pelo número de homens com interesse e disponibilidade para manifestar um machismo doentio sobre a protecção do anonimato; segundo, e ainda mais importante, por provar uma vez mais, e sem margem para dúvidas, como nas profundezas da internet se violam sem castigo os mais básicos direitos de personalidade, como o direito à intimidade e à vida privada. A reportagem de Mariana Durães revela-nos um submundo doentio, perigoso e humilhante, onde registos privados, por vezes íntimos, de milhares de mulheres são expostos sem consentimento e em geral sem conhecimento. Por vezes pelos seus maridos, namorados ou amigos.
Como explica a investigadora dos temas associados à violência sexual Maria João Faustino, essa violência contra as mulheres não é uma criação da internet. Mas a internet criou um labirinto onde essa, e outras violências, cresceram de forma exponencial. Ali, o negócio criminoso prospera numa escala impossível de estimar. Quantas mulheres fotografadas sem autorização na praia estarão a ser usadas para esse negócio? É duro questioná-lo, mas tem de ser dito: como podemos garantir que as nossas filhas, irmãs, mães, esposas, amigas ou colegas de trabalho não terão sido usadas para o alimentar? Nas catacumbas da internet, nomes falsos, esquemas informáticos, servidores instalados no fim do mundo e outros expedientes tornam estes crimes difíceis de rastrear e de punir.
Vamos saber como chegou a jornalista Mariana Durães a este submundo. E o que viu e leu por lá. Ela é a nossa convidada deste episódio.
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Mon, 21 Oct 2024 - 3354 - Pedro Nuno Santos dá luz verde ao orçamento, Montenegro saúda sentido de responsabilidade
Pedro Nuno Santos vai propor à Comissão Política Nacional do PS a viabilização do Orçamento 2025. O secretário-geral comunicou ontem a sua proposta de abstenção na votação do orçamento, cuja divulgação estava prevista para segunda-feira, dia da reunião da comissão política, que tem a palavra final sobre a matéria.
Nuno Santos antecipa-se ao congresso do PSD, que decorre amanhã e domingo, em Braga. Entretanto, Luís Montenegro saúda do sentido de responsabilidade do PS.
Que consequências pode ter esta proposta de sentido de voto na unidade socialista, sabendo-se que o tema divide o partido, e que o líder pediu que os dirigentes, com acesso ao comentário nos media, falassem a "uma só voz politicamente”?
Neste episódio, David Santiago, editor de Política do Público, analisa a decisão de Pedro Nuno Santos, os seus efeitos no interior do PS e antevê o que poderá ser a discussão do orçamento na especialidade.
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Fri, 18 Oct 2024 - 3353 - O RSI devia ser reforçado porque ninguém deixa de ser pobre por causa dele?
A taxa de risco da pobreza registou uma pequena subida, no ano de 2022, pela primeira vez em sete anos, mais notória entre as crianças, jovens e famílias monoparentais.
A base de dados Pordata revelou hoje, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, estes e outros dados preocupantes, como, por exemplo, o facto de um em cada dez trabalhadores ser pobre.
Em suma, ter emprego não permite fugir à pobreza, embora a proporção da população empregada que vive em situação de carência económica tenha diminuído.
Por outro lado, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) atingiu um mínimo histórico em Dezembro passado, segundo dados do Instituto de Segurança Social. É preciso recuar 17 anos para ver um número tão reduzido de beneficiários do RSI. Como explicar esta descida?
Convidamos Carlos Farinha Rodrigues, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, e que integrou a comissão de coordenação responsável pela proposta de Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, para nos falar do que foi feito e do que falta fazer para diminuir as desigualdades sociais em Portugal.
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Thu, 17 Oct 2024 - 3352 - Cibercrime: todos os cuidados são poucos contra os crimes na internet
Há cinco anos, o Centro Nacional de Cibersegurança lançou uma campanha para levar os portugueses a dominarem as regras básicas da prudência no mundo da internet. Hoje, talvez seja necessário voltar ao tema. Porque os crimes no espaço digital aumentaram. E porque os criminosos usam meios mais sofisticados.
Aplicação Navegante alvo de ataque informático. Serviços Partilhados da Saúde apresentam queixa-crime após ataque de cibercrime. Números de telefone portugueses e nome da Polícia Judiciária usados em nova burla. Segurança Social alerta para SMS fraudulentos sobre liquidação de dívida. Investigação e partilha ilegal de jornais com dois arguidos. PSP alerta para aumento de spoofing que pode culminar em burlas. Uma busca no site do PÚBLICO nos últimos três meses sobre falhas de segurança da internet em Portugal, dá como resultado esta realidade preocupante. Na última quinta-feira, notícia de um novo ataque: desta vez, vários serviços públicos ficaram inacessíveis e, passados estes dias, os especialistas da Agência para a Modernização Administrativa fazem o que podem para restabelecer a normalidade da situação.
O que podemos concluir deste acumular de situações que ameaçam os nossos dados, as relações com os serviços públicos, o nosso dinheiro ou, em última instância, a nossa liberdade e segurança?
No ano passado, o cibercrime aumentou 13%. As autoridades registaram 2512 crimes, mas é muito provável que muitas outras tenham escapado aos registos. No quotidiano dos portugueses, palavras como ransomware (pedidos de resgate por dados informáticos), phishing (tentativa de obter dados pessoais sensíveis através de email), smishing (phishing através de mensagens de texto), ou burlas online tornaram-se comuns. O que fazer então para evitar riscos destas novas formas de abuso, violência e roubo que o uso do inglês parece tornar mais inofensivas?
É esse o tema para a conversa com Pedro Veiga, um dos principais pioneiros da internet em Portugal, professor catedrático aposentado da Universidade de Lisboa, ex-gestor do Programa Sociedade da Informação, presidente da FCCN, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança e investigador do INESC, entre outras funções.
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Wed, 16 Oct 2024 - 3351 - Julgamento do caso BES: Portugal a acertar contas com o seu passado
Em 2014, na Comissão Parlamentar de Inquérito do caso BES, Ricardo Salgado dispunha-se a defender a sua dignidade e honra. Hoje será o rosto principal do julgamento de um caso que levou a confiança do país ao limite e produziu a maior destruição de valor da história recente de Portugal. Quando a juíza Helena Susano der por aberta a sessão e na sala do tribunal se ouvirem os nomes dos 17 arguidos é toda uma memória do país que regressa como um pesadelo. Como foi tudo aquilo possível? Como não houve ninguém capaz de dar conta das fraudes, das mentiras, das manobras obscuras que aquele grupo de homens capitaneados por Ricardo Salgado cometeram ao longo dos anos? Como foi possível que uma parte do poder político, de Sócrates a Marcelo, e dos organismos de fiscalização não suspeitassem de nada, não soubessem nada e nada fizessem naqueles anos críticos.
O julgamento que hoje começa é por isso mais do que um acerto de contas com a justiça: é também um acerto de contas de Portugal consigo próprio. Dez anos depois, os acusados sentam-se no banco dos réus, mas para trás ficou já um enorme rasto de destruição. O BES custou aos portugueses mais de 18 mil milhões de euros, ou seja, mais do que o que gasta num ano com o SNS. O BES arrastou consigo dezenas de empresas, entre as quais a Portugal Telecom, e milhares de postos de trabalho. O BES enganou clientes que ainda hoje esperam por recuperar os seus investimentos.
Há boas razões para acreditar que o país de hoje é mais transparente e saudável. Já não parece haver lugar para donos disto tudo. A supervisão bancária, imposta pelas instituições europeias, é mais robusta e atenta. Os bancos portugueses dedicam-se a fazer o que sabem sem se empenharem em criar redes empresariais onde circulavam sacos azuis para a corrupção. O caso BES não deixa ainda assim de ser um tema para reflexão. Para se garantir que nunca mais aconteça.
E é com esse propósito que chamo à conversa Pedro Ferreira Esteves, jornalista e editor da Economia do PÚBLICO que em ambas as qualidades acompanhou por anos esta história do BES.
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Tue, 15 Oct 2024 - 3350 - Estamos a conseguir integrar os imigrantes nas nossas escolas?
Neste episódio do P24, Manuel Carvalho discute a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas, destacando a nova realidade multicultural nas salas de aula. Com a participação da jornalista do PÚBLICO Natália Faria, são abordados os desafios enfrentados por professores e alunos, a importância do ensino da língua portuguesa e a introdução de mediadores culturais para facilitar a inclusão e o acolhimento. O episódio explora as estatísticas de retenção escolar e as estratégias do Governo para melhorar a situação, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e adaptada às realidades dos alunos.
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Mon, 14 Oct 2024 - 3349 - O que precisa de saber sobre o Orçamento de Estado?
O Governo apresentou ontem a sua proposta de Orçamento de Estado para 2025. O executivo fez uma nova aproximação ao PS: retirou as autorizações para legislar sobre IRC e IRS Jovem e deixou a privatização da TAP fora do documento.
Enquanto o Partido Socialista se mantém em silêncio, o Chega protesta contra este orçamento e exige a Luís Montenegro que o refaça.
Depois das negociações prévias, com desfecho incerto, o documento vai agora entrar na saga da sua aprovação, na generalidade e na especialidade.
No final, o Governo garante que irá atingir um “ligeiro excedente orçamental”, de 0,3% do PIB, isto é, cerca de 700 milhões de euros, apesar do potencial impacto de novas medidas que não estão previstas.
Mas o Banco de Portugal antevê o regresso ao défice, vê riscos de aumento da despesa, por causa das medidas anunciadas nas últimas semanas, e o governador, Mário Centeno, alertou para o risco de cortar impostos e aumentar a despesa ao mesmo tempo.
Que orçamento é este, afinal?
Neste episódio, Pedro Ferreira Esteves, o editor de Economia do PÚBLICO, analisa as principais medidas contidas no documento.
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Thu, 10 Oct 2024 - 3348 - Quem vai ganhar o Prémio Nobel da Literatura? Aceitam-se apostas
Esta história repete-se todos os anos. A escolha do Prémio Nobel da Literatura é sempre precedida de muito suspense e é tomada em sigilo absoluto.
As casas de apostas são o único barómetro que tenta prever quem será o vencedor do mais importante prémio literário do mundo.
Este ano, quem lidera as apostas e é referida por vários especialistas literários como a principal favorita é a escritora chinesa Can Xue.
Can Xue tem apenas uma obra publicada em Portugal — O Amor no Novo Milénio — e já constou de várias listas de candidatos em anteriores edições. Será desta?
Para além do mérito literário, a Academia Sueca tem em conta o género ou a geografia dos candidatos?
Neste episódio, Isabel Lucas, jornalista e colaboradora do PÚBLICO, ajuda-nos a perceber esta e outras questões sobre os bastidores do Prémio Nobel da Literatura, que é anunciado hoje.
