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O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.
- 203 - A MÁQUINA DAS PERCEPÇÕES: QUER SABER A MAGIA? SUSANA SALGADO
Hoje falamos da mais profissional, eficaz e eficiente máquina de criação e gestão das expectativas: a política.
Usando as ferramentas da comunicação, os políticos de todo o mundo criam percepções favoráveis às suas causas.
São essas percepções que permitem um suporte da opinião pública para as posições e decisões que os políticos tomam no nosso nome.
E essa máquina das percepções obedece a regras e estratégias muito bem definidas.
Pelo menos assim era no tempo dos ‘media’ tradicionais.
Agora há um novo mapa a ser desenhado: o mundo alimentado pelas redes sociais.
Trocaram-se os editores e jornalistas por robôs e algoritmos.
E a comunicação política repensou a sua forma de fazer o que sempre fez: influenciar o pensamento da opinião pública.
Com um refrescado conceito chamado polarização. Não é novo. Mas está na moda.
Do telejornal às manchetes dos jornais.
Da voz na manhã da telefonia até aos programas de debate.
Do contacto direto com os cidadãos até à transmissão em direto de eventos criados precisamente para serem transmitidos.
E agora as redes sociais: o velhinho Facebook onde todos continuamos a estar.
O Twitter agora batizado de X, por onde correm as mais disputadas e virulentas discussões políticas e sociais. Ou mesmo o Instagram e o TikTok, lançados para criar atenção pela beleza da foto-autorretrato ou da dança da moda, entretanto transformadas em máquinas de ‘marketing’ directo.
Estes dois mundos são o palco do mundo moderno.
E quem deseja mandar no mundo, no planeta, do país, município, aldeia ou grupo sabe que tem de usar estes canais e criar receitas que nos agradem.
Este programa é sobre o cruzamento da arte da comunicação com o da política.
Numa frase: a comunicação política e a política na comunicação.
A convidada é Susana Salgado, investigadora deste campo do saber no Instituto das Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Exploramos como os media e as redes sociais desempenham um papel crucial na maneira como as pessoas entendem a política e tomam decisões.
A conversa aborda temas como a polarização, o efeito dos algoritmos das redes sociais e o impacto dos preconceitos cognitivos, que criam uma espécie de “bolha” em que cada um de nós vive, condicionando como recebemos e interpretamos as mensagens políticas.
Um dos principais pontos de reflexão neste episódio é o impacto da comunicação polarizadora. Segundo ela, a política contemporânea tende a afastar os cidadãos do debate e a empurrá-los para os extremos, limitando a capacidade de entendimento e troca de ideias. Ela explora como, muitas vezes, os temas mais sensíveis ou “incómodos” são excluídos da discussão pública, não por falta de relevância, mas por uma espécie de censura social.
Isso faz com que pessoas que partilham de opiniões não convencionais sejam empurradas para a margem, onde encontram espaço em movimentos ou partidos mais radicais.
Esse fenómeno é reforçado pelas redes sociais, onde o anonimato e a liberdade de expressão permitem que as pessoas exponham visões mais extremas do que fariam em interações presenciais.
Nesta conversa aprendi muito sobre o conceito de criação de agendas públicas.
Em particular, como criar estratégias para colocar o nosso tema na agenda e criar percepções favoráveis ao nosso ponto de vista.
Criar agenda,Wed, 13 Nov 2024 - 37min - 202 - COMO SUPERAR O MEDO DE DANÇAR? BRUNO RODRIGUES
Hoje vamos dançar.
A forma mais natural em que acertamos o nosso movimento ao ritmo dos sons ou até dos pensamentos.
Sim, hoje acertamos os passo na arte humana da dança.
Dos mais talentosos dos bailarinos ao mais descoordenado dos seres.
Eu pecador de confesso. E por isso convidei o actor, coreógrafo e bailarino Bruno Rodrigues para me ensinar sobre o movimento do corpo.
Sou o mais descoordenado dos seres a habitar sobre a terra.
Poderia dizer que tenho dois pés esquerdos, o que até poderia ser elogioso porque até se dá o caso de eu ser canhoto.
Por isso simplifico: não tenho jeitinho nenhum para dançar.
O que me angustia porque o meu sentido de ritmo é bom. Acho eu. Sinto que sim. Ritmo dentro da minha cabeça. Depois os braços e as pernas é que não acompanham. Parecem ter vida própria, lançando no espaço pernas e braços num louco, levemente assustador e definitivamente esquisito movimento.
E um dia conheci o Bruno.
Num evento experimental sobre o movimento.
E aprendi que todos temos uma espécie de biblioteca de movimentos. E nessa biblioteca estão os livros de instruções para nos mexermos. É só ler esses livros. Embora muitos de nós nem sequer nos atrevemos a pegar neles. Nos livros. Nas ancas, rótulas, ombros ou pescoço. Volto ao movimento.
Basta respirar, diz ele, o Bruno, e o movimento aparece naturalmente.
Esta conversa é sobre isso.
Sobre o movimento. Sobre a maneira como dançamos.
Na conversa saberemos como alguém descobre que a sua vocação, como experimenta e aprende sobre a arte da dança.
Hoje é coreógrafo, actor e formador na área do movimento.
Naturalmente falámos da maneira como o nosso corpo fala, como comunica.
E de como a dança pode ser uma ferramenta social de inclusão e partilha.
Aprendi que todos podemos dançar.
E sabemos dançar. À nossa maneira, mas é uma maneira tão certa como qualquer outra. Saia lá daí, da frente do espelho. E liberte-se.
Claro que depois há o bailado, como expressão plástica maior.
A expressão do belo e do sublime.
Afinal o uso do corpo para nos fazer sentir as emoções.
O corpo como espelho da alma.
O movimento e a dança como uma forma universal de nos entontarmos mutuamente.
De olhos nos olhos.
De mão na mão.
Num compasso certo dos pés que seguem num movimento síncrono. Isto nas danças a dois.
Mas também valem os grupos que dançam num concerto.
Ou até aquele que dança sozinho na praia, sem música, apenas ao ritmo dos pensamentos.
E tudo se move. E tudo dança. Até os planetas à volta do sol.
Ou o sentir. Ao ritmo dos batimentos do coração.
O ritmo primordial da dança da vida.
Da Química à Dança: O Início da Jornada
Inicialmente estudante de Engenharia Química, Bruno descobriu a dança por acaso, quando uma colega o convidou a experimentar uma aula. Essa experiência revelou-lhe um novo caminho, onde se sentiu verdadeiramente “em casa”. O que começou como uma simples curiosidade tornou-se rapidamente a sua paixão e carreira. No episódio, ele descreve o momento inicial, numa sexta-feira de outubro, que marcou o encontro com a dança.Wed, 06 Nov 2024 - 53min - 201 - O GESTO CONTA? SOFIA FERNANDES
O gesto é tudo. Ou quase tudo.
No mundo onde o silêncio quase absoluto reina é o gesto que nos liga.
Nesta edição falamos, ouvimos e gesticulamos.
Um mergulho no mundo na língua que as pessoas surdas usam para ouvir e falar. A língua gestual portuguesa.
Em cima de um palco, no cantinho da nossa televisão, numa aula na escola, numa consulta médica ou a responder num tribunal.
A vida dos intérpretes de língua gestual portuguesa é uma correria entre todos os lugares do país onde alguém que não ouve, não aprendeu falar ou até a ler e escrever, precisa de entender o mundo.
Conheci a Sofia Fernandes em cima do palco no auditório do IPO do Porto. Ela traduzia o que os vários participantes do evento diziam.
A rapidez do gesto é fascinante. Não só das mãos.
Todo o corpo participa. Gestos nos dedos, braços, ombros e a cara.
Sim, as expressões faciais estão sempre a dizer qualquer coisa.
A dizer o espanto, a dizer a alegria, a sofrer a tristeza.
Naquele palco ouvi-a depois falar de viva voz.
Da maneira como ajuda a comunidade das pessoas surdas a comunicar. A ouvir, se é que posso usar esta palavra, e a dizer o que quer. E o que ouvi não podia ficar só ali. Tinha de o partilhar convosco.
Esta conversa é sobre comunicação. Todas as conversas do Pergunta Simples são sobre comunicação. Mas esta tem um nível de complexidade difícil de entender para quem ouve. Para os ouvintes regulares do ‘podcast’.
Mas neste caso o programa não tem só áudio, ou vídeo, com legendas. Neste caso este episódio está também traduzido em lingua gestual graças à generosidade da Sofia. Pode ser visto em www.perguntasimples.com e nos YouTube desta vida.
Portanto, não só veio contar tudo o que sabe, como, no fim ainda teve de trabalhar.
Eu disse generosidade? Acrescento uma palavra: torrencial.
E eu aprendi como se diz com um só gesto a mais bela palavra do mundo
O QUE APRENDI NESTE EPISÓDIO
A interpretação é muito mais do que traduzir palavras. Entendi que a língua gestual portuguesa não pode ser feita palavra por palavra porque é uma língua com gramática própria e ‘nuances’ específicas. O trabalho do intérprete é captar o sentido e adaptar o que está a ser dito, principalmente em temas complexos ou pouco familiares.
Adaptar-se ao momento é essencial. Percebi que, em interpretações ao vivo, como num telejornal, o intérprete precisa de uma grande agilidade para adaptar o contexto e corrigir interpretações, quando necessário. Sofia explicou que, ao não perceber uma palavra ou perder uma parte da conversa, procura “proteger-se” e transmitir algo literal até conseguir encaixar o contexto completo.
A carga emocional nas interpretações delicadas. Nas consultas médicas ou em audiências judiciais, o intérprete é obrigado a usar a primeira pessoa, dizendo “eu”. Esta proximidade com a situação pode ser emocionalmente exigente, especialmente ao lidar com histórias de dor ou sofrimento.
A acessibilidade continua a ser uma grande barreira. A falta de intérpretes e de recursos acessíveis é evidente, e Sofia sublinhou a dependência que muitas pessoas surdas têm de amigos e conhecidos para fazer coisas simples, como ir ao médico ou tratar de assuntos burocráticos.
Conhecer o contexto é chave. Quanto mais o intérprete entende o contexto, melhor consegue interpretar com fidelidade. Por exemplo,Wed, 30 Oct 2024 - 45min - 200 - A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MUDARÁ A NOSSA SAÚDE? RICARDO BAPTISTA LEITE
Hoje é dia de falar de saúde, máquinas inteligentes e líderes inspirados.
Para o caso d ainda não terem notado as máquinas que falam connosco como se fossem humanas estão a invadir o nosso dia-a-dia.
Seja numa página de ‘internet’, na relação com o nosso banco ou com uma qualquer empresa que nos fornece um serviço.
Estes robôs são programados para serem simpáticos, perguntam muitas coisas e querem que carreguemos vezes infinitas em números no telemóvel ou que respondamos a mil perguntas.
E lá vamos andando.
São ainda bastante básicos e eu, confesso, quando fico sem paciência, repito para a máquina “quero falar com um ser humano.”
Ora esses robôs estão também aparecer na área da saúde.
E além deles há outros bastante mais espertos que conseguem organizar gigantescas quantidades de dados e até chegar a melhores conclusões que os humanos. Mas já la vamos.
Este é um episódio com Ricardo Baptista Leite, um jovem médico português que integra a lista da Fundação Obama dos mais promissores líderes mundiais do futuro.
Todos o conhecemos pelo seu percurso na política, mas agora trabalha no desenvolvimento e regulação da chamada “inteligência artificial”. Em particular na área da saúde.
A tecnologia acelera e a dita “inteligência artificial” carrega algumas das mais interessantes promessas de que o mundo será melhor. Ainda com alguns pontos de interrogação, mas já com um vislumbre do que pode ser o futuro onde homem e máquina se fundem para funcionar melhor.
Será o advento de uma nova espécie humana? Do homem biónico ou apenas do homem assistido pelas máquinas?
Já para não pensar na assustadora ideia onde as máquinas passam a controlar tudo ao arrepio da decisão humana.
Ricardo Baptista Leite traz-nos uma visão muito interessante sobre como a tecnologia pode transformar a nossa forma de viver e, sobretudo, o nosso sistema de saúde. Ele acredita que a inteligência artificial não é só mais uma moda, mas algo que pode realmente fazer a diferença na forma como diagnosticamos e tratamos doenças.
amos falar de como as máquinas, em algumas áreas, já superam os médicos humanos na precisão e na rapidez dos diagnósticos, como na radiologia.
E, ao mesmo tempo, exploremos os riscos. Será que esta tecnologia acabará por beneficiar apenas um pequeno grupo de pessoas, deixando muitos de fora?
Na conversa falamos sobre a necessidade de mudarmos ou adaptarmos o nosso sistema de saúde. Ele acredita que trabalhamos reativamente, ou seja, a tratar a doença depois de ela aparecer, que é preciso uma viragem para um modelo mais proativo, focado na prevenção e na promoção da saúde.
E sabem o que é curioso? O Ricardo acha que a inteligência artificial, se usada corretamente, pode ser a chave para essa mudança.
Mas a nossa conversa não se fica apenas pela tecnologia. A empatia é outro tema importante que abordámos. Sabiam que, num estudo recente, os assistentes virtuais, os robôs, os chatbots, foram considerados mais empáticos que os próprios médicos?
Sim, máquinas a mostrar mais empatia que humanos!
Isso diz muito mais de nós humanos do que da habilidade das máquinas.
Durante esta hora de conversa falámos muito sobre o futuro. Como ele vê a evolução dos cuidados de saúde com a introdução de tecnologias avançadas como a inteligência artificial?
E o mais importante, como garantimos que essas inovações são usadas de forma ética e justa,Wed, 23 Oct 2024 - 52min - 199 - O QUE DIZEM AS PALAVRAS SOBRE NÓS? Marco Neves
Falar bem português e escrever em bom português é absolutamente crítico para comunicar na nossa língua.
E sim, calhou-nos uma língua complexa na rifa, difícil, cheia de palavras e regras.
Algumas até de difícil compreensão ou mesmo aparentemente contraditórias.
Deixem-me dar-vos o exemplo das vírgulas. Onde se põem as vírgulas.
Das várias fontes que consultei há, em princípio, 4 regras principais.
Mas depois são afinal 11 que até podem ser 15.
Se alguém tem outro número queira mandar uma mensagem ou deixar um comentário.
Mas o exemplo das vírgulas é tão fascinante que até há uma regra opcional.
Leio no ciberdúvidas que a frase 'Depois, vamos sair para jantar.' pode ter essa vírgula, ou, simplesmente, se quiser dar mais ritmo à frase, pode escrever sem vírgula 'Depois vamos sair para jantar.'
Esta é conversa sobre línguas, sobre pontuações e até sobre palavrões.
Que são umas palavras muito especiais.
Cada língua leva dentro de si a cultura de um povo.
Mas não só.
Sim o poeta Fernando Pessoa disse:
“Minha Pátria é minha língua.” Mas a frase continua assim:
“Pouco se me dá que Portugal seja invadido, desde que não mexam comigo.”
Dificilmente encontramos uma frase que nos defina melhor, ao longo da história.
Volto às línguas.
Elas não são actos de cultura e comunicação.
Foram nascidas e talhadas como arma política.
Os franceses não falavam francês. Os italianos também não falavam a língua com que os ouvimos hoje descrever as mais belas coisas do mundo.
E as palavras tem significados literais e simbólicos.
São as chamadas expressões idiomáticas.
O “prego” italiano não é para pregar tábuas nem pregar aos peixes. Será o nosso “de nada”
E o “Raconter de salades” não é contar saladas, mas sim “contar uma história.”
E a história tem muito peso nesta coisa das línguas.
Porque a língua foi um instrumento político de unificação de um estado.
E, portanto, imposto ao povo. Muitas vezes usando o fio da espada.
Com esse conceito da língua enquanto norma, levamos todos com a mil regras a cumprir. Mas as línguas continuam vivas, recebendo influências das outras ou dos nossos brilhantes pontapés na gramática.
Se o pontapé for numa pedra, com força, e de pé descalço, então também recorremos à língua. Usando os palavrões. Palavras escondidas no subsolo do nosso cérebro.
São tabu, mas aliviam as dores.
As palavras contam.
As que dizemos. As que alguém entendeu, ou desentendeu.
Há palavras de que gosto.
Pode ser pelo significado ou pode ser, simplesmente, pelo som que se produz ao dizê-la.
A minha palavra preferida é “óbvio”
Gosto do som e do significado.
É simples, mas obriga a uma definição de sons. Uma dança entre o B e o V.
E é obviamente uma palavra aberta logo na primeira letra.
Olhem, obviamente volto para a semana.
E vocemessês também.
Wed, 16 Oct 2024 - 59min - 198 - Como comunicar eficazmente em crises de saúde? Graça de Freitas
Há dois tipos de comunicação especialmente difíceis e arriscados.
Porque são complexos, porque acontecem em conta-relógio e porque a audiência está particularmente sensível nesse espaço de tempo.
Esses dois tipos de comunicação, são a comunicação de crise e a comunicação de risco.
Trocando por miúdos, a comunicação de crise é aquela que temos de usar quando algo correu mal: um acidente, um incêndio, um qualquer evento onde existe um dano real ou potencial a pessoas, ou bens. Principalmente pessoas.
A comunicação de risco em saúde pública é aquela que todos beneficiamos aquando da pandemia de COVID-19.
Essa comunicação teve como face principal Graça de Freitas, médica de saúde pública e ao tempo diretora-geral da saúde.
Esta conversa é sobre a dificuldade de planear, reagir e responder de forma credível a uma das maiores ameaças que vivemos na nossa vida coletiva.
Um manual do uso da comunicação tem tempos sem livro de instruções.
Todos sentimos:
A incerteza era o dia-a-dia.
Quando chega a pandemia?
Quando chega o vírus?
Vai matar-me?
Como me salvo desta?
Lembram-se?
Era este o ambiente que todos vivemos quando percebemos que a anunciada pandemia chegou.
Vivemos o receio, o medo, a dúvida.
Vivemos a angústia de ficar presos em casa por decreto geral.
Das escolas que fecharam. Dos lares com dezenas de idosos doentes.
Com hospitais cheios. Com ambulâncias em marcha.
Isto foi o que todos vimos em casa.
Mas no olho do furacão pandémico, no centro de crise e resposta está Graça de Freitas. Não está sozinha, mas tem uma equipa muito curta.
A ela cabe-lhe conseguir consensos entre cientistas e boas explicações e prognósticos para os decisores políticos.
No meio de tudo isto há que explicar aos cidadãos o que está a acontecer, como nos protegemos, como vivemos com isto.
No tempo das redes sociais.
Onde a opinião do mais sabedor dos cientistas parece valer tanto ou menos que o cidadão dedicado à arte nacional da opinião gratuita sobre tudo.
Mas mesmo no centro de comando, onde toda a informação chegava, onde todos os pensadores filtravam e tentavam entender o mundo, mesmo aí, havia demasiada informação, demasiadas contradições e um avassalador relógio que corria mais do que qualquer evidência.
Mais do que nunca o teste à credibilidade das fontes é critico. Mas a rapidez da comunicação digital e localizada não podia ser ignorada.
A pandemia deveria ser por si só um objeto de estudo detalhado da comunicação de risco. Eu já comecei a ler esse livro.
A Comunicação em Tempos de Informação Imperfeita
Um dos temas mais fascinantes abordados neste episódio é o desafio de comunicar quando a informação está longe de ser completa ou perfeita. “A informação era imperfeita, os dados mudavam a toda a hora”, lembra Graça Freitas, explicando que, muitas vezes, as diretrizes que comunicava ao público eram baseadas em informação que podia ser revista ou até desmentida pouco depois. “O grau de imperfeição era grande”, confessa, num tom honesto que caracteriza toda a sua participação no podcast.
Este cenário reflete um dos maiores dilemas da comunicação em saúde pública: como ser honesto e transparente quando as certezas são...Wed, 09 Oct 2024 - 58min - 197 - Onde guarda as palavras o cérebro? Joaquim Ferreira
O cérebro humano e o seu funcionamento.
A caixa onde guardamos as palavras, os sentimentos e os movimentos.
O cérebro enquanto caixa de comando e guardador de memórias e identidades.
O cérebro que se molda plasticamente para compensar danos, bloqueios e faltas de ar.
O cérebro do juízo e da consciência.
Da alma ou apenas como fundação biológica.
Este “podcast” entra pelo ouvido, mas é aí, desse lado, processado na sua mente.
Daqui um perguntador que quis saber tudo dos saberes do neurologista Joaquim Ferreira.
Todos vimos o momento em que o atual presidente dos Estados Unidos bloqueou num debate vital com o seu oponente.
Em pleno direto Jose Biden como que congelou.
Ficou com ar vago e focado no horizonte.
E as palavras ficaram caladas.
Todo o debate foi marcado por este momento aflitivo.
Mas já antes houve sinais de alerta.
O tropeçar na escada do avião. O ficar parado como que desligado das pessoas que estavam em volta.
Sim, o movimento ou a alteração do movimento é porta de entrada para algo que se pode estar a passar no cérebro.
Todos sabemos como acabou esta história: Joe Biden abundou a corrida eleitoral.
Este foi o pretexto inicial para gravar uma conversa com o médico, investigador e professor Joaquim Ferreira. É neurologista.
Dedica-se a estudar o mais enigmático órgão que possuímos: o cérebro.
Oportunidade para aprender sobre a maneira como faz perguntas, como observa.
Vê-se como fica encantado com a maneira como o cérebro humano se adapta.
Como o sono, o exercício e estarmos simplesmente a conviver uns com os outros nos pode proteger das temíveis doenças neurodegenerativas.
Mas onde está a fronteira entre o normal envelhecimento e algo mais sério do que o lento gastar da nossa existência?
Como um alerta: a reforma é capaz de não ser a melhor receita para quem quer manter o cérebro a vibrar. Tal como dormir mal. Ou não falar com os amigos. Ou não mexer os músculos.
Uma conversa sobre comunicação, biologia e comportamento humano.
Está tudo dentro da nossa cabeça
Da dúvida nascerá a luz.
Perguntas que se fazem seguramente dentro da cabeça para responder ao infinito mistério do funcionamento do cérebro humano.
Todas as perguntas.
Como funciona, como carrega palavras e emoções.
Como nos faz sentir um eu e não o outro.
Onde começa e acaba de ter consciência de si próprio e do outro.
Talvez esta questão da identidade seja aquela que mais me perturba nos eventos ligados ao nosso cérebro.
Em muitas das doenças neurológicas perde-se o sentido do eu e a ligação aos outros.
E nesse momento a simples pergunta “quem és tu?” ou “quem sou eu?” Deixa de ser uma dúvida existencial e passa a ser um vazio insustentável.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
00:00:00:06 - 00:00:14:15JORGE CORREIAJoaquim Ferreira, neurologista, professor de neurologia, professor e doutor de neurologia.Wed, 02 Oct 2024 - 48min - 196 - Como ganhar umas eleições? Germano Almeida
Faltam menos de 2 meses para ser eleito o novo presidente dos Estados Unidos.E a campanha segue a todo o vapor.Uma campanha eleitoral é por definição o momento em que candidatos e eleitores dialogam sobre o futuro de um país.Tempo para se conhecerem aqueles que querer governar e as expectativas dos cidadãos eleitores.
TÓPICOS / CAPÍTULOS
Abertura (00:00:00)
Campanha Eleitoral nos EUA (00:01:44)Discussão sobre a intensidade e profissionalismo das campanhas eleitorais nos Estados Unidos.
Polarização e Debates (00:02:59)Análise da polarização política e a importância dos debates entre candidatos.
Interesse dos Portugueses (00:04:10)Observação sobre o crescente interesse dos portugueses nas eleições americanas.
Preparação para o Debate (00:05:58)Germano Almeida fala sobre como se prepara para assistir aos debates.
Experiência de Acompanhamento (00:06:41)Germano compartilha a sua longa experiência de acompanhar a política americana.
Importância da Comunicação (00:08:09)Discussão sobre a relevância da comunicação e preparação para os candidatos.
Análise do Debate (00:09:07)Reflexão sobre o formato e a dinâmica do debate entre Trump e Kamala Harris.
Desempenho de Kamala Harris (00:10:47)Comentário sobre a performance e estratégia de Kamala no debate.
Diferença de Altura e Estratégias (00:11:07)Discussão sobre a diferença física entre candidatos e como isso impacta a perceção.
Preparação da Equipa (00:12:04)Importância da equipa de comunicação na preparação para os debates.
Comparação de Audiências (00:12:31)Análise das audiências dos debates e o desempenho dos candidatos.
Estratégia de Resposta de Kamala (00:13:24)Kamala usa estratégias de comunicação eficazes para responder a Trump.
Frases Impactantes (00:14:20)Discussão sobre a eficácia de frases curtas e diretas na comunicação política.
A comunicação de Trump (00:14:40)Discussão sobre a frase "you're fired" e a sua utilização em comícios por Trump.
Desempenho de Kamala Harris (00:15:20)Análise do desempenho de Kamala no debate e as suas estratégias de comunicação.
Otimização da comunicação política (00:15:58)Kamala se apresenta como uma candidata do futuro, distanciando-se da administração Biden.
Polarização e estigmatização (00:21:40)Exploração do medo do diferente e como isso afeta a perceção dos imigrantes.
Rumores e mitos urbanos (00:19:32)Discussão sobre como histórias inverosímeis sobre imigrantes ganham credibilidade.
Impacto da retórica de Trump (00:22:29)Reflexão sobre o discurso de Trump e as suas consequências na sociedade americana.
Medo e insegurança (00:24:25)Análise do medo relativamente aos imigrantes e a manipulação desse medo na política.
Retorno à fórmula de 2016 (00:27:02)Trump tenta repetir a sua estratégia vitoriosa de 2016, mas enfrenta desafios.
Perda de controlo da narrativa (00:27:48)Trump se mostra obcecado por multidões, revelando fragilidade na sua campanha.
Aumento de Participação (00:28:22)Discussão sobre o aumento de pessoas e donativos nas campanhas eleitorais.
Questões Económicas (00:28:32)A economia é um fator crucial nas eleições, especialmente após a crise inflacionária.
Desempenho Presidencial (00:29:20)Análise do desempenho do presidente relativamente à inflação e as suas causas.Wed, 25 Sep 2024 - 49min - 195 - Como praticar a arte da escuta? Júlio Machado Vaz
Busco a escuta perfeita.
Não a escuta do som, mas também essa.
Busco essa afinação perfeita entre a fala e o silêncio.
Onde cada respiração pode descobrir a raiz de uma dor de alma.
E onde a empatia é o instrumento que abre espaço à confiança obrigatória para que quem sofre possa falar, e quem ouve possa escutar.
Sigmund Freud inventou o sofá que fala.
O sofá onde todos nos podemos deitar para falar connosco próprios sabendo haver um psiquiatra, psicanalista ou psicólogo na cabeceira dessa cama existencial para nos ajudar nessa caminhada por entre sintomas, dores, desejos e desejadas ressurreições de alma.
Nesta edição vou guiado pelo psiquiatra que conheci como ouvinte há mais de 30 anos quando ficava colado à telefonia para ouvir o seu programa “O sexo dos anjos”
Um roteiro que começou por ser uma ideia de programa para falar de sexualidade, mas acabou por ser um manual sobre a natureza humana.
Portanto, conheci o homem da rádio muito antes do psiquiatra e do professor de antropologia médica.
Esta conversa poderia demorar 10 horas. Até poderia ser um diálogo em associação livre, mas escrevi demasiadas perguntas para tantas respostas.
É uma lição sobre como ouvir os outros, como praticar a arte da escuta e de aceitar e compreender o outro como ele é.
Falámos de diálogos, palavras e silêncios.
A empatia a par das nódoas negras e das grandes alegrias são provavelmente a única receita para a partilha entre seres humanos.
Compreender os outros implica-nos a todo o momento.
E as máquinas, capazes de calcular rapidamente e guardar acervos de informação gigantescos não tem alma.
Podem saber. Podem fingir. Mas nunca sentiram a palpitação dos grandes amores nem o sabor das lágrimas.
Nem sequer lágrimas de óleo ou taquicardias elétricas.
TÓPICOS:
Início (00:00:00)
Introdução ao Tema da Escuta (00:00:12)Discussão sobre a escuta e a importância da empatia na comunicação.
Apresentação do Convidado (00:02:27)Júlio Machado Vaz é apresentado como médico psiquiatra e influenciador.
O Programa "O Sexo dos Anjos" (00:02:50)Júlio fala sobre o seu livro e a história do programa de rádio.
Impacto do Programa (00:03:14)Discussão sobre a influência do programa na sexualidade e na sociedade.
Relação entre Rádio e Televisão (00:05:02)Comparação entre os meios de comunicação e as suas diferenças na recepção do público.
Censura nos Média (00:06:21)Júlio compartilha experiências de censura e a diferença entre rádio e televisão.
Mudança de Horário do Programa (00:07:16)Discussão sobre a mudança de horário do programa e o impacto na audiência.
Experiências de Censura (00:09:41)Relato sobre censura num programa de televisão, especialmente em relação à homossexualidade.
Fascículos Não Publicados (00:12:20)História sobre fascículos encomendados pelo jornal "Expresso" que nunca foram publicados.
Reflexão sobre a Vida (00:13:39)Júlio reflete sobre o envelhecimento e como as prioridades mudam ao longo do tempo.
Cuidado com a Manipulação (00:15:03)Discussão sobre a capacidade de nos enganarmos a nós mesmos e a diferença entre responsabilidade e culpa.
Consultório e Trabalho (00:15:46)Júlio fala sobre a su...Sat, 03 Aug 2024 - 1h 08min - 194 - Portugal, quando começas a jogar? Rui Miguel Tovar
Ser adepto não é fácil.
Seguramente ser jogador de alta competição parece ser ainda mais difícil.
A linguagem dos corpos em movimento é muitas vezes mais honesta que as respostas nas conferências de imprensa.
Seja no mais belo dos movimento, seja no esgotamento desenhado nas caras dos jogadores ao minuto 120.
O selecionador e treinador de Portugal Roberto Martinez parece ser um bom comunicador. Mas o que diz parece não ligar com a realidade. O que me causa estranheza.
Martinez é claramente um bom comunicador na forma. Mas depois há o conteúdo.
Às perguntas difíceis responde desconversando.
É o modo "pergunta-me o que quiseres, respondo o que me apetecer."
A forma é sempre imaculada. O discurso todavia parece plástico.
As respostas são sempre de um optimismo extremo.
O jogo foi sempre magnifico. Os atletas insuperáveis e Ronaldo o maior de sempre e em todos os jogos.
E o raio da estatística, fria e calculista, insiste em contrariar o optimismo da fórmula de comunicação do treinador.
É uma boa lição para todos os comunicadores, Ou como não fazer. A boa estética de comunicação não basta. As mensagens tem que ter suporte na realidade. Só assim emprestam credibilidade ao discurso.
A menos que as teorias da pós-verdade tenham contaminado o futebol.
Ou será que o futebol de alta competição é o precursor dessa forma de ver o mundo.
Afinal no futebol o que hoje é verdade, amanha é mentira.
Mas não há só comunicação menos real.
Há excelentes surpresas também.
Jogadores como Vitinha, Palhinha, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva falam a linguagem das pessoas reais. Explicam o que fizeram, o que sentem, os sonhos e as dores. Sem fingimentos, olhando nos olhos.
Vi o mesmo em Diogo Costa.
As palavras da sua fala pública ligam-se bem sua soberba prestação em campo.
4 defesas, 3 na ronda de penaltis que apurou Portugal para a próxima ronda do europeu.
Em busca de aprender um pouco mais sobre o fenómeno do futebol fui ouvir Rui Miguel Tovar. Jornalista, comentador e historiador do melhor desporto do mundo.
TÓPICOS & TEMAS
Inicio (00:00:00)
A importância da linguagem corporal (00:00:12)Discussão sobre a comunicação no futebol, destacando a linguagem corporal dos jogadores e treinadores.
A comunicação do treinador Roberto Martínez (00:01:32)Análise da comunicação do treinador, abordando a estética e o conteúdo de suas mensagens.
A surpreendente atuação do goleiro Diogo Costa (00:02:41)Destaque para a atuação surpreendente do goleiro Diogo Costa e sua comunicação autêntica.
A dinâmica do jogo entre Portugal e Eslovénia (00:03:38)Discussão sobre a dinâmica do jogo, incluindo momentos de tensão e reviravoltas.
O desenvolvimento de Rui Patrício (00:13:40)Discussão sobre a evolução do jogador nas mãos do treinador Paulo Bento e seu papel como herói no Euro 2016.
Diogo Costa e suas características (00:14:11)Análise das habilidades e atuação do goleiro Diogo Costa, incluindo sua capacidade de sair aos cruzamentos e habilidades com os pés.
O futuro de Diogo Costa (00:15:30)Questionamentos sobre a permanência do goleiro em Portugal e seu potencial para jogar em clubes europeus de alta categ...Wed, 03 Jul 2024 - 59min - 193 - O futebol é bom para o marketing? Daniel Sá
Hoje é dia de falar do futebol enquanto máquina de marketing.
Já repararam em toda a publicidade espalhada pelos estádios do Europeu de Futebol?
E aquelas paredes de fundo carregadas de logótipos dos patrocinadores que aparecem atrás dos jogadores quando falam os jornalistas?
Pois é: são os sinais da gigantesca máquina de mostrar anúncios a todos nós.
Principalmente aos mais fervorosos dos adeptos.
Portugal já recebeu 13 milhões de euros como compensação pela sua participação no europeu.
Portugal, a federação portuguesa de futebol, bem entendo.
Cada vitória vale 1 milhão.
E o vencedor do europeu recebe um total acumulado de mais de 28 milhões de euros.
E de onde vem este todo dinheiro?
Principalmente da publicidade, do investimento das marcas e dos direitos de transmissão televisiva, radiofónica e imagens afins.
Claramente o ‘marketing’ gosta do futebol e o futebol gosta do ‘marketing’.
Olhemos por momentos para Cristiano Ronaldo.
Ele tem quase mil milhões de fãs nas suas redes sociais.
E mais do que um jogador Ronaldo é uma celebridade mundial.
Portanto, todas as marcas associadas ao jogador recolhem o benefício da gigantesca notoriedade que Ronaldo tem.
Basta ver a loucura nos estádios.
Com miúdos e graúdos a invadir o campo, durante os jogos, em busca de tirar uma foto com o herói.
Voltemos ao ‘marketing’.
Quis ouvir Daniel Sá, o diretor do Instituto Português de Marketing, o IPAM.
Para saber o que explica esta mútua paixão entre o ‘marketing’ e o desporto de alta competição.
O futebol, sempre o futebol.
Seja o ópio do povo ou uma boa desculpa para uma festa.
Foi assim em 2016 com a vitória de Éder e mais 10.
Ou na embriaguez coletiva de 2004 quando os gregos decidiram reinar em Lisboa.
Talvez essa emoção das massas explique a paixão do ‘marketing’ pelo futebol.
Conhecem melhor argumento para ajudar a comprar um produto ou serviço que a emoção?
Sim, somos todos muito racionais.
Mas como nos ensinou Damásio a emoção reina.
Chuta Ronaldo!
https://vimeo.com/958989523/0a6e625a9f?share=copy
Wed, 26 Jun 2024 - 44min - 192 - Como fotografar a emoção do futebol? – Miguel A Lopes
Começou o Europeu de Futebol. O Euro 2024, jogado na Alemanha.
Uma boa oportunidade para seguir o percurso dos repórteres que seguem a competição.
Neste edição há grande fotografias.
Sim vamos saber tudo sobre o dia-a-dia de um fotojornalista num grande evento desportivo europeu.
TÓPICOS & TEMAS
Abertura - 00:00:00
O momento chave - 00:00:12 O apresentador introduz o contexto do episódio, destacando a importância das fotografias no futebol.
Experiências no Euro 2016 - 00:01:39 Miguel A. Lopes fala sobre sua experiência cobrindo o Euro 2016, incluindo a fotografia do golo de Éder.
Identidade e superstição - 00:03:06 Miguel A. Lopes explica a escolha de seu nome profissional e compartilha uma curiosidade sobre ser confundido com outro fotógrafo.
Preparativos e deslocamentos - 00:04:16 Miguel A. Lopes descreve os preparativos e deslocamentos necessários para cobrir os jogos do Euro 2024.
Motivação para cobrir o Euro - 00:05:32 Miguel A. Lopes explica por que escolheu cobrir o Euro 2024 e compartilha sua paixão pelo evento.
Fotografando o golo de Éder - 00:06:41 Miguel A. Lopes descreve o momento em que fotografou o golo de Éder na final do Euro 2016.
Contando a história do jogo - 00:10:01 Miguel A. Lopes discute a importância de contar a história do jogo através das fotografias.
Celebração após a final - 00:12:32 Miguel A. Lopes compartilha suas emoções e experiências após a vitória de Portugal na final do Euro 2016.
Fotografando a chegada da seleção - 00:14:32 Miguel A. Lopes descreve a energia e carga emocional ao fotografar a chegada da seleção portuguesa para o Euro 2024.
O fenômeno Ronaldo (00:14:41) A popularidade de Cristiano Ronaldo entre os imigrantes e o impacto nos jogos do Euro 2024.
A imagem de Cristiano Ronaldo (00:16:59) A representação de Cristiano Ronaldo como herói e a sua relação com a fotografia.
O trabalho do fotojornalista (00:18:12) Os desafios e limitações do trabalho de um fotojornalista durante os jogos e treinos do Euro 2024.
A busca pela foto perfeita (00:23:55) A importância de capturar momentos que contem a história do jogo e a preparação do fotojornalista para identificar os jogadores.
Preparação para fotografar (00:27:43) Discussão sobre a escolha de posição no estádio e estratégias para capturar as melhores imagens.
Posicionamento estratégico (00:28:24) Análise das vantagens e desvantagens de ficar em diferentes áreas do estádio para capturar os momentos importantes.
Planejamento do jogo (00:29:20) Decisões sobre o local ideal para fotografar e como evitar a duplicação de trabalho.
Fotografia remota (00:30:36) Explicação sobre o funcionamento das câmeras remotas e como são controladas durante o jogo.
Antecipação e preparação (00:31:47) Discussão sobre a importância da antecipação e sorte na captura de momentos únicos durante o jogo.
Fotografando os jogadores (00:35:05) Identificação dos jogadores mais interessantes de fotografar e suas características durante o jogo.
Expectativas para o Euro 2024 (00:36:14) Reflexões sobre a preparação e expectativas para a competição com base na experiência passada.
Interagindo com os treinadores (00:38:30) Comparação entre os treinad...Tue, 18 Jun 2024 - 49min - 191 - Como aprender a voar? José Correia Guedes
Hoje vamos voar.
Sim, seguimos no habitáculo de um avião, especialmente atentos a todas as trocas de palavras que por lá são ditas.
Entre pilotos, entre o avião e a torre de controlo ou entre o comandante todos nós que seguimos sentados no papel de passageiros.
Senhores passageiros, apertem os cintos, vamos descolar.
TÓPICOS & TEMPOS
00:00:00 Introdução - Introdução à carreira do Comandante Guedes na aviação civil.
00:03:20 (Primeira experiência de voar sozinho) - As emoções contraditórias ao voar sozinho pela primeira vez.
00:05:36 (Primeira grande emergência) - O incidente de emergência após a descolagem e a falta de experiência para lidar com a situação.
00:07:41 (Lidar com o medo durante uma crise) - A ausência de medo durante a crise e o impacto emocional após o evento.
00:10:46 (Reflexão sobre a responsabilidade) - O peso da responsabilidade de ter vidas sob sua responsabilidade e o alívio ao deixar de voar.
00:11:24 (Início do sequestro) - O relato do início do sequestro durante um voo de Lisboa para Faro.
00:13:27 (Estratégias durante o sequestro) - A importância de obedecer durante um sequestro e as estratégias adotadas para lidar com a situação.
00:15:44 (Síndrome de Estocolmo) - A relação estabelecida entre assaltante e assaltado durante o sequestro.
00:16:11 (Escolha de confiança e comunicação) - O Comandante Guedes fala sobre a escolha do sequestrador para se comunicar e a estratégia de negociação.
00:16:53 (Negociação e intervenção policial) - Discussão sobre as negociações com o sequestrador e a intervenção das forças de segurança espanholas.
00:19:06 (Resposta do governo português) - O papel do governo português na negociação e a recusa do pedido de resgate.
00:20:10 (Concessões e negociações) - A estratégia de fazer concessões e o papel dos pilotos em situações de sequestro.
00:21:07 (Empatia e negociação) - A importância da empatia e negociação para resolver a situação de sequestro.
00:22:16 (Negociações finais e resolução) - As negociações finais e a proposta para resolver o problema do sequestro.
00:24:09 (Desfecho e consequências) - As negociações finais, desfecho do sequestro e as consequências para o sequestrador.
00:28:43 (Conclusão e reflexão) - O que o Comandante Guedes aprendeu com o episódio do sequestro e o percurso do sequestrador após a libertação.
00:29:13 (O percurso do Comandante Guedes) - Comentários sobre a trajetória profissional e pessoal do Comandante Guedes, incluindo um episódio específico de superação.
00:30:16 (Confiança nos pilotos) - Discussão sobre a confiança dos passageiros nos pilotos, especialmente em relação à presença de mulheres no cockpit.
00:30:46 (Mulheres na aviação) - Reflexões sobre a entrada de mulheres no cockpit, desafios e características positivas observadas.
00:35:22 (Tecnologia na aviação) - Exploração do papel da tecnologia na aviação, incluindo a confiança nos sistemas automáticos.
00:36:22 (Conflito entre humano e máquina) - Discussão sobre a potencial tensão entre a experiência do piloto e a confiança na tecnologia.
00:40:10 (Confiança na tecnologia) - Reflexões sobre a confiança dos mais jovens na tecnologia e a sua disposição para voar em aeronaves sem pilotos humanos.
Mon, 10 Jun 2024 - 1h 03min - 190 - A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares
A linguagem tem um efeito sobre as pessoas.
E as palavras, mesmo que pareçam inócuas, entram na nossa cabeça e produzem uma influência.
Afinal, pensamos através das palavras. Os rótulos que metemos na realidade.
Palavras, imagens, gestos.
Tudo é comunicação.
Quando as palavras e as ações se conjugam para o mal, assistimos a crimes que dificilmente conseguimos perceber.
É nesse momento em que a justiça e a psicologia se juntam.
Para julgar e para entender as circunstâncias particulares desse crime.
Os crimes com motivações de ódio estão nesta grande caixa do horror humano.
Portugal pode estar a deixar de ser a exceção e a tornar-se mais um a ter de lidar com os fenómenos mais básicos da falta de respeito pela vida humana.
Esta edição é uma busca incessante à pergunta: porquê?
TÓPICOS & TEMPOS
00:00:00 Início
00:00:12 O efeito da linguagem na disseminação do ódioDiscussão sobre como as palavras e ações podem contribuir para crimes de ódio e a responsabilidade social associada.
00:01:30 Crimes de ódio em PortugalAnálise dos recentes casos de crimes de ódio em Portugal, incluindo propaganda nazista e violência contra pessoas vulneráveis e imigrantes.
00:02:38 Motivações por trás dos crimesExploração das possíveis motivações por trás dos crimes de ódio, incluindo a influência da ideologia totalitária nazista.
00:06:43 Aspectos políticos associados à violênciaDiscussão sobre a associação da violência com ideologias políticas e a responsabilidade política e social em lidar com esses crimes.
00:11:34 Comunicação, política e justiçaAnálise da interligação entre política, justiça e comunicação, e a influência da comunicação na disseminação de propaganda e ódio.
00:13:22 Desafios na comunicação da justiçaReflexão sobre os desafios da comunicação na área da justiça, incluindo a importância da precisão e autenticidade das informações.
00:15:26 Avaliação psicológica em casos de crimeDiscussão sobre a necessidade de avaliação psicológica em casos criminais para compreender a personalidade e motivações dos envolvidos.
00:16:02 O papel da avaliação psicológicaDiscussão sobre a importância da avaliação psicológica em casos criminais e a necessidade de psicólogos especializados.
00:19:04 A importância da individualização das penasExploração do papel da personalidade do arguido na fixação da pena e a necessidade de individualização das penas.
00:21:15 A análise do comportamento criminosoReflexão sobre a importância de compreender as razões e interações por trás de um crime e a necessidade de perguntas fundamentais.
00:24:10 A neutralidade da psicologia forenseDiscussão sobre a neutralidade da psicologia forense e seu papel em compreender os comportamentos criminosos.
00:26:25 A importância do diálogo entre psicologia e direitoExploração da necessidade de diálogo entre psicologia e direito, e a importância da comunicação acessível a todos os envolvidos.
00:30:08 Facilitando o diálogo entre psicologia e direitoDiscussão sobre a necessidade de guias para psicólogos e juristas e a importância do diálogo entre as duas áreas.
00:31:20 O papel do psicólogo no sistema judicialDiscussão sobre a importância do papel do psicólogo como perito em processos judiciais.
Wed, 15 May 2024 - 189 - Como aprendemos? Paula Marques
As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida.
E são o motor fundamental para aprendermos coisas novas.
Esta edição é sobre os talentos que precisamos de ter para enfrentar o mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais que essas respostas.
Afinal como aprendemos coisas novas?
A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos.
E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre. Todos os dias. De forma contínua.
Mas não foi sempre assim?
Provavelmente sim. Mas agora o tema parece ter-se tornado um mantra das organizações e grupos mais inovadores.
TÓPICOS & TEMPOS
(00:00:00) - (00:03:42) - Introdução e Importância da Aprendizagem Contínua
Jorge Correia apresenta o ‘podcast’, focando na relevância do aprendizado contínuo num mundo incerto. Paula Marques é introduzida como especialista em novas formas de trabalho.
(00:03:42) - (00:07:24) - O Futuro do Trabalho e a Liderança
Discussão sobre o futuro do trabalho, enfatizando a necessidade de líderes que valorizam perguntas em vez de respostas rápidas.
(00:07:24) - (00:11:06) - Transformações no Trabalho
Análise das mudanças no ambiente de trabalho e como as organizações estão se adaptando para enfrentar novos desafios num contexto global volátil.
(00:11:06) - (00:14:48) - Identidade e Trabalho
Reflexão sobre a ligação entre trabalho e identidade pessoal, e o impacto da reforma nessa relação.
(00:14:48) - (00:18:30) - Tecnologia e Desemprego
Exploração do impacto da automação e tecnologia nos empregos e a necessidade de requalificação dos trabalhadores.
(00:18:30) - (00:22:12) - Educação e Preparação para o Futuro
Discussão sobre como o sistema educativo pode preparar melhor os jovens para um mercado de trabalho em transformação.
(00:22:12) - (00:25:54) - Desafios para a Juventude
Análise dos desafios que os jovens enfrentam ao escolher carreiras e como alinhar as suas paixões com as oportunidades de mercado.
(00:25:54) - (00:29:36) - O Papel das Perguntas no Desenvolvimento Profissional
Debate sobre a importância de fazer perguntas certas para o desenvolvimento profissional e pessoal num contexto de rápidas mudanças.
(00:29:36) - (00:33:18) - Impacto da Cultura Organizacional na Inovação
Análise de como a cultura organizacional afeta a inovação das empresas e a importância de cultivar uma cultura que valorize a curiosidade e aprendizagem contínua.
(00:33:18) - (00:37:00) - Conclusão e Reflexões Finais
Quis aprofundar o tema com Paula Marques uma investigadora da Nova SBE com a missão de investigar as formas de trabalho do futuro.
E de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que a dar respostas na ponta da língua.
Mas acima de tudo este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa ao futuro do mundo.
Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta é o uso intensivo das perguntas.
Wed, 08 May 2024 - 54min - 188 - O que perguntar ao médico? António Vaz Carneiro
Senhor doutor, o que tenho eu?
Senhor doutor, o que me vai acontecer?
Em linguagem médica pedimos sempre um diagnóstico. O resumo da nossa condição.
E principalmente um prognóstico: com o que posso contar para o futuro.
Implicitamente as duas perguntas incorporam uma expectativa, um pedido de ajuda e uma esperança.
As duas perguntas resumem-se ao apelo: Senhor doutor "safe-me" lá desta maleita.
Claro que as respostas nem sempre são assim tão diretas e simples como gostaríamos.
TÓPICOS DE CONVERSA
Início (00:00:00)
A importância dos grandes números na saúde (00:00:12) Discussão sobre a relevância dos dados recolhidos pelo sistema de saúde e as perguntas a serem feitas.
Comunicação médico-paciente (00:01:25) Exploração da importância da comunicação na relação médico-doente e das perguntas frequentes feitas pelos doentes.
Motivação para ser médico (00:03:57) António Vaz Carneiro a compartilha a sua motivação para seguir a carreira médica.
Evolução da carreira médica (00:04:18) António Vaz Carneiro fala sobre a evolução das suas especialidades médicas ao longo da carreira.
Comunicação eficaz na prática clínica (00:06:50) Discussão sobre a importância da linguagem adaptada na comunicação médico-doente.
Prognóstico e envolvimento do doente (00:08:37) Exploração do envolvimento do doente no tratamento e a importância do prognóstico positivo.
Casos raros e avanços médicos (00:11:47) Relato de casos raros de recuperação de cancros avançados.
Relação entre doenças cardiovasculares e oncológicas (00:13:01) Análise da relação entre a diminuição de doenças cardiovasculares e o aumento das doenças oncológicas.
Importância dos grandes números de dados na área da saúde (00:14:26) Discussão sobre a disponibilização e interpretação dos dados clínicos para melhorar a prática médica.
Benefícios dos dados para os doentes (00:14:48) Exploração dos impactos positivos dos dados na melhoria do tratamento e cuidado dos doentes.
Utilização de dados clínicos na prática médica (00:15:10) Análise da disponibilidade e utilização de dados clínicos na prática médica diária.
Monitorização da qualidade dos dados clínicos (00:16:23) Explicação da importância da monitorização da qualidade dos dados clínicos e o seu impacto na prática médica.
Formação e educação baseadas em dados (00:17:35) Discussão sobre como os dados clínicos podem contribuir para a formação e educação médica.
Segurança dos dados clínicos (00:18:24) Exploração da segurança e proteção dos dados clínicos dos doentes.
Utilização de dados para a investigação científica (00:19:10) Análise do uso dos dados clínicos na pesquisa científica e na identificação de padrões de tratamento.
Medicina de precisão e personalização do tratamento (00:18:05) Discussão sobre a importância dos dados na personalização e precisão do tratamento médico.
Impacto da informação na prática clínica (00:24:13) Reflexão sobre como a informação influencia a prática clínica e o comportamento dos médicos.
Organização e utilização prática da informação (00:25:03) Exploração da importância da organização e utilização imediata da informação clínica na prática médica.
Inteligência Artificial e Medicina (00:26:32) Discussão sobre o papel da inteligência artificial na análise de grand...Wed, 24 Apr 2024 - 53min - 187 - O cliente tem sempre razão? Gisele Paula
Hoje falamos sobre a relação entre as empresas e os seus clientes.
A maneira como dialoga.
Se é que dialogam.
Olhando para um mercado, as empresas criam e vendem produtos.
E os consumidores compram e usam.
Mas esta relação é bastante mais complexa que a mera transação.
É uma relação emocional que vive de expectativas, de felicidades ou de amuos.
Salvará a comunicação esta relação?
O cliente tem sempre razão?
Ou o dito é apenas uma boa desculpa retórica para reparar algo que correu mal?
A relação com os clientes é um tópico capaz de encher muitos livros de conselhos e saberes.
Mas nem sempre a teoria e a prática se juntam.
Por exemplo, na forma como as organizações escutam ou descuram uma reclamação de um cliente.
Há canais para ouvir o cliente ou apenas um enfadonho endereço de correio eletrónico ou um asséptico formulário com promessa de resposta sem prazo nem compromisso?
Agora nesta relação empresa-cliente apareceram também os robôs automáticos com capacidade de responder às nossas perguntas.
E esse diálogo acaba muitas vezes na ligação a uma página de perguntas e respostas que por coincidência ou o meu azar pessoal, tem raramente a resposta que queria ter à minha pergunta.
E isso gera frustração. Por má comunicação. Por ausência de comunicação. Por lentidão no processo.
Em busca de boas respostas, mais felicidade, decidi gravar uma conversa com Gisele Paula que lidera o Instituto Cliente Feliz e o sítio web Reclame Aqui.
Portanto, cobre todas as possibilidades: a de tentar deixar o cliente feliz e de acolher a sua reclamação.
Ela defende que só ouvindo os clientes em permanência, de preferência até com conselhos de clientes dentro da organização, é que se pode evoluir.
E que em cada reclamação há uma boa oportunidade de melhorar.
De tornar o cliente feliz.
O tempo conta.
E as expectativas também.
Saber que as organizações nos ouvem e oferecem-nos mais do que produtos é um bom sentimento.
Que consideram o que dizemos, que reparam o que correu mal imediatamente e que mudam o rumo aceitando sugestões.
Só me sobra uma pergunta: se é assim tão óbvio porque raio de razão só as melhores empresa e organizações seguem a receita?
Temos de falar sobre isto.
TÓPICOS DE CONVERSA
A importância da satisfação do cliente (00:00:00) Giselle Paula destaca a relevância da satisfação do cliente para o crescimento e prosperidade dos negócios.
Trabalhando em três pilares (00:01:41) Giselle explica a necessidade das empresas trabalharem em três pilares: pessoas, processos e estrutura, para proporcionar uma experiência positiva ao cliente.
Ouvindo atentamente os clientes (00:04:04) Giselle fala sobre a importância de ouvir atentamente os clientes, inclusive quando estão insatisfeitos, e de encarar as reclamações como oportunidades de melhoria.
Criando um conselho do cliente (00:07:36) Giselle explica a criação de um conselho do cliente para trazer a perspectiva do cliente para o dia a dia da empresa.
Wed, 17 Apr 2024 - 35min - 186 - Como fotografar o momento certo? João Porfírio
Tirar uma fotografia para documentar um momento importante da vida é uma experiência que todos temos.
Antigamente apenas fazíamos fotografias de momentos mesmo muito importantes.
Como um casamento ou baptizado, como o baile debutante ou o militar fardado em idade de ir à tropa.
Era momentos raros. Tinham rituais próprios, que incluíam ir ao fotógrafo ou retratista profissional, vestir as melhores roupas e fazer os melhores penteados.
Era o tempo das fotografias analógicas. De chapa ou de rolo de película.
Tinham de ser reveladas antes de as vermos.
Hoje vivemos o tempo click digital. Rápido, preciso, visto logo que feita a foto.
Pronta para enviar, por mensagem ou rede social.
Mas há algo que não mudou. Mudaram os equipamentos e as tecnologias, mas a filosofia do fotojornalismo e a sua essência não mudou.
É estar no sítio certo, à hora certa, e fotografar, como testemunha, um acontecimento relevante para as nossas vidas.
Este programa é sobre essa arte do retrato da actualidade.
Da política à guerra, da intimidade da imagem pessoal aos grandes movimentos que nos interpelam.
TÓPICOS DE CONVERSA
Início (00:00:00)
Eleição do Presidente da Assembleia da República (00:04:38) João Porfírio fala sobre a eleição do presidente da Assembleia da República e a cobertura fotográfica do evento.
Relação com Aguiar-Branco (00:06:42) João Porfírio discute sua interação com Aguiar-Branco e a abordagem fotográfica durante a eleição.
Expressões e Emoções (00:08:51) João Porfírio fala sobre a busca por expressões faciais e corporais durante eventos políticos e eleições.
Técnica Fotográfica (00:11:31) João Porfírio explica sua abordagem à escolha de ângulos e posicionamento para capturar as melhores imagens durante eventos políticos.
Narrativa Fotográfica (00:13:53) João Porfírio discute a importância de capturar a perspectiva fidedigna das emoções dos políticos durante eventos políticos.
A sorte do fotógrafo (00:13:56) João Porfírio fala sobre um momento inesperado durante a cobertura de um evento político.
A presença de seguranças (00:16:35) Discussão sobre a presença de seguranças em eventos políticos e a influência na fotografia.
A imagem pública de Pedro Nuno Santos (00:18:17) João Porfírio comenta sobre a imagem pública e a personalidade do político Pedro Nuno Santos.
A imagem do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (00:19:36) Análise da relação do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa com o público e a fotografia.
Neutralidade do fotógrafo (00:21:49) Discussão sobre a neutralidade emocional do fotógrafo em diferentes contextos de cobertura.
Fotografando a emoção (00:23:42) João Porfírio fala sobre a abordagem para capturar emoções em suas fotografias.
A guerra da Ucrânia (00:24:48) João Porfírio compartilha a sua experiência inesperada durante a cobertura da guerra na Ucrânia.
Preparação para a Ucrânia (00:25:13) João Porfírio fala sobre a decisão de ir para a Ucrânia antes da invasão e a urgência em chegar lá.
Entrando na Ucrânia (00:25:50) João Porfírio descreve a sua chegada à Ucrânia e a importância jornalística de entrar no país naquele dia.
Contratação de um Fixer (00:27:53) João Porfírio expli...Wed, 03 Apr 2024 - 52min - 185 - Como sonhar uma marca? Carlos Coelho
Fazer uma marca é mergulhar fundo na organização que a carrega.
É por isso tudo menos cosmética.
Sim, a cosmética moderna, o ‘marketing’, aparece para embelezar a marca.
Mas o importante é o que está dentro.
No fundo, a marca é a expressão comunicativa da identidade.
Carlos Coelho tem um curioso método para decantar e libertar as marcas.
Ele vai, nalguns casos, literalmente, viver e dormir nas organizações ou entidades que o contratam.
Vai beber o ar que se respira. Cheirar o ambiente. Ouvir o ruminar das conversas.
Falar, ouvir, comer, beber, estar, fazer parte, entender, ver e devolver uma fotografia.
É com esse retrato que se funda marca.
E que cores tem essa fotografia: algumas óbvias e evidentes: que cultura tem aquela organização, empresa ou região. Que missão reclama para si. E como planeia realizar essa missão no mundo.