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Thu, 10 Oct 2024 - 3347 - Plano do Governo pode trazer “tranquilidade” aos media em Portugal?
O Governo apresentou esta terça-feira, um plano de acção para a comunicação social. São 30 medidas, estruturadas em 4 eixos: regulação do sector, serviço público concessionado incentivos ao sector, e combate à desinformação e literacia mediática. E representam um investimento de 55,2 milhões de euros.
Sobre a RTP, Luís Montenegro confirmou que a estação pública eliminarágradualmente a publicidade ao longo dos próximos 3 anos - uma medida que custará à volta de 22 milhões de euros e que não será compensada com um aumento da Contribuição audiovisual.
Entre as medidas estão também incentivos à contratação de jornalistas, à distribuição de publicações periódicas em todos os concelhos do país e incentivos ao consumo de informação.
Numa altura em que o sector vive uma grave crise de sustentabilidade, poderão estas medidas trazer a tranquilidade desejada e mais qualidade ao jornalismo que se faz em Portugal?
Neste p24, ouvimos Felisbela Lopes, professora universitária e investigadora da Universidade do Minho na área das Ciências da Comunicação.
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Tue, 08 Oct 2024 - 3346 - O Nobel da Medicina tem muito a ver com as nossas vidas. Saiba porquê
O anúncio dos vencedores do Prémio Nobel da Medicina deste ano tinha uma justificação capaz de assustar o mais corajoso dos leigos. Dizia que o prémio atribuído aos cientistas norte-americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun se justificava pela “descoberta do microARN e do seu papel na regulação pós-transcripcional dos genes”. Não, espere, não desista. Por detrás desta linguagem complexa da ciência, há uma história interessante e divertida. Uma história que tem a ver com a sua saúde, com a sua vida. Com a descoberta do micro-ARN, ou RNA em inglês, fica aberto um novo caminho para o desenvolvimento de moléculas terapêuticas que poderão ser usadas para tratar o cancro ou doenças cardiovasculares.
Para nos ajudar a compreender melhor o que está em causa, o P24 convidou Rute Matos, investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa que estuda o ARN há mais de 15 anos.
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Tue, 08 Oct 2024 - 3345 - Porque é que as mulheres não chegam ao topo do poder político?
As mulheres na política continuam a ser remetidas para uma posição secundária. Em 50 anos de democracia, Portugal teve uma primeira-ministra, que esteve em funções durante seis meses, e uma presidente da Assembleia da República.
A percentagem de mulheres nas câmaras baixou nas últimas autárquicas e o número de mulheres no parlamento também desceu nas últimas eleições.
As mulheres continuam a ser vítimas da eterna e anacrónica divisão sexual do trabalho, do desequilíbrio entre a vida pessoal e a laboral. A dificuldade de ascensão política é semelhante às barreiras na ascensão nas empresas. Daí que exista um movimento que defende a subida do limiar de paridade política dos 40% para os 50%.
Porque é que as mulheres não ascendem ao topo das forças partidárias ou dos principais cargos políticos da República? Porque é que, muitas vezes, são chamadas “para mero enfeite ou estatística?”
Susana Peralta é professora de Economia na Nova BSE e editou com Joana Mortágua e Maria Castello Branco o livro Identidades e Famílias: Reflexões sobre a Liberdade. Neste episódio, a também colunista do PÚBLICO, fala-nos nos obstáculos informais que as mulheres enfrentam no acesso a lugares de poder.
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Mon, 07 Oct 2024 - 3344 - António Guterres: de persona non grata em Israel a Nobel da Paz?
António Guterres, secretário-geral da ONU, assim como o Tribunal Internacional de Justiça ou a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), são apontados como favoritos ao Prémio Nobel da Paz, que é anunciado a 11 de Outubro, avançou na quinta-feira a agência Reuters.
Se o comité norueguês fizer uma destas escolhas, estará a reconhecer a importância do direito internacional e a reforçar o papel das Nações Unidas, num contexto geopolítico em que o multilateralismo está posto em causa.
Neste momento, existem mais de cem conflitos armados em todo o mundo. E a ONU tem sido impotente para conduzir negociações de paz entre as partes em confronto no Médio Oriente, na Ucrânia ou no Sudão, para citar três dos conflitos mais graves em curso.
No dia anterior, Israel declarou o secretário-geral das Nações Unidas persona non grata e impediu-o de entrar no país. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Governo português já pediram a Israel que reconsidere a decisão.
António Guterres pode ser acusado de parcialidade nas guerras em curso no Médio Oriente ou no Leste Europeu? Está na altura de reformar o funcionamento do Conselho de Segurança da ONU, para salvar a ordem internacional?
Neste episódio, Diana Soller, Investigadora no Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), responde a estas e a outras questões.
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Fri, 04 Oct 2024 - 3343 - Sem imigração o país encolhe e afasta-se dos países mais desenvolvidos
Portugal chegou ao debate sobre a imigração dez anos depois de a imigração se ter colocado no centro das atenções da política e da sociedade na Europa. Mas, desde que chegou, esse debate tornou-se incontornável. Nos seus domínios, cruza-se a desinformação das redes, a demagogia de alguns políticos ou as percepções de muitos cidadãos sobre a insegurança ou sobre os empregos que estarão a ser roubados pelos imigrantes.
É neste momento que se torna indispensável sair dos guiões determinados pela emoção ou pelas ideologias e entrar no domínio dos factos. Dos saberes da ciência.
É neste domínio que se enquadra um estudo recente de um centro de investigação da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
O seu propósito era analisar as tendências, perspectivas e propostas para a economia e as empresas. Mas como no Portugal de hoje é impossível pensar no presente ou no futuro sem considerar a presença entre nós de mais um milhão de pessoas que vieram de fora, a imigração tem direito a um capítulo inteiro.
E o que se conclui nesse estudo? Uma coisa muito simples: se Portugal quiser chegar ao grupo dos mais ricos da União em 2033, terá de crescer 3% ao ano. Mas como esse crescimento exige disponibilidade de trabalhadores, e como Portugal tem uma das piores taxas de natalidade do mundo, essa meta só se consegue se chegarem ao país ainda mais imigrantes. Se em 2022 a taxa de imigrantes atingiu 1,13%, no futuro terá de aumentar para 1,32.
O que está em causa com este estudo não é, por isso, apenas a conservação do ritmo actual da emigração. O país se quiser ser mais rico, terá de abrir ainda mais as portas. Para saber os fundamentos destas conclusões, o P24 conta hoje com a presença do director da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Óscar Afonso, que foi responsável pela coordenação deste estudo.
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Thu, 03 Oct 2024 - 3342 - O que levou ao ataque do Irão a Israel? E agora?
Um ataque de mísseis balísticos disparados a partir do Irão atingiu, nesta terça-feira, alvos em Israel. Os números estimados pelas autoridades israelitas apontam para numa centena de mísseis que fazem aumentar os receios sobre uma escalada na tensão no Médio Oriente.
O que está na origem deste ataque? Será este um acto isolado ou coloca em risco toda a região?
São questões de partida para um P24 que hoje olha para o Médio Oriente e percebe como, em relações internacionais, até as eleições dos Estados Unidos podem ser afectadas por um ataque em Israel. Neste P24, trago para a conversa a investigadora e professora em relações internacionais na Universidade de Coimbra Joana Ricarte.
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Wed, 02 Oct 2024 - 3341 - Marcelo Presidente, Rebelo influencer, de Sousa pressionador
Marcelo Rebelo de Sousa decidiu esclarecer este as razões dos seus recados sobre a necessidade de haver um acordo para o orçamento: Marcelo quis ser pedagógico. Fez um diagnóstico das crises internacionais. Insistiu que o país não devia acrescentar instabilidade interna à instabilidade que os conflitos no Médio Oriente ou na Ucrânia já proporcionam por si mesmos. Deu conta dos riscos económicos que espreitam na Europa, com destaque para a travagem a fundo da economia alemã, que ainda funciona como o motor da União. E para justificar o seu papel de influenciador ou de pressionador, deixou claro que não vê com bons olhos a possibilidade de o orçamento se aprovado pelo Chega.
É verdade que, quando liderou o PSD, Marcelo deixou passar três dos quatro orçamentos do governo minoritário do PS então liderado por António Guterres. É também verdade que pressionou e tentou influenciar os partidos da extinta geringonça para evitar eleições em 2022. Mas nem a coerência basta para o salvar de críticas. Para o Bloco, o que está em causa é uma coacção à democracia. Para o PS, uma ingerência que começa a causar prurido nas hostes socialistas.
Afinal, Marcelo faz o que deve à luz da Constituição, faz o que pode ou está a ir para lá do que a lei fundamental prevê sobre o exercício das suas funções?
Para se perceber melhor onde começam e onde acabam as suas prerrogativas políticas, o P24 convidou o constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia. Professor Catedrático de Direito na Universidade Nova de Lisboa, doutorado em direito público, Jorge Bacelar Gouveia é autor de mais de 300 títulos entre manuais, monografias ou artigos científicos, na sua maioria direccionados para o Direito Constitucional.
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Tue, 01 Oct 2024 - 3340 - Afeganistão, que país é este onde as mulheres não cantam?
O que é hoje o Afeganistão? Três anos depois de terem assegurado o controlo de Cabul, a 15 de Agosto de 2021, os taliban estão num processo de consolidação do regime, mas a economia está de rastos, uma vez que as doações internacionais diminuíram substancialmente.
A deterioração das condições de vida e dos direitos humanos causaram mais de três milhões de deslocados internos e, pelo menos, a fuga de 1,6 milhões de pessoas para os países vizinhos.
Neste país onde a discriminação das mulheres é uma prioridade ideológica, os taliban têm vindo a endurecer a lei da promoção da virtude e prevenção do vício, é mesmo assim que ela se chama, que impõe restrições medievais às mulheres afegãs, cuja voz não pode, por exemplo, ser ouvida em público.
Como relembrou Meryl Streep, na semana passada, “um pássaro pode cantar em Cabul, mas uma mulher não pode cantar em público.
Ao mesmo tempo, foram agravadas as penas aos maridos, pais, e irmãos que não façam as mulheres cumprir esses decretos.
Neste episódio do P24, Ricardo Alexandre, autor de Breve História do Afeganistão de A a Z, refere que estes decretos foram alvo de alguma oposição interna, mas sem consequências conhecidas.
Editor internacional da TSF e investigador integrado do Ipri, Ricardo Alexandre, acrescenta que a comunidade internacional cometeu o erro de não ter promovido um diálogo intra-afegão, aquando da derrota talibã, para assegurar uma reconciliação nacional.
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Mon, 30 Sep 2024 - 3339 - Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro na primeira reunião do resto das suas vidas
O primeiro-ministro e o principal líder da oposição sentam-se hoje à mesma mesa, na reunião mais aguardada dos últimos tempos. O que os junta, bem se sabe, é a negociação sobre o orçamento do Estado de 2025. Mas o que está em causa é muito mais do que números da inflação ou previsões da despesa ou da receita do Estado. Se o Orçamento não for viabilizado, o presidente Marcelo já disse o que nos espera: uma crise política.
Se a dimensão dessa crise implica a demissão do Governo ou a convocação de eleições antecipadas, ninguém sabe. Sabe-se sim que se o processo negocial que hoje começa não levar a bom porto, vem aí instabilidade e ainda mais conflitualidade política.
Se a relação entre o Governo e o PS fosse previsível ou normal, há muito que a reunião desta sexta-feira teria acontecido. Só que, em vez de procurarem ganhar espaço político pela negociação, Governo e PS preferiram conquistá-lo com ameaças ou trocas de acusações.
Ainda assim, há ainda muito tempo para que se entendam. Até à votação na generalidade do orçamento falta ainda um mês e para a votação final global, faltam dois. O que é importante saber neste quadro, é se, depois de tudo o que se passou, Governo e PS têm condições para aceitar cedências de parte a parte, como sempre acontece numa negociação. Ou se no seu íntimo, não preferirão arrastar o país para uma crise que os favoreça numa eleição antecipada.
Para responder a estas e outras interrogações, o P24 convidou Carlos Jalali, cientista político, professor na Universidade de Aveiro e director do programa de doutoramento em Ciência Política na mesma universidade.
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Fri, 27 Sep 2024 - 3338 - Guerra e paz: o futuro da Ucrânia está na sala oval
A Ucrânia está numa corrida contra o tempo enquanto Joe Biden estiver na sala oval. Vlodymyr Zelensky, que ontem discursou na assembleia geral da ONU, pretende o reforço militar e o levantamento das restrições no uso de mísseis de longo alcance para inverter um contexto militar de maior dificuldade.
Cabe ao presidente Joe Biden a força para dissuadir ou para agir. Em fase final de mandato, qual é, afinal, o espaço de manobra do presidente norte-americano? É possível negociar a paz com a Rússia ainda com Biden na Casa Branca?
A sua resposta ao chamado plano de vitória de Zelensky vai condicionar, também, a reacção europeia. A Alemanha, o segundo país que mais contribui para a defesa ucraniana, começa a vacilar e não autoriza a utilização dos mísseis Taurus contra alvos russos. Esta posição pode alterar o empenho da UE nesta guerra?
Neste episódio do P24, Teresa de Sousa, redactora principal do PÚBLICO, diz-nos que se os EUA e a Europa não apoiarem a Ucrânia darão um sinal a Putin e ao mundo em geral de que o Ocidente não está disposto a ir tão longe como deveria na defesa dos seus interesses, do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
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Thu, 26 Sep 2024 - 3337 - Porque é que o Líbano pode ser uma guerra de todos contra todos?
Os bombardeamentos israelitas no Líbano provocaram cerca de 600 mortes e a evasão de milhares de pessoas do sul do país. Israel dá sinais de querer abrir uma nova frente de guerra e de alastrar o conflito no Médio Oriente. O Hezbollah também continuou a disparar contra o norte de Israel, mas a maioria dos rockets foi interceptada.
Com esta sucessão de ataques, a guerra em Gaza, a catástrofe humanitária e a violência dos colonos na Cisjordânia passaram para um segundo plano.
Este ataque ao chamado “eixo da resistência”, que inclui Hamas, Hezbollah ou os Houthis, grupos aliados do Irão, faz parte de uma estratégia do governo israelita para expandir a guerra na região.
Por um lado, trata-se de uma forma de Benjamin Netanyahu prolongar a sua manutenção no poder, evitando os processos judiciais por suspeitas de corrupção. Por outro, a presidência dos EUA está numa posição de franqueza, em contagem decrescente para as presidenciais de Novembro.
Ontem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "deveríamos todos ficar alarmados com a escalada. O Líbano está à beira do abismo. O povo do Líbano – o povo de Israel – e o povo do mundo – não se podem dar ao luxo de que o Líbano se torne outra Gaza", disse Guterres.
Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Lusíada, observa que há o risco de o Líbano se tornar numa espécie de Somália, num estado permanentemente falhado, e na hipótese de uma guerra regional de todos contra todos. “O que está em curso”, diz, é o “castigo dos palestinianos e não a garantia da defesa do Estado de Israel”.
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Wed, 25 Sep 2024 - 3336 - Folga nas contas? Há. Orçamento? Ainda não se sabe
Primeiro, as perspectivas optimistas para a dívida portuguesa traçadas por quatro das cinco agências de rating que seguem as contas de Portugal. Agora, dados do Instituto Nacional de Estatística sobre as contas nacionais atestam um excedente orçamental correspondente a 1,2 % do PIB no primeiro semestre do ano. Na equipa das Finanças, deixou de haver razões para dizer que as contas estavam bastante piores que o prometido pelo anterior Governo. Bons indicadores para o próximo Orçamento de Estado?
Neste P24, ouvimos o economista e professor universitário Luís Aguiar-Conraria.
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Tue, 24 Sep 2024 - 3335 - Tem sentido mais trânsito nos últimos dias? Sabe qual a razão?
Recomeçaram as aulas, acabaram as férias, regressaram os automóveis e o trânsito caótico às principais cidades do país e às duas maiores áreas metropolitanas.
Lisboa é a única capital europeia sem um plano de mobilidade. A cidade tem um sistema de controlo dos carros mais antigos no acesso ao centro e há a chamada “Quinta Circular”, que impede o trânsito de veículos com mais de 3,5 toneladas durante o dia. Mas estas medidas não terão atingido o objectivo pretendido por falta de fiscalização.
Quer no Porto, quer em Lisboa, há mais carros em circulação, mais transportes TVDE, mais veículos turísticos. E há, também, mais obras, com a expansão das redes de metro.
As cidades têm sido pensadas em função dos automóveis e os partidos têm pouca sensibilidade pelo tema da mobilidade.
Chegou à altura de ponderar restrições à circulação? Mário Alves responde que sim. Este especialista em transportes e Fundador da MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) diz que este é um problema político com soluções políticas.
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Mon, 23 Sep 2024 - 3334 - Yuval Noah Harari: “As redes sociais minaram as democracias em todo o mundo” [VERSÃO ORIGINAL]
[VERSÃO ORIGINAL]
Yuval Noah Harari tem um novo livro. "Nexus" fala-nos do enorme impacto da Inteligência Artificial (IA) e dá o exemplo de como as redes sociais minaram as democracias em todo o mundo.
O historiador e autor de Sapiens diz que a IA tem capacidade para tomar decisões independentes que não foram previstas e que se lhe dissermos para aumentar o engagement, ela destrói a democracia.
“É muito perigoso a conversa entre os humanos ser sequestrada pelos bots. A democracia é uma conversa. Devíamos banir isto”, acrescenta Harari.
Nestes dias em que a Inteligência Artificial escolhe o que vemos e já toca piano, nem tudo é catastrófico.
Harari considera que os veículos de condução autónoma, que poderão salvar um milhão de pessoas que todos os anos morrem em acidentes de viação ou a sua importância na criação de novos tipos de medicamentos serão alguns dos seus benefícios.
Neste episódio, reproduzimos excertos da entrevista de Noah Harari a Pedro Rios, jornalista e editor do Ípsílon.
Oiça aqui a versão dobrada do episódio: https://omny.fm/shows/p24/yuval-noah-harari-as-redes-sociais-minaram-as-demo
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Fri, 20 Sep 2024 - 3333 - Yuval Noah Harari: “As redes sociais minaram as democracias em todo o mundo” [VERSÃO DOBRADA]
[VERSÃO DOBRADA]
Yuval Noah Harari tem um novo livro. "Nexus" fala-nos do enorme impacto da Inteligência Artificial (IA) e dá o exemplo de como as redes sociais minaram as democracias em todo o mundo.
O historiador e autor de Sapiens diz que a IA tem capacidade para tomar decisões independentes que não foram previstas e que se lhe dissermos para aumentar o engagement, ela destrói a democracia.
“É muito perigoso a conversa entre os humanos ser sequestrada pelos bots. A democracia é uma conversa. Devíamos banir isto”, acrescenta Harari.
Nestes dias em que a Inteligência Artificial escolhe o que vemos e já toca piano, nem tudo é catastrófico.
Harari considera que os veículos de condução autónoma, que poderão salvar um milhão de pessoas que todos os anos morrem em acidentes de viação ou a sua importância na criação de novos tipos de medicamentos serão alguns dos seus benefícios.
Neste episódio, reproduzimos excertos da entrevista de Noah Harari a Pedro Rios, jornalista e editor do Ípsílon.
Oiça aqui a versão original, em inglês:
https://omny.fm/shows/p24/yuval-noah-harari-as-redes-sociais-minaram-as-de-1
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Fri, 20 Sep 2024 - 3332 - O estranho caso da explosão de pagers e como pode piorar o conflito no Líbano
Na terça-feira, milhares de pagersusados pelo Hezbollah explodiram, de forma quase simultânea, no Líbano. Pelo menos 12 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas, incluindo centenas de membros do grupo xiita.
Já na quarta-feira, pouco mais de 24 horas depois, uma nova série de explosões ocorreu, desta vez envolvendo walkie-talkies utilizados pelo Hezbollah. A novas explosões causaram mais de uma dezena de mortes, aumentando ainda mais a tensão na região.
A agência Reuters e o New York Times já tinham avançado que Israel está por detrás do ataque desta terça-feira no Líbano, embora não tenha havido uma confirmação oficial.
Mas como foi possível esta operação sem precedentes? E quais poderão ser as consequências para o já delicado equilíbrio no Médio Oriente?
Neste P24 ouvimos a jornalista Sofia Lorena.
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Thu, 19 Sep 2024 - 3331 - Precisamos de uma utilização mais equilibrada do eucalipto na floresta
Três bombeiros morreram esta terça-feira, em Tábua, a caminho de um incêndio, várias aldeias estavam em risco e cinco auto-estradas foram cortadas.
Esta vaga de fogos, desde o último domingo, já causou sete vítimas mortais, mais de 50 feridos e consumiu uma área de 62 mil hectares.
Ontem, havia mais de 100 concelhos em perigo máximo de incêndios. As imagens de satélite divulgadas pela NASA mostravam uma mancha de fumo no distrito de Aveiro, sobretudo nos concelhos de Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, que continuam a ser fustigados pelas chamas.
As temperaturas mantêm-se elevadas, o IPMA diz que as condições meteorológicas são das mais severas dos últimos anos e, claro, a Protecção Civil previa uma madrugada “difícil”.
O primeiro-ministro convocou o Conselho de Ministros extraordinário, presidido por Marcelo Rebelo de Sousa, para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências".
Neste episódio, Francisco Castro Rego, ex-director-geral dos Recursos Florestais e professor do Instituto de Agronomia de Lisboa, defende que há uma boa e uma má utilização do eucalipto na floresta e que a utilização desta espécie tem de ser mais equilibrada.