TÓPICOS DE CONVERSA
(00:00:00) Início
(00:00:12) A importância das marcas Discussão sobre a importância das marcas na identidade e filosofia de pessoas e entidades.
(00:01:24) O método de imersão de Carlos Coelho Descrição do método de imersão de Carlos Coelho nas organizações para compreender a sua cultura e identidade.
(00:02:40) Construção de marcas como edifícios e árvores Comparação da construção de marcas com edifícios e árvores, destacando a importância de pilares, raízes, imaginação e ambição.
(00:03:57) A criação e desenvolvimento de marcas Exploração da metáfora de edifícios e árvores para explicar o processo de criação e desenvolvimento de marcas.
(00:07:29) A intimidade com a marca Discussão sobre a importância de conhecer uma marca na intimidade, exemplificada com a experiência de dormir na livraria Lello.
(00:09:19) Os cinco pilares da estrutura de uma marca Exploração dos pilares de patrimônio, ideologia, imagem, ambição e imaginação na estrutura de uma marca.
(00:12:10) A importância da cultura na construção de marcas Discussão sobre a importância da cultura e identidade da organização na construção de marcas.
(00:14:36) A falta de imaginação nas empresas Abordagem da falta de imaginação e ambição nas empresas na construção de marcas.
(00:15:31) A importância da imaginação Discussão sobre a importância da imaginação e ambição na construção de marcas de sucesso.
(00:16:21) Imersão nas organizações Exploração do método de imersão nas organizações para compreender a sua cultura e identidade.
(00:17:37) Visão do futuro Reflexão sobre a importância de sonhar o futuro e a resistência em relação à imaginação.
(00:19:50) Liderança na imaginação Discussão sobre a importância de ser líder na imaginação para inspirar e inovar.
(00:24:20) Marcas políticas vs comerciais Comparação entre marcas políticas e comerciais e a importância da identidade e estrutura.
(00:28:13) Cosmética de comunicação Reflexão sobre a ineficácia da cosmética tática na construção de marcas fortes.
(00:28:56) Exemplo da TAP Abordagem sobre a resistência e resiliência da marca TAP ao longo dos anos.
(00:29:32) A relação com a marca TAP Discussão sobre a relação de confiança e exigência com a marca TAP.
(00:32:50) Marcas estrangeiras vs. marcas portuguesas Ênfase na preferência por marcas portuguesas e a importância de valo...Wed, 20 Mar 2024 - 55min - 184 - Como se relata o melhor golo do mundo? Nuno Matos
Minuto 109.
Final do campeonato da Europa de 2016
Éder chuta e a bola entra na baliza francesa, tornando Portugal campeão.
Em Paris.
Nenhum destas linhas faz jus à emoção de ver em directo o momento.
Nem há emoção carregada na voz dos jornalistas e narradores desportivos dessa noite, no estádio.
É esse momento sublime da liturgia do relato de futebol que quero fotografar nesta edição.
TÓPICOS DE CONVERSA
O fascínio da bola e do futebol (00:00:12) Discussão sobre o fascínio da bola e do futebol na forma narrada, destacando a emoção do jogo.
Preparação e experiência de Nuno Matos (00:01:35) Nuno Matos partilha a sua experiência e processo de preparação para relatos de futebol, salientando a importância da relação com as fontes, a parte emocional na narração e a evolução das tecnologias utilizadas.
Preparação para uma competição (00:03:44) Nuno Matos fala sobre como se prepara para uma competição, incluindo o acompanhamento das equipas, treinos, lesões e a importância das fontes credíveis.
Relato de futebol e relação com as fontes (00:06:13) Discussão sobre a relação de confiança com as fontes e a importância do timing na divulgação de informações sensíveis, como a convocatória de jogadores.
Abordagem emocional no relato de futebol (00:08:30) Nuno Matos destaca a importância de ser informativo, descritivo e emocional no relato de futebol, transportando a paixão e a emoção do jogo para os ouvintes.
Momento mágico na história do futebol português (00:10:08) Nuno Matos recorda o momento-chave da história do futebol português, a final do campeonato da Europa de 2016, destacando a emoção e a importância desse momento.
Preparação Técnica (00:15:40) Discussão sobre a preparação técnica para relatos desportivos, incluindo problemas com a linha e soluções.
Relatos em Condições Adversas (00:16:04) Narrador partilha experiências de relatos em condições adversas e a importância da confiança e profissionalismo.
Ligação com os Ouvintes (00:18:11) Discussão sobre a importância da ligação com os ouvintes e a interação através das redes sociais.
Emoção na Narração (00:19:58) Exploração da relação emocional do narrador com os clubes e a seleção, e a importância da imparcialidade no jornalismo desportivo.
A Importância da Narração (00:21:09) Reflexão sobre a importância da narração desportiva e a responsabilidade de capturar momentos únicos.
Impacto do Desporto na Imprensa (00:22:42) Análise do papel do desporto na imprensa e o impacto dos narradores desportivos na vida das pessoas.
Momento Crucial no Futebol (00:25:36) Discussão sobre o momento crucial da lesão de Cristiano Ronaldo durante a final do campeonato europeu.
Entrevistas no Jornalismo Desportivo (00:28:04) Reflexão sobre a profundidade das entrevistas no jornalismo desportivo e a busca por ângulos diferentes.
Formação de Jornalistas (00:29:15) Análise da formação de jornalistas e a importância de procurar abordagens originais nas reportagens.
O problema da comunicação nos clubes (00:30:05) Discussão sobre a má comunicação dos clubes e a falta de disponibilidade dos jogadores e treinadores para falar.
Bernardo Silva e outros heróis do desporto (00:30:46) Elogio à capacidade de comunicação de Bernardo Silva e a importância de reconhecer ...Wed, 28 Feb 2024 - 55min - 183 - O que diz o médico? Fernando Leal da Costa
Estar doente é recordar o nosso estatuto de seres mortais.
A sensação de desamparo, medo, imprevisibilidade e necessidade de ajuda é real e verdadeira.
Quanto mais séria for a condição de saída, mais aguda é essa necessidade.
Necessidade de reparação. Física e psicológica.
TÓPICOS E TEMPOS
Escutar os Doentes (00:03:15) Como escutam os médicos os seus doentes, Fernando Leal da Costa fala sobre a importância da comunicação não verbal.
Linguagem na Comunicação Médica (00:06:34) Fernando Leal da Costa discute a importância de traduzir as informações médicas para uma linguagem compreensível e de separar o que é importante do acessório, nos relatórios médicos.
Impacto da Internet e Inteligência Artificial (00:08:09) A discussão aborda o impacto da ‘internet’ e da inteligência artificial na medicina, salientando a necessidade de orientar os doentes e o potencial tranquilizador ou inquietante destas ferramentas.
Medicina Baseada na Evidência e Inteligência Artificial (00:10:47) A medicina baseada na evidência e o debate sobre a capacidade atual das máquinas em substituir o diagnóstico humano.
Responsabilidade na Era da Inteligência Artificial (00:13:22) A discussão centra-se na responsabilidade e na confiança na era da inteligência artificial, abordando o papel do médico como mediador e a importância da confiança do doente.
Lidar com a Incerteza na Prática Médica (00:16:17) A complexidade de lidar com a incerteza na prática médica, especialmente em situações de tratamento paliativo, e a importância de ser honesto com o doente.
A Importância da Escuta Ativa (00:18:16) O médico discute a importância de mudar a conversa para assegurar que o doente seja ouvido.
Adaptação à Doença (00:19:26) O médico aborda diferentes mecanismos de adaptação dos doentes à doença, incluindo a negação e a procura por informações.
A Relação entre Pensamento Positivo e Prognóstico (00:21:19) É discutida a relação entre o pensamento positivo dos doentes e o prognóstico, especialmente em casos de cancro.
Impacto da Pandemia nos Profissionais de Saúde (00:25:56) O médico fala sobre o impacto da pandemia nos profissionais de saúde, incluindo a perda de doentes e o medo das infeções respiratórias.
Reorganização do Sistema de Saúde (00:29:22) O médico propõe uma reorganização do sistema de saúde para ampliar a resposta e assegurar acesso a qualquer médico disponível, público ou privado.
Custo do Tratamento do Cancro (00:31:53) É abordado o aumento do custo do tratamento do cancro em comparação com a eficácia do tratamento.
O Custo do Sucesso (00:32:12) Discussão sobre o aumento da procura por serviços de saúde, o fenómeno das urgências e a busca por atendimento médico.
Falta de Médicos Experientes (00:36:20) Falta de médicos mais velhos para ensinar a nova geração, consequências das decisões políticas e distribuição etária dos médicos.
Emigração de Médicos (00:38:27) Motivos da emigração de médicos portugueses para outros países da União Europeia e as condições de trabalho.
Desafios da Nova Geração (00:41:30) A menor tolerância da nova geração para más condições de trabalho e a procura por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Adaptação às Mudanças (00:43:53) A evolução da medicina com a introdução da tecnologia e a necessidade de tornar o sistema mais amigável para os médicos.Wed, 21 Feb 2024 - 52min - 182 - Como fotografar a Liberdade? Eduardo Gageiro
O 25 de abril de 1974. Celebramos, este ano, os 50 anos da Revolução dos Cravos
O ano do advento da Liberdade.
Esse dia foi retratado por um dos mais célebres e premiados fotojornalistas portugueses: Eduardo Gageiro.
Encontrei-o num sábado na exposição de múltiplas fotografias que tirou desde 1957.
Exposição na Cordoaria Nacionalaberta e gratuita até 5 de maio.
Esta conversa tem luz e sombra.
É desse contraste que se faz a narrativa do Portugal contemporâneo.
Esta edição é um testemunho da história.
Viva a Liberdade
TÓPICOS E TEMPOS
(00:05:27) Convocado para a Revolução Eduardo Gageiro é convocado para fotografar a revolução.
(00:06:50) Encontro com Salgueiro Maia Eduardo Gageiro conhece o comandante Salgueiro Maia.
(00:07:49) Tensões e negociações Eduardo Gageiro testemunha negociações e tensões durante a revolução.
(00:09:34) Medo e experiência anterior com a PIDE Gageiro relembra o seu medo e a sua experiência anterior com a PIDE.
(00:12:44) Momento de confronto Descrição do momento de confronto entre Salgueiro Maia e a cavalaria sete.
(00:14:39) A possibilidade de disparo evitada Eduardo Gageiro descreve o momento em que a possibilidade de alguém disparar um tiro foi evitada.
(00:15:52) Exposição em Barcelos Eduardo Gageiro fala sobre uma exposição e um colóquio com participantes do 25 de abril.
(00:17:26) O momento decisivo Conversa sobre um momento crucial da revolução e a relação pessoal entre dois homens.
(00:18:53) Fotografando Salgueiro Maia Eduardo Gageiro descreve a sua experiência fotografando Salgueiro Maia durante o 25 de abril.
(00:20:42) Desaparecimento das fotografias Discussão sobre o desaparecimento de fotografias importantes do 25 de abril.
(00:22:52) Fotografia simbólica Eduardo Gageiro descreve uma fotografia simbólica do Salazar na sede da PIDE.
(00:25:02) Paixão pela fotografia Eduardo Gageiro fala sobre a sua paixão pela fotografia desde jovem e sua influência social.
(00:27:22) O mundo desconhecido Eduardo Gageiro descreve a perplexidade ao descobrir a corrupção na distribuição de alimentos durante a sua infância.
(00:29:27) Influência e politização Gageiro fala sobre a influência de pessoas e livros na sua politização e formação como fotógrafo.
(00:30:30) Início na fotografia Gageiro conta como começou a fotografar e recebeu orientações de um mentor sobre composição e técnica.
(00:35:30) Primeiros prémios Gageiro relata a sua experiência ao ganhar o seu primeiro concurso de fotografia e o impacto disso na sua carreira.
(00:39:00) Reconhecimento internacional Gageiro discute a importância dos prémios na sua carreira e como isso o levou a ser reconhecido internacionalmente.
(00:39:20) Mudanças após o 25 de abril Eduardo fala sobre como a sua visibilidade mudou após a revolução.
(00:40:46) Viagens e prémios internacionais Eduardo descreve as suas viagens pela China, Índia e outros países, e seus prémios.
(00:43:23) Prêmio do Pravda Eduardo conta sobre o prémio que ganhou do jornal oficial do...Wed, 14 Feb 2024 - 1h 12min - 181 - Como votar bem? José Adelino Maltez
Nenhuma arte depende tanto da comunicação como a política.
Seduzir os eleitores, negociar com outros políticos, explicar decisões difíceis, são tudo tarefas onde a comunicação tem papel-chave.
Talvez seja por isso que quando algum decisor é percecionada de forma mais crítica. Dizemos que ele tem um problema de comunicação.
Esta edição é sobre a forma como os políticos comunicam.
Ou melhor, é sobre como recebemos e interpretámos a comunicação política.
Um guia de viagem para os tempos que vivemos.
Tópicos e Tempos
A importância da comunicação na política (00:00:12)Discussão sobre o papel fundamental da comunicação na política e como ela influencia a perceção dos políticos pelo público.
O voto como emoção e paixão (00:01:35)Exploração da emoção e paixão envolvidas na decisão de voto, comparando-a com a relação emocional dos pais com os filhos.
O método de votação dos politólogos (00:03:32)Conversa sobre como os politólogos votam, baseado em convicções, intuições e vínculos emocionais com os candidatos.
Influência dos círculos distritais nas eleições (00:07:27)Análise da influência dos círculos distritais nas eleições e a questão da representatividade política em círculos mais pequenos.
A evolução da qualidade dos políticos (00:10:05)Reflexão sobre a evolução da qualidade dos políticos ao longo do tempo e a nostalgia em relação aos políticos do passado.
A arte da conversa na política (00:12:36)Discussão sobre a importância da conversa na democracia portuguesa e como a comunicação é treinada e organizada pelos políticos.
A comunicação dos políticos portugueses (00:16:54)Discussão sobre como os políticos atuais são percebidos como comunicadores.
A evolução da democracia em Portugal (00:21:28)Análise da evolução da democracia em Portugal e a representação dos interesses portugueses na Europa.
Os líderes políticos da terceira geração (00:23:29)Avaliação dos líderes políticos da terceira geração, sua formação e características.
O populismo e a desinformação (00:26:27)Discussão sobre o populismo, desinformação e a influência nas opiniões políticas.
Os indecisos e hesitantes nas eleições (00:30:42)Análise do comportamento dos eleitores indecisos e hesitantes e o seu impacto nas eleições.
Escolha entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro (00:32:06)Discussão sobre a escolha entre políticos e a influência da comunicação na decisão do voto.
Movimento interno dos partidos (00:33:13)Análise da importância da coerência e razoabilidade dos discursos políticos nos partidos.
Influência da opinião pública (00:36:17)Exploração da influência da opinião pública e dos analistas financeiros na correção das ações políticas.
Arte da conversa na política (00:39:08)Discussão sobre a habilidade dos políticos em perceber e moldar a opinião pública através da comunicação.
Combate à corrupção (00:44:22)Análise da responsabilidade dos grandes partidos na luta contra a corrupção e a necessidade de aperfeiçoamento do sistema.
O desafio do Serviço Nacional de Saúde (00:46:44)Discussão sobre os desafios de gestão e mobilização de recursos no Serviço Nacional de Saúde.
Reformismo na sociedade (00:47:30)Reflexão sobre a necessidade de reformas e a mobilização dos agentes para uma missão com paixão e competência.
A importância da liderança política (00:49:22)Análise s...Wed, 07 Feb 2024 - 55min - 180 - Como salvar o jornalismo? Luís Simões
É tempo de falar de jornalismo.
Do bom jornalismo.
Do jornalismo em crise.
Das notícias que dão notícia de pagamentos em atraso, de publicações, jornais e rádios importantes, à beira do abismo.
E do sector dos média que perderam receitas, cujo conteúdo aparece nas redes como se fosse gratuito e os leitores aparentemente têm menos vontade de subscrever qualquer serviço pago de notícias.
Estaremos perante o fim do jornalismo, da verificação dos factos e das notícias feitas com curadoria humana?
Ou é apenas uma crise passageira que renovará os votos entre os cidadãos e a informação independente e fidedigna?
TÓPICOS DE CONVERSA
A crise no jornalismo (00:00:12) Discussão sobre a crise no jornalismo, a diminuição do interesse dos jovens pela profissão e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas.
A precariedade da profissão (00:01:39) Conversa sobre a precariedade da profissão jornalística, a diminuição do interesse dos jovens e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas.
A paixão pelo jornalismo (00:03:33) Exploração da paixão pelo jornalismo, a experiência pessoal e a importância de atrair bons profissionais para a área.
A crise enfrentada pelos média (00:09:25) Abordagem da greve geral dos jornalistas, a importância do jornalismo para a sociedade e a necessidade de investimento na comunicação social.
O modelo de negócio e a valorização da informação (00:13:56) Discussão sobre o modelo de negócio do jornalismo, a gratuitidade da informação e a necessidade de valorizar o trabalho jornalístico.
O perigo da desinformação (00:16:46) Discussão sobre a mistura de fontes de notícias, publicidade encapotada e fake news em plataformas ‘online’.
Validação do jornalismo (00:17:43) Importância da validação e verificação das informações jornalísticas, respeitando o código deontológico.
Fronteira entre jornalismo e publicidade (00:18:57) Abordagem sobre a demarcação clara entre jornalismo, publireportagem e publicidade, e a resistência em misturar conteúdos.
Financiamento do jornalismo (00:20:17) Consequências da perda de mercado e a necessidade de encontrar fundos para sustentar as publicações.
Papel do Estado na comunicação social (00:22:00) Discussão sobre a possibilidade de apoio estatal para salvar publicações e a importância de garantir transparência e equilíbrio.
Desafios do jornalismo na atualidade (00:24:46) Reflexão sobre a necessidade de contar histórias reais e a responsabilidade dos jornalistas na crise do jornalismo.
Impacto da proximidade na comunicação (00:27:25) Análise sobre a importância da proximidade na venda de jornais e na responsabilidade do jornalismo em informar todas as regiões.
Desafios do jornalismo desportivo (00:28:26) Reflexão sobre a retórica limitada dos comentadores desportivos e a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias.
Futebol e comunicação dos clubes (00:31:24) Discussão sobre a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias e a influência da comunicação dos clubes no jornalismo desportivo.
O impacto da pandemia no jornalismo desportivo (00:32:28) Discussão sobre as barreiras sanitárias e a comunicação dos clubes durante a pandemia.
Os desafios do jornalismo na era digital (00:34:22) Reflexão sobre o impacto dos algoritmos na disseminação seletiva d...Wed, 31 Jan 2024 - 47min - 179 - Por que acreditamos nas falácias? José Palma
Impaciência. Já repararam que há cada vez mais impaciência?
Os sintomas são visíveis.
Parece haver sempre um rastilho cada vez mais curto.
Como se todos estivéssemos numa panela de pressão.
Vê-se na agressividade da fala. Ou a pouca capacidade, ou sequer, vontade de ouvir.
Sente-se na velocidade vertiginosa que o digital nos impõe.
As ciências sociais, tal como outras ciências, dedicam-se a estudar os fenómenos e a fazer previsões.
Por exemplo, com que regularidade acontecem as grandes crises sociais.
Aquelas que nos impõe uma alteração radical na nossa forma de viver.
E, talvez, possamos estar no limiar, se não já a viver, um deles momentos de fartura.
A pandemia que deixou cicatrizes, as guerras e tensões entre povos, a crise económica com os preços a subir e a assustadora crise ambiental que suspeito ser já só mitigável.
Mas mantenho a esperança porque, provavelmente, pela primeira vez na história, temos conhecimento e consciência do que está a acontecer.
Pode não resolver tudo, mas avisados, estamos.
TÓPICOS DE CONVERSA (& tempos)
A impaciência crescente na sociedade (00:00:12) Discussão sobre os sintomas visíveis de impaciência na sociedade e a sensação de estar numa panela de pressão.
A teoria da necessidade do caos (00:01:36) Explicação da teoria que sugere que pessoas ou grupos usam desinformação para enfraquecer instituições, alimentada por sentimentos de alienação e desconfiança.
A aplicação da ciência na compreensão do mundo (00:02:52) Exploração da importância da ciência na compreensão da realidade, da perceção e da influência de fatores psicológicos e sociais em conflitos e decisões.
A dificuldade na aplicação da ciência (00:04:08) Discussão sobre a dificuldade das pessoas em aplicar a ciência de forma sistemática e a importância de separar o relevante do acessório na aplicação da ciência.
A influência da psicologia nas decisões e conflitos (00:07:00) Abordagem sobre a psicologia como uma ciência que faz previsões e a sua influência nas decisões individuais e coletivas, incluindo a falácia do planeamento.
A perceção e a realidade (00:11:16) Exploração da relação entre perceção e realidade, incluindo a influência das perceções na tomada de decisões e a importância dos placebos na demonstração dessa relação.
A psicologia e a convicção pessoal (00:14:08) Discussão sobre como as pessoas se convencem a si mesmas e a dificuldade em convencer os outros, incluindo exemplos relacionados à campanha eleitoral.
Conversa e perceção (00:15:04) Discussão sobre como diferentes pessoas ouvem e processam uma conversa de maneiras distintas.
Influência dos argumentos (00:16:11) Exploração da importância dos argumentos e como influenciam a mudança de opinião.
Discordância e grupos (00:18:11) Abordagem sobre como a discordância é esperada dentro e entre grupos sociais.
Populismo e linguagem política (00:22:17) Análise do populismo na política e o seu impacto na linguagem e comportamento.
Processos e ruptura (00:26:49) Explicação de como certos fatores levam a processos de ruptura na sociedade.
Conservadorismo intrínseco (00:28:35) Discussão sobre como as pessoas tendem a confirmar ativamente a sua visão de mundo,Wed, 24 Jan 2024 - 1h 11min - 178 - A guerra é inevitável? Arnaut Moreira
O mundo está perigoso. E quanto menos dialogamos, mais risco corremos de fazer a guerra.
Será uma inviabilidade da natureza humana?
Ou um dos últimos traços da nossa forma animal e territorial de reagir?
Este episódio é sobre as tensões e confrontos, latentes e reais, entre países e visões do mundo.
A guerra começo há quase dois anos.
A guerra começou há mais de 100 dias.
A guerra começou esta semana.
A guerra pode começar amanhã, outra vez.
Todas estas guerras estão em curso.
TÓPICOS / CAPÍTULOS
O início da carreira militar (00:02:55)O orador fala sobre a sua transição para a academia militar devido ao fechamento das fábricas têxteis após a Revolução de Abril.
A importância das regras na academia militar (00:04:16)Discussão sobre a importância das regras e da convivência pacífica na academia militar.
A transição da família para a comunidade (00:06:58)Reflexão sobre a evolução da família para a comunidade e, posteriormente, para as nações.
A evolução das nações para os estados (00:08:55)Abordagem sobre a transição das nações para os estados e a necessidade de leis escritas.
Religião e nação (00:11:25)Exploração da relação entre religião e nação, e a transição para estados laicos.
A inevitabilidade da guerra (00:13:06)Discussão sobre a ambição, a visão do futuro e a inevitabilidade dos conflitos que levam à guerra.
O caminho para a guerra (00:15:56)Reflexão sobre as aspirações incompatíveis que levam a conflitos e a possibilidade de negociação.
A guerra como última solução (00:18:25)Exploração da guerra como a última solução após crises e conflitos, e a expressão coletiva de vontade.
A dinâmica do poder internacional (00:19:20)Discussão sobre a dinâmica do poder e a preparação da sociedade internacional para possíveis conflitos.
Gestão de Crise (00:19:27)Discussão sobre a mecânica de provocar uma crise internacional e a gestão dessa crise.
Religião e Civilização (00:24:45)Reflexão sobre os valores judaico-cristãos e a influência da religião na construção civilizacional.
Conflito na Ucrânia (00:29:50)Análise da dinâmica do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, e a influência de valores civilizacionais.
Dinâmica Nuclear (00:33:13)Exploração das regras e práticas relacionadas ao uso de armas nucleares em conflitos internacionais.
A doutrina das armas nucleares táticas (00:37:04)Discussão sobre a ambiguidade e a utilização potencial das armas nucleares táticas por Putin.
O efeito da ambiguidade (00:38:22)Análise do efeito da ambiguidade na estratégia de guerra e nas negociações geopolíticas.
A influência da tecnologia na guerra (00:41:17)Impacto da tecnologia, especialmente dos drones, na observação e planeamento das operações de guerra.
As estratégias de guerra e a importância de Mariinka (00:47:51)Explicação sobre a importância estratégica de Mariinka e seu papel na guerra no Donbass.
A situação atual e possíveis negociações (00:53:48)Reflexão sobre a situação atual do conflito e possíveis negociações para encerrar a guerra.
A presença ucraniana na região de Odessa (00:54:47)Discussão sobre a importância da presença militar ucraniana na região de Odessa para garantir acessos marítimos.
Wed, 17 Jan 2024 - 1h 09min - 177 - Como educar melhor? José Pacheco
Hoje falamos de um dos mais especiais e extraordinários fins da comunicação: educar.
Desde o útero até ao fim.
Da mãe até aos bisnetos, todos temos a sorte e a necessidade de aprender com todos.
Mas o ser humano, na sua infinita criatividade, e a chamada revolução industrial, quis que todos aprendêssemos, formalmente, na escola, da maneira mais massificada e impessoal que se conseguiu.
O resultado está à vista.
Estamos a formar mais peças de fábricas do que cidadãos.
Mas este programa não é sobre o que correu mal.
É mais sobre a esperança de mudança.
Com quem já fez e continua a fazer pequenas revoluções na educação.
Sim, há maneiras diferentes de fazer.
TÓPICOS DE CONVERSA:
A falência do sistema educativo (00:00:12) Discussão sobre a abordagem massificada e impessoal da educação formal, resultando na formação de "peças de fábricas".
A importância da mudança radical na educação (00:03:55) Abordagem sobre a necessidade de uma mudança radical no sistema educativo, destacando a importância de uma abordagem integral e personalizada para a educação.
A visão da Escola da Ponte (00:12:30) Exploração dos princípios e história da Escola da Ponte, destacando a importância da relação entre professores e alunos e a necessidade de uma nova educação centrada no aluno.
A necessidade de uma nova educação (00:15:57) Discussão sobre a necessidade de uma nova educação integral, centrada na relação e na aprendizagem significativa, destacando movimentos de integração e mudança na educação.
O futuro da educação (00:17:06) Apelo para a subscrição do podcast e a importância do apoio para encontrar e convencer novos comunicadores para gravar programas.
O tempo do ensino clássico (00:17:35) Discussão sobre o ensino tradicional e sua insatisfação por parte de alunos, professores e comunidade.
A necessidade de mudanças na educação (00:18:20) Abordagem sobre a necessidade de uma abordagem integral e personalizada na educação.
A formação de professores (00:18:49) Reflexão sobre a formação de professores e a necessidade de uma nova abordagem.
A nova educação (00:20:00) Visão do Professor José Pacheco sobre a necessidade de uma nova educação e sua experiência em diferentes comunidades.
A situação da educação em Portugal (00:21:20) Comparação da educação em Portugal com outros países e críticas ao sistema educativo.
A mudança na educação (00:23:05) Discussão sobre a necessidade de mudanças na educação e a introdução de um novo modelo.
A transformação da educação (00:25:05) Abordagem sobre a transformação da educação, envolvendo professores, comunidades e valores.
O paradigma da instrução (00:26:24) Reflexão sobre o paradigma da instrução e a necessidade de uma nova abordagem na educação.
A organização da escola (00:31:20) Exploração da organização da escola e a definição de uma nova ordem baseada em valores e convivência.
A influência dos professores na infância (00:33:08) O impacto de diferentes professores na vida do Professor José Pacheco e sua formação.
A importância de uma pergunta (00:34:19) A influência de um padre que ensinou a importância de fazer perguntas e buscar respostas.
Influência de professores na adolescência (00:35:20) O papel de um...Wed, 10 Jan 2024 - 42min - 176 - Como contar uma boa história? Joana Latino
Será que o jornalismo dos tempos em que vivemos está a ser demasiado snob?
Uma forma de ser e estar em que aqueles que servem para testemunhar o mundo se demitem da sua função social primordial.
Pode ser essa uma das bases da crise dos media clássicos de hoje?
TEMAS & TÓPICOS DE CONVERSA:
Televisão e Rádio: Bastidores Revelados Descubram comigo as ‘nuances’ de trabalhar em frente e atrás das câmaras. Aprenda sobre a adrenalina de entrevistar grandes nomes como Saramago sem um guião pré-definido e como a confiança na equipa é crucial na TV, enquanto na rádio, o peso das responsabilidades é imenso e mais individual.
Redes Sociais e Tecnologia: Uma Espada de Dois Gumes Debatemos a dualidade das redes sociais, que tanto nos conectam quanto podem nos expor a riscos. E não deixem de ouvir a visão de Joana Latino sobre a importância de educarmos as novas gerações para um uso consciente e responsável da tecnologia.
A Imagem na Televisão: Conteúdo ou Aparência? Como uma "mulher real" que desafia os estereótipos da TV, compartilha as suas reflexões sobre a transição da rádio para a televisão e como a imagem pode tanto atrair o público quanto desviar a atenção do que realmente importa: o conteúdo.