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Wed, 18 Sep 2024 - 3330 - Incêndios florestais: o pesadelo com que temos de viver
Este ano estava tudo a correr bem. Ou, mais exactamente, estava tudo a correr estranhamente bem. Até porque, ao final de Agosto, Portugal tinha menos 53% de incêndios rurais e menos 86 % de área ardida do que na década anterior.
Mas os incêndios que, nesta segunda-feira, se propagaram nas zonas de Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis e Sever do Vouga alteraram o panorama e continuam a mobilizar a maioria das atenções das autoridades. Neste P24 ouvimos o ex-secretário de Estado das Florestas e professor de economia na Universidade do Algarve, Miguel Freitas.
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Tue, 17 Sep 2024 - 3329 - Proibir telemóveis nas escolas deve ser uma emergência e não uma medida continuada
Este ano lectivo começou com menos professores e mais alunos. Por um lado, faltam docentes, em especial na Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo e Algarve. Por outro, o número de alunos migrantes aumentou 160% em cinco anos, crianças que não têm o português como língua materna.
Outra novidade deste ano lectivo reside nos limites à utilização dos telemóveis. O Governo recomendou a proibição do seu uso nos recintos escolares aos alunos até ao 6.º ano.
No caso dos estudantes do 3.º ciclo, recomendou às escolas que tomem medidas para desmotivar o uso dos smartphones.
Que influências terão estas medidas no processo de aprendizagem? Neste episódio, Margarida Gaspar de Matos, psicóloga clínica e da saúde, e professora catedrática da Universidade de Lisboa, considera que a integração de alunos migrantes é um desafio fantástico para as escolas e que a proibição do uso de telemóveis dever ser uma resposta de emergência e nunca uma medida continuada.
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Mon, 16 Sep 2024 - 3328 - BCE baixou taxa de juro. Vai voltar a fazê-lo este ano?
O Banco Central Europeu baixou ontem a principal taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais. A taxa de juro de depósitos do banco central – que é a referência para os custos de financiamento na zona euro – desceu para 3,5%.
Esta decisão procura equilibrar o combate à inflação, principal preocupação da política monetária europeia, e o apoio ao crescimento económico.
E não é alheia à queda da produção industrial na Alemanha e em Itália, que indica que a economia da Zona Euro está a abrandar após um breve período de crescimento, no início deste ano.
Mas, num contexto económico tão volátil, é previsível que o BCE volte a descer a taxa de juro já em Dezembro ou no princípio do próximo ano?
Neste episódio, Pedro Ferreira Esteves, editor de Economia do PÚBLICO, diz-nos que as empresas estão a absorver os custos laborais e que é muito provável, dependendo do ritmo da inflação, que o BCE volte a reduzir a taxa de juros até ao final do ano.
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Fri, 13 Sep 2024 - 3327 - Lucília Gago demitiu-se de liderar o Ministério Público. Qual será o seu legado?
A procuradora-geral da República, Lucília Gago, apresentou na quarta-feira, no Parlamento, o relatório anual sobre a actividade da instituição, mas não quis esclarecer os deputados sobre a “campanha orquestrada” que disse ter sido organizada contra o Ministério Público, numa eventual alusão ao manifesto de 50 personalidades que pediam uma reforma da justiça.
A audição no parlamento ocorreu no mesmo dia em que o Presidente da República iniciou conversas com o primeiro-ministro sobre o perfil do sucessor ou sucessora da actual procuradora-geral.
Há um antes e um depois de Lucília Gago, cujo nome estará sempre associado à Operação Influencer e ao derrube de um governo de maioria absoluta. Afinal, qual será o seu legado?
Neste episódio, Mariana Oliveira, jornalista do PÚBLICO especializada nas questões da Justiça, fala-nos do divórcio entre procuradora-geral e procuradores e do modo como Lucília Gago se demitiu de liderar o Ministério Público.
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Thu, 12 Sep 2024 - 3326 - O que fica do debate entre Trump e Kamala Harris?
O debate que decorreu esta madrugada entre Kamala Harris e Donald Trump era apontado como decisivo: o primeiro grande teste à candidata democrata, depois de Joe Biden ter abandonado a corrida.
Trump começou contido, mas acabou por voltar ao ataque e regressou ao registo polémico a que nos habituou. Depois de durante a campanha ter assumido a derrota na eleição de 2020, voltou atrás e disse que estava a ser sarcástico. Harris manteve sempre a estratégia inicial de apontar os truques populistas do adversário.
A pouco mais de um mês e meio das eleições de 5 de novembro, os candidatos estão em empate técnico nas sondagens - a última sondagem do New York Times coloca-os a apenas um ponto percentual de diferença, com Trump à frente.
Que impacto pode, então, ter este debate na parte final da corrida à Casa Branca?
Neste episódio, ouvimos Pedro Guerreiro, jornalista do PÚBLICO nos Estados Unidos que acompanhou o debate nas últimas horas.
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Wed, 11 Sep 2024 - 3325 - Vale de Judeus. O que diz a fuga de reclusos sobre as prisões em Portugal?
Cinco reclusos fugiram este sábado, dia 7 de Setembro, da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, Lisboa. A fuga deu-se pelas 9h59 e foi apenas detectada perto da hora de almoço, quando um guarda se apercebeu de uma escada encostada a um dos muros da prisão.
A fuga foi facilitada por uma série de falhas graves no sistema de segurança. O sistema de sensores de movimento e alarmes estava inactivo há anos; a rede da cadeia não estava electrificada, porque levava a falhas de luz; as torres de vigia foram demolidas em 2018 e o sistema de videovigilância, apesar de funcionar, não vigiava efectivamente. Porque são 200 câmaras a serem monitorizadas apenas por um segurança, ao longo de 10 horas.
Além disso, uma parte crítica do muro, por onde os reclusos escaparam, estava sem monitorização directa, por falta de guardas.
O caso expôs falhas significativas na gestão do sistema prisional, incluindo a falta de recursos, de pessoal e as condições precárias dos estabelecimentos.
Mas os problemas nas prisões portuguesas são ainda mais amplos do que o caso deixa antever.
Neste episódio, ouvimos o sociólogo Carlos Nolasco, que nos últimos anos, a pedido da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, ajudou a fazer um retrato do sistema prisional português, no Observatório Permanente da Justiça, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
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Tue, 10 Sep 2024 - 3324 - O ensino “nunca esteve bem”, mas a escola é “o melhor sítio do mundo”
Separam-nas 30 anos e um início de carreira muito diferente: Isabel Aguiar, de 67 anos, sempre sonhou ser professora; Joana Rocha, de 37, está a chegar à profissão depois de a sua primeira opção de trabalho não ter corrido como esperava e de uma experiência na escola lhe ter mostrado que ser professora é mesmo o que a faz feliz. Isabel atingiu o topo da carreira e não está preparada para se reformar; Joana diz que não está disponível para os sacrifícios que viu outros professores fazerem e que, como acontece com a sua geração, não olha para o trabalho como carreira, mas como algo mais imediato. Não se conheciam e têm muitas diferenças, mas também descobrem pontos em comum, em que o optimismo e o gosto por ser professora são os mais evidentes. “A escola é o melhor sítio do mundo, não é?...”, diz a sorridente Joana para Isabel. Neste P24 ouvimos excertos da conversa entre as duas professoras, numa conversa conduzida pela jornalista Patrícia Carvalho.
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Mon, 09 Sep 2024 - 3323 - Michel Barnier só será primeiro-ministro francês se Marine Le Pen quiser
Emmanuel Macron já nomeou o novo primeiro-ministro francês. Michel Barnier tem 73 anos, foi deputado, ministro, eurodeputado, comissário europeu e representou a União Europeia nas negociações com o Reino Unido aquando do Brexit.
Mas será que este velho rosto da política francesa, e do partido de centro-direita Os Republicanos, vai reunir o consenso necessário no parlamento, dividido em três diferentes blocos?
O presidente francês fez esta escolha após duas rondas de consultas aos partidos políticos e de ter recusado a nomeação de Lucie Castets, que tinha sido proposta pela Nova Frente Popular, que venceu a segunda volta das legislativas de 7 de Julho. Na altura, Macron utilizou o argumento de que essa nomeação iria causar instabilidade política.
Obviamente, a esquerda contesta a opção e prepara-se para vetar Barnier no parlamento. Pelo contrário, a União Nacional diz que vai esperar pelo discurso do primeiro-ministro indigitado para tomar uma decisão.
Uma coisa é certa. A estabilidade política não está garantida. A França não tem hábitos de coligação. E Barnier só será primeiro-ministro se Marine Le Pen quiser.
É sobre esta conjuntura da política francesa que nos vai falar Álvaro Vasconcelos, habitual colunista do PÚBLICO, e Fundador do Forum Demos.
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Fri, 06 Sep 2024 - 3322 - O que faz uma defensora dos povos indígenas do Peru numa prisão portuguesa?
Diana Ríos Rengifo nasceu numa área remota da Amazónia peruana. A extracção de madeira nesta região, que nem sempre é autorizada, tem vindo a colocar em risco o habitat natural dos povos indígenas, com é o caso dos asheninkas, que habitam as zonas fronteiriças dos estados do Peru e do Brasil.
Os chefes desta comunidade foram alvo de uma emboscada, torturados e assassinados, por se oporem à devastação da floresta, e defenderem os interesses dos indígenas, que os madeireiros querem expulsar. Uma das vítimas mortais foi o seu pai.
Diana Ríos transformou-se numa activista, participou nas conferências do clima e na Cimeira da ONU sobre Acção Climática. Ganhou reputação, conseguiu atenção internacional para a ameaça sobre o seu povo e a resistência da sua comunidade foi premiada pela Fundação Alexander Soros, filho do bilionário George Soros.
Uma oferta de emprego, que se revelou enganadora, levou-a a uma prisão portuguesa, acusada de tráfico de droga.
Ana Cristina Pereira explica-nos, hoje, que é Dia da Amazónia, porque é que Diana Ríos é a reclusa n.º 53 do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos.
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Thu, 05 Sep 2024 - 3321 - Gaza: porque é que o corredor de Filadélfia é tão importante para Israel?
O chamado corredor de Filadélfia, que separa a faixa de Gaza do sul da Península do Sinai, no norte da fronteira do Egipto, era o único espaço que Israel não controlava até ao dia 7 de Outubro, quando o Hamas atacou o país. O controlo dessa fronteira é uma condição essencial para que Benjamin Netanyahu aceite um cessar-fogo, que tem sido, sucessivamente, adiado.
Mediadores israelitas terão proposto que esse controlo fosse atribuído a uma força internacional gerida pela ONU, ou até por um conjunto de países árabes, entre os quais o Egipto estaria incluído. Todavia, o primeiro-ministro de Israel tem recusado essa possibilidade.