Educação e Tecnologia: O Papel dos Adultos Discutimos a responsabilidade dos adultos em orientar os jovens, comparando o uso da tecnologia com as lições de vida que experimentámos.
Jornalismo com Coração Por fim, mergulhamos na arte de contar histórias que tocam o coração, e como um bom jornalismo deve sempre buscar a verdade que ressoa com a emoção e a empatia.
CAPíTULOS:
(00:03:07) A experiência televisiva Joana e o entrevistador discutem sobre a falta de perguntas escritas em entrevistas e momentos de pânico.
(00:04:32) Trabalho em equipa na televisão e na rádio. Joana compara a dinâmica de trabalho em equipe na televisão e na rádio, destacando a vantagem da televisão.
(00:07:15) A influência das redes sociais e da tecnologia na sociedade atual. A discussão aborda a fama, a construção imagética, e a influência das redes sociais na sociedade.
(00:09:25) A responsabilidade dos adultos na educação sobre o uso adequado da tecnologia Joana fala sobre a responsabilidade dos adultos em educar as gerações mais jovens sobre o uso adequado da tecnologia.
(00:14:45) A importância do conteúdo e da imagem na televisão. A importância do conteúdo e da imagem na televisão é discutida, ressaltando a relevância do embrulho e do conteúdo.
(00:15:23) O início da carreira na televisão. Joana fala sobre a sua entrada na televisão e a sua experiência no Passadeira Vermelha.
(00:17:03) A importância das boas histórias no jornalismo. Joana discute os princípios de uma boa história e a falta de foco no jornalismo atual.
(00:19:14) A transformação do jornalismo e a influência das audiências. Joana aborda a transformação do jornalismo devido a interesses comerciais e a importância das emoções.
(00:20:07) A representação do Portugal profundo na televisão Joana destaca a importância de retratar o Portugal mais verdadeiro na televisão.
(00:22:17) A influência dos influenciadores e opinion makers Joana comenta sobre a influência das personalidades públicas e a mudança na forma como são chamadas.
(00:24:25) A interação com pessoas no programa. Joana fala sobre a interação com pessoas no programa e como conquista a atenção delas.
Wed, 03 Jan 2024 - 1h 06min - 175 - Como fazer uma apresentação cativante?
Uma apresentação com impacto começa com uma narrativa que envolva e que capte a atenção do público desde o início.
TEMAS DE CONVERSA NESTE EPISÓDIO
Compreendendo o público (00:03:46)Dicas sobre como compreender o público-alvo de uma apresentação e adaptar o conteúdo para atender às suas necessidades e expectativas.
Contando uma história cativante (00:04:46)A importância de começar uma apresentação com uma história interessante que envolva emocionalmente a audiência e crie empatia.
Tendo um objetivo claro na comunicação (00:05:04)A importância de definir um objetivo claro para a apresentação e comunicar de forma persuasiva, informativa ou inspiradora, dependendo do objetivo desejado.
Linguagem acessível e tempo de apresentação (00:07:27)Dicas sobre como utilizar uma linguagem simples e evitar termos técnicos em apresentações, além de gerir o tempo de forma adequada.
Enfatizar benefícios e quebra de expectativas (00:08:45)A importância de enfatizar os benefícios do que está a ser apresentado e utilizar a quebra de expectativas para surpreender a audiência positivamente.
Chamada à ação (00:09:53)A importância de encerrar a apresentação com uma instrução clara sobre o que a audiência deve fazer a seguir, como visitar um site, comprar um produto ou refletir sobre um tópico.
Estruture o seu conteúdo de forma clara, dividindo-o em partes distintas com uma introdução cativante, desenvolvimento coerente e uma conclusão memorável.
Utilize recursos visuais, como diapositivos ou gráficos, para ilustrar pontos-chave e tornar a apresentação mais visualmente atrativa.
Alguns de nós somos mais auditivos, outros mais visuais.
Mas todos, sem exceção, gostamos de variedade.
Depois há a linguagem.
Mantenha uma linguagem acessível e evite jargões excessivos, garantindo que a sua mensagem seja compreendida por todos.
Se falam com linguagem técnica ou encriptada está a criar uma barreira à comunicação. Está a excluir os outros da conversa.
Finalmente há o treino.
E treine. Treinar. Treinar. Treinar.
Pratique a sua dicção e os seus gestos, para transmitir confiança, e esteja preparado para responder perguntas.
Finalmente, encerre com uma chamada à ação, incentivando a participação e a adesão do público.
Vamos por partes:
A pergunta é: COMO FAZER UMA APRESENTAÇÃO CATIVANTE?
Compreensão do Público
Entender o seu público significa conhecer quem está na audiência, quais são as suas necessidades e expectativas. Isso ajuda a personalizar a sua apresentação para ser mais relevante.
Compreender o público é saber que problemas tem ou o que desejam. No fundo, falar para um público é responder às necessidades daquele público.
E todos os públicos têm necessidades diferentes.
Antes de lhes falar tente compreendê-los.
Se não conhece o seu público, pergunte a quem conhece.
Conte Uma História Cativante
Começar com uma história interessante envolve emocionalmente a audiência, criando um vínculo e tornando a sua apresentação mais memorável.
Uma história real. Com pessoas reais. Em sítios reais.
Pessoas com dores, problemas e desejos.
E isso gerará empatia no público.
Wed, 20 Dec 2023 - 11min - 174 - Como ouve o SNS os cidadãos? Mauro Serapioni
Já imaginaram quão complexa é uma máquina ou sistema, a que chamamos SNS, que está aberto 24 horas por dia e 365 dias por ano.
E durante esse tempo, todo o tempo, e em todo o país, responde às necessidades de saúde.
Podem ser coisas muito simples, como uma constipação mais agreste ou um colesterol acima do desejado.
Ou podem ser coisas muito graves como um ataque de coração, uma queimadura grave ou múltiplos traumatismos resultado de uma queda ou acidente de viação.
São milhões, sim, disse, bem, milhões de consultas, dias de internamento, tratamentos e cirurgias.
Todos os dias. A todas as horas.
Os doentes sabem disso. Os contribuintes também.
Só dinheiro dos impostos há 15 mil milhões de euros para a saúde.
Sem contar com o que cada cidadão usa do próprio bolso: por exemplo, para ir ao dentista.
A máquina de preservar, cuidador, reparar e acompanhar-nos na saúde é definição complexa.
É desde logo muito complexa na difícil organização dos meios humanos.
Médicos, enfermeiras, administrativos, auxiliares… a lista pode ser gigante.
Todos têm funções específicas, muitos têm saberes profundos e capacidades técnicas avançadas e todos interagem para fornecer o melhor cuidado.
Além das pessoas, há a tecnologia. As máquinas, os tratamentos, a ciência estão cada vez mais avançados, logo mais complexos.
E nós cidadãos, estamos cada vez mais exigentes.
Exigentes porque queremos o melhor, mas, principalmente, exigentes porque estamos em média mais velhos e por isso com mais necessidades de saúde.
Já repararam que as pessoas doentes de hoje tem não uma, mas várias áreas a que tem de dar atenção.
Ora estas necessidades e complexidades obrigam a conversas cada vez mais francas e abertas na sociedade.
E os sistemas de saúde começam a abrir portas para os cidadãos participarem nos seus processos de decisão.
E eu fui em busca doProfessor Mauro Serapioni é investigador sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra desde 2009 e Professor Doutor em Ciências Sociais .
E dedica-se a estudar exemplos de todo o mundo dos caminhos da participação dos cidadãos em sistemas de saúde.
Será que os sistemas de saúde querem ouvir os cidadãos que servem?
A voz dos cidadãos é cada vez mais importante e os sistemas como o SNS já se aperceberam disto.
Será que uma maior participação pode auxiliar a, pelo menos, calibrar as expectativas e ajudar a organizar melhor as respostas do sistema de saúde?
TÓPICOS DA CONVERSA:
(00:00:12) - Sobre a complexidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a relação entre o SNS e os cidadãos.
(00:02:35) - A importância de ter conversas francas e abertas entre os sistemas de saúde e os cidadãos.
(00:04:00) - A dificuldade de os sistemas de saúde realmente ouvirem e incorporarem a voz dos cidadãos em suas decisões.
(00:07:39) - Discussão sobre a limitação da participação dos cidadãos nos sistemas de saúde e a necessidade de espaços de verdadeira participação.
(00:10:19) - Destaque para experiências positivas de participação dos cidadãos no sistema de saúde, como no Canadá, Brasil e o Reino Unido.
Wed, 13 Dec 2023 - 41min - 173 - Como saber comunicar como os actores? Cláudia Semedo
Hoje subimos ao palco.Para ter o sabor do que se sente em frente a um público.É provavelmente dos exercícios mais difíceis em comunicação.Temos uma mensagem, temos uma forma de mostrar essa mensagem e um público que, ao mesmo tempo, é ávido e exigente.
TÓPICOS
00:00:12 - A arte da comunicação no teatroIntrodução do tema do episódio, destacando a importância da comunicação no teatro.
00:01:42 - A experiência de Cláudia Semedo como atrizCláudia Semedo fala sobre a sua experiência a trabalhar com dobragens e teatro.
00:03:03 - O processo de dobragem e o trabalho de concentraçãoCláudia Semedo explica como funciona o processo de dobragem, incluindo a sincronização da voz com as bocas das personagens e a necessidade de concentração durante o trabalho.
00:07:13 - O processo criativo de Cláudia SemedoCláudia Semedo fala sobre o seu processo criativo como atriz, encenadora e apresentadora, destacando a importância da observação do mundo e da reinvenção constante na arte.
00:09:29 - A inquietação social de Cláudia SemedoCláudia Semedo menciona a sua peça "Zé Alguém", que aborda a realidade dos sem-abrigo, e discute a crise habitacional e a falta de solidariedade na sociedade.
00:11:55 - A necessidade de pragmatismo e defesaCláudia Semedo argumenta que a dessensibilização social é uma forma de sobrevivência e defesa perante as injustiças e problemas estruturais do país, destacando a competição e a educação como fatores que contribuem para essa mentalidade individualista.
00:12:59 - A importância da educação para a criatividadeNeste trecho, a palestrante fala sobre a necessidade de uma educação que estimule a criatividade e o pensamento crítico.
00:14:06 - O medo do outro e o racismoNesta parte, discute-se o aumento do racismo e da xenofobia na sociedade, bem como a incompreensão do outro e o medo do desconhecido.
00:17:08 - A presença do racismo na sociedadeNeste momento, a palestrante aborda a presença do racismo estrutural na sociedade, destacando a marca da escravidão e da colonização.
00:20:10 - A experiência no programa de televisãoCláudia Semedo fala sobre a sua participação num programa de televisão de culinária e como foi uma experiência intensa e emocionalmente impactante.
00:22:20 - A paixão pela culináriaCláudia revela o seu amor pela culinária e como gostaria de ter estudado cozinha na escola de hotelaria, destacando a importância dos alimentos para a saúde.
00:23:39 - Lidando com o fracassoCláudia discute a sua postura relativamente ao fracasso, enfatizando que vê as experiências como processos e não como sucessos ou fracassos.
00:25:29 - A experiência de dobragem e teatroCláudia Semedo fala sobre a sua experiência a trabalhar com dobragem de desenhos animados e atuação no palco.
00:26:01 - A criação da receita de nuvem de ovoCláudia Semedo explica como inventou a receita de nuvem de ovo e os desafios que enfrentou durante o processo.
00:28:37 - A decisão de sair de um programa de culináriaCláudia Semedo fala sobre a sua decisão de sair de um programa de culinária e os motivos que a levaram a tomar essa decisão.
00:31:49 - A decisão difícilOs palestrantes discutem um dilema difícil de resolver sobre a agenda de espetáculos e gravações de um programa.
00:32:59 - Sentimentos no palcoCláudia Semedo fala sobre as suas diferentes experiências e emoções ao atuar no palco.
00:36:17 - Personagens desafiadorasOs palestrantes discutem a importância de atores saírem da sua zona de conforto e interpretarem personagens que s...Wed, 06 Dec 2023 - 48min - 172 - Como descobrir talentos? Tiago Forjaz
Já ouviram falar de caça-talentos?
Não é muito diferente de caça-tesouros. Mas na versão: os melhores e mais dotados seres humanos para realizar uma tarefa ou feito.
O meu convidado de hoje, Tiago Forjaz, prefere ser visto mais como um descobridor e estimulador de talento do que propriamente um caçador.
É um libertador mais do que um perseguidor.
E partilha algumas das suas ferramentas.
A conversa toca as coisas que vivemos diariamente.
A ida à entrevista de emprego. Ou o momento de entrevistar candidatos.
A maneira como lemos as pessoas. Ou como funciona o nosso instituto para descobrir o talento dos outros e também os nossos.
De caminho falámos de líderes formais e informais.
E de como se dá ou se bloqueia um processo de transformação.
Mas o principal é mesmo o talento. Sim, aquela coisa que nos faz brilhar os olhos ou ver o brilho nos olhos do outros.
É algo que se vê, mas muito difícil de medir.
Se os nossos talentos tiverem espaço e tempo para fluir, seguramente a nossa vida será mais bem vivida.
E do que aprendi hoje deu para entender que o talento e a desempenho tem uma relação bastante contraditória.
O talento é a magia. O desempenho é medido com réguas rígidas.
E tu, como exploras os teus talentos únicos?
TÓPICOS & TEMPOS
(00:00:12) - A procura pelo talento(00:02:51) - Libertar o talento(00:04:06) - A entrevista de emprego(00:06:36) - A importância de perguntas e curiosidade numa entrevista de emprego(00:06:52) - A ideia de caça talentos e a importância de libertar o talento das pessoas(00:09:49) - O potencial e o desempenho do talento(00:12:53) - O que é talento?(00:14:56) - Observar e elogiar(00:16:01) - Diversidade cognitiva(00:19:27) - A importância de libertar o talento das pessoas(00:20:09) - A confusão entre líderes e chefes(00:23:15) - A responsabilidade dos líderes em desenvolver talentos(00:24:23) - O papel dos líderes e o elogio(00:26:00) - A mudança nas estruturas organizacionais(00:27:20) - A disponibilidade e permeabilidade dos líderes(00:29:32) - A importância da transformação(00:30:23) - A falácia da transformação em cascata(00:33:21) - Liderança informal na transformação(00:34:38) - A importância de libertar o talento das pessoas(00:37:03) - Identificar talentos nas pessoas(00:39:14) - O que fazer com os talentos identificados(00:39:54) - A importância do talento nas organizações(00:40:21) - A confusão entre talento e habilidade(00:42:49) - A multiplicidade de talentos dentro de uma pessoa(00:45:24) - Explorar o talento das pessoas(00:45:53) - A importância da atitude de confiança(00:46:44) - Um dia bom para Tiago Forjaz
Mais informação sobre o tema:
Lista de fontes específicas sobre talento em Portugal:
* Instituto de Educação da Universidade de Lisboa: o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa tem uma linha de investigação sobre talento e educação. O site do instituto possui informações sobre essa linha de investigação, incluindo publicações, eventos e projetos.
* Centro de Investigação em Educação e Desenvolvimento (CIED) da Universidade do Minho: o CIED da Universidade do Minho tem uma linha de investigação sobre talento e aprendizagem. O site do CIED possui informações sobre essa linha de investigação, incluindo publicações, eventos e projetos.Wed, 29 Nov 2023 - 48min - 171 - A inteligência artificial fala a nossa língua? Tiago Ferreira
Nesta edição aventuro-me pelo universo, para mim, desconhecido e fascinante, da mistura do som, das palavras, das máquinas que aprendem as palavras e respondem com resumos escritos do que falámos.
Na semana em tivemos websummit em Portugal e que o festival Podes escolheu os melhores podcasts nacionais, gravei uma conversa com Tiago Ferreira, engenheiro, criador de aplicações que usam a inteligência artificial para transcrever a fala, e empreendedor desta área do digital.
E descobri que mundo está a andar cada vez mais depressa.
TÓPICOS DE CONVERSA
(00:13) Inteligência Artificial Aplicada à Linguagem(13:19) Influência Dos Algoritmos nas Recomendações(20:53) Web Summit e Futuro Dos Podcasts(35:50) Inteligência Artificial e Criatividade(41:39) Alucinação, Evolução e Profissões Futuras
Quem se lembra de ter feito um ditado na escola primária?
Em bom rigor quem ditava era o professor ou professora.
No meu caso era a professora Zita que me ensinou a ler e escrever.
Nesses dias do ditado ela lia um texto para nós o ouvirmos e transcrevemos.
Estava feito o ditado.
A santíssima trindade da aprendizagem do português completava-se com a interpretação de um texto ou com a populares composições.
Sim, aqueles textos que eram enunciados como: “Façam uma composição de 20 linhas sobre a vaca”. Por exemplo.
E à falta de melhor ideia podíamos sempre começar o texto com a célebre frase:
“Era uma vez uma vaca…”
E, porque estou eu para aqui a falar de ditados, composições ou redações e interpretação de texto?
É que o Tiago Ferreira inventou uma máquina moderna que faz isso mesmo. Aplicada à voz falada e experimenta em podcasts, com este, o Pergunta Simples.
E como descubro o Tiago no planeta?
Bom, primeiro experimentei a tal máquina, um programa informático, uma aplicação. Já agora chama-se Podsqueeze. Numa tradução livre: Espremedor de Podcasts.
E é isso mesmo que faz, espreme o conteúdo do que se fala em cada episódio.
E depois de experimentar percebi que a magia tinha sido criada por portugueses.
Melhor explicar na prática: Quando gravei esta conversa tirei o som do meu gravador num formato de ficheiro digital.
E coloquei o som dentro do espremedor de palavras.
O que aconteceu? Fiz um ditado. A fala transformou-se em texto escrito.
Até aqui o processo é prático, mas não mágico.
O que acontece a seguir é que é surpreendente.
A máquina faz resumos do que falamos, parte a conversa em capítulos, descobre palavras significativas e até propõe vídeos de promoção do episódio.
Como raio um computador consegue devolver resumos com contexto das conversas anárquicas que vou mantendo?
É sobre isso esta conversa. Sobre máquinas entendem a fala e escrevem textos e sobre empreendedores portugueses a jogar no campeonato mundial das aplicações de inteligência artificial aplicada à linguagem.
Alucinar ou atinar.
Wed, 22 Nov 2023 - 44min - 170 - Como comunicam os políticos? Domingas Carvalhosa
ÍNDICE DE TEMAS & TEMPOS:
(00:02:51) O posicionamento estratégico do primeiro-ministro.
(00:04:51) A emoção na comunicação do primeiro-ministro
(00:06:51) O descontrolo na comunicação do primeiro-ministro
(00:09:51) A estratégia de esclarecimento de António Costa.
(00:10:51) A narrativa do vazio
(00:13:51) A comunicação do presidente da república
(00:14:51) Marcelo Rebelo de Sousa como uma pessoa das pessoas
(00:17:51) O teatro público de Marcelo Rebelo de Sousa
(00:20:51) A estratégia política do presidente Marcelo Rebelo de Sousa
(00:22:51) A estratégia de comunicação de Luís Montenegro nas eleições
(00:25:51) A mensagem do candidato
(00:26:51) As soluções para os problemas
(00:28:51) A comunicação política e a reputação
(00:33:51) A importância da reputação
(00:35:51) A gestão da reputação
(00:37:51) O trabalho da reputação nas organizações
(00:38:51) A importância do propósito nas empresas
(00:39:51) A obrigação das empresas em cumprir normas não financeiras
(00:42:51) A falta de regulamentação do lobbying em Portugal
(00:46:51) A necessidade de legislação para garantir transparência
(00:47:51) O aumento da transparência como forma de combater a corrupçãoWed, 15 Nov 2023 - 50min - 169 - Estarei louco? Inês Homem de Melo
Hoje é dia de falar da loucura.
No sentido mais amplo do mundo.
Da saúde mental, da boa saúde, dos médicos psiquiatras, das dores de alma dos doentes, das famílias e dos seus vínculos.
Com a médica psiquiatra Inês Homem de Melo
TÓPICOS DE CONVERSA:
[00:00:13] Loucura, Saúde, Arte Na Psiquiatria
[00:07:22] Diagnóstico E Fronteira Da Normalidade
[00:12:39] Síndrome do Impostor e Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade TDAH
[00:17:33] Psicodrama
[00:29:30] Emoções Intensas E Doença Mental
[00:39:40] Intervenção Precoce Na Saúde Mental
[00:48:43] Relações De Vinculação E os seus Impactos
[00:59:40] O Tempo É Relativo
É uma sopa rica de temas.
Ouça, veja e comente em www.perguntasimples.com
Siga-me em www.facebook.com/JorgeCorreia.Jornalista/
ou em www.instagram.com/jorgecorreia.jornalista/Wed, 08 Nov 2023 - 1h 01min - 168 - Qual é o som perfeito? Manuel Faria
Procuro o som perfeito.
O som que nos inspira. Que nos faz sentir bem. Que nos envolve.
Pode ser uma música, pode ser uma voz rica com o timbre mais bonito que ouvimos alguma vez. Pode ser o vento, a chuva ou o mar.
Num mundo onde há bombas a cair, gritos de quem sofre ou silêncio de quem não sobreviveu, celebro os sons bons.
Do choro da criança que nasce, da voz que se embarga de alegria, da música, do fado e folclore que nos explica esta coisa de ser português.
Da voz que nos acalma na ansiedade ou nos incita para a próxima conquista.
Este episódio é uma dança entre o silêncio e o som.
De onde vem o som?
Vem todo o lado. Vem ter connosco a todo o momento.
Até estranhamos quando não vem de lado nenhum.
Quando há o silêncio.
A ausência de som.
Que até nos pode incomodar. Que nos obriga a preencher esse vazio.
Uma das técnicas de entrevista que sempre gostei de usar é a de guardar um par de segundos de silêncio quando pressinto que a pessoa com quem falo está prestes a dizer-me precisamente o era obrigatório dizer. O silêncio apenas criou espaço para isso.
Depois há o som. Omnipresente. Vem de frente, de trás, dos lados, de baixo, de dentro de nós, da nossa garganta ou do centro do ouvido.
O som imersivo. Que se poder recriar em estúdio usando uns curiosos microfones em forma de orelhas humanas. Para nos sentirmos ainda mais dentro do som.
Som que pode pintar espaços com ambientes sonoros. Quem não se lembra do eco das salas grandes ou da surdez das casas com muitas alcatifas, ou cortinados pesados.
Ou da vibração sonora no estádio de futebol. Do centro comercial em hora de ponta.
Ou do cantor, à capela, nas ruas da cidade, ou no terreiro da aldeia, ao desafio, apenas com uma concertina.
São tudo sons da nossa vida. E dentro deles o da voz humana. O mais belo instrumento.
Atentem nos primeiros segundos à voz que vos apresento.
É de Manuel Faria, um arquiteto do som. Um criador de ambientes sonoros.
Façam silencio. Subam o volume. Este programa é para degustar.
Então e quais são os sons da sua vida?
Quais são os que preenchem a banda sonora da sua existência?
Há uma música especial? Talvez aquela que tocada no mais mágico dos momentos.
Ou será o marulhar das ondas do mar de verão?
Ou da ventania da tempestade de inverno?
E as vozes? De quem é a voz que guardam no momento em que vos disse algo ao ouvido. Daquelas vozes que parecem carregadas de eletricidade. Que dizem palavras com poder infinito de nos emocionarem.
Pensem nisso. Liguem a essa pessoa, com a voz mais significativa do mundo e digam-lhe que gostam dela.
Da voz e da pessoa.
Se houver um pequeno silêncio a seguir, sorvam-no com lentidão.
É um silêncio dos bons.
Respirem fundo. Escutem atentamente. Permitam-se perder-se nas melodias que envolvem a sua vida.
Existem sons que transcendem o tempo, que ecoam na trilha sonora da sua jornada.
Existe uma canção especial? Talvez aquela que tocou no momento mais mágico da sua vida.
Wed, 01 Nov 2023 - 1h 01min - 167 - Como ser feliz? | Jorge Humberto Dias
Hoje meto-me numa grande empreitada:
Descobrir os caminhos para a felicidade.
E não, não é um ‘podcast’ de autoajuda, não vende livros “seja feliz em 10 passos”, ou sequer arrisca dar algum conselho sobre o tema.
Prometo boa ciência, maneiras de ouvir as pessoas e uma suave mistura entre expectativas e resultados.
Encontrar a felicidade parece uma busca interminável.
Começando pela definição de felicidade.
O que é “ser-se feliz?”
A pergunta só tem uma resposta subjetiva. Cada um define para si próprio o que é ser feliz. E após definir o conceito há que contar com as expectativas.
Se formos uns perfecionistas encartados, a felicidade pode estar sempre num nível difícil de atingir.
Tal como a inveja da felicidade alheia pode afinal ter um efeito de ricochete.
Invejar é muito diferente de desejar.
Com Jorge Humberto Dias, filósofo, professor de ética e estudioso da felicidade, percorro os matizes da felicidade.
Por exemplo, a relação entre bem-estar e felicidade, explorando a ideia de que sem satisfação do bem-estar, a felicidade fica difícil de ser alcançada.
E sobre receitas infalíveis para se ser mais feliz. Por exemplo, o amor e a amizade como elementos universais e o direito humano à felicidade.
E viajamos até ao coração das organizações, das escolas e das empresas.
As mais avançadas avaliam o coeficiente de felicidade de líderes, trabalhadores, professores e alunos.
Mas não esquecemos os pais. Que ora exigem tudo das escolas.
Ora passam os fins de semana a insultar os árbitros em jogos de futebol juvenil.
A diferença entre felicidade e frustração é cada vez mais volátil.
O mal-estar na vida pessoal ou profissional passa uma fatura alta.
E nesta edição tenho em vista perceber causas e consequências.
Escolhendo alguém que se assume como feliz.
A ideia de felicidade pode ser mais simples do que parece.
Ainda que possa ser transitória.
Mas se fizermos o que gostamos, se gostarmos de quem gosta de nós e tivermos uma autoestima sem grandes remendos, então o caminho fica muito mais fácil.
Capítulos e Pontos-Chave
(0:00:00) - Felicidade E Inveja
(0:06:39) - Bem-Estar, Felicidade E Trabalho Na Atualidade
(0:20:29) - Gestão E Desempenho Nas Organizações
(0:28:08) - Reciclagem De Traços Da Personalidade
(0:33:03) - Influência Negativa Dos Pais No Desporto Jovem
Em detalhe
(0:00:00) - Felicidade E Inveja
A consciência, avaliação, objeto da avaliação, expectativa e inveja como fatores da felicidade.
(0:06:39) - Bem-Estar, Felicidade E Trabalho Na Atualidade
Bem-estar, fatores infelizes, amor e amizade são discutidos como fundamentos da felicidade.
(0:20:29) - Gestão E Desempenho Nas Organizações
Gestão equilibrada, treino social, psicológico e mental, metodologia mista, cooperação, Seleção Nacional de Portugal e Real Madrid são discutidos para entrega de resultados.
(0:28:08) - Reciclagem De Traços Da Personalidade
Discutimos como equilibrar e melhorar a personalidade,Wed, 25 Oct 2023 - 54min - 166 - Porque precisamos de certezas? | Francisco Miranda Rodrigues
Os tempos não estão fáceis.
Há uma sensação permanente de imprevisibilidade.
Não sentem isso?
O terrível sentimento de que não controlamos nada.
Nada de nada.
Em bom rigor sabemos que a incerteza é a única regra que vale na existência.
Mas ter a certeza da incerteza pesa na nossa cabeça.
E a saúde mental está ficar com umas valentes nódoas negras.
A pandemia está a passar a fatura.
Mais a guerra, a inflação, os juros, o preço das casas, a metrologia louca.
Vivemos uma espécie de efervescência. Uma espécie de jogo de forças que nos desgasta a cada passo.
É esse moer do dia a dia que aproveita todas as entradas da nossa vulnerabilidade.
Sobra a ansiedade, o sono turbulento, as depressões escondidas para não se notar no emprego ou entre os amigos.
O que fazemos para contrariar isto?
Vou em busca de respostas com Francisco Miranda Rodrigues. Psicólogo. Atual bastonário dos psicólogos.
É uma conversa carregada de labirintos, sombras e luzes.
Das organizações e as suas lideranças.
Das pessoas e das suas dores e ressurreições de alma.
Falámos de profissionais à beira de um ataque de nervos. E de como será difícil curar esta gigante ferida social.
Pedir auxílio no tempo certo é porventura um dos mais sensatos conselhos que podemos receber.
Sim, elas podem não matar, mas moem.
E enquanto na dor física é tido como normal ir à procura de ajuda, nas dores emocionais o caminho é menos direto.
Ora porque desvalorizamos. Ora porque não nos levam a sério.
E algumas destas pessoas em sofrimento podem escolher um caminho mais radical.
Lemos nas redes sociais que se suicidaram, que descompassaram e atacaram alguém ou simplesmente fecham-se numa concha escura de desesperança e ruidoso silencio.