Netanyahu tem vindo a ser contestado nas ruas, depois dos corpos de seis reféns terem sido encontrados mortos nos túneis de Gaza.
Começa a ser evidente que Benjamin Netanyahu prefere garantir o controlo deste corredor, para evitar um possível rearmamento do Hamas, ao resgate dos reféns com vida, diz Joana Ricarte, especialista nas questões do Médio Oriente.
Neste episódio do P24, a professora e investigadora da Universidade de Coimbra, explica que “Benjamin Netanyahu faz dos poderes ocidentais reféns da sua política polarizadora”.
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Wed, 04 Sep 2024 - 3320 - Como justifica o líder da JS a rejeição do IRS Jovem proposto pelo Governo?
Desde que foi anunciado em vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, o IRS Jovem tornou-se uma das medidas mais emblemáticas e mais contestadas do actual Governo. Este domingo, na Academia Socialista, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, acentuou as críticas, dizendo que o IRS Jovem, em conjunto com a baixa do IRC, são “profundamente injustas, ineficazes nos seus objectivos de política económica e injustificáveis do ponto de vista orçamentais”. Se o Governo insistir em aprovar os regimes previstos nestas duas medidas fiscais, o PS não viabilizará o orçamento do estado de 2025
Mas, afinal, o que está em causa no IRS jovem, que Iniciativa Liberal considera discriminatório, que o FMI avalia como arriscado e sem garantias de servir para travar a emigração qualificada, havendo até quem sugira que a proposta é inconstitucional? O que está em causa é um corte de cerca de dois terços das actuais taxas de IRS para todos os jovens até aos 35 anos, desde que não recebam salários acima de 81 199 euros por ano. E uma vez que o anterior executivo socialista fez aprovar em anos sucessivos medidas fiscais mais favoráveis para os jovens, importa perceber o que leva o PS a considerar o IRS Jovem do Governo “injusto” ou “ineficaz”.
Há distinções à partida que separam, e muito, a medida do anterior Governo que está em vigor da proposta do Governo levada ao Parlamento. A primeira tem uma duração máxima de cinco anos, enquanto o IRS Jovem pode durar mais de uma década – se um jovem começar a trabalhar aos 20, iria beneficiar de IRS reduzido ao longo de 15 anos. Outra razão tem a ver com o custo, 1000 milhões de euros, cinco vezes mais que o benefício de IRS em vigor. Com tanto dinheiro em jogo e tantos anos, é natural que os jovens esfreguem as mãos e esperem que a proposta seja aprovada. É por isso que importa saber o que leva o PS a contestar uma medida que, à partida, é simpática para uma parte do eleitorado.
O P24 convidou para esse efeito o líder da Juventude Socialista (JS), Miguel Costa Matos. Deputado desde 2018, Miguel Costa Matos é licenciado em Filosofia, Política e Economia e tem um mestrado em Economia. Está em vésperas de deixar a liderança da JS por ter atingido o limite de idade, 30 anos.
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Tue, 03 Sep 2024 - 3319 - As linhas vermelhas de Pedro Nuno Santos
Não há dúvidas: a política despediu-se do Verão este fim-de-semana. Daqui até final de Novembro, data em que se saberá o destino da proposta da lei do Orçamento do Estado, o país vai ficar suspenso das negociações, ou da falta delas, entre Luís Montenegro e de Pedro Nuno Santos.
Nos eventos partidários deste domingo, um e outro trataram de construir o cenário em que essas conversas se vão realizar. O primeiro-ministro lamentou a instabilidade da Oposição. Pedro Nuno Santos acusou o Governo de querer humilhar o PS. Mas houve mais do que o habitual jogo de palavras: o líder do PS colocou em cima da mesa um chumbo certo ao Orçamento se o Governo insistir em manter as suas propostas para o IRS Jovem e para o IRC, os impostos sobre os lucros das empresas.
Vale assim a pena olhar para o que aconteceu e para os reflexos deste domingo nas próximas semanas. Neste P24, ouvimos Helena Pereira, editora executiva do PÚBLICO.
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Mon, 02 Sep 2024 - 3318 - Sem novas músicas para ouvir? Conheça as sugestões de Mário Lopes
Neste episódio, o jornalista do PÚBLICO Mário Lopes traz-nos recomendações de música para um Verão que não tem de ser só de festa e folia. Da música portuguesa aos inevitáveis da época, conheça neste episódio as sugestões de Mário Lopes.
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Fri, 30 Aug 2024 - 3317 - Montenegro arriscou ao escolher Maria Luís Albuquerque para Comissária Europeia?
Era um dos nomes mais falados para o cargo e foi confirmado esta quarta-feira por Luís Montenegro. Maria Luís Albuquerque é o nome proposto pelo Governo português para o cargo de Comissária Europeia.
Luís Montenegro justificou a escolha da antiga ministra das Finanças com os vários desafios económicos e financeiros no horizonte da União Europeia, a que se juntam enormes desafios nas áreas de segurança e defesa. Por isso, para o primeiro-ministro, é imperativo “que cada Estado-membro disponibilize alguns dos seus melhores”.
Maria Luís Albuquerque tem 56 anos e foi ministra de Estado e das Finanças durante o período da troika. Sucedeu a Vítor Gaspar em Julho de 2013, cargo que manteve até 2015.
No PSD, foi vice-presidente durante a liderança de Passos Coelho e em 2011 e 2015 foi cabeça de lista às legislativas, por Setúbal. É membro do Conselho Nacional do PSD e membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da norte-americana Morgan Stanley.
Ursula von der Leyen tinha pedido aos líderes europeus que indicassem dois nomes para o cargo, um de um homem, outro de uma mulher, com o objectivo de ter uma comissão paritária nível de género. Montenegro acabou por apresentar apenas o nome de Albuquerque.
Pode a escolha de um nome tão ligado ao período da troikae ao governo de Passos Coelho ser um risco para a imagem de Luís Montenegro?
Neste O24, ouvimos Helena Pereira, editora executiva do Público sobre a escolha do primeiro-ministro e o que significa em termos políticos.
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Thu, 29 Aug 2024 - 3316 - O vinho está a trocar o glamour pela crise
Ao longo dos últimos 20 ou 30 anos, a vinha e o vinho entraram na categoria dos bens de luxo ou do prazer. Afortunados de todo o mundo correram para o Douro ou para o Alentejo e investiram milhões em vinhas em adegas. O consumo cresceu, os preços também.
Países sem tradição de consumo, como a China ou o Brasil, saíram do anonimato e contribuíram para a explosão de um sector que gera um valor de exportação próximo dos 37 mil milhões de euros por ano em todo o mundo.
Nos últimos anos, o vinho não deixou de estar na moda. Mas depois de um auge em 2007, passou a estar menos na moda. A procura global reduziu-se.
Em Portugal, o vinho já não dá de comer a um milhão de portugueses. Mas continua a ser uma âncora crucial da economia agrária e o sustento de amplas regiões do país.
A crise da quebra da procura e da geração de excedentes está a levar milhares de produtores e de empresas aos limites.
Em França, discute-se a necessidade de arrancar 100 mil hectares de vinhedo. E por cá? Como solucionar um problema grave num sector tão importante para a economia nacional e, já agora, também para a cultura do país?
Neste P24, ouvimos Frederico Falcão, enólogo, presidente da ViniPortugal, Associação do Sector para a Promoção Externa dos Vinhos Nacionais.
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Wed, 28 Aug 2024 - 3315 - Sismo. Portugal está preparado para mitigar um eventual desastre?
Foi só um susto, mas não um susto qualquer. Na madrugada de segunda-feira, uns milhares de portugueses acordaram sobressaltados com a terra a tremer. Durou apenas uns segundos, mas para muitos bastou para reviver a ameaça de pesadelo que paira em especial sobre os habitantes de Lisboa.
Viver perto de uma falha sísmica, como a que existe entre Gibraltar e os Açores, é nesses momentos motivo de ansiedade.
Momentos como os da madrugada de segunda-feira servem por isso para recordar a possibilidade de um novo desastre. Valem pelo susto que desperta más memórias e gera atenção, motivação e energia para se discutir a prevenção e a mitigação de riscos.
Mas será que Portugal está a responder pela acção aos níveis de risco elevado de sismo do seu território? Desde 1980 que há legislação obrigatória para a construção, mas está a ser bem aplicada? Não seria melhor haver um programa permanente de educação para situações de risco? Em Lisboa, onde a maioria dos hospitais não foi feita com as boas regras da engenharia anti-sísmica, há planos de contingência para mitigar um eventual desastre?
Como no caso de Santa Bárbara, que só é invocada quando troveja, o país, com excepões louváveis de levantamentos como que a Câmara de Lisboa fez, só se lembra dos terramotos e dos tsunamis quando a terra treme. O que temos então feito e o que podemos fazer?
Neste P24, ouvimos Susana Custódio, sismóloga, professora e investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
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Tue, 27 Aug 2024 - 3314 - Da praia à linha do Douro: as melhores sugestões de viagens de comboio em Portugal
Neste P24 especial de Verão, o jornalista Carlos Cipriano foi desafiado a apresentar as melhores sugestões para um Verão sobre carris em Portugal. Da incontornável Linha do Douro até às linhas que tocam nas praias, conheça as sugestões de Carlos Cipriano neste P24.
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Mon, 26 Aug 2024 - 3313 - Cinco filmes para ver nas férias de Verão
Se gosta de cinema e de aproveitar as férias para ver aquele filme que perdeu durante o ano, este episódio especial do P24 é mesmo para si.
Esteja no conforto de casa ou em locais mais remotos onde não há cinemas por perto, há sempre uma plataforma de streamingà mão para ver um bom filme.
Por isso, neste episódio convidamos Jorge Mourinha, crítico de cinema do Ípsilon, para nos dar 5 sugestões de filmes para ver este verão.
Ao longo do mês de Agosto, o P24 dedica alguns episódios a temas do Ípsilon, o suplemento de cultura do PÚBLICO, e da Fugas, que se concentra em viagens e gastronomia.
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Fri, 23 Aug 2024 - 3312 - Que desfechos pode ter a incursão da Ucrânia na Rússia?
A Ucrânia atacou esta quarta-feira a capital russa, Moscovo, com pelo menos 11 dronesque foram abatidos pelas defesas aéreas. Segundo as autoridades russas, é um dos maiores ataques com drones à capital desde que a guerra na Ucrânia começou em Fevereiro de 2022.
Estes ataques acontecem depois de, no dia 6 de Agosto, a Ucrânia ter surpreendido tudo e todos ao invadir a região ocidental de Kursk, na Rússia - o maior ataque estrangeiro em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
Esta incursão ucraniana acontece ao mesmo tempo que as tropas russas avançam no leste da Ucrânia, onde controlam cerca de 18% do território. A estratégica cidade de Pokrovsk está em risco e a Ucrânia já decretou a retirada das famílias com menores da região. Este centro administrativo no ocidente de Donetsk é muito importante nas rotas de abastecimento ucranianas na sua frente leste e perdê-lo poderá ser uma derrota pesada para Zelensky.
Que impactos pode ter esta arriscada decisão das tropas ucranianas e de que forma pode mudar o curso do conflito e da percepção sobre ele?
Neste P24, ouvimos Sandra Fernandes, especialista em Relações Internacionais e professora da Universidade do Minho.
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Thu, 22 Aug 2024 - 3311 - O que está em causa com a proposta de referendo à imigração do Chega?
O que está em causa com a proposta de referendo à imigração anunciada por André Ventura? Na Europa sem fronteiras, num mundo global, a ideia de construir barreiras e erguer muros pode apaziguar os fantasmas e os medos. Mas será que são solução? Ou, pelo menos, serão solução num país livre e aberto, parte da União Europeia e regido pelo Estado de Direito e pela democracia liberal? Mais do que a oportunidade política que o Chega cria ao inventar o referendo, são estas questões que vale a pena discutir.
Até porque as quotas por si só não são um problema grave. A legislação europeia admite-as e estiveram em vigor em Portugal entre 2003 e 2022. Nos Estados Unidos, continuam a ter força de lei. É por isso conveniente indagar sobre o seu sucesso.
Para o fazermos, o P24 conta hoje com a participação do sociólogo Rui Pena Pires, professor no ISCTE, investigador e director científico do Observatório da Emigração, que fala sobre a relação entre os fluxos migratórios e o mercado de trabalho e a desadequação da rede consular portuguesa, e desconstrói algumas ideias feitas sobre a imigração e emigração portuguesa.
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Wed, 21 Aug 2024 - 3310 - Os democratas estão em festa na convenção, mas terão força para vencer?
A menos de 80 dias das eleições que vão escolher o próximo Presidente dos Estados Unidos da América, os democratas reúnem-se na sua Convenção em Chicago. O estado de graça impera. Joe Biden desistiu de ser candidato e Kamala Harris fez o que muitos julgavam ser impossível: uniu o partido e trouxe à campanha uma nova animação. A vitória anunciada de Donald Trump deu lugar à incerteza.
Os democratas estão vivos, mas estarão suficientemente fortes para vencer? Terão na convenção trunfos com força suficiente para apagar o protesto nas ruas de milhares de pessoas contra o apoio do Governo a Israel na guerra em Gaza?
Pedro Guerreiro, editor do online e jornalista do PÚBLICO nos EUA, que está a acompanhar a convenção democrata e já esteve na republicana, em Julho, é o convidado deste P24.
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Tue, 20 Aug 2024 - 3309 - De norte a sul: restaurantes a não perder neste Verão
Nas sugestões de Verão do P24, trazemos hoje uma lista de locais para uma refeição de verão. A jornalista do PÚBLICO Alexandra Prado Coelho dá-nos a conhecer restaurantes de norte a sul do país para um almoço ou jantar sem correr contra o tempo.
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Mon, 19 Aug 2024 - 3308 - Sem séries para ver? Conheça as sugestões do PÚBLICO
Neste episódio, a jornalista do PÚBLICO Joana Amaral Cardoso faz recomendações de séries para ver neste Verão. A primeira sugestão é o incontornável Twin Peaks, mas há muito mais para descobrir, quando são cada vez mais as plataformas de streaming disponíveis para os consumidores.
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Fri, 16 Aug 2024 - 3307 - O turismo está a chegar ao seu limite?
À superfície, o turismo em Portugal vive o melhor dos mundos. No ano passado, a procura internacional cresceu 12,1%, quando comparado com o período antes da pandemia, diz a OCDE. Os cerca de 20 milhões de estrangeiros que nos visitaram deixaram em Portugal 25,1 mil milhões de euros, nota o Banco de Portugal. A receita turística vale quase 9% do PIB, o dobro da média da zona euro. Tudo junto e somado, parece possível legitimar a tese de que essa coisa do turismo a mais não existe.
Mas existe. Lentamente, em cidades europeias como Barcelona, Berlim, Málaga ou Sintra foi-se levantando um rumor contra o que se designa agora como sobreturismo. A OCDE, insuspeita de ser contra a livre iniciativa, avisa que, “muitas vezes, o impacto do desenvolvimento do turismo é desequilibrado ao nível económico, social e ambiental”.
Como equilibrar uma actividade económica indispensável para a economia com as necessidades e aspirações dos habitantes? Ou, como diz a OCDE, como evitar que “o turismo num destino atinja ou ultrapasse os níveis de equilíbrio”? Como determinar esses níveis e conseguir que o turismo de massas impeça a existência de uma cidade viva e habitada, como reclama a associação QSintra?
Interrogações e dúvidas que neste pisódio discutimos com Madalena Martins, membro da QSintra.
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Wed, 14 Aug 2024 - 3306 - Ucrânia respira em território da Rússia
Durante praticamente todo o ano de 2024 a frente de guerra no Donbass trouxe apenas más notícias para a Ucrânia e os seus aliados. No combate, o gigante russo parecia apenas gerir, e sem pressa, o tempo e o espaço a seu favor. A lei do mais forte parecia incontornável. Até que, na semana passada, as coisas mudaram. De acossada e à defensiva, a Ucrânia passou a ser activa e invasora. O Kremlin não estava à espera nem da ousadia nem da capacidade ofensiva. Putin esteve dias mergulhado num ruidoso silêncio.
Na semana passada, alguns milhares de soldados ucranianos passaram a fronteira e penetraram mais de 10 quilómetros no território da Rússia. Entre posts de bloggers da guerra, russos e ucranianos, e lacónicas declarações de entidades oficiais, há muitas zonas cinzentas. Sabe-se que há 28 aldeias russas ocupadas, bombardeamentos de artilharia e de drones a colunas militares russas, ou a deslocação forçada de mais de 120 mil civis russos. Mas é impossível saber ao certo o que se passa no terreno.
Seja o que for, esta incursão, ou invasão, da Rússia pelos ucranianos, a maior desde o início do conflito tem um significado militar e político importante. A Ucrânia, que nos últimos meses parecia condenada a uma resistência inglória no Donbass, revela inteligência, nervo e poder militar. Para Putin, a violação do seu território, é uma derrota pessoal e política. Tenta dissimula-la com o que diz ser uma “tentativa de desestabilização da Rússia”. Para os ucranianos, aconteça o que acontecer a seguir, estes são dias para respirar fundo no Donbass e recuperar a moral.
Que destino terá este ataque? Que influência pode ter no futuro da guerra ou numa eventual negociação de paz? São questões que vamos discutir com José Alberto Azeredo Lopes, doutorado em Direito, especialista em Direito Internacional, professor no Centro Regional do Porto da Universidade Católica e ex-ministro da Defesa.
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Tue, 13 Aug 2024 - 3305 - Quatro praias (e restaurantes) a não perder na Costa Alentejana e Vicentina
No mês de Agosto, as praias portuguesas enchem-se de famílias à procura de uns dias de sossego, mas com uma procura cada vez maior de turistas, o sossego nem sempre é o maior.
Por isso, neste P24, Luís J. Santos, editor da Fugas, partilha algumas das suas praias de eleição nas costas Alentejana e Vicentina, fora do roteiro turístico mais comum.
Segredos bem guardados? Não garantimos, mas que valem a visita, isso valem.
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Mon, 12 Aug 2024 - 3304 - Cinco livros para lhe fazer companhia nas férias
No Verão, não há nada como mergulhar num bom livro em frente ao mar ou debaixo da sombra de uma árvore. Se ainda está à procura de títulos para acompanhar os dias quentes, o melhor é mesmo ouvir este episódio até ao fim.
Neste episódio especial de Verão, convidamos Isabel Lucas, jornalista de Cultura do PÚBLICO, para nos recomendar cinco livros para explorar durante as férias de Verão.
As recomendações não param por aqui. Ao longo do mês de Agosto, o P24 vai dedicar alguns episódios aos temas do Ípsilon, o suplemento de cultura do PÚBLICO, e da Fugas, que se foca em viagens e gastronomia.
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Fri, 09 Aug 2024 - 3303 - Depressão resistente: há mais hospitais a usar cetamina
Há já cinco serviços públicos de Psiquiatria em Portugal que utilizam cetamina para tratamento de depressões mais resistentes. Os hospitais Beatriz Ângelo, Júlio de Matos e o Centro Clínico das Janelas Verdes, na Grande Lisboa, foram os primeiros a fazê-lo. Mais recentemente, foi a vez de o Hospital de Magalhães Lemos, no Porto, adoptar aquela substância nos seus tratamentos e, desde esta semana, do serviço de Psiquiatra do Hospital de São João, na mesma cidade. Neste P24, ouvimos o psiquiatra Pedro Castro Rodrigues.
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Thu, 08 Aug 2024 - 3302 - O que nos diz o nome que Kamala Harris escolheu para vice-presidente?
A candidata do Partido Democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, escolheu o governador do Minnesota, Tim Walz, para ser o seu vice-presidente na corrida às eleições presidenciais de 5 de Novembro. Como podemos avaliar esta escolha? Neste P24 ouvimos a opinião de José Pedro Teixeira Fernandes, Investigador do IPRI-NOVA - Universidade NOVA de Lisboa.
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Wed, 07 Aug 2024 - 3301 - Como se pode explicar o que aconteceu nesta segunda nas bolsas?
Ao fim de 12 meses de taxas de juro em máximos, os mercados acordaram para um problema. E se, à semelhança do que aconteceu nos anos 1970, a Reserva Federal norte-americana (Fed) foi agora também longe demais na luta contra a inflação e empurrou irremediavelmente a economia dos EUA - e provavelmente o resto do mundo - para uma recessão? Neste P24, ouvimos Pedro Brinca, professor associado da Nova School of Business and Economics (Nova SBE).
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Tue, 06 Aug 2024 - 3300 - De Norte a Sul: as festas populares a não perder este Verão
Durante os meses quentes, Portugal transforma-se num palco de celebrações, onde a música, a gastronomia e a tradição se encontram em praças e ruas de Norte a Sul.
Há bailaricos, cerveja para brindar e também autênticas viagens no tempo. Neste episódio especial, ouvimos Rúben Martins, uma das vozes do P24, que desta vez nos vai guiar pelos arraiais mais emblemáticos e pelas festas que não pode perder nesta estação.
Ao longo do mês de Agosto, o P24 vai mergulhar nos temas do Ípsilon, o suplemento de cultura do PÚBLICO, e da Fugas, com um foco especial em viagens e gastronomia.
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Mon, 05 Aug 2024 - 3299 - Cinco festivais de música a não perder este Verão
Verão é tempo de praia, passeios, mas também de parar para ouvir boa música. E se alguns dos maiores festivais de Verão já passaram, ainda há bons eventos para aproveitar nos meses de Agosto e Setembro.