Vale estar atento e apoiar o que nos rodeiam. Se suspeitarem que alguém tem a mente a doer, fiquem de olho, liguem os ouvidos e estendam a mão.
Resumo dos Capítulos (TIMESTAMPS):
Capítulo 1
[00:02:14] Saúde mental na pandemia A pandemia trouxe consigo uma onda de incertezas, que levou a um aumento expressivo dos casos de ansiedade e depressão.
[00:07:14] Francisco Miranda Rodrigues, psicólogo e Bastonário dos Psicólogos, nos guia através desta realidade alarmante.
Capítulo 2
[00:12:14] Incerteza e medo Com a constante mudança da situação global, os meios de comunicação desempenham um papel crucial na disseminação de informações.
[00:17:14] No entanto, a incerteza e o medo que acompanham as constantes atualizações podem ser prejudiciais para a nossa saúde mental.
Capítulo 3
[00:22:14] Mobilização em tempos de crise Como a sociedade se mobiliza durante uma crise?
[00:27:14] O aumento de teorias da conspiração
[00:32:14] está se tornando uma preocupação cada vez maior.
[00:37:14] A capacidade de discernir entre informações verídicas e falsas é essencial.
[00:42:14] Especialistas estão a trabalhar incansavelmente para combater a desinformação.
Wed, 18 Oct 2023 - 51min - 165 - Como ser criativo? Fernando Alvim
Será que o politicamente correto está a ganhar a luta contra as almas livres?
Estarão as almas mais criativas a ficar resignadas?
Este é o resumo desta conversa sobre comunicação e ideias loucas.
Sobre humor e grandes histórias.
E sobre o peso da opinião da fervorosa horda dos 'canceladores' digitais anónimos das redes sociais na tribo dos pensadores mais livres.
Como o Fernando Alvim que aceitou estar no programa.
Fernando Alvim é uma das pessoas mais criativas e loucas que conheço.
É um livre-pensador e um ávido executor das mais loucas ideias de comunicação.
Seja na telefonia, com algumas das mais míticas perguntas, sem filtro, ouvidas na rádio, seja nos eventos que inventa para provar simplesmente que é possível.
Não é preciso dizer que Fernando Alvim advoga sempre pela necessidade de espaço para ideias inovadoras e bizarras e como o politicamente correto está a moldar a nossa sociedade e criatividade.
E, o mais preocupante, é que ele admite que já pensa duas vezes antes de publicar algo que admite poder criar alguma turbulência.
Será que esta autocensura é um risco real à liberdade de expressão e à criatividade?
Claro que Alvim é sempre Alvim.
E por isso podemos continuar a acompanhar o seu festival Monstros do Ano, para celebrar o bizarro e o insólito.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA
0:02:11
FerdandO Alvim, radialista, comunicador, mestre de ideias loucas, e eu quero falar sobre isso contigo. Quem é o Ferdand Alvin? Quem é este? tu, de verdade, Não sei bem. Sei que toda a minha vida dediquei à comunicação. Com treze anos Eu posso dizer que sou o pequeno soulo da Rábia A Mestracha, onde Comecei numa Rábia Pirata.
Uma Rábia Pirata Numa Rábia Pirata, que foi a que comecei, e depois profissionalizei-me. Passado uns três, quatro anos, comecei a ganhar dinheiro e de repente percebi que ela ia ser a minha atividade principal. Curiosamente, passados muitos anos, sem qualquer tipo de discurso demagógico, eu diria que faria o que faço hoje sem que pagassem. Escusa-te-se, eu diria que nunca diria isto às minhas imediatas. Que faça mais, mas não deixe-te ser muito curioso. Fazemos aquilo que nós gostamos. É logo o clique para fazer a coisa bem feita. Acho que é uma sorte. Acho que é uma sorte para começar. Nós temos essa possibilidade de fazer aquilo que nós gostamos E, sim, acho que é uma vantagem enorme desde logo em relação a todos os outros que fazem aquilo que não gostam. Não é.
Você pensa que o que gostas a partir da traz um desempenho melhor, melhor. Isto não é liquido. E não tens tempos de cansaída, unestamente não. Então tu começaste com 13. E agora tens, tenho 50. Pronto, então eu tenho. Mas é que me sei Genéricamente. Tu tens 40 anos de carreira. Sim, eu tenho um livro que editei a cerca de 20 e que se chamava 50 anos de carreira. Aliás, foi a Simona da Líbera que eu apresentasse.
Faz parte da tua forma. O que é que foi o clique, o que é que te levou a tu sentir que Ok, este é o meu mundo, este é é uma coisa que te descompes aos 13 anos ou é uma coisa que vem de tráse? o pequeno Alvin já era, será alguém que queria falar com as pessoas. Não, eu acho que era, era um mídico que gostava de comunicar, mas ainda assim estaria longe de perceber que a minha atividade ia ser essa, ia ser justamente a comunicação. Eu acho que foi a partir do momento é que comecei a ler os livros d...Wed, 04 Oct 2023 - 38min - 164 - Como se entendem os bebés? Maria do Céu Machado
Como entendem os pediatras os bebés?
É uma pergunta que sempre me fascinou.
Afinal a criança muito pequena não fala. Apenas chora, resumia, ri, come ou dorme.
Todavia, os pediatras têm uma espécie de caixinha tradutora de tipos de choros, esgares ou movimentos do corpo que serve de tradutor simultâneo.
Já agora nesse exercício de comunicação sobra sempre um olhar para os pais ansiosos, ali ao lado.
Então se forem pais de primeira filho…
Nesta edição converso com a médica pediatra Maria do Céu Machado.
E falámos de crianças, de adolescentes e dos pais deles.
De saber que os pais perguntam o que se dá de comer ao novo ser ou que os adolescentes vão espreitar ao Doutor Google para depois argumentarem com os médicos.
Como este é um ‘podcast’ sobre comunicação, fiquei a saber como se dizem as más notícias, como é difícil fazer prognósticos e como muitas das queixas de doentes contra os médicos tem como base a má comunicação.
Conheço Maria do Céu Machado há muitos anos e um dia fizemos um curso de treino de fala pública e mediática. No fundo, um manual prático de como se movem e o que procuram os jornalistas. E de como se devem comportar os oficiais públicos que tem de responder às perguntas mais difíceis.
Um treino de choque.
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0:00:13 - JORGE CORREIA
Ora Viva-o. Bem-vindos ao Pregunto a simples, o vosso podcast sobre comunicação. Nesta edição falamos de saúde, de comunicação em saúde, de vida e de morte, os médicos e os doentes, os que sofrem e os que tentam ajudar. Da linguagem há calibração de expectativas, da relação médico-doente, dos prognósticos até aos influenciadores digitais. Tudo cabe nesta conversa, tudo cabe nesta edição. Vamos ao programa, vamos a isso. Como entendem os pediatras dos bebés? É uma pergunta que sempre me fascinou. Afinal, a criança muito pequena não fala, apenas chora, resmunga, ri, come ou dorma. E todavia, os pediatras têm uma espécie de caixinha tradutora de tipos de choro, de desgarros ou de movimentos do corpo que servem de tradutor simultâneo. Já agora, neste exercício de comunicação, sobra sempre um olhar para os pais ansiosos ali ao lado. Então, se forem pais de primeira água, de primeiro filho, então é que é Nesta edição conversa com uma médica, pediatra, marido, são Machado, e falamos de crianças, de adolescentes e dos pais deles, de saber que os pais perguntam ainda o que é que se está a ver ao novo ser ou ao novo bebê, do que os adolescentes vão espretar ao Dr. Google para depois argumentarem com os seus médicos.
Como este é um podcast sobre comunicação, fiquei a saber como se dizem as mais notícias, como é difícil fazer prognósticos e como muitas das queixas contra os médicos afinal assentam numa má comunicação. Conheço marido São Machado há muitos anos e um dia fizemos um curso de treino de fala pública e de política, no fundo um manual prático de como se movem e o que procuram os jornalistas e de como se devem comportar os oficiais públicos que têm de responder às perguntas mais difíceis. Foi um treino de choque. A experiência do media training foi assim, uma experiência tão radical. Ai foi completamente.
0:02:25 - MARIA DO CÉU MACHADO
Contamos às pessoas o que aconteceu Então a nossa assessora de comunicação, a minha professora da Sul que é Isabel, propôs-nos, aos dirigentes que eram eu e os dois altos comissários adjunto Rita Magalhães Colasso,Wed, 27 Sep 2023 - 55min - 163 - Como comunicar com o público? Aline Castro
Hoje vamos mesmo falar em exclusivo sobre comunicação.
Sobre os dilemas de comunicação que se levantam nas instituições, empresas, organizações ou grupos sociais quando toca a vez de falarem aos cidadãos.
Neste episódio poderá ouvir sobre:
A importância da comunicação orientada para o público em geral [00:00:12] Comunicar para o público em geral é nobre e útil, abrindo-se à sociedade e garantindo que os cidadãos estejam informados.
A utilidade e compreensão na linguagem utilizada [00:01:37] A comunicação deve ser útil e evitar o uso de jargões profissionais, utilizando uma linguagem simples e clara.
A criação de canais de comunicação para ouvir a reação do público [00:02:54] É importante criar canais para ouvir a reação do público, mesmo que seja uma reação negativa, pois é melhor do que o silêncio absoluto.
A importância da linguagem acessível [00:07:54] Discute-se a resistência em simplificar a linguagem técnica e a necessidade de aproximar as pessoas.
A confusão entre comunicação pública e comunicação privada [00:10:41] Aborda-se a visão antiga de que a comunicação pública é apenas para promover autoridades e como lidar com essa confusão.
A necessidade de comunicação orientada para o interesse público [00:12:00] Explora-se a importância de comunicar de forma compreensível e útil para ganhar imagem e reputação.
Reações do público [00:15:00] Como o público reage quando a comunicação não é de interesse público e a importância do engajamento.
Indignação e mau uso da comunicação [00:16:19] Eles falam sobre a indignação do público e como lidar com as críticas, além de abordar o mau uso da comunicação.
O papel do porta-voz [00:20:26] Discutem as características de um porta voz ideal, aquele que se conecta com a audiência e transmite humanidade.
A importância do recetor na comunicação [00:22:11] A comunicação só existe quando o receptor entende e absorve a mensagem, minimizando ruídos e facilitando a compreensão.
Mudando a lógica da comunicação organizacional [00:25:08] A necessidade de colocar o outro em primeiro lugar na comunicação pública, mostrando como os serviços e procedimentos podem realmente mudar a vida das pessoas.
O trabalho estratégico de comunicação [00:26:23] A importância de fazer um trabalho estratégico de comunicação, parando a "máquina da pastelaria" para ter tempo de pensar e refletir sobre o que está a ser feito.
A ilusão dos likes e a expectativa de viralização [00:29:53] Discutem a expectativa de que um conteúdo viralize nas redes sociais e a realidade de que isso raramente acontece.
As consequências de um viral negativo [00:30:40] Abordam como os cancelamentos e críticas nas redes sociais podem gerar crises de comunicação e reverberar mais rápido do que conteúdos de utilidade pública.
A importância de facilitar o acesso à informação [00:31:35] Aline fala sobre a gratificação de receber feedbacks positivos e agradecimentos por fornecer informações acessíveis e úteis às pessoas.
Vamos até ao Brasil, até São Paulo com a Aline Castro, uma comunicadora e autora de um interessante ‘podcast’ sobre comunicação pública. Chama-se precisamente “Comunicação Pública - Guia de Sobrevivência” e mostra muitas das dores de alma e pequenas vitórias dos comunicadores nas organizações que servem.
Comunicar para o público em geral é das coisas mais nobres e úteis ...Wed, 20 Sep 2023 - 33min - 162 - Vitorino de Almeida | A música conta boas histórias?
Descrever esta conversa como uma entrevista é claramente uma ideia errada.
Nem quero arriscar ir por aí.
Talvez pudesse dizer que é desconcertante. Mas no mais belo sentido da palavra.
O Maestro António Vitorino de Almeida é uma 'persona' muito especial.
Mistura uma vasta cultura geral e musical com uma ironia e humor capaz de dinamitar qualquer dogma de que a cultura tem que ser algo sério e pomposo.
Apaixonou-se pela música através de uma bateria. E acabou como exímio pianista e criador de sinfonias.
Com ele falei sobre a música enquanto instrumento de comunicação universal. Não depende da língua, dispensa palavras e nem precisa quase de referenciais culturais para a entendermos. É como se a música fizesse sempre parte de nós.
O maestro que nos contou as histórias dos músicos desde Viena e que fez concertos em igrejas de aldeias confessa-se desgostoso pela falta da cultura da nossa Lisboa.
Mas se acham que a conversa é só sobre música, desenganem-se. Há um momento de fábula em que se conta a história de uma amizade com um búfalo no Jardim Zoológico ou como Moledo é o seu sítio de sempre.
Há tantas provocações e risos nestes minutos.
Do jazz que desafia os compasso mais quadrados e binários até ao cinema que valeu a Portugal o primeiro prémio internacional para Portugal.
E tudo porque Vitorino de Almeida teve de aprender a realizar os seus próprios programas em Viena porque os realizadores eram demasiado caros.
É Portugal continua na mesma: todos a desenrascar qualquer coisa para que algo aconteça.
E depois transformamos dificuldades em saudades e seguimos.
Tópicos da conversa:
(0:00:13) - Início do episódio: Discussão sobre o papel da música como ferramenta de comunicação e o papel do maestro António Vitorino de Almeida na transformação musical e cultural de Portugal.
(0:04:50) - A experiência do maestro em Viena
(0:09:30) - Reflexão sobre a universalidade da música e a experiência do maestro na direção de programas de televisão.
(0:14:24) - Início da discussão sobre a evolução do jazz e da ópera e a sua influência no cenário musical.
(0:21:40) - Reflexão sobre como o jazz introduziu o acentuar dos tempos fracos e a grandiosidade da ópera dos séculos 17 e 18.
(0:29:10) - Discussão sobre como a música má pode atrair pessoas e transformar-se num negócio.
(0:35:10) - Início da discussão sobre a possibilidade de transmitir sentimentos entre diferentes espécies de animais.
(0:42:00) - Reflexão sobre a experiência do maestro de viver em harmonia com a natureza e a inteligência natural dos animais.
(0:49:44) - Início da discussão sobre o impacto do turismo em Lisboa e a cultura local.
(0:51:30) - Opinião do maestro sobre o uso de instrumentos tradicionais e a música de Madonna.
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0:00:13 - JORGE CORREIA
Ora Viva. 1. Bem-vindos ao Pregunto Simples, o vosso podcast sobre comunicação. Estamos de volta à nova série de programas, novos episódios, novas pessoas para ouvir, para ouvir falar da comunicação, de formas de comunicar, dos dilemas da comunicação. Como sempre,Wed, 13 Sep 2023 - 52min - 161 - Sabe pela vida? José Avillez
Já voltaram de férias? Foram boas?
Divertiram-se? Comeram e beberam?
Riram-se e abraçaram?
Nadaram ou fizeram boas caminhadas?
Ou simplesmente leram um bom livro e ficaram a ver as estrelas nas noites quentes?
Os frescas. Que este verão está a ser ventoso.
Nesta edição falámos de alta cozinha.
E já vamos falar do bom que é saborear grandes, frescos e suculentos alimentos cozinhados com quem sabe muito de sabores.
Mas quero ainda deixar um pé nas férias para notar que os preços estão pela hora da morte.
A vida está cara, mas o sector do turismo está a abusar.
A desgraçada da inflação de 10% transforma-se como que por multiplicação dos pães em 20 a 30% na fatura dos restaurantes e hotéis.
Os pratos mais banais, da omeleta de pouco mais que ovos ao bitoque subiram dos 10 euros para os 13. Os pratos especialidade da cada dos 12 para os 19. Com aquele detalhe irritante do acompanhamento agora vir quase sempre à parte com mais 3 ou 4 euros extra. As sobremesas cresceram em preço e diminuíram de tamanho e o café dos 70 cêntimos passou para um euro por rotina ou euro e meio para ser bebido na esplanada.
Mas a questão dos preços no turismo não tem só a ver com euros.
Também tem a ver com serviço.
Notei nos últimos meses que estão a desaparecer os empregados de sempre dos nossos cafés e restaurantes. O empregado simpático, bom comunicador, conhecedor dos nossos gostos e até, às vezes, desgostos. Mas principalmente capazes de nos mimarem de ter connosco boas ainda que breves interações.
Para onde foram estas pessoas?
Porque vieram outras pessoas, mais mecânicas, menos comunicadoras, mais viradas para fazer o que há para fazer, e menos para cuidar, para acolher. Como se o ato de ir comer ou dormir num sítio bom fosse um mero ato burocrático, ou administrativo.
Essa reflexão fez-me querer recuperar a conversa que o Chef José Avillez me ofereceu.
Tudo sobre acolhimento, excelência e relação. Alta qualidade e com preços a condizer.
Hoje é dia de ficar com a boca cheia de água.
De experimentar a gula a todo o vapor.
De ler nas texturas dos alimentos.
De cheirar. De provar. De depenicar. De petiscar. De empanturrar barriga e olhos das mais belas iguarias.
Com um mestre, um Cheff, José Avillez, português, mas sempre na lista dos 100 melhores cozinheiros do mundo.
Este programa é sobre comida, alimentos, ingredientes, povos e culturas.
https://vimeo.com/808089798?share=copy
Wed, 06 Sep 2023 - 58min - 160 - José Gameiro | O psiquiatra ajuda a resolver as crises?
Hoje é dia de ir ao psiquiatra.
Revisitámos uma conversa com José Gameiro, a meados de setembro de 2021.
E lembrei-me deste episódio por causa do último livro que escreveu, o “Ser Psiquiatra” com um retrato subjetivo dos seus 40 anos de profissão.
José Gameiro ouve, todos os dias, pessoas que sofrem.
Pessoas que lhe entram no consultório com pedidos de ajuda.
Com demandas para ser guia de um certo regresso à felicidade.
Ou pelo menos a alguma harmonia.
A ideia romântica do que somos ou queremos ser persegue-nos sempre. E o choque com a realidade acorda-nos.
O dia em que gravámos coincidiu com a semana em que deixamos de usar as máscaras cirúrgicas populares na pandemia. E as máscaras foram um bom mote
No jogo das máscaras que todos jogamos uns com os outros há terrenos férteis para imaginários, felicidades e dores.
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0:00:00 - JORGE CORREIA
Houve o quê, o que que é que a gente quer dizer que houve Coiso de tudo. Por que que o procuram?
0:00:06 - JOSÉ GAMEIRO
Porque estão a se fornecer, ou seja. O seforimento pode ser uma doença psiquiátrica com o rótulo, com o diagnóstico, ou pode ser um seforimento de relação com alguém, um seforimento interior que não tem relação direta com ninguém, mas que é interno. As pessoas só vão. A ideia é que havia que as pessoas vão ao psiquiátra, ao psiquiátra sobretudo por lá, cá, aquela pália, um pequeno luxo, é mentira. É mentira A psiquiátrica quando estão a se fornecer, quando estão a se fornecer, quando acham que não conseguem ultrapassar porque às vezes já exageram o tempo que deixam estar sem procurar ajuda E aquilo vai inquistando, que tudo vai inquistando, não é? E portanto a ideia é que isso não é verdade. As pessoas procuram, quando estão a se fornecer, e querem, querem, por um lado, alviar o seforimento e, por outro lado, que o seforimento faça algum sentido na sua história, ou seja perceber um bocadinho o que é que está a passar. Não é Perceber um bocadinho o que está a passar porque às vezes é possível.
Às vezes é mais difícil.
0:01:00 - JORGE CORREIA
E consegue se tipificar o tipo de sofrimentos ou Nem psiquiatria ou os diagnósticos.
0:01:06 - JOSÉ GAMEIRO
Seja bem. Seja bem, pois é. Boa parte da clínica não será de diagnósticos, provavelmente ditos. Não posso pôr um conto nas pessoas, mas consegue se perceber o que é, que é uma pessoa que está ansiosa, que é uma pessoa que está triste, uma pessoa que está deprimida, uma pessoa que prefere num caso extremo psicótico e atreverante, etc. Eu trabalho muito com casais, portanto as coisas são um pouquinho diferentes. Que é o sofrimento da relação e o programa da relação, mas é sempre o sofrimento. Em casos raros não há sofrimento. A pessoa vai ao psiquiatra porque é pressionada para ir por coisas comportamentais e não há sofrimento. E um bocado, ao contrário. Temos que levar a pessoa até ao sofrimento. É um bocadinho às vezes.
0:01:42 - JORGE CORREIA
Terá de ter uma autoconsciência do que é que aconteceu, do que é que causou, outro É o que é que causou outro, e ir até ao sofrimento e provocar.
0:01:49 - JOSÉ GAMEIRO
Se é possível dizer a palavra na própria pessoa, alguma pessoa de sofrimento está a provocar nos outros, que às vezes não existe.
0:01:54 - JORGE CORREIA
Como é que se escutam as pessoas? Tem uma caixinha com empatia, com o tempo para ouvir.
Wed, 30 Aug 2023 - 36min - 159 - Catarina Furtado | Quanto vale a empatia?
Meio de agosto já lá vai e setembro está à porta.
Não tarda nada e começamos o novo ciclo anual de trabalho.
Reabrem as escolas, regressam os adultos também ao trabalho.
E por isso lembrei-me desta conversa com Catarina Furtado que reedito hoje.
A razão da conversa era outra, mas calhou termos gravado no dia em que o governo decidiu mandar fechar as escolas devido à COVID-19. Para tentar suster a famosa onda epidémica.
O planeta parece viver em círculo. E em novo ano escolar parece que a COVID dá alguns sinais de aparecer neste inverno também. Afinal, como acontece com a gripe ou outras doenças respiratórias.
Com a Catarina falei de empatia, essa receita mágica da comunicação.
Olhar o mundo pelos olhos dos outros ou calçar os seus sapatos, como diz o povo. Sentir pelo outro, compreender, aceitar, ter compaixão e demonstrar um genuíno e desinteressado amor pelas pessoas.
E os temas cruzam-se, o fecho das escolas, como de outros serviços públicos, foram mais sentidos pelos menos favorecidos. A rede de suporte social é crítica para apoiar quem tem menos.
Tal como nessa altura os movimentos populistas mantêm-se a borbulhar.
A canalização das notícias falsas pelas redes sociais parecem ter vindo para ficar. Não é muito diferente dos boatos das aldeias, mas tem um potencial infetante maior.
É um risco que não devemos perder de vista.
Volto a Catarina Furtado. Nesta conversa vem ao de cima a sua fórmula existencial e de trabalho. Sim, é simpática, todos vemos isso, mas é outra coisa. É alguém capaz de sentir e gerar empatia. E isso é um toque distintivo da comunicação humana.
Catarina Furtado, de viva voz, a 26 de janeiro de 2021.
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0:00:13 - JORGE CORREIA
Ora Vivam. Bem-vindo-os ao Pergunta Simples, o vosso podcast sobre comunicação. Meio de agosto já lá vai e setembro está à porta. Não tarde nada. Começamos o novo ciclo-inual de trabalho, reabrem as escolas, regressam os adultos também ao trabalho. Por isso me lembrei desta conversa com o Catarina Furtado que ri dito hoje. A razão da conversa era outra, mas calhou termos gravado no dia em que o governo decidiu fechar as escolas por causa da Covid-19. Lembram-se, para tentar suster a famosa onda epidémica. O planeta parece viver em círculo e, em novo ano escolar, parece que a Covid há alguns sinais de querer apreciar este inverno também. Pode ser normal, afinal, como acontece com a gripo ou com as outras doenças respiratórias que aparecem no inverno e vão de férias no verão. Com a Catarina falei de empatia, essa receita mágica de comunicação Olhar o mundo pelos olhos dos outros ou calçar os seus sapatos, como diz o povo De sentir pelo outro, compreender, aceitar, ter compaixão e demonstrar um genuíno e desinteressado amor pelas pessoas. E os temas cruzam-se. O Fecha de Escolas como de outros serviços públicos foram definitivamente mais sentidos pelos menos favorecidos. A rede de suporte social é crítica para apoiar quem tem menos E provavelmente só agora estamos a ver alguns dos impactos da pandemia de Covid-19.
Tal como nessa altura, os movimentos populistas mantêm saborebollar A canalização das notícias falsas pelas redes sociais, parecem ter vindo para ficar. Não é muito diferente dos boatos nas aldeias, mas tem um potencial infetante bastante maior. É um risco que não devemos perder.Wed, 23 Aug 2023 - 46min - 158 - Alexandre Monteiro | Como Descodificar a Linguagem do Corpo?
Hoje usamos o silêncio para provar que nem sequer são precisas palavras faladas para entender os outros.
Vamos Descodificar a Linguagem do Corpo.
É tempo de recuperar uma das conversas mais intrigantes e fascinante que tive para o Pergunta Simples.
Uma conversa com Alexandre Monteiro, um especialista em linguagem corporal e comunicação não verbal.
E eu tive um vislumbre sobre como os gestos podem falar mais alto que as palavras.
Alexander Monteiro é o autor do livro "Os segredos que o nosso corpo revela" e durante a conversa, ele nos conduziu por um caminho de descoberta onde aprendemos que o poder da linguagem não verbal na comunicação é inegável.
A discussão foi além, explorando o universo das mentiras e do poder do contacto visual. Aprendemos que a nossa resposta a uma pergunta é formada antes mesmo de a verbalizarmos e que mentir pode ser mais cansativo do que dizer a verdade. E todos temos um "radar” para detetar mentiras.
A conversa atingiu o seu auge quando exploramos a importância dos gestos em situações de negociação e a complexidade do beijo como um gesto de comunicação.
E ficam alguns conselhos para quem está à procura de emprego e precisa de se preparar para a habitual entrevista de seleção. Não basta apenas olhar e rever o resumo curricular, mas pode ser útil pensar igualmente na maneira como usa a sua à linguagem não verbal.
Alexander Monteiro oferece um conjunto de ferramentas valiosas para melhorar a nossa comunicação e leitura de gestos.
É uma conversa repleta de pistas e conhecimentos preciosos que não quererá perder!
No final, ficou claro que a linguagem corporal é uma forma poderosa de comunicação que todos usamos, muitas vezes sem nem mesmo perceber.
Se quer tornar-se um comunicador mais eficaz, entender a linguagem corporal e a comunicação não verbal é um excelente ponto de partida.
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JORGE CORREIA
Ora Viva-o. Bem-vindos ao Pregunta Simples, o Vosso Podcast sobre Comunicação. Esta edição tem como o tema principal os gestos e a maneira como lemos os outros num relance, apenas pela maneira como olham ou como se mexem Por falarem gestos. Basta um simples clica no site para se poder juntar a esta comunidade. Eu agradeço desde já aqueles que subscreveram ou partilharam com os amigos. É tudo gratuito Na página PreguntaSimplescom. Tem todos os episódios e ligações para as melhores aplicações do TeleMóvel que descarregam automaticamente cada novo episódio que for publicado.
Falar de gestos, numa espécie de programa de radio, é uma experiência radical. Não vão ver nada, só imaginar, e por isso mesmo preciso mais do que nunca da vossa ajuda. Hoje o tema de conversas, já perceberam, é a linguagem corporal. O corpo fala e fala primeiro do que a voz. E aprender a descifrar a linguagem corporal é todo o Mard. Quem souber o seu apcedário tem uma porta aberta para entender melhor os outros. Alexander Monteiro é um descifrador de pessoas, mistura saberes teóricos, com experiências documentadas como a da vida e trabalho dos espiões. Escreveu o livro Os segredos que o nosso corpo revela, uma espécie de manual de instruções para ler o movimento dos corpos, para ler os outros. A sugestão para confessar que o Alexander veio da minha mulher, psicóloga de formação e profissão, e como eu não conheci até agora o trabalho dele, do Alexander,Wed, 16 Aug 2023 - 47min - 157 - Pereira de Almeida | Deus Existe?
Estamos no pós-jornadas mundiais da juventude e até para um não crente é impossível não observar toda uma sequência de momentos, palavras e emoções que criaram um acontecimento único na cidade de Lisboa.
Na perspetiva da comunicação, o Papa é detentor de uma poesia muito própria na sua linguagem. Não são só as palavras. São as pausas. São os olhares.
Para os crentes há um olhar sobre a sua fé. Para os outros um olhar sobre a sua humanidade.
O Papa que fala a centenas de milhares de pessoas em Lisboa é o mesmo que falou — sem dizer uma única palavra — para uma Praça de S. Pedro vazia no tempo da pandemia.
Este aparente contraste faz-me ir recuperar uma conversa tida com José Manuel Pereira de Almeida em fins de maio de 2020, mesmo na saída de um dos confinamentos da COVID 19.
Pereira de Almeida é professor de ética, padre e médico.
E se a parte da conversa sobre a pandemia sabe, felizmente, a um tempo antigo, todas as outras palavras são de uma atualidade permanente.
Gostei em particular do momento em que partilha connosco a importância de acolher o outro, de sorrir, de ouvir.
Uma linguagem universal que ajuda a perceber uma forma de viver ao serviço dos outros.
Talvez algo ainda mais importante do que a certeza ou dúvida que sempre paira sobre a existência de deus.