Por isso, neste episódio especial, o Daniel Dias, jornalista de cultura do PÚBLICO, dá-nos cinco sugestões de festivais de música para visitarmos nas próximas semanas.
As sugestões não vão ficar por aqui: ao longo do mês de Agosto, o P24 dedica alguns episódios a temas do Ípsilon, o suplemento de cultura do PÚBLICO, e da Fugas, que se dedica a viagens e gastronomia.
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Fri, 02 Aug 2024 - 3298 - Médio Oriente: o que está a ser feito é ampliar a guerra e não a paz
Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do Hamas, foi assassinado no Irão. O facto de o assassinato ter ocorrido em território iraniano, logo após a posse do novo presidente do país, e não no Catar, onde Haniyeh residia, é, ao mesmo tempo, uma provocação e uma demonstração de força. A sua morte tem duas consequências imediatas: enfraquece o Hamas e enfurece o Irão.
Como responderá o Hamas à morte do seu líder, como responderá o Irão à violação do seu espaço soberano?
Depois da morte do líder do Hamas, o próximo alvo poderá ser o líder do Hezbollah. O eventual assassinato de Hassan Nasrallah e uma possível invasão do Líbano iria expandir a guerra no Médio Oriente para patamares seriamente preocupantes.
Esta escalada do conflito é também um desafio à presidência dos EUA, depois de Joe Biden e Kamala Harris terem insistido num acordo. Benjamin Netanyahu fez o contrário.
Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Portucalense, entende que o processo de paz fica em causa com a eliminação do líder político do Hamas, considerado um dos rostos mais moderados do movimento, e um dos dirigentes que considerava que havia alguma utilidade na negociação de um acordo.
A única certeza é esta: estamos mais perto do agravamento do conflito do que da sua resolução. A grande dúvida permanece: a paz interessa a quem?
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Thu, 01 Aug 2024 - 3297 - Em pleno Verão, a economia arrefeceu
Trimestre após trimestre, os portugueses habituaram-se ouvir boas notícias sobre o comportamento da economia. Por regra, os indicadores dos organismos estatísticos apontavam para clima de bonança. As previsões das instâncias internacionais corrigiam em alta as metas apontadas para o crescimento do país. Eis se não que, no segundo trimestre deste ano, o cenário perde brilho. Perde brilho porque, de acordo com as estimativas rápidas do Instituto Nacional de Estatística, a economia cresce, mas não cresce a ritmo tão elevado como nos trimestres anteriores.
Se causa está uma excepção ou inversão de tendência, é ainda cedo para poder dizer. Isto conta ainda assim e conta muito. Se os cenários de crescimento voltarem a arrefecer no terceiro trimestre, a discussão sobre o Orçamento vai ganhar novas tonalidades. Uma coisa é projectar receitas com a economia a crescer 2%, outra coisa muito diferente é fazê-lo com crescimento de, por exemplo, 1%.
Sérgio Aníbal é o convidado deste episódio do P24. Grande repórter do PÚBLICO e jornalista especializado nas áreas da macroeconomia que incluem obviamente as finanças públicas e as setas de Estado, o P24 conta com a sua ajuda para perceber melhor o que está causa e ainda mais para antecipar o que poderá acontecer a seguir.
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Wed, 31 Jul 2024 - 3296 - As eleições na Venezuela foram limpas e democráticas?
Como era previsível, Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral anunciou que o herdeiro do antigo líder Hugo Chavez obteve 51,20% dos votos e que o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, se ficou pelos 44.2%.
Como também era previsível, a oposição não reconheceu a vitória de Maduro. "Ganhámos” com 70% dos votos, a Venezuela tem um novo Presidente eleito e é Edmundo Gonzalez Urrutia’", declarou Maria Corina Machado, que foi impossibilitada de se candidatar e que é a verdadeira opositora de Maduro.
Na recta final da campanha, Maduro considerou que uma vitória da oposição poderia originar "um banho de sangue", enquanto a coligação opositora prometeu lutar "até ao fim".
Neste país mergulhado numa crise económica sem precedentes, de onde sete milhões de venezuelanos fugiram, e onde vive uma significativa comunidade de portugueses e de luso-descendentes, o que se passará a seguir é uma incógnita.
Neste episódio, falamos com Pedro Ponte e Sousa, responsável pela unidade curricular de Estudos Americanos na Universidade Portucalense, no Porto, que nos diz que é necessário esperar para perceber se o resultado se vai traduzir em alguma pressão sobre o sistema político.
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Tue, 30 Jul 2024 - 3295 - Caso das gémeas: "Marcelo devia conhecer o filho que tem", diz João Miguel Tavares
O caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está longe do final. O chefe da Casa Civil da Presidência da República e a assessora de Marcelo Rebelo de Sousa para os Assuntos Sociais acrescentaram detalhes a este caso, na semana passada, na Comissão Parlamentar de Inquérito, que, entretanto, foi de férias.
Há quem coloque em questão a pertinência desta comissão, imposta pelo Chega, e há quem a considere representativa de uma prática que não é só portuguesa, mas que tem uma boa dose de portugalidade. Trata-se de uma simples cunha ou algo mais do que isso?
Neste episódio, João Miguel Tavares, jornalista e colunista do Público, que tem escrito bastante sobre este tema, duvida que se esteja perante “uma simples cunha”. “Marcelo Rebelo de Sousa devia conhecer o filho que tem”, diz o colunista.
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Mon, 29 Jul 2024 - 3294 - Jogos Olímpicos. Portugal vai ultrapassar os resultados de Tóquio?
Os Jogos Olímpicos começaram ontem, em Paris, de forma inédita. Pela primeira vez na sua história, a cerimónia de abertura decorreu fora de um estádio.
Dezenas de barcos transportaram milhares de atletas e artistas num desfile sobre as águas do rio Sena, numa extensão de seis quilómetros.
A participação portuguesa nestes Jogos Olímpicos de Paris tem um objectivo: igualar ou melhorar os resultados de Tóquio, em 2020.
As quatro medalhas obtidas há quatro anos foram o melhor resultado de sempre de uma participação nacional. Portugal vai ter 73 atletas a competir.
Neste episódio, falamos com José Garcia, ex-canoísta, que participou em vários jogos e que chefiou a missão portuguesa no Rio de Janeiro, em 2016.
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Fri, 26 Jul 2024 - 3293 - Demasiado calor para trabalhar ao ar livre. Que direitos têm os trabalhadores?
Dias 21 e 22 de Julho foram os dias mais quentesde que há registo em todo o mundo. E os recordes prometem continuar a cair esta semana.
Para fazer face à subida das temperaturas, há países a aprovar medidas de protecção aos trabalhadores. A Grécia decidiu impedir trabalhos pesados ao ar livre entre as 12h e as 17h. No ano passado, Espanha também já tinha adoptado medidas semelhantes, como proibição de alguns trabalhos ao ar livre durante condições de calor extremo.
E em Portugal? Existem protecções, ou estas podem vir a ser aprovadas, tendo em conta o aumento da temperatura média?
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Thu, 25 Jul 2024 - 3292 - Está tudo na mesma em Angola, mas com mais repressão
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegou ontem a Luanda para uma visita de três dias. Luís Montenegro e o presidente João Lourenço vão falar sobre economia, relações bilaterais e colaboração portuguesa na melhoria da qualificação profissional angolana.
A Amnistia Internacional pediu ao primeiro-ministro português que falasse com o presidente de Angola sobre violação de direitos humanos, nomeadamente o direito à liberdade de expressão, manifestação e reunião pacífica. Mas o tema não deverá fazer parte das conversas. O passado já está cheio de incómodos.
A Amnistia fala num “padrão preocupante de detenções arbitrárias, intimidação e assédio” levado a cabo “pelas autoridades angolanas contra os cidadãos que se atrevem a denunciar violações de direitos humanos, corrupção e injustiça no país”.
O arcebispo do Lubango diz que “ainda hoje constatamos que aumenta assustadoramente o fosso entre os cada vez mais pobres e os poucos que se apoderam das riquezas nacionais, muitas vezes adquiridas de forma desonesta e fraudulenta”.
Neste episódio, António Rodrigues, jornalista do Público, ajuda-nos a perceber a actual realidade angolana e em que ponto está a relação entre os dos países.
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Wed, 24 Jul 2024 - 3291 - Faltam medicamentos para diabetes e obesidade. Porquê?
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A elevada procura de medicamentos para a diabetes e obesidade em Portugal e na Europa tem provocado dificuldades de abastecimento.
A Agência Europeia do Medicamento diz que há uma grande procura destes medicamentos desde 2022 e que as limitações relacionadas com o seu fabrico ajudam a explicar esta escassez em toda a União Europeia. Mas não só.
A agência acrescenta que a sua utilização na perda de peso por razões estéticas, por pessoas sem obesidade, aumenta a sua procura. Este crescimento da procura atrai a actividade criminosa e cria o risco de entrada no mercado de produtos falsificados, com as naturais consequências para a saúde pública.
Os principais fabricantes, por seu lado, dizem que estão a trabalhar 24 horas por dia e sete dias por semana, de modo a garantir o fornecimento contínuo do medicamento e a reduzir o impacto da sua ausência nas pessoas sujeitas a tratamento.
Que medicamentos são estes e porque é que estão em falta? O que se sabe sobre os novos medicamentos que surgiram, entretanto, e quando é que eles chegam a Portugal. Neste episódio, a jornalista do PÚBLICO Filipa Almeida Mendes, autora do livro Vou Emagrecer. Os medicamentos para a diabetes que estão a revolucionar a perda de peso, ajuda-nos a obter respostas para estas questões.
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Tue, 23 Jul 2024 - 3290 - E depois de Joe Biden? Democratas vão escolher Kamala Harris ou há espaço para surpresas?
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou através das redes sociais que se vai afastar da corrida presidencial, após semanas de pressão crescente, tanto por parte de adversários políticos como de aliados democratas. Nunca um Presidente em funções à procura de ser reeleito havia desistido numa fase tão adiantada da corrida eleitoral. E agora? O que acontece? Neste P24 ouvimos Pedro Guerreiro, jornalista do PÚBLICO nos Estados Unidos da América.
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Sun, 21 Jul 2024 - 3289 - Socialistas e França Insubmissa vão conseguir superar as divergências?
A Nova Frente Popular venceu as eleições francesas, mas socialistas, comunistas, ecologistas e a França Insubmissa não se entendem quanto à escolha de um candidato a primeiro-ministro. O Partido Socialista tem defendido candidatos oriundos da sociedade civil, mas a França Insubmissa discorda.
Por outro lado, os socialistas recusaram o nome da presidente do Conselho Regional da Ilha de Reunião, proposto por comunistas e com o apoio do partido de Jean-Luc Mélenchon.