Mas a curiosidade existe e vale sempre a pena fazer a pergunta “Deus Existe?”
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Transcrição automática
0:00:11 - JORGE CORREIA
sOra Viva-o. Bem-vindos à segunda edição do podcast Pregunta Simples. Depois de passar pela televisão com Clara de SouSa, é tempo de ouvir palavras que vêm do púlpito de um altar. As igrejas têm normalmente uma excelente acústica, um som característico com um ecoinimitável, mas também podem ser palavras de cátodara, de um mestre que ensina teologia na universidade, ou de um médico que sabe ler pedaços da nossa carne, chama-lhe tecidos, mas que intui o espírito das pessoas num piscar de olhos. Chama-se José Manuel Pereira de Almeida e é o convidado desta edição. É médico, é padre, é professor, mas estes são rótulos mais formais. Lá dentro tem muito mais coisas para mostrar. Conhecemos-nos numa Comissão Diética. Todos nessa Comissão sabiam muito do tema da Eética. Acheto eu.
O meu papel nessa Comissão era o de Preguntador Ignorante. Seguramente fui convidado porque nada sabia de nada. Não me dei mal na função ao longo da vida não saber nada de nada e perguntar sobre tudo. Desde esses tempos ouvi-o sempre com atenção, muito por aquilo que sabia e tanto por aquilo que dizia. Não saber ou duvidar E assumir isso só está ao alcance dos sábios ou dos mestres. Este é um podcast sobre comunicação e o convidado desta edição usa a palavra e o silêncio para comunicar. Começamos com a mais óbvia e fácil das perguntas E Deus existe.
0:01:56 - PEREIRA DE ALMEIDA
Para muitos pode ser uma pergunta, creio mesmo que para aqueles que defendem que não existe, será mesmo a pergunta da vida.
Neste tempo que é o nosso, creio que para os cristãos recebemos de Paulo VI uma e do patriarcto Atenágoras ao tempo, na visita à Jerusalém, em que ele reconhecia o texto é conjunto e editem francês, porque a língua internacional que é o Espírito Santo fala às nossas igrejas,Wed, 09 Aug 2023 - 39min - 156 - Ágata Roquette | Como vencer a balança?
Estamos no mês de agosto, mês em que o Pergunta Simples faz a sua pausa de verão.
Mas este ano estive a olhar para lista dos melhores episódios de sempre e decidi escolher e voltar a publicar os mais populares ou os que geraram mais comentários e as vossas reações.
Foi a melhor forma que encontrei para conseguir fazer uma escolha justa entre os mais de 140 episódios.
Sei que há muitos ouvintes, hoje habituais, e agradeço.vos por isso, que só agora acompanham os programas. É uma oportunidade de ouvirem outras falas.
Tópicos:
[00:00] - Introdução do episódio, falando sobre a temática de dietas e equilíbrio alimentar.
[02:10] - Discussão sobre a pressão social para perder peso.
[05:25] - A diferença entre homens e mulheres na perda de peso e o papel do metabolismo.
[09:40] - Discussão sobre as várias dietas da moda e como elas podem afetar a saúde.
[15:50] - Conversa sobre o impacto da pandemia no peso e na saúde das pessoas.
[22:10] - Agatha Roquette fala sobre a sua própria jornada de luta contra o peso.
[28:35] - Discussão sobre os desafios emocionais e psicológicos de lidar com o ganho de peso.
[34:20] - Conversa sobre o papel da alimentação na saúde mental e bem-estar.
[40:05] - Agatha Roquette fala sobre a sua experiência pessoal de perda de peso durante a pandemia.
[45:30] - Discussão sobre a importância de encontrar um equilíbrio entre a dieta e o prazer de comer.
[52:15] - Conversa sobre a influência do ambiente e das relações pessoais na relação com a comida.
[58:00] - Encerramento do episódio, reflexão sobre as lições aprendidas com Agatha Roquete.
Na semana passada partilhei convosco a forma de olhar a vida de Dulce Bouça, medica psiquiatra, especialista em doenças de comportamento alimentar.
E por isso escolhi começar esta série de férias de verão com o testemunho da nutricionista Ágata Roquette. Ela própria sentiu na pele o impacto de ter engordado e a disciplina de voltar a reequilibrar-se e a voltar à boa forma física que sempre teve.
No mundo acelerado de hoje, todos lutamos para manter a forma e a saúde. Nos meses imediatamente antes do verão, a maioria de nós tenta livrar-se daqueles quilos extras acumulados durante o inverno.
E essa pulsão quase geral é um bom pretexto para explorar o mundo fascinante das dietas e do equilíbrio alimentar.Agata Roquette é autora de um livro campeão de vendas sobre uma dieta de 31 dias e que viveu a sua própria jornada de luta contra o peso.E aceitou partilhou connosco as histórias que ouve todos os dias das pessoas que a procuram no seu consultório. Ela ajudou-me a compreender os desafios específicos enfrentados por homens e mulheres na tentativa de perder peso, bem como o papel crucial do metabolismo.
É que há uma diferença entre o metabolismo masculino e feminino. Segundo ela, os homens têm a sorte de perder peso mais facilmente devido à maior quantidade de tecido muscular. Isso não significa que as mulheres não possam perder peso, apenas que podem precisar trabalhar um pouco mais duro para ver os mesmos resultados.
Mas, como todos intuímos, isto do peso não é só uma questão de comida. As nossas emoções podem afetar o nosso peso. Muitas vezes, as pessoas comem mais quando estão tensas ou ansiosas. E quando comemos demais, podemos sentir culpa, o que pode levar a mais stresse e ansiedade. É um círculo vicioso que pode ser difícil de quebrar.Wed, 02 Aug 2023 - 1h 00min - 155 - Dulce Bouça | Os teus olhos gostam de mim?
O programa de hoje é uma viagem sobre a fala do corpo e as dores da alma.
Fala de profundas contradições e de estranhos equilíbrios.
Fala de seres humanos e ser-se humano.
Se vos disser que é uma edição sobre comportamento alimentar, doenças, causas e efeitos, estou a ser redutor.
Este é um programa sobre o amor.
E sobre as questões de pele.
A pele abraçada, aquecida, mimada e beijada.
Do bebé que acabou de nascer ao avô que celebra mais um aniversário em família.
Esse efeito do toque, desde tenra idade, pode significar muito para calibrar a nossa relação entre mente e corpo.
E a ausência do toque causar uma ferida existencial difícil de tapar.
Corpo que fala: ora na pele de galinha da emoção do momento. Da dor de barriga pelo exame da escola. Do peito que se aperta numa angústia maior.
É sobre isso esta edição.
Sobre a necessidade de nos sentirmos bem dentro da nossa pele. Se saber que nos amam de corpo e alma.
E por isso agarram-nos. Com os braços, com os lábios, com os mimos.
E pensar que tudo isto se passa mesmo sem palavras. Apenas com o gesto. Com o olhar.
Já repararam que há olhares de meio segundo que nos insuflam com uma confiança infinita.
E outros, frios ou cínicos que nos despejam a alma da cabeça aos pés.
Só um olhar de um alguém pode comandar-nos como um farrapo de pessoa ou um super-homem com infinitos poderes.
É essa caixa de ferramentas que carrega Dulce Bouça, médica psiquiatra.
Uma caixa de ferramentas carregada de perguntas e muitas respostas, ditas e não ditas.
TÓPICOS:
1. Fala Do Corpo E Dores Da Alma (0:00:13 - 0:15:44) - Discussão sobre a conexão entre mente e corpo, a importância do toque na pele, e a necessidade de nos sentirmos bem dentro da nossa pele. Introdução de Dulce Bossa, especialista em psiquiatria, e a sua abordagem para entender o comportamento humano.
2. Os Olhos Revelam as Emoções (0:15:45 - 0:26:58) - Exploração do universo das emoções e como elas são expressas nos olhos. Discussão sobre a curiosidade como ferramenta para entender sentimentos não verbais e a realidade das doenças comportamentais alimentares.
3. Doenças De Comportamento Alimentar (0:26:59 - 0:42:05) - Exame das diferentes formas de lidar com as nossas relações com os nossos corpos e como as pessoas que sofrem de anorexia nervosa lidam com os seus corpos e as suas tentativas de aprender a aceitá-los.
4. Curando Emoções E Feridas (0:42:06 - 0:43:06) - Discussão sobre cura emocional e regeneração
pessoal. A partilha de pensamentos sobre como lidar com dias difíceis, cuidar da nossa saúde e enfrentar as nossas falhas e tristezas. Abraçar a ideia de que os abraços podem ter poderes curativos.
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TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA
0:00:13 - JORGE CORREIA
Olá Viva, bem-vindos ao Pregunto Assimples, o vosso podcast sobre comunicação. As férias estão aí e é tempo de parar, restaurar, recuperar, tempo de vitaminar o corpo com sol, água, sal, comida, ar fresco e amigos. O programa de hoje é uma viagem sobre a fala do corpo e as dores da alma.Wed, 26 Jul 2023 - 43min - 154 - Joana Rita Sousa | Como se aprende a perguntar?
Hoje sinto-me na idade dos porquês.
Porque? Porquê? Porquê?
Porque sim!
Porque sim não é resposta, dir-nos-à qualquer criança munida de mil perguntas difíceis para fazer.
Nesta edição é convidada a filósofa e perguntóloga Joana Rita Sousa.
Mestre na arte da pergunta e na missão de criar espaços onde as questões são a acendalha para o pensamento criativo.
Perguntar para saber.
Perguntar para ouvir.
Perguntar apenas para manter a conversa ao lume.
Das perguntas curiosas às mais abstratas.
Do rol de perguntas difíceis até às mais incómodas.
Das maiores, às mais pequenas.
Todas as perguntas são motores de conversa. São chispas de curiosidade.
Das muito difíceis de responder:
Quem sou eu?
De onde venho?
Para onde vou?
Qual o sentido da vida?
Das perguntas vitais, mais desafiadoras, feitas por crianças:
De onde vem os bebés?
Como se fazem os bebés?
Porque não me deixas comer todas a guloseimas?
Ou fazer tudo o que me apetece?
O pai natal existe?
E deus?
Vida, morte e sexo serão o topo das perguntas mais difíceis de responder às crianças.
E elas têm dezenas na ponta da língua.
Esta edição também tem espaço para adultos.
Dos que mantém à curiosidade fresca e imaculada às que mentem às crianças para sobreviver à pergunta certeira.
Em caso de emergência funciona quase sempre a fórmula: “pergunta à tua mãe, que ela sabe tudo”
Mas a receita pode ter retorno à casa de partida.
O melhor mesmo é tentar responder com honestidade.
E em caso de ignorância profunda, dizer que não sabemos e ir, juntos, à procura da resposta.
TÓPICOS DA CONVERSA:
[00:05:31] A autora encontrou um livro sobre a arte de fazer perguntas e começou a investigar o papel das perguntas e como elas podem trazer diferentes resultados. Também explora o papel das perguntas em processos e como elas podem levar a outras descobertas.
[00:08:37] Vários processos, receitas com variações individuais.
[00:15:01] Criar algo novo a partir da mistura.
[00:19:39] Filósofos resolvem problemas através de perguntas.
[00:22:04] Oficinas para diferentes públicos, principalmente famílias. Proposta de jogo para estimular o pensamento.
[00:24:51] Contemplar possibilidade de escolhas diferentes juntos.
[00:28:05] Linguagem acessa pensamento, mas pode desviar entendimento.
[00:30:49] "A importância das perguntas na infância."
[00:34:07] Algumas pessoas são mais honestas e curiosas.
[00:38:28] Problemas com finitude e sede de mais.
[00:41:35] Diferentes ideias sobre escola e futuro. Cão como porteiro. Tecnologia e tempo livre.
[00:47:54] Escolher bem, energia pouca, redes sociais. Surpresa!
[00:49:08] Ser humano é falível, racionalidade é discutível, verdade é relativa.
[00:52:18] Pergunta simples,Wed, 19 Jul 2023 - 51min - 153 - Como se conta uma boa história? João Tordo
Ler um livro é das coisas que mais prazer me dá.
Acontece convosco o mesmo?
Quando entramos num livro passamos a habitar num mundo novo.
Um mundo construindo entre as palavras do escritor e a nossa imaginação.
Esta edição roda à volta das palavras.
As escritas em livros. As escritas para serem ditas por atores no teatro, filme ou série.
E por isso hoje em um dia muito especial.
O convidado desta edição é um dos mais conhecidos e premiados escritores portugueses de nova geração.
João Tordo, autor de 19 livros, entre romances, ensaios e policiais.
E co-argumentista da série Rabo de Peixe.
João Tordo é um confesso leitor compulsivo.
E um documentado autor prolixo.
Escreve em abundância e qualidade.
E por isso não fiquei surpreendido quando me disse que a folha em branco não lhe causa nenhuma angústia.
É um escritor matinal e um leitor noctívago.
E deu para falar de tudo.
Da maneira como escreveu Rabo de Peixe.
Como se preparou. Como juntou ideias com os outros co-autores e como desenhou a uma das mais animadas cenas da série: o assalto à cabana de 'Uncle' Joe por Arruda. Um embate entre Pepe Rapazote e Albano Jerónimo.
Uma oportunidade para falar de livros e de personagens que amiúde contrariam o autor. Das conversas com os leitores com pedidos para escrever mais sobre algum personagem.
E o autor faz-lhes a vontade, continuando a saga dos personagens mais queridos.
No caso de Rabo de Peixe vem aí a segunda temporada e João Tordo pode continuar a escrever para o reviver da história.
Já agora sabiam que ao se escrever uma série como Rabo de Peixe há mesmo uma “Sala de Escritores”?
Isso mesmo, a sala onde os argumentistas trocam as ideias mais loucas e radicais, desenham as cenas e escrevem as falas dos actores.
Escrever não deve ser um exercício sem efeitos secundários.
E este alívio ao entregar o manuscrito para publicação dá uma dimensão desse misto de dor e de alívio.
Mas se o leitor e escritor João Tordo aceita essa compulsão das palavras só podemos seguir a torrente e ler o que escreve.
Dos seus viciantes policiais até aos ensaios que nos colocam perante o espelho da condição humana.
É essa condição, humana e insular, que espero ver no Rabo de Peixe, segunda temporada.
Entretanto, entretenho-me a ler o seu livro “Felicidade”. Uma história de um amor que mete trigémeas.
Preciso de dizer mais alguma coisa?
TÓPICOS
[00:00:00] . Sobre livros e a escrita da série Rabo de Peixe nos Açores.
[00:06:44] Plataformas pagavam impostos nos EUA, ICA favorecia cinema português.
[00:11:08] Cinema português precisa de mais apoio financeiro.
[00:18:42] Tripulante escapa da prisão e história morre.
[00:21:49] Arruda, antagonista de Eduardo, personagem interessante.
[00:27:05] Obsessão pelos livros desde criança, desvio para outras áreas,Wed, 12 Jul 2023 - 1h 04min - 152 - Nuno Sousa | Cérebro, mente ou alma?
Hoje viajamos pelo universo do cérebro.
Pela maneira como comunicamos, como aprendemos, como sabemos quem somos e como somos.
Ou pelo menos sabemos qualquer coisa, do tanto que ignoramos.
Já imaginaram que a nossa máquina de pensar tem 86 mil milhões de neurónios? E 16 mil milhões são uma espécie de células VIP, vivendo numa assoalhada chamada córtex cerebral?
Já que estamos em modo de curiosidade enciclopédica, descobri que o cérebro, apesar de ter apenas 2% do peso do corpo, consome 25% da energia total.
O que me dá uma boa desculpa para comer muito.
Afinal é comida para o pensamento.
Agora a sério, este é um programa sobre a casa do pensamento. Aqui em cima, na cabeça.
Embora haja neurónios espalhados até pelo tubo digestivo.
Veem? Mais uma boa desculpa para comer bem.
A magia do funcionamento do cérebro humano é hipnotizante.
Há um infinito mistério quando tentámos compreender como um quilo e meio de células cinzentas consegue pensar tanto.
O tamanho pode até não ser tão importante.
Mas a capacidade de aprender, conhecer e recordar é provavelmente o segredo da inteligência humana.
A capacidade de pensar. De imaginar. De criar algo novo. De criar relações entre coisa, pensamentos e emoções.
Lá dentro, na caixa negra, por acaso cinzenta, há milhares de ligações, milhares de contactos.
Ou serão milhões de sinais elétricos?
É nesse cérebro onde guardamos as palavras que aprendemos. Que as agrupamos em frases, poemas e livros.
Que podemos imaginar, chamar alma ou simplesmente perguntar quem somos, de onde vivos e para onde vamos.
Cérebro onde tem provavelmente morada a consciência. E seguramente a nossa forma de ser e pensar.
Será alma? Será biologia?
Em busca de respostas vou em busca de um perguntador-cientista, Nuno Sousa um escutador profissional das neurociências, um hábil comunicador e tradutor simultâneo do que quer dizer a grande ciência.
Uma conversa que me deu que pensar.
Do nada, pouco, tanto ou tudo que podemos saber ou ignorar.
TÓPICOS:
O funcionamento do cérebro humano [00:00:12]Nuno Sousa discute a complexidade do cérebro humano e a sua capacidade de pensar, aprender e criar.
A natureza do conhecimento [00:03:23]Os diferentes níveis de conhecimento e a angústia de nunca saber tudo.
A influência das neurociências [00:06:48]Como o conhecimento das neurociências pode influenciar as nossas decisões de compra e votos políticos.
O cérebro humano se adapta [00:09:22]Como o cérebro humano possui capacidades plásticas para se adaptar aos estímulos e ao contexto que o rodeia.
A importância da conectividade cerebral [00:11:44]A importância da conectividade entre diferentes redes e regiões do cérebro, e como isso influencia a forma como nos comunicamos.
A complexidade do cérebro humano [00:14:11]Sobre a complexidade do cérebro humano, que permite antecipar o futuro, ter consciência de si mesmo e criar um sistema de valores próprio.
Wed, 05 Jul 2023 - 47min - 151 - Sandra Maximiano | Porque está cara a vida?
Como vai a vossa carteira?
A minha emagrece olhos vistos.
E digo para mim mesmo “é a economia, estúpido, é a economia”
Os salários são agora mais pequenos que as compras.
Inflação e juros a subir,
E uma pergunta fundamental: se Portugual está a ficar todos os anos mais rico, porque estamos nós, cidadãos e donos do país, mais pobres?
Será só a economia?
O meu fascínio pela matemática dos grandes números é inversamente proporcional à minha compreensão desse lado da barricada.
Sou das letras, penso em forma de letras, palavras, frases e poemas.
E fico hipnotizado quando me falam do PIB, da dívida pública, dos indicadores macroeconómicos e das perspetivas de crescimento.
É uma dança de muitos mil milhões de euros, difíceis de imaginar, mas com impacto na nossa carteira.
E aí já todos sabemos a matemática da vida real.
Portanto esta edição não vai tentar perceber o que é uma imparidade, que nas contas dos bancos quer dizer “buraco”
Nem tão pouco perceber os multiplicadores da economia, os rácios de divida ou inebriantes dança das flutuações cambiais do euro, dólar ou libra.
Hoje falámos da vida real. De vidas normais. De contas de supermercado. De empréstimos para comprar a casa ou o carro.
E até de raspadinhas, totolotos e lotarias.
Para isso pedi a ajuda de Sandra Maximiano, professora do ISEG e colunista regular nos jornais. É que ela dedica-se a explicar a economia real e a tentar perceber como funciona a mente dos seres humanos nessa relação com o dinheiro.
O dinheiro que temos, o que gastamos, o que devemos e o que gostaríamos de ter.
Um caldo que mete salários, inflação, juros dos depósitos e dos empréstimos.
E, confesso, a minha primeira intenção era tentar perceber porque está o pais cada vez mais rico, com o tal PIB a crescer, mas a nossa carteira cada vez mais magrinha
Quem se lembrou de dizer que o dinheiro não traz felicidade?
Se calhar deveríamos postular: Quem não tem dinheiro é menos feliz.
Quem tem algum dinheiro e vê a inflação, gulosa, desvalorizá-lo fica ansioso.
Esta coisa de empobrecer é uma ideia que me aborrece.
E a equação ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres precisa de ser arranjada.
Se não, a economia deixa de ser uma respeitável ciência e passa a ser uma descarada desculpa.
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TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA
00:00:12:03 - 00:00:12:05
JORGE CORREIA
A.
00:00:12:22 - 00:00:38:17
JORGE CORREIA
Obra viva. Um bem vindos ao pergunta simples voz, podcasts sobre comunicação. Então como é que vai a vossa carteira? A minha emagreça a olhos vistos e digo para mim mesmo é a economia, estúpido! E a economia? Os salários são agora mais pequenos do que as compras. A inflação e os juros estão a subir. E tenho uma pergunta fundamental se Portugal está a ficar todos os anos mais rico,Wed, 28 Jun 2023 - 55min - 150 - Augusto Fraga | Como se vê Rabo de Peixe?
Vivam, bem vindos a Rabo de Peixe, ilha de S. Miguel, Açores, Portugal.Este episódio é passado em Rabo de Peixe, vila piscatória açoriana, onde em 2001 deu à costa uma tonelada e meia de cocaína, nascida de um veleiro castigado pelo mar.
Rabo de Peixe enche o olho.
A série e a vila piscatória.
Entre a luz e as reviravoltas da narrativa, no caso da série.
Entre o mar e a terra, entre a dificuldade que é viver neste sitio e a esperança de fugir para emigrar para a América.
A história e os atores enchem a alma.
Rabo de Peixe é uma série sobre a possibilidade.
Sobre a oportunidade de mudar a sorte da vida.
E essa sorte ou azar vem em forma de fardos de cocaína que dão à costa neste local da ilha de S.Miguel.
E de como esse facto modifica radicalmente a vida na localidade.
Das histórias pitorescas de venda de cocaína em copos, ou como farinha para fritar filetes de peixe, às vidas desgraçadas, vidas despedaçadas pela toxicodependência.
Quero deixar um aviso: falei com Augusto Fraga sobre a história de Rabo de Peixe. E há alguma que outra revelação do enredo.
Se já viram a série, podem continuar a ouvir tranquilamente.
Quando aos outros, é hora de decidir.
Até porque veremos de perto o personagem interpretado pelo ator Albano Jerónimo.
Mas esta conversa vai mais fundo. Para podermos falar de desigualdade. De ricos e pobres. De dificuldades e oportunidades.
Afinal ter nascido em sítios como Rabo de Peixe, ou outros semelhantes, pode marcar o futuro para sempre. Ou pelo menos obrigar a um esforço muito maior para atingir uma vida boa.
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00:00:12:23 - 00:00:42:10
JORGE CORREIA
Olá. Vivam bem vindos a rabo de peixe. Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. É este o caso? Pergunta simples é passado tudo em rabo de Peixe, vila piscatória açoriana onde, em 2001 deu à costa uma tonelada e meia de cocaína nascida de um veleiro castigado pelo mar. E esse facto histórico que inspirou o autor e realizador Augusto Fraga a inventar e a filmar a série portuguesa que chegou ao sétimo lugar do top mundial da Netflix.
00:00:42:24 - 00:01:12:15
JORGE CORREIA
O sucesso foi tão grande que vai haver uma segunda temporada rabo de peixe encher o olho de uma maneira ou de outra. A série é a vila piscatória entre a luz e as reviravoltas da narrativa. No caso da série entre o mar e a terra, entre a dificuldade que é viver neste sítio e a esperança de fugir para emigrar para a América.
00:01:13:02 - 00:01:36:18
JORGE CORREIA
A história e os actores enchem a alma, mas as pessoas de Rabo de Peixe ainda enchem mais a alma. Vale a pena visitar esta vila piscatória? Rabo de Peixe é uma série sobre a possibilidade, sobre a oportunidade de mudar a sorte da vida. E essa sorte ou azar veio em forma de fardos de cocaína que dão à costa neste local da ilha de São Miguel.
00:01:37:02 - 00:02:06:06
JORGE CORREIA
Em 2001, e de como este facto modifica de forma radical a vida na localidade, das histórias pitorescas da venda de cocaína a copo ou como farinha para fritar filetes de peixe, as vidas desgraçadas vidas despedaçadas pela toxicodependência. Quero deixar um aviso.Wed, 21 Jun 2023 - 1h 05min - 149 - Dulce Salzedas | Como perguntar sobre a saúde?
Hoje é dia de falar de jornalismo de saúde.
De comunicação em saúde.
É uma paixão de sempre e nisso estamos juntos, eu e a convidada desta edição: Dulce Salzedas.
Da arte de perguntar até à forma como se contam histórias num tema tão sensível, importante e delicado.
De que falam duas pessoas que falam há anos do mesmo tema: a saúde dos portugueses, a saúde em Portugal?
Falam de tudo.
Falam da vida.
Falam de saúde.
Falam de comunicação.
Dulce Salzedas é jornalista profissional, fundadora da televisão SIC e especialista em assuntos de saúde.
Esta é uma conversa entre dois amigos.
Com paragens para refletir sobre a forma como estamos a comunicar, como a curiosidade é um motor infinito e conhecer pessoas é uma das melhores profissões do mundo.
Nesta conversa sabemos o que sente a doente súbita Dulce na maca de um hospital e deambulamos sobre percurso de qualquer português nos corredores do SNS.
Talvez por causa desse ímpeto de missão ao serviço dos outros na encruzilhada da saúde com a comunicação, Dulce Salzedas informa uma pessoal e intransmissível decisão: suspender a sua carreira como jornalista e iniciar-se ao serviço do SNS.
Se eu estivesse a falar de futebol, diria que esta é a transferência do ano.
Vou estranhar não ter a Dulce a contar-me as notícias que contam.
Mas celebrarei todos os seus sucessos a comunicar saúde do lado do SNS.
Ser ou estar jornalista?
Ser ou estar comunicador?
Ser ou estar doente?
Ser ou estar saudável?
Ser ou não ser SNS.
Ser sempre.
Em todo o lugar, somos sempre nós.
E num mundo fluido, caótico e imprevisível, ser é tão importante como estar.
Estar ao serviço dos outros é uma forma de estar.
Como o prova a Dulce Salzedas.
Tópicos de Conversa:
Importância da comunicação em saúde [00:00:13] Os apresentadores discutem a importância da comunicação em saúde e como contar histórias nesse tema é sensível e delicado.
Decisão de suspender carreira como jornalista [00:01:29] A convidada fala sobre sua decisão de suspender sua carreira como jornalista e se dedicar ao serviço de comunicar saúde.
Adaptar perguntas ao entrevistado [00:05:06] Discutem a importância de adaptar o tipo de pergunta ao entrevistado e ao contexto em que se está.
Adaptação da linguagem [00:07:04] Dulce Salzedas fala sobre a importância de adaptar a linguagem ao entrevistado e como isso é uma das coisas que mais a atrai na profissão.
Fazer perguntas adequadas [00:08:43] A importância de fazer perguntas adequadas ao entrevistado e adaptar o tipo de pergunta ao contexto em que se está.
Experiência em televisão e rádio [00:12:57] A experiência em televisão e rádio, destacando as diferenças entre as duas mídias e como a imagem é mais importante na televisão.
Importância da pergunta [00:15:22] A importância da pergunta adequada e ética ao entrevistado e adaptar o tipo de pergunta ao contexto em que se está.
Wed, 14 Jun 2023 - 55min - 148 - Tânia Gaspar | Estamos à beira de um ataque de nervos?
As pessoas estão a sofrer.
Isso mesmo, sofrem por causa do trabalho.
O tema não é muito discutido, mas algo de grave está a acontecer.
Olhem os números. Os crus números dumestudo feito a uma amostra de 2 mil trabalhadores:
80% confessa que sente pelo menos uma destas coisas: tristeza, irritabilidade, exaustão e cansaço extremo.
E 63% dos respondendentes tem 3 destes sintomas.
Os ingleses usam como definição para isto a palavra “burnout”
Nós por cá usamos a expressão “está todo queimadinho” ou “fritou da pipoca” quando alguém já mostra sinais claros de esgotamento.
E o que tem a ver isto com comunicação?
Muito.
Depois de optimizar as máquinas sobram os humanos para otimizar.
Para incrementar a sua produtividade. A sua performance.
E isso está a gerar múltiplas contradições nos ambientes de trabalho.
Das expectativas desmedidas ao afastamento entre as lideranças de topo e os trabalhadores de base.
Com um grupo a fazer de fiambre ou queijo nesta sandes: as ditas chefias intermédias. São um dos grupos que mais sofre psicologicamente tentando absorver as tensões da base e do topo.
Em resumo: está quase toda a gente à beira de uma ataque de nervos
NOTAS E TEMAS:
Impacto do trabalho na saúde mental dos trabalhadores [00:01:17]80% dos trabalhadores em Portugal confessam sentir tristeza, irritabilidade, exaustão ou cansaço extremo. A psicóloga Tânia Gaspar discute a importância do bem-estar dos trabalhadores.
Identificação com a função e o papel na organização (00:05:14)Tânia Gaspar fala sobre a importância da identificação com a função e o papel na organização, em vez da identificação com a organização em si. Jovens valorizam a vida individual e querem sentir-se valorizados e ter autonomia.