Marine Tondelier, secretária nacional dos Ecologistas, escreveu, esta semana, numa das suas contas nas redes sociais: “Os franceses votaram e nós ganhamos. Eles querem ver-nos a governar. Se não fizermos melhor, e rapidamente, eles nunca nos perdoarão”.
França está mergulhada num impasse, com um governo demissionário e uma grande incerteza quanto à sua governabilidade. Neste episódio, João Martins Pereira, secretário nacional dos Jovens Socialistas franceses e vice-presidente dos Jovens Socialistas europeus, comenta as difíceis negociações e a falta de consenso entre os partidos de esquerda.
O político luso-francês, de 28 anos, também conselheiro das comunidades portuguesas, recorda que foram precisos 45 dias para formar a famosa “geringonça” em Portugal.
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Thu, 18 Jul 2024 - 3288 - JD Vance. Porque é que a escolha do vice de Trump preocupa a Ucrânia?
Se uma possível reeleição de Trump já preocupava a União Europeia, a escolha de JD Vance para candidato a vice-presidente dos EUA vem agravar ainda mais essas preocupações.
Zelensky diz que trabalhará em conjunto com Donald Trump se ele for eleito, mas em Kiev vários oficiais próximos do presidente já expressaram preocupação com a escolha de Vance.
Qual poderá, então, ser o impacto de uma vitória do Partido Republicano na guerra da Ucrânia?
Neste p24, ouvimos João Ruela Ribeiro, jornalista da secção internacional do PÚBLICO.
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Thu, 18 Jul 2024 - 3287 - Como um movimento quer referendar o fim do alojamento local nos prédios de habitação em Lisboa
Os procedimentos administrativos até poderão vir a originar alguns atrasos, mas a expectativa é que, no pior dos cenários, na “Primavera de 2025”, se possa vir a realizar o primeiro referendo local de Lisboa. O objectivo dos seus promotores é claro: travar a utilização como alojamento local (AL) das fracções habitacionais da capital. Uma decisão recentemente anunciada pela cidade espanhola de Barcelona, que anunciou a cessação das actuais licenças a partir de Novembro de 2028. Neste P24 ouvimos Diogo Guerra, um dos membros do Movimento pelo Referendo à Habitação.
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Wed, 17 Jul 2024 - 3286 - Trump sobreviveu a um atentado, Biden sobreviverá às suas gafes?
A última tentativa de assassinato de um presidente dos EUA tinha sido, em 1981, quando Ronald Reagan sobreviveu ao ataque de um atirador solitário. Não há comparação possível entre a conjuntura política desses anos e a actual polarização da política americana. Reagan foi beneficiado pelo incidente. Donald Trump desejará o mesmo. Não é certo que isso aconteça, mas é certo que o ex-presidente vai passar a imagem de um “homem protegido por Deus, para fazer da América uma grande nação”.
O ex-presidente dos EUA vai mudar de discurso, pelo menos, essa é a mensagem que tenta transmitir. Nas primeiras declarações após o atentado que sofreu, num comício, no último sábado, Trump disse que esta “é uma oportunidade para unir o país inteiro e até o mundo inteiro”. E acrescentou: “Mas não sei se será possível. As pessoas estão muito divididas.” O que não deixa de ser irónico, uma vez que Trump é o principal promotor do discurso agressivo e violento contra os seus adversários políticos e as instituições democráticas.
A convenção republicana, que ontem começou em Milwaukee, vai ser o palco dessa mudança.
Trump sobreviveu a um atentado, Biden sobreviverá às suas gafes? O actual presidente passou os últimos dias a tentar recuperar do debate televisivo com Trump, da sucessão de gafes que cometeu na cerimónia de aniversário da NATO e a tentar provar que possui condições físicas e cognitivas para exercer o cargo.
Como será esta campanha presidencial? É sobre a actual situação política norte-americana que nos fala, neste episódio, Daniela Melo, cientista política e professora da Universidade de Boston, nos EUA.
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Tue, 16 Jul 2024 - 3285 - O atentado contra Donald Trump vai favorecê-lo na campanha?
Que influência terá a tentativa de assassinato de Donald Trump no resultado das eleições presidenciais nos EUA? O ex-presidente ficou ferido, no último sábado, num ataque a tiro, num comício, na Pensilvânia, e será entronizado como candidato do partido republicano, ainda com mais furor, na convenção que começa hoje no Milwaukee.
Duas pessoas morreram no ataque, um participante no comício e o próprio atirador, abatido pela polícia. O atentado poderá influenciar a escolha do candidato à vice-presidência e terá repercussões nas sondagens.
Trump tem agora mais trunfos para alimentar a sua retórica segundo o qual tem toda a gente contra si, dos procuradores aos juízes, dos rivais políticos aos jornalistas.
Pedro Guerreiro, editor do online e jornalista do PÚBLICO nos EUA, que vai acompanhar a partir de hoje a convenção republicana, prevê que o atentado tenha um impacto considerável na campanha e que seja um Trump magoado e vingativo que regresse, em caso de vitória, à Casa Branca. Como se isso não bastasse, será um presidente com a certeza de que estará livre de qualquer escrutínio por parte do poder judicial. São tempos sombrios.
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Sun, 14 Jul 2024 - 3284 - Rankings das escolas: afinal, para que servem?
Rankings das escolas há muitos, feitos com metodologias diferentes e, por vezes, também, com resultados diferentes. Há quem os defenda e há quem os queira abolir.
No som de abertura deste episódio, Domingos Fernandes, presidente do Conselho Nacional de Educação, diz que “em Portugal, precisamos de começar a falar mais da qualidade do ensino. Precisamos de falar mais da qualidade das aprendizagens dos alunos. Não sou daqueles que acham que os exames ou os rankings nos ajudam a resolver esse problema”.
O que distingue os do PÚBLICO, desenvolvidos com a Católica Porto Business School, resulta do facto de olharmos também para o contexto socioeconómico dos alunos e de termos um ranking alternativo ao dos exames.
Enquanto o ranking dos exames ordena as escolas da melhor para a pior média, em função dos resultados dos alunos nas provas nacionais feitas no ano passado, o ranking da superação, que é um ranking alternativo, ordena as escolas das que mais se superam para as que mais ficam aquém do valor que seria esperado, tendo em conta o seu contexto socioeconómico.
No PÚBLICO de hoje, na edição online e nas bancas, vai encontrar uma edição especial dedicada ao tema, com reportagens, entrevistas, opinião e páginas interactivas para consultar os dados trabalhados por nós.
Neste episódio, Andreia Sanches, directora-adjunta do PÚBLICO, explica como foram feitos e para que servem os rankings das escolas.
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Thu, 11 Jul 2024 - 3283 - Aos 75 anos, a NATO está sob ameaça?
O jogo da democracia influenciou sempre a actividade da NATO, mas nunca como neste ano de todas as eleições, em que o destino da aliança transatlântica está directamente ligado ao destino político de dois homens, Donald Trump e Emmanuel Macron, que ainda há pouco tempo classificavam a organização militar como “obsoleta” (o primeiro) e lhe passavam um atestado de “morte cerebral” (o segundo). Que futuro terá a NATO? Neste P24 ouvimos a enviada especial a Washington DC, Rita Siza.
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Thu, 11 Jul 2024 - 3282 - Covid-19, não há razão para alarme, nem para esquecer que ela existe
O número de casos e de mortes causadas pela covid-19 tem registado um aumento. Na semana passada, a Direcção-Geral da Saúde recomendou o reforço das medidas de prevenção e de controlo do vírus, após a quantidade de casos ter ultrapassado, no final de Junho, o pico do último inverno.
Todavia, os valores ainda estão abaixo do limiar do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, pelo que não são necessárias medidas obrigatórias de contenção. Mas, em contextos específicos, como lares de idosos e serviços de urgência hospitalar, o uso de máscaras continua a ser recomendado.
A vacinação é especialmente recomendada a pessoas mais vulneráveis e a próxima campanha sazonal deve começar na segunda quinzena de Setembro. Neste episódio, Henrique Barros, epidemiologista e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, diz que não há razão para alarme, mas também diz que não há razão para esquecer que a doença ainda existe.
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Wed, 10 Jul 2024 - 3281 - Pedro Marques Lopes. Entrevista “confrangedora” de Lucília Gago confirma que MP vive numa “espécie de bolha”
É a primeira entrevista que a Procuradora-Geral da República dá à comunicação social em seis anos de mandato, quando faltam três meses para deixar o cargo.
À RTP, Lucília Gago disse que nunca ponderou demitir-se do cargo, não se sente responsável pela demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro e lembrou que o inquérito à actuação de António Costa ainda decorre, embora ex-primeiro-ministro seja apenas testemunha.
Sobre as críticas de que tem sido alvo, a Procuradora-Geral afirmou estar em curso uma "campanha orquestrada" contra esta magistratura. E incluiu nesses críticos a actual ministra da Justiça, que a acusou recentemente de falta de capacidade de liderança e de comunicação.
Neste P24 ouvimos Pedro Marques Lopes, jurista, comentador e um dos subscritores do Manifesto dos 50 + 50 pela reforma da Justiça, que tem sido particularmente crítico da actuação do Ministério Público.
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Tue, 09 Jul 2024 - 3280 - Direita radical derrotada em França. E agora, como formar Governo?
Contra todas as sondagens, a Nova Frente Popular, a coligação de esquerda formada para fazer frente à União Nacional de Marine Le Pen venceu as eleições francesas. A coligação de esquerda conseguiu eleger 182 deputados. Em segundo lugar, ficou a coligação montada por Macron, Juntos, que acaba por não ter uma derrota tão pesada como era antecipado (elege 168 deputados).
Já a União Nacional, que venceu a primeira volta e procurava uma maioria absoluta, ficou em terceiro lugar, com 143 deputados eleitos. Como era esperado, nenhum dos três blocos partidários alcançou uma maioria absoluta.
Com este resultado, haverá margem para um entendimento entre a esquerda e o campo presidencial que permita a formação de um governo estável?
Neste P24, ouvimos João Carvalho, especialista em ciência política do ISCTE, que se tem dedicado ao estudo dos movimentos da extrema-direita europeia.
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Mon, 08 Jul 2024 - 3279 - Com que Reino Unido acordámos nesta sexta-feira?
As sondagens à boca das urnas divulgadas nesta quinta-feira à noite dão uma vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições legislativas britânicas. De acordo com as primeiras projecções, o partido de centro-esquerda, liderado por Keir Starmer, deve eleger 410 deputados. Neste P24 ouvimos Maria Luísa Moreira, analista e consultora em geopolítica, paz e segurança internacional, João Diogo Barbosa, advogado e especialista em assuntos europeus e, a partir de Londres, Miguel Herdade, gestor do sector social com foco na área das desigualdades na educação e integração social.
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Fri, 05 Jul 2024
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