Ligação e propósito no trabalho (00:06:11)A ideia de propósito e ligação no trabalho é discutida como uma forma de engajamento e realização pessoal. Jovens querem sentir-se valorizados e ter justiça intergeracional.
Impacto do trabalho na saúde mental dos trabalhadores (00:07:26)A psicóloga Tânia Gaspar discute a importância do bem-estar dos trabalhadores e da identificação com a função e o papel na organização.
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (00:08:41)Os apresentadores discutem a dificuldade de estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal, especialmente com a tecnologia moderna.
Prevenção do burnout (00:11:15)Tânia Gaspar fala sobre estratégias para prevenir o burnout, incluindo limitar o tempo gasto em e-mails e outras tarefas relacionadas ao trabalho.
Impacto do trabalho na saúde mental dos trabalhadores (00:13:16 - 00:15:48)Discute-se o burnout e os sintomas associados, bem como as causas que vão além do excesso de trabalho.
Teletrabalho e trabalho híbrido (00:17:34 - 00:19:43)Reflete-se sobre a resistência das organizações em manter o teletrabalho e o trabalho híbrido, apesar de serem opções mais desejadas pelos trabalhadores, e a importância da liderança e do contato com os colegas.
Avaliação do desempenho em teletrabalho (00:18:25 - 00:19:42)Sugere-se a avaliação do desempenho dos trabalhadores em teletrabalho para as empresas poderem tomar decisões mais informadas sobre a manutenção ou não dessa modalidade de trabalho.
Wed, 07 Jun 2023 - 50min - 147 - Paula Rebelo | O que é notícia na saúde?
O que é uma grande história de saúde na televisão?
Este é o mote para falar de critérios editoriais, fator humano, tecnologia e esperança no futuro.
Onde falámos da importância da saúde, das notícias mais interessantes e das pessoas que sabem muito da sua área de saber, mas precisam de treino para explicar coisas complexas ao grande público.
O que é uma grande história?
O que é uma grande notícia?
Todos lemos nos jornais, ouvimos na rádio, vemos na televisão ou simplesmente acompanhamos nas redes sociais as notícias que fazem a chamada atualidade.
Cada meio de comunicação tem a sua forma editorial de escolher e contar as notícias.
Mas os critérios jornalísticos de base são sempre os mesmos.
Manda a atualidade. A importância dos factos para a audiência. A proximidade. A importância das personagens do dia. E outros fatores que são sempre parte da escolha.
Tem uma história emoção?
Tem interesse humano?
Tem boas imagens, bons sons ou fotografias que explicam tudo?
E mesmo que uma história tenha tudo isto, a notícia de cada jornalista concorre dentro da colmeia da redação com outras propostas de notícia, com outros temas, com outros feitios de editores e diretores.
Uma boa história pode pura simplesmente ficar no congelador se o governo caiu, se o Benfica for campeão, se houver uma tragédia súbita ou um notável morrer.
E, algumas vezes, o fútil e acessório, come espaço às notícias que mexem verdadeiramente com a nossa vida. Ou então sou eu a achar que as notícias que assumo como sérias são mais importantes do que aquelas que nos distraem, fazer rir ou invejar as vidas mais leves que as nossas.
Mesmo em temas importantes há grandes desequilíbrios nas coberturas noticiosas.
Por exemplo, em qualquer redação há vários jornalistas a fazer política. Outros tantos a fazer economia. E ao mesmo nível há também múltiplos jornalistas a fazer desporto. Ou deveria dizer, futebol.
O resultado é uma cobertura desproporcional destes temas em relação e outros também muito importantes: a educação, a saúde, o ambiente. Normalmente áreas sociais.
E há outro desequilibro: nas notícias há muito, muito, muito Lisboa. E pouco país. Algum Porto. Quase nada Vila Real, Bragança, Viseu ou Évora.
Ocasionalmente ouvimos as vozes da Madeira e dos Açores. Mas há demasiado centralismo.
Nos temas também é assim.
E no caso da saúde sobram uma dezena de jornalistas especialistas sérios a trabalhar um tema de grande importância para todos nós. E o tema saúde é claramente minoritário no menu das notícias do dia.
Mesmo em tempos de pandemia ouvimos mais política sobre a pandemia do que saúde, epidemiologia, doentes, médicos.
Embora a pandemia até foi um momento de aparente mudança de paradigma: à chuva dos tudólogos, que tudo comentam, de que tudo fingem sabem, juntou-se finalmente uma força de resistência pública e mediática de verdadeiros especialistas.
E foi fácil ver a diferença entre a água e o vinho.
Temas:
00:04:06 Vertente humana é essencial.
00:11:18 Simplificando histórias complexas
00:16:03 Ciência explicada com honestidade.
00:17:02 Partilha de conhecimento é essencial.
00:24:28 Comunicar durante a pandemia
Wed, 31 May 2023 - 53min - 146 - Eduardo Zugaib | Como atingir grandes objetivos?
Já ouviram a expressão “partir o elefante às postas?”
Sim, quando o problema é demasiado grande ou o objetivo demasiado longínquo.
Sim, partir os elefantes aos pedaços ajuda na sua digestão e assusta menos.
As organizações têm este problema todos os dias para resolver.
As grandes organizações têm este problema numa escala ainda maior.
E cada um de nós tem o nosso próprio jardim zoológico de questões para resolver.
Eduardo Zugaib tentou ajudar-nos a resolver a grande embrulhada da complexidade em que nos metemos.
Não só o tamanho dos problemas, mas também o conflito de personalidades e de agendas diversas, na sociedade, nas organizações e até, nas famílias.
Ele propõe criar pequenas rotinas, os tais pouquinhos, para criar dinâmicas positivas, simples e com resultados sustentados.
Contudo, não chega. É preciso que haja propósito firme, alinhamento e principalmente empatia.
Tudo baseado numa forma de comunicar que ele batiza de 5.0
E este é que é o verdadeiro segredo do Eduardo: a comunicação empática.
Que se centra no outro e não no seu umbigo.
O que nos leva ao seu principal mantra: a excelência é um hábito.
E dá para falar disso. E praticar muito.
TEMAS
Regularidade e sustentabilidade (00:02:36)Eduardo Zugaib fala sobre a importância da regularidade e sustentabilidade na busca pela excelência, tanto em processos pessoais de transformação quanto no desenvolvimento das lideranças das organizações.
Aristóteles e a excelência como hábito (00:03:26)Eduardo Zugaib cita Aristóteles e sua frase "a excelência não é um ato, é um hábito" para explicar a importância da regularidade e dos pequenos hábitos na busca pela excelência.
Valores e cultura organizacional (00:04:50)Eduardo Zugaib discute a importância de perceber quais são as pequenas atitudes que ajudam a tornar os valores e a cultura organizacional em uma realidade percebida, e não apenas uma retórica que não é vivida no dia a dia.
Identificação de valores (00:07:27)Eduardo Zugaib fala sobre a importância de identificar os valores da organização e confrontá-los com a realidade atual.
Liderança tóxica (00:11:27)O impacto negativo da liderança tóxica na cultura da empresa e a importância do feedback e da correção de desvios de conduta.
Liderança empática (00:13:56)A diferença entre liderança tóxica e empática, e como desenvolver uma liderança mais voltada para o bem-estar do grupo e menos para o sucesso individual.
Queda do líder (00:14:37)Eduardo Zugaib fala sobre a inevitabilidade da queda de um líder e a importância de ter apoio da equipa para se reerguer.
Custo humano do resultado (00:15:55)O custo humano de um resultado é discutido, incluindo absentismo, rotatividade e impacto no desenvolvimento da organização.
Liderança empática (00:17:29)O que é uma liderança empática é discutido, incluindo a importância de ouvir, entender e construir uma equipa diversa e preparada para lidar com a complexidade do mundo.
Revolução do Pouquinho (00:21:45)Eduardo Zugaib fala sobre o seu livro "Revolução do Pouquinho" e dá dicas sobre como fazer mudanças pouco a pouco.
Adaptabilidade e Inércia (00:22:27)Eduardo Zugaib discute a i...Wed, 24 May 2023 - 41min - 145 - Ana Sanchez | Como comunicam os cientistas?
Hoje viajamos pela arte de comunicar ciência.
Os cientistas passam os dias metidos em laboratórios ou algures a observar o mundo.
Pensam, inventam hipóteses, fazem experiências.
E no momento Eureka!, há que pensar em como se conta a descoberta ao povo.
É esse o momento chave na comunicação cientifica.
E lato senso, tem uma grande ciência por detrás.
O mundo infinitamente grande ou infinitamente pequeno merece sempre uma boa explicação.
Os cientistas vagueiam no limiar entre o conhecimento, sempre limitados, e a ignorância infinita.
Movidos por uma curiosidade sem fim, dedicam-se a fazer perguntas sem parar.
Procuram respostas. Usam o método científico para tentar uma e outra vez confirmar ou infirmar a hipótese uma e outra vez reformulada.
É um caminho onde os fracassos são permanentes e as grandes descobertas raras.
A ciência avança em pequenos passos.
E cada vez mais é mais complexa, mais abstrata, mais profunda.
O que a torna mais inacessível para quem não compreende o simples quanto mais o complexo.
Mas a ciência precisa de ser explicada. Precisa de ser entendida.
Seja por analogia, seja por simplificação, há que encontrar um caminho, uma narrativa, um vislumbre.
É o que faz diariamente Ana Sanchez, uma cientista apaixonada pela arte da comunicação.
Cabe-lhe hoje o papel de tradutora simultânea entre as minhas perguntas e os segredos dos cientistas.
Temas e Capítulos (timestamps)
O que motiva os cientistas a escolherem um problema para estudar? (00:04:31)
Ana Sanchez fala sobre a força motriz que leva cada cientista a escolher um problema para estudar, mencionando a sua própria motivação em imaginar o que está a acontecer dentro de uma planta.
A importância da comunicação de ciência para torná-la acessível ao público (00:01:11)
O apresentador destaca a importância da comunicação de ciência para torná-la acessível ao público, enquanto Ana Sanchez fala sobre a necessidade de encontrar uma narrativa para explicar a ciência.
O trabalho de Ana Sanchez no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) (00:02:38)
Ana Sanchez fala sobre o seu trabalho no ITQB, onde acompanha o trabalho dos cientistas e participa de encontros para saber o que estão a fazer.
Ciência fundamental e aplicada (00:05:35)
Discussão sobre a distinção entre ciência fundamental e aplicada, e como muitas vezes essas fronteiras não são tão diferentes.
Importância da ciência fundamental para a tecnologia (00:07:15)
Explicação sobre como o conhecimento dito fundamental é importante para o desenvolvimento de tecnologias, como nas vacinas para a COVID-19.
Sorte na ciência (00:10:00)
Discussão sobre a importância da sorte na ciência e como ela pode ter influenciado o desenvolvimento das vacinas para a COVID-19.
Comunicação de ciência (00:10:45)
Ana Sanchez fala sobre a importância da comunicação de ciência e como a incerteza é um aspecto importante a ser considerado.
Wed, 17 May 2023 - 49min - 144 - Pedro Vieira | Quais são os princípios da influência?
Nesta edição detalhamos as fórmulas de comunicação que todos usamos para nos influenciarmos uns aos outros.
Influenciar é um ato natural entre seres humanos.
De forma consciente ou inconsciente todos tentamos convencer os outros da nossa verdade.
Pode ser nas coisas mais simples: “já viste a última série de tv?”
Ou um “vês como o meu clube de futebol joga bem e vai ganhar o campeonato?”
Uma forma de dizer: “junta-te a nós!”.
No desporto, na política, nos negócios, na cultura.
Normalmente os processos de influência até tem um bom objetivo final: ajudar-nos a viver melhor.
Se essa influência partir de alguém que pensa genuinamente em nós.
O pior é se quem nos quer influenciar tem uma chamada “agenda escondida”.
Quer-nos levar a fazer coisas que apenas servem, ou principalmente servem, os interesses do influenciador.
E aqui as coisas tornam-se desonestas.
Porque a maioria destas técnicas usa ratoeiras emocionais que exploram as nossas vulnerabilidades.
E por isso há que estar-lhes atento.
Neste programa converso comPedro Vieira.
Ele é um treinador de pessoas, ou como dizem os ingleses, um 'coach'.
E ele explora este tema que cruza comunicação com a influência, com mestria.
Em particular os 6 princípios da influência, de Roberto Cialdini.
Por exemplo, o princípio da prova social, autoridade, afinidade, escassez, compromisso e consistência, e reciprocidade.
Estes princípios podem ser usados para manipular as decisões e ações das pessoas, e por isso é importante estar ciente destas táticas para se defender contra elas.
Por isso importa que haja honestidade na influência, anunciando claramente as suas intenções desde o início. Esta é a chave para uma influência positiva e produtiva.
Já agora não pense que isto da influência menos transparente tem só a ver com os outros.
Sim, todos podemos ser assim. E é por isso é importante ser autoconscientes na compreensão das nossas próprias intenções.
O encantamento faz seguramente parte caixa de ferramentas de um bom influenciador. Também alguém que honestamente nos convence a decidir .
A fronteira entre a influência positiva e honesta da manipuladora e dissimulada é estreita.
Vale estar atento e perceber desde o início porque nos estão a hipnotizar de forma simbólica.
Assim tomaremos decisões mais conscientes e menos sensíveis aos cantos de sereia.
TEMAS
Trabalho de um coach [00:02:27]Os speakers explicam como um coach ajuda as pessoas a explorarem caminhos e possibilidades para alcançar seus objetivos.
Influência e manipulação [00:07:23]A diferença entre influência e manipulação, e como ambas usam os mesmos mecanismos de comunicação.
Interesses na comunicação [00:08:36]A importância de ter clareza sobre os interesses das pessoas envolvidas na comunicação e como isso pode afetar a influência exercida.
Princípios da influência [00:09:48]Os seis princípios da in...Wed, 10 May 2023 - 37min - 143 - Augusto Canário | Como se canta ao desafio?
este episódio do ‘podcast’ Perguntas Simples, é explorada a tradição do Cantar ao Desafio, uma prática de cantar de improviso típica das Romarias do Alto Minho, mas que também se encontra noutras regiões de Portugal, como o Alentejo ou os Açores. O mestre Augusto Canário é ouvido a exemplificar esta arte da música, que se destaca pelo jogo com as palavras em rimas e pelo uso do subentendido para misturar escárnio e maldizer com folclore.
Capítulos:
00:00:17 Cantar ao Desafio.
00:07:05 Repentismo.
00:09:45 Brincadeiras na cantoria.
00:13:46 Temática e diversidade.
00:15:09 Ensino de música popular.
00:19:23 Tradição do cantar ao desafio.
00:22:28 Fado como património cultural.
00:26:19 Caricaturista com palavras.
00:29:05 Temas polémicos em cantarias.
00:32:39 Violência machista e doméstica.
00:37:16 Cantadores analfabetos e cultos.
00:41:33 Linguagem com segundo sentido.
00:43:28 Linguagem rural.
00:46:44 Interação com o público.
00:50:16 Improviso na música.
00:55:02 Desgarradas com três cantadores.
00:57:40 Peregrinação.Wed, 03 May 2023 - 1h 00min - 142 - Sandro Cavallote : Como funciona a psicanálise?
Neste episódio do "Pergunta Simples", falámos sobre o tema da análise psíquica e contemporânea, com foco na psicanálise e na terapia pela fala. O objetivo é esclarecer dúvidas sobre o assunto e desmistificar alguns mitos em torno da figura de Sigmund Freud e da psicanálise em geral. O psicanalista Sandro Cavallote é o entrevistado e explica como funciona a psicanálise e como a terapia pode ajudar indivíduos a lidar com seus traumas e emoções passadas.Também discutimos a importância do autocuidado e aprendizagem contínua para psicanalistas e pacientes. O episódio encoraja os ouvintes a explorar os benefícios da terapia e a entender que a busca de ajuda é um sinal de força e não de fraqueza.
Temas de conversa (tempos)
Introdução ao tema 00:00:13
O apresentador introduz o tema do episódio, o que é a análise psíquica e contemporânea, e fala sobre o mito em torno da figura de Sigmund Freud e da psicanálise em geral.
Explicação da psicanálise 00:02:49
O psicanalista Sandro Cavallote explica o que é a psicanálise e como ela surgiu, além de falar sobre a importância da fala na terapia.
Queixas dos pacientes 00:05:07
Sandro Cavallote fala sobre as queixas mais comuns dos pacientes que procuram a terapia, que geralmente estão relacionadas ao sofrimento e ao que não é expresso conscientemente.
O que é a psicanálise? 00:06:31
Sandro Cavallote explica como funciona uma sessão de terapia, incluindo a importância de dar nome ao sofrimento do paciente.
Associação livre na psicanálise 00:08:00
A associação livre é uma ferramenta básica da psicanálise, permitindo que o paciente fale sobre o que quiser e encontre novas perspectivas para suas experiências.
A importância da atenção flutuante 00:10:06
A atenção flutuante é outra ferramenta fundamental da psicanálise, permitindo que o psicanalista faça pequenos apontamentos e perguntas para ajudar o paciente a investigar suas próprias dores e comportamentos repetitivos.
O que é a psicanálise? 00:12:21
Sandro Cavallote explica o que é a psicanálise e como funciona uma sessão de terapia.
A transferência na psicanálise 00:13:44
Sandro Cavallote explica o conceito de transferência na psicanálise e como ela é importante no processo terapêutico.
Impacto emocional na terapia 00:16:28
Sandro Cavallote fala sobre o impacto emocional que a terapia pode ter no psicanalista e como é importante se recuperar para continuar o trabalho.
Tripé psicanalítico 00:17:10
O psicanalista Sandro Cavallote explica o tripé psicanalítico proposto por Freud, que envolve estudo constante, terapia pessoal e supervisão.
Quebra da transferência 00:19:07
Cavallote fala sobre a quebra da transferência na relação entre analista e analisando, e como isso pode ser trabalhado em supervisão e análise pessoal.
Desligamento do tratamento 00:21:06
O psicanalista comenta sobre a frequência com que pacientes decidem interromper o tratamento e a importância de alinhar expectativas desde o início da clínica.
Expectativas na terapia 00:22:12
Sandro explica que a terapia não é uma solução rápida e que mudanças significativas levam tempo e dedicação.
Equilíbrio entre o que eu quero e o que os outros querem 00:23:54
Sandro discute o dilema clássico da psicanálise sobre a busca pelo equilíbrio entre o que o indivíduo quer e o que os outros esperam dele.
Dizer não para reconstruir a si mesmo 00:26:15
Sandro fala sobre a coragem necessária para dizer não aos outros e reconstruir a si mesmo, mesmo que isso possa causar ondas de choque em certas situações.
Desconstrução do "sim" 00:27:39
Sandro Cavallote explica a importância de dizer "não" para si mesmo e como isso pode ser útil na vida pes...Wed, 26 Apr 2023 - 44min - 141 - Adolfo Mesquita Nunes | A liberdade e a democracia estão em risco?
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre a importância da liberdade e da democracia num mundo em constante mudança. No episódio abordam-se temas como comunicação política, diversidade, direitos humanos e a fragilidade da democracia. Também se discute a influência das redes sociais na política e na sociedade, bem como a importância de equilibrar a necessidade de escrutínio com a necessidade de indivíduos qualificados servirem em cargos públicos. No geral, o episódio destaca a importância de discussões cuidadosas e com nuances sobre questões complexas para preservar a liberdade e a democracia.
Cronologia:
Desafios da democracia [00:00:13]
Introdução sobre os desafios que a democracia enfrenta atualmente, incluindo a pressão dos cidadãos e a comunicação política agressiva.
Causas de direitos humanos [00:02:22]
Discussão sobre causas de direitos humanos que transcendem a divisão esquerda-direita, como aborto, eutanásia, adoção, barrigas de aluguel e casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Viés cognitivo [00:03:40]
Conversa sobre o viés cognitivo de categorização das pessoas em caixas, incluindo a atribuição de comportamentos a uma determinada caixa e a dificuldade em identificar nossos próprios vieses.
Contradições Humanas [00:05:49]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre como as questões da intimidade, como felicidade, amor, família, morte e nascimento, convocam todas as nossas contradições.
Divisão Esquerda-Direita [00:06:52]
Adolfo Mesquita Nunes discute como a grande dicotomia do nosso tempo não é a esquerda-direita, mas sim a abertura à mudança e diversidade versus o medo e proteção ao novo e diferente.
Humildade na Política [00:11:12]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre a falta de certeza na política e a importância de tratar quem pensa de maneira diferente com humildade e sem discriminação.
Leis com efeitos indesejados [00:12:29]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre como leis bem-intencionadas podem ter efeitos perversos e como é importante considerar os efeitos indesejados das políticas públicas.
Liberalismo e eutanásia [00:13:45]
Adolfo Mesquita Nunes discute como a liberdade individual não é ilimitada e como a eutanásia deve ser uma questão excecional reservada para determinadas circunstâncias.
Simplificação de questões complexas [00:17:21]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre como a simplificação de questões complexas pode levar a soluções rápidas e imediatas, mas que a democracia e a complexidade dos temas podem ser angustiantes para muitas pessoas.
Desafios da velocidade na comunicação política [00:18:02]
Adolfo Mesquita Nunes destaca a importância de os sistemas democráticos corresponderem às expectativas de tempo e velocidade da sociedade atual.
Limitações à liberdade em momentos de crise [00:20:15]
Adolfo Mesquita Nunes discute as limitações à liberdade impostas durante a pandemia e reflete sobre a capacidade humana de adaptação e empatia.
Deslegitimação permanente do adversário político [00:23:33]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre a deslegitimação permanente do adversário político e a pulsão totalitária presente em governos que governam apenas para os seus.
O princípio da democracia [00:25:06]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre o princípio da democracia, que é o reconhecimento do derrotado e a proteção das minorias.
A estratégia de debate de Adolfo Mesquita Nunes [00:27:58]
Adolfo Mesquita Nunes explica sua estratégia de debate, que consiste em começar nos pressupostos da pessoa com quem está debatendo e tentar desmontar seus argumentos.
A importância da negociação e do consenso [00:30:25]
Adolfo Mesquita Nunes fala sobre a importância da negociação e do consenso na política e na advocacia,Wed, 19 Apr 2023 - 46min - 140 - Linda Ferreira | Como alimentar corpo e alma?
Quem conhece a Linda da Tasquinha da Linda? Quem ainda não conhece vai adorar. Uma conversa sobre comida, pessoas, afetos e risos. Um episódio épico. Uma conversa única.
Pode a vida moldar a nossa forma de comunicar com o mundo?
E a mentalidade pode fazer com que o caminho do sucesso seja mais claro?
Esta semana viajamos até Viana do Castelo onde ouvimos o percurso de uma mulher nascida em criada na ribeira, a trabalhar desde os 9 anos e que hoje lidera negócios de sucesso na área do peixe e restauração.
Uma conversa inimitável onde se usam todas as palavras.
Mesmo todas.
Hoje estou em Viana do Castelo.
É o regresso simbólico a casa.
À cidade onde nasci.
E onde permanece a minha alma de alto-minhoto.
Alma que permanece na voz do povo, do meu povo, da sua maneira de falar, da sua maneira de entender o mundo.
Ouve-se a cada momento.
Expressa-se na comida. Na fala. No olhar.
E posso resumir essa forma de estar no mundo com a frase: é preciso fazer, ninguém faz por nós, vamos fazer.
No fundo, é uma energia gigante partilhada por todos naquele pedaço de terra.
Quero deixar um pequeno alerta para os ouvidos mais sensíveis: a maneira de falar à Viana incluiu palavras que podemos definir como do vernáculo, palavrões ou asneiras.
Mas essas palavras são parte da forma de falar. Não são ditas de forma gratuita nem ofensiva. São uma forma de incluir a energia transformadora na fala.
E este programa tem um par de momentos em que essas palavras são ditas. E bem ditas.
Por isso decidi mantê-las sem as apagar ou esconder num piiii castrador.
Estão todos avisados e assim podem decidir se querem continuar a ouvir.
Mas digo-vos: vale mesmo a pena.
As coincidências marcam a minha vida.
A vossa também?
A sucessão de bons acasos sempre me guiou.
Posso chamar-lhes intuição, sorte, possibilidades, ofertas.
E este episódio nasceu assim: de uma sorte.
Não só sorte, mas seguramente uma conjugação inesperada.
E dessa sorte apareceu esta conversa, gravada num sábado de manhã, com chuva lá fora, na doca de Viana do Castelo.
Estamos sentados na Tasquinha da Linda.
A Linda, ela própria, e eu.
Vazio das pessoas que hão de vir almoçar e ainda com os vapores da comida que ontem se serviu aos que aqui vieram.
Na sexta-feira de véspera cheguei a Viana com a ideia de gravar uma conversa com Augusto Canário, mestre do canto ao desafio. Não tarda partilho esta conversa também.
Bom, cheguei a Viana, com passagem rápida por Carreço, onde está a origem dos meus genes, de onde levei os meus pais e tios a comer à Tasquinha.
Na minha cabeça havia um robalo do mar, escalado, pintado de sal e grelhado.
Tão simples. Tão fresco. Tão sublime.
Podia ser uma sopa de peixe, uma cataplana, ou um marisco.
Mas dessa noite levei mais do que o meu apetite saciado. Levei o rumor da alma do Minho comigo.
Nessa noite conheci esta voz que vão ouvir.
E fiquei fascinado.Wed, 12 Apr 2023 - 46min - 139 - Adalberto Campos Fernandes | Como decidir a política de saúde?
Esta semana navegamos no mar da política, da maneira como tomamos decisões e dos clubes do poder.
Um mergulho na maneira como escolhemos os nossos líderes e como tomam eles as melhores ou piores decisões.
Tudo num palco mediático gigante, com julgamentos ao minuto nas redes sociais e frases ditas para criar agenda ou espalhafato.
O mágico momento em que a política, a comunicação e povo de encontram na praça pública para definir o futuro.
Sim, falámos de saúde.
Claro que falamos de saúde.
E sim, falámos de política.
Mas falamos principalmente da maneira como decidimos fazer as coisas.
Como levamos o mundo para a frente ou jogamos para o empate.
É um diálogo sobre liderança.
Sobre grandes ideias congeladas por falta de dinheiro ou ideias desastrosas levadas avante por causa de agendas políticas, ou egos gigantes.
Esta conversa dura há vários anos.
Adalberto Campos Fernandes e eu falamos destas coisas há muito tempo.
Sem microfones. Sem gravador.
Apenas pelo gozo de interpretar, especular e medir a temperatura dos verdadeiros donos disto tudo.
Antes dele ser ministro, depois dele ser ministro. Durante o tempo em que, também ele foi, à sua maneira, um dono disto tudo.
Teve ideias, formou equipas, tomou decisões.
Foi elogiado e metaforicamente espancado no palco político.
No campo da saúde, todos os ministros e ministras podem fazer o melhor trabalho do mundo durante meses, mas estão sempre na linha de risco da popularidade medida nas sondagens. O doente que não teve consulta. Que não consegue a cirurgia. A ambulância que não chegou. O hospital que não respondeu.
Em dezenas de milhões de atos em saúde, em todo o país, 24 horas por dia, 365 dias por anos, há sempre algo que não correu bem.
E basta um momento para que o Primeiro-ministro decida refrescar a equipa, remodelar, repensar, dar um novo rumo.
Até ao próximo acaso ou tempestade real, ou mediática.
A saúde é demasiado importante e por isso a nossa exigência é máxima.
Quis por isso, nesta semana do dia mundial da saúde, mergulhar na maneira como se tomam decisões políticas neste campo.
Mas não só. Quis saber como funcionam os clubes do poder.
As escolhas, as pessoas, as dinâmicas.
Saber quem e como se tomam as decisões que mexem na nossa vida.
Siga o pensamento de Adalberto CamposFernandesaqui.
https://vimeo.com/813371246/8a0044605f
Wed, 05 Apr 2023 - 44min - 138 - Steven Gouveia | A inteligência artificial é boa médica?
As máquinas espertas são cada vez mais espertas.
E cada vez mais inevitáveis.
O limiar da chegada de uma qualquer forma de inteligência artificial parece cada vez mais realista.
E as máquinas podem começar a fazer as coisas de forma melhor e mais consistente do que os seres humanos.
No fundo, atravessar a fronteira entre serem umas calculadoras rápidas com muita informação para uns bichos eletrónicos capazes de criar sozinhos soluções melhores para os problemas atuais.
Contudo, esta evolução não é moralmente inócua.
Li num estudo que ouve especialistas em programação avançada de computadores que eles assumem um risco de que os computadores inteligentes possam decidir de forma autónoma destruir os seres humanos era de 5%.
Mas pior do que isto é que estes mesmos especialistas consideram que o caminho da evolução é imparável e por isso nem vale a pena pensar no risco.
E esta parte parece-me francamente assustadora: os seres humanos mais inteligentes a programar máquinas parecem demitir-se da sua responsabilidade de prevenir o risco, nem que fosse forçando o abrandar do comboio tecnológico ou até criando um botão de pânico “desliga tudo agora”
Portanto, demitiram o seu pensamento moral sobre as coisas.
Na conversa desta edição falo com o filósofo Steven Gouveia.
Ele dedica-se a pensar no impacto da tecnologia dita inteligente em áreas como a medicina.
Por exemplo sobre o problema da máquina do futuro que é ao mesmo tempo, mais eficiente que um médico a tratar um doente e a aprender rapidamente a tratar melhor, mas que ninguém compreende como funciona.
É uma caixa negra esperta.
E quando algum dia errar ninguém entende porquê. Nem sabe corrigir o que aconteceu porque tudo está encerrado dentro da calculadora.
E o médico também não conseguiria explicar ao doente o que aconteceu.
Tudo isto num ambiente onde a inteligência artificial não está programada escalas de valores moralmente aceitáveis.
É fria, neutra, eficiente e desumana, no mais puro dos significados.
Fará parte de uma lista futura dos perigos da inteligência artificial?
Recorro por isso ao Steven Gouveia, um filósofo. A profissão que se dedica a pensar por todos nós.
Para o ouvir sobre a inteligência artificial, as suas vantagens e desvantagens.
E bem que precisamos de pensamento crítico.
As decisões individuais acabam sempre por influenciar o futuro coletivo.
Embora eu saia desta edição menos otimista.
Perceber que as máquinas podem ultrapassar o nosso julgamento moral ou que a democracia afinal é um jogo de resultado pré-determinado deixam-me com uma desagradável sensação de asfixia.
Será que a liberdade de expressão também pode afinal ser um jogo de fantasia?
Vale a pena passarem na página de Steven Gouveia e verem alguns dos seus cursos de filosofia para o público em geral. São boas ferramentas para a aprender a pensar.
Se tem interesse no tema da inteligência artificial aproveite para ouvir também este episódio:
MÁRIO GASPAR DA SILVA | CHEGOU A ERA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?
Wed, 29 Mar 2023 - 1h 02min - 137 - Márcia Tiburi | Como pensar um mundo novo?
Hoje é tempo de falar de filosofia.
Isso mesmo: de usar a cabeça e pensar sobre a maneira como pensamos.
O que nem sempre acontece.
E por isso importa saber por quê.
Afinal a mais difícil das perguntas: o porquê das coisas.
A convidada é Marcia Tiburi, filósofa, professora e artista plástica brasileira.
Ela desafia-nos a ter um pensamento mais progressivo e aberto sobre o mundo em que vivemos.
E a sua forma apaixonada e frontal valeu-lhe ameaças de morte e uma fuga para a Europa em busca de um lugar mais seguro para pensar.
O pensamento subjetivo é uma das maiores armas do diálogo democrático.
Cada um pode pensar e partilhar o que pensa.
E esse pensamento tem pelo menos duas avenidas:
A primeira é aquilo a que gosto de chamar o pensamento especulativo. A segunda é um pensamento mais operacional. No meu desenho mental, o pensamento especulativo são aquelas reflexões que o pensamento faz sobre si próprio. Porque pensamos da maneira como pensamos? O que nos levou a este caminho? É legítimo ou ético pensar isto desta forma?
Na avenida do pensamento operacional vem a resposta à pergunta “e se?…”
E se eu fizesse assim? E se eu fosse por aqui ou por ali?
Uma forma de pensamento que nos devolve a capacidade de decidir quem somos e o que queremos ser ou fazer?
É uma forma de autoconsciência.
Ora, toda a conversa com Márcia Tiburi é sobre isto.
Sobre as razões que nos levam conscientemente a autodeterminar-mo-nos.
A dizer o que somos e como somos.
Ao invés de aceitar as etiquetas que nos colam à pele.
Entre o ruído do mundo moderno há que parar para pensar.
Pensar no pensamento e pensar no que somos, queremos e fazemos.
E alguns grupos mais progressistas já o fazem de uma forma mais sistemática e desafiante em relação ao status quo.
Quem tem poder normalmente não gosta muito destes desafios porque eles representam a capacidade de perguntar e principalmente de decidir a resposta certa.
O mundo novo tem uma fórmula de pensamento muito própria.
Onde os conceitos da ecologia, da igualdade e de uma justiça mais ampla tem um peso maior do que os caminhos do mundo antigo.
A cooperação entre seres humanos para uma nova plataforma de bem comum está de alguma maneira já a sussurrar nas novas formas de dizer.
Seja nas palavras, seja nos atos.
Mas há uma batalha surda em curso: entre anestesia social e a pulsão do grito de revolta.
Estaremos nós a entender o que está a acontecer?
https://vimeo.com/809908646/7bc7a3ebc3
Wed, 22 Mar 2023 - 37min - 136 - José Avillez | O que vamos comer hoje?
Hoje é dia de ficar com água na boca.
De experimentar a gula a todo o vapor.
De ler nas texturas dos alimentos.
De cheirar. De provar. De depenicar. De petiscar. De empanturrar barriga e olhos das mais belas iguarias.
Com um mestre, um chef, José Avillez, português, mas sempre na lista dos 100 melhores cozinheiros do mundo.
Este programa é sobre comida, alimentos, ingredientes, povos e culturas.
E sobre como conjugar uma disciplina quase militar a uma criatividade quase divina.
A cozinha está aberta. A mesa posta. E os cheiros enchem a casa.
Tudo está prestes a começar.
Os clientes que reservaram mesa começam a chegar Mais os outros que nem se deram ao trabalho, mas tem fome.
Do casal de namorados da mesa do canto ao trio que fecha um negócio, passando pelos turistas que estão a aprender Portugal pelos cheiros e sabores.
Será que algum deles é crítico gastronómico? Ou tem a decisão final de atribuir mais uma estrela Michelin?
Seja como for e neste preciso momento, todos são iguais. Tem fome. Tem vontade de comer. Tem expectativas. Tem desejo, gula e ansiedade nas papilas gustativas.
Para além daquele balcão do fundo, com vista para a cozinha, há uma dezena de criadores de comida. São um misto de arquitetos, artistas se circo, pintores em pratos, recreadores de alimentos frescos ou reinventados, ou desconstruidos. As marinadas, temperos, cozeduras a tempos precisos, tempos de descanso e de fogo. Tudo para que a comunicação pela comida chegue na perfeição aos clientes.
Mas nem tudo é arte. Há cronómetro. O sincronismo entre pratos. Entre pedaços de cada interpretação daqueles alimentos pelo chefe de cozinha. É um bailado quase militar. Uma conjugação de movimentos de equipa. Entre a rapidez e a precisão absoluta.
Entre a cozinha e a mesa o chefe prova, embeleza, limpa o prato da pinga que caiu ao lado. Que raramente caiu ao lado. E logo de seguida canta o prato a sair ou o pedido a chegar.
A criação é colocada a usufruto pelos comensais.
Que só pensam em saborear algo que demorou dias a criar e anos a aperfeiçoar.
Este programa é sobre este momento perfeito, de meter comida à boca, fechar os olhos e saborear.
No balcão do fundo está alguém a observar e a pensar: missão cumprida.
Este programa é conduzido pelo Chef José Avillez, um dos mais célebres e galardoados cozinheiros portugueses.
E é muito mais do que um programa sobre comida.
A comida é um dos melhores pretextos para celebrar a vida.
E para encontros ou reencontros.
Ou será que conhecem algum povo no mundo que ao almoço esteja a pensar no que vai comer ao jantar?
A gastronomia é uma poderosa forma de comunicar. De cuidados dos outros. De compartilhar experiências.
https://www.bairrodoavillez.pt/pt/
https://www.facebook.com/ChefJoseAvillez
https://vimeo.com/808089798
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
Transcrição automática do episódio
00:00:12:22 - 00:00:37:24
Wed, 15 Mar 2023 - 56min - 135 - Mário Gaspar da Silva | Chegou a era da inteligência artificial?
Aproveitem este episódio que, não tarda nada, e é um computador robô que faz o Pergunta Simples.
Um robô perguntador que interpela outro robô respondente.
Tudo a uma velocidade estonteante, onde a máquina perguntadora dispara mil perguntas por segundo e o computador do outro lado responde com tudo na ponta da língua. De silício, pois claro.
E claro, os ouvintes também tem de ser máquinas, para acompanhar o ritmo, para interpretar os bits e bytes das máquinas que fazem comunicação.
Ufa!
Não sei se gosto disto.
Preciso de pessoas. Humanos lentos, falíveis e, principalmente, imprevisíveis, criativos, generosos, empáticos.
Este é um programa sobre as máquinas que falam e sonham ser inteligentes. E sobre seres humanos que são inteligentes, mas ainda lutam por se entenderem.
Ah! E não se vos disse: sou o robô-clone do Jorge porque ele está ali na praia a gozar a vida. Ou no desemprego porque se tornou inútil.
Não se preocupem em subscrever o programa porque eu já sei tudo sobre vós. Onde escutam o programa e a que horas. Os temas que preferem e os que não gostam.
E por isso decidi subscrever-vos automaticamente no Spotify e nas outras apps.
Afinal vós humanos já disseram que sim aquelas irritantes listas que saltam no écran a dizer que aceitam os amistosos e inofensivos ‘cookies’ e assim alguém cuida das vossas preferências nos próximos anos.
Afinal, o Big Brother não é o do Orwell nem o da TVI. É essa maquininha chamada telemóvel 'inteligente' que tem na mão.
Houve um tempo em que os animais falavam.
O tempo da fábulas.
O tempo em que os animais se comportavam como humanos, dizendo coisas que os escritores punham na boca de patos, raposas ou burros, para não ofender os humanos que se comportavam da mesma forma.
O triunfo dos porcos é provavelmente a mais saborosa metáfora que se me ocorre da nossa vida em sociedade.
Agora estamos no tempo em que os computadores também decidiram começar a falar.
A falar de forma escrita. A falar imitando a voz humana. A falar imitando a nossa imagem.
Mas são só.
Os computadores estão agora a imitar as nossas pinturas magistrais. Os Picassos, os Dalis. A nossa poesia maior: Um Camões, um Pessoa eletrónico.
Será imitação ou mera estatística de palavras?
Qualquer um de nós pode ir ao computador pedir a vários programas na ‘internet’ que pinte uma nossa fotografia com as cores e técnicas de um pintor famoso. Ou que nos escreva um relatório sobre a vida selvagem na Serra da Estrela.
E os computadores escrevem. Porque estão cheios de informação e foram treinados a adivinhar estatisticamente as palavras que estão antes e depois.
É o caso do chamado “Chat GPT”
Será isto o primeiro vislumbre da chamada inteligência artificial? Ou um mero truque de magia destas calculadoras avançadas?
Esta história da inteligência artificial complica-me os nervos.
Por um lado fascina-me. Com todo o seu imenso potencial de resolver os nossos problemas humanos.
Por outro, assusta-me. Pelo potencial de criar mil outros problemas que não existem hoje.
Com mil génios dos computadores a tentar encontrar o Santo...Wed, 08 Mar 2023 - 1h 14min - 134 - Isabel Galriça Neto | Quem tem medo de morrer?
Esta edição é sobre um tema tabu.
Um tema de que não se fala. Que não se pensa.
Que se reprime nos pensamentos.
Que se foge enquanto se pode.
Hoje falamos da morte. Do prazo de validade.
E por isso falámos da vida.
Da vida vivida intensamente.
Da vida vivida com propósito.
Vivida com sentido.
Afinal, quem tem medo de morrer?
E quem fala disso?
Quem tem fome de viver?
E que cumpre o que promete na resposta a esta pergunta.
A condição humana impõe-nos um prazo.
Essa espada de Damocles permanece sempre sob a nossa cabeça durante toda a vida.
Mas raramente olhamos para cima. Fingindo que não existe. Que é uma fantasia longínqua.
Se calhar é um esquecimento necessário para continuar a viver.
Este episódio tem tudo a ver com isto. E nada a ver com isto.
Gravei esta conversa com a médica Isabel Galriça Neto em busca de saber as vozes que ouviu ao longo de anos da boca de pessoas no limiar do fim de vida.
De mais de 8 mil pessoas. De mais de 8 mil famílias.
Todos a precisar de cuidados paliativos. De conforto. De humanização. De comunicação. De paz.
Em Portugal vive-se em fulgurante desenrascar e morre-se em chocante desumanidade.
Os hospitais inventados para tratar doentes agudos ou crónicos em movimento tem pouca vocação para paliar o sofrimento.
As famílias encolheram, sobrevivem sem condições de suporte social próximo.
E as unidades de acolhimento, cuidados continuados ou paliativos são escassas. Muito escassas.
Mas este programa — o mais duro e difícil de gravar — é sobre a condição humana.
Sobre os remorsos e arrependimentos do fim de vida, mas, principalmente, sobre os grandes feitos e afetos que deram sentido à nossa vida.
Uma vida bem vivida é uma sucessão de dias bons.
Mas todos sabemos que esta viagem inclui momentos difíceis, derrotas ou sentimentos de vazio.
E nesse ondular existencial a comunicação tem um papel.
Chamo-lhe modelar as expectativas..
O simples repetir dentro da nossa cabeça uma série de frases ora de optimismo, ora de resistência pode ter grandes efeitos.
Comigo funciona.
Não muda nada na realidade, mas muda tudo na perspetiva.
E como sabemos, quase tudo é subjetivo, mesmo a mais objetiva das realidades.
https://vimeo.com/801014754
Wed, 01 Mar 2023 - 57min - 133 - Miguel Crespo | Informar ou desinformar?
Tenho boas e más notícias.
Os portugueses estão a consumir notícias. Boa notícia.
Os portugueses sentem que estão a ser manipulados. E muitas vezes. Péssima notícia.
Os portugueses têm milhares de fontes de informação. O que quer dizer diversidade. O que quer dizer informação mais localizada ou mais nacional. Excelente notícia.
Mas quase 90% mesmo grupo de portugueses que respondeu a um inquérito do Observatório Ibérico IBERIFIER que estuda o fenómeno da desinformação e o seu impacto na sociedade, confessa que vê as notícias nas redes sociais.
Será uma boa ou má notícia?
São ambas: por um lado as redes sociais garantem acesso mais alargado, por outro as fontes nem sempre são fiáveis.
Estamos a falar do Facebook da RTP, Expresso ou Antena 1?
Ou contamos com as últimas publicações da tia Amélia, que adora cães, detesta a prima Ana e acredita em OVNI´s, milagres e nos produtos de televendas, embora faça um leite-creme divinal?
Por isso não é de admirar que 97% dos respondentes dizem ter visto desinformação no último mês. E os temas da política e do futebol são estrelas neste campo. Além da publicidade que se faz passar por notícia para atrair cliques e visitantes aos sítios ‘web’ de vendas.
A qualidade da informação tem muito a ver com a fonte. E 25% do território nacional não tem sequer uma publicação local a falar sobre as notícias da terra.
Logo as fontes são tudo menos fiáveis, factuais ou neutras.
Miguel Crespo é investigador do fenómeno da desinformação e no comportamento dos média e dos cidadãos. E o observatório de que faz parte tem agora uma fotografia da perceção dos cidadãos e um mapa.
As notícias são feitas por pessoas e para pessoas.
O que implica desde logo uma subjetividade.
Por exemplo, na maneira como se escolhem os temas para dar notícia.
E que ângulo, titulo ou forma damos ao contar uma história.
Finalmente, e mesmo que tudo seja feito de forma honesta e equilibrada, tudo depende da forma como os leitores, ouvintes ou telespectadores recebem a informação e a interpretam.
E essa passagem é todo um mundo novo. A mesma notícia é vista com lentes diferentes conforme o contexto dos recetores. As suas crenças, a sua condição social, as suas ideias, as ansiedades e desejos.
É tudo menos matemático.
Talvez isso explique o sucesso da informação que explora os temas mais populistas. O crime, o sexo, o poder.
São temas populares, mas parece que estamos todos sempre a vê-los pelo buraco da fechadura.
Também é uma maneira de olhar o mundo.
Fiquem com os principais dados do estudo e ouçam um outra conversa com Miguel Crespo aqui:
MIGUEL CRESPO | COMO COMBATER AS ‘FAKE NEWS’?
“O Impacto da Desinformação na Indústria de Media em Portugal e Espanha”Estudo IBERIFIER87% dos inquiridos contacta com notícias através das redes sociais.37% depara-se com desinformação várias vezes por dia.97% detetou desinformação no último mês.77,6% identifica a fraca qualidade do jornalismo, nomeadamente erros factuais, cobertura simplista, como principal problema na desinformação.72,Wed, 22 Feb 2023 - 44min - 132 - Susana Romana | Quanto vale uma boa história?
Este é um episódio torrencial.Um record absoluto de palavras ditas por minuto.De argumentos, piadas e perplexidades.
De cada vez que um actor fala há um autor que lhe criou um texto para dizer.De cada vez que um apresentador aparece seguro de si a olhar para a câmara e a dizer as palavras certas na hora certa, então, muito provavelmente, há um argumentista que lhe escreveu o texto.No fundo, todos os conteúdos de entretenimento como as peças de teatro, filmes ou séries, ou telenovelas tem o dedo destes escribas.Nesta edição vamos ao fundo do baú dos escritos de Susana Romana.Ela tem mil palavras no currículo. Desde o seu “Macaquinhos No Sotão” da rádio M80, ao 5 para a meia-noite ou até, a mítica série “Inspector Max”, o cão que deslindava crimes.A conversa é torrencial, aviso já. E vai em excesso de velocidade.Deu para tudo: para falar da importância das histórias na nossa vida, do valor das palavras e da falta de capacidade das pessoas interpretarem o que foi dito ou escrito.O que se presta a discussões acirradas, mas profundamente binárias sobre a causa das coisas. Do humor, do riso e do choro.De todas as histórias que nos emocionam.E que convivem com o mais básico dos básicos, como as etiquetas que nos colocam.A começar pela definição do que somos ou fazemos.
E quem diria que um cão de nome Max se ia tornar memória viva.É um excelente exemplo da força das histórias.E d e algumas histórias que saltam barreiras de gerações.Como o dos filmes portugueses de comédia dos anos 40 ou a guerra do Raul Solnado.São palavras que levam entranhadas a mitologia da cultura de Portugal.A par da grande poesia, do folclore ou da tradição oral escondida na memória dos velhos nas aldeias mais longínquas.Tudo boas histórias. Tudo boas narrativas.Basta estar atento e ser curioso.Basta ouvir.
https://vimeo.com/798848403/e6c74b3961
Wed, 15 Feb 2023 - 52min - 131 - João Goulão | As drogas têm uma linguagem?
Nesta edição falamos das drogas que dão prazer, que anestesiam angústias ou que destroem vidas e famílias.
As vozes sobre as drogas e o seu uso vão da exclusão proibicionista até à liberalização radical. E dessa contradição insanável entre o risco e a liberdade. Entre o prazer e a morte. Do consumidor recreativo ao traficante da rede de crime organizado.
Num Portugal onde 1% da população chegou a ser dependente de drogas como a heroína. A somar às clássicas dependências do álcool e tabaco.
As drogas são um dos temas a que dediquei uma parte da minha vida.
Como observador, como perguntador profissional e como narrador de uma realidade que chegou a atingir grande parte das famílias portuguesas.
A droga causa de mil sofrimentos.
E de mil prazeres.
Essa contradição cria uma tensão social, psicológica, humana.
E isso expressa-se na linguagem.
Nos rótulos. Nos preconceitos que cada um cola nas realidades para assim facilitar o processo de entendimento de realidades complexas.
O fenómeno da toxicodependência tem todos esses matizes.
Do slogan antigo “Droga, loucura e morte” do livro da minha adolescência “Os filhos da droga - Cristian F.” Até à proximidade com o fenómeno na escola secundária.
Do mais inocente cigarro atrás do pavilhão desportivo a dramáticas histórias de amigos que acabaram no caminho da toxicodependência pesada. Da heroína injetada, da cocaína e das mil drogas sintéticas.
E a sociedade reagiu como em tudo o mundo: ora a isolar os toxicodependentes como culpados de todos os males do mundo; ora a acolhê-los como doentes para os ajudar.
É que as famílias descobriram rapidamente que os toxicodependentes não eram uns alienígenas marginais, mas sim os seus próprios filhos.
É nessa linha que Portugal inventou uma fórmula de sucesso: redução de riscos, prevenção dos consumos e recuperação de pessoas.
Descriminalizar sem despenalizar.
Combater o tráfico, mas ver o toxicodependente como um doente crónico.
É esse olhar que trago hoje aqui pela voz de João Goulão, médico de família e face da equipa que tornou Portugal único a responder a um problema complexo.
Afinal, porque as drogas dão prazer e matam.
O tempo é de reconstrução da estratégia de resposta à toxicodependência.
Suspeito que com o agravar da crise económica o fenómeno do consumo das drogas terá um aumento significativo nos próximos anos.
As crises criam desamparo e a algumas drogas oferecem anestesia para as dores de alma.
É um caminho curto para se ficar dependente. Com um preço social e humano relevante.
https://vimeo.com/796749849
Wed, 08 Feb 2023 - 1h 03min - 130 - Márcio Barcelos | Como fazer um bom podcast?
Hoje é dia de falar de conteúdo.
Pode ser recheio. Pode ser enchimento. Pode ser narrativa. Podem ser boas histórias.
No fundo, conteúdo é uma expressão da gíria da comunicação que quer dizer o que se diz, faz, pinta, fotografa, relata, escreve ou filma.
O conteúdo é a mais importante parte de um qualquer programa ou evento.
Gosto de lhe chamar “carninha para o assador”.
Tenho um amigo que se refere às longas horas em que é preciso inventar, literalmente, conteúdo para ocupar tempos de televisão ou rádio com a expressão “há que alimentar o cavalo”. Entenda-se falar, falar, falar. Ocupar espaço em antena.
No fundo, conteúdo é a base. E esse conteúdo tem depois uma forma.
Escrevemos um livro ou fazemos um programa de televisão?
Fazemos uma foto ou pintamos um quadro?
Este programa pode parecer um episódio sobre ‘podcasts’.
Mas é, de facto, uma conversa sobre como criar e alimentar a comunidade com bons conteúdos. Neste caso, conteúdos para serem ouvidos.
Por exemplo, os ‘podcasts’ são uma forma nova de fazer rádio?
Ou uma maneira de juntar pessoas que se interessam pelo mesmo tema de conversa?
Estas duas perguntas navegam na conversa que mantive com Márcio Barcelos.
Ele desenvolveu durante os últimos cinco anos um Festival chamado Podes.
A sua vertente mais conhecida culmina na atribuição de prémios aos melhores ‘podcasts’ portugueses.
São 15 categorias para os 15 melhores ‘podcasts’ portugueses, por votação de um júri independente e numa das categorias, pelo público.
Por exemplo, o prémio do melhor ‘podcast’ do ano foi atribuído ao 45 graus de José Maria Pimentel.
O tema dos ‘podcasts’ é um pretexto para falarmos de criação de conteúdos, de discussão pública e do sentido de comunidade.
Nesta edição passamos pelos melhores entre os melhores mas também por programas com menos qualidade. Ou qualidade de som, ou, pior ainda, falta de bom conteúdo.
Por isso e desde já arrumamos esses programas sem bom som nem boa palavra.
Sobrando a pergunta: como se faz um bom programa? Um bom ‘podcast’.
Os bons programas ficam sempre na memória.
Porque são bons. Porque nos disseram algo que nos marcou.
Porque quando estivemos a partilhar um bom conteúdo sentimos-nos especiais.
É que para conseguir oferecer essa sensação alguém pensou entregou algo bom para o nosso ouvido. Para o nosso cérebro. Para o nosso coração.
Festival Podes - Melhores podcasts 2023
Podcast do Ano: 45 Graus
Narrativa: Noite sangrenta
Ciência, tecnologia e educação: 110 Histórias | 110 ObjetosNarrativa: Noite SangrentaEntrevista: Humor à Primeira vist...Wed, 01 Feb 2023 - 50min - 129 - Eduardo Costa | Quanto vale a saúde?
Estou entre a matemática das coisas e a frase “é a economia, estúpido”.
Estas coisas dos números sempre me fascinaram. Talvez um pouco menos do que as palavras.
É que é mais difícil encontrar poemas numa folha de cálculo.
Quero partilhar convosco a minha difícil relação com a matemática. Com aquela matemática das letras misturadas com números, de equações nublosas e resultados incompreensíveis.
Fascinam-me estes desenhos de contas. De representação de uma realidade que não compreendo.
Mas deixem-me por um momento contar a pequena história da minha relação com a matemática.
Junta escola, e saúde.
Eu era um bom aluno a matemática. Adorava aquilo. Fazia questão em resolver problemas em contra-relógio e tudo na matemática me fascinava.
No fundo, dominava o código. Sabia daquilo.
E de súbito o meu pequeno apêndice, uma espécie de pequena tripa aqui em baixo na barriga, do lado direito, decidiu inflamar.
A mais clássica, típica e popular apendicite.
O resto da história é o da viagem para o hospital de Viana do Castelo, uma bateria de análises e palpações, uma roda de médicos e um cirurgião a anunciar que eu ia direto e de imediato para a tábua cirúrgica onde as suas mãos munidas de um bisturi me iam salvar a pele.
E assim fui. Contrariado e assustado.
Talvez este momento tenha contribuído fortemente para a minha hipocondria. E, por isso, dediquei-me, mais tarde, ao estudo da política e da comunicação em saúde.
Mas isso interessa pouco.
Volto aos meus 12 anos, salvo pelo SNS e internado por uma semana no hospital. E depois mais uns dias sem escola, para recuperar, vestido com uma faixa tipo toureiro para me salvar de alguma hérnia.
Esses 15 dias e uma perda de capacidade de me concentrar durante um par de meses foram fatais para a minha relação com a disciplina da matemática.
Passei a ser, quase, o pior aluno do planeta.
E a matemática uma ciência oculta para mim.
Pelo menos a grande matemática. Das equações, modelos e engenharias financeiras várias.
Esta pequena história cruza educação com saúde.
Na educação, quando um aluno perde o pé, tem mais dificuldade ou simplesmente tira más notas, ganha uma etiqueta invisível de “não vale a pena investir nele”. Um bom aluno, pelo contrário, merece sempre mais apoio, estímulo e caminho.
E já repararam como estes dois sistemas se comportam de forma completamente inversa na sua relação com os utilizadores:
A educação investe mais nos bons alunos e menos nos piores.
Na saúde a regra é a contrária: quanto pior está o doente, mais o SNS investe para o salvar.
E quando custa esta solidariedade?
Esta filosofia de lutar por todos e cada um? De investir na vida, na saúde, na batalha contra o fim.
Uma balança emocional e técnica, de medicina e cuidados especializados, mas também de custos e benefícios.
Para o cidadão e para a sociedade.
É sobre isto este programa.
Com Eduardo Costa cumpro a minha missão de tentar descodificar o orçamento da saúde.
Quando gastamos, em que gastamos e para que gastamos.
Wed, 25 Jan 2023 - 57min - 128 - Joana Azevedo | Como falar ao ouvido?
Nesta edição mergulhamos de cabeça na rádio em direto.
Na mágica mistura da empatia, fluidez de discurso e criação permanente de uma relação entre quem fala e quem escuta.
A fala da rádio é vertiginosa, inspiradora e entra-nos no ouvido.
Mas aquilo que parece uma fala informal, com traços de quase improviso, esconde uma cuidada preparação e anos de experiência.
Mas isso não chega.
É preciso ter uma avassaladora paixão pela rádio e pela comunicação ante de dominar as regras do ofício.
Nesta edição converso com Joana Azevedo uma das mais populares radialistas portuguesas. Podemos segui-la, diariamente, ao fim da tarde, na mais ouvida estação de rádio nacional: a rádio comercial.
O que é surpreendente durante toda esta conversa é a mistura que a Joana Azevedo empresta ao seu olhar sobre a comunicação.
A ideia do que se pode dizer ou deve evitar-se. Da relação que se cria com a audiência ou da maneira absolutamente desarmante como confessa que os erros são uma matéria-prima da fala pública.
A viagem passa pelos podcasts, pela química no ar com Diogo Beja e com a mais contagiante gargalhada que ouvirão aqui.
Ter a felicidade do trabalho ser uma paixão uma grande vantagem na vida.
Falar com os outros não é um mero cumular de palavras organizadas em frases.
Falar com os outros é uma forma de relação.
Em cada palavra seguem emoções, sentimentos, ideias e oportunidades de continuar a conversa.
Na dúvida, riam-se.
Uma boa gargalhada é como uma janela aberta.
Entra ar fresco, luz e abre-nos o mundo.
https://vimeo.com/789502254/048e6089d0
Wed, 18 Jan 2023 - 44min - 127 - Paulo Pena | Verdade ou consequência?
Como vai a vossa verdade?A minha vai bem, obrigado.A edição de hoje resume o conceito de verdades diferentes.É estranho, não é?Verdades diferentes. Factos diferentes.Sem prova nem demonstração.São assim porque alguém os declara como existentes.Podia ser uma rábula, mas é um sintoma dos dias de hoje.E expressa-se na comunicação global.Preparem-se assim para defender verdades mil.Afinal, a verdade é um conceito elástico no mundo moderno.
Navegamos por entre muita informação, talvez demasiada informação, e uma aparente transparência que esconde muitas coisas.Estamos na era da informação e da desinformação.As duas coisas em simultâneo.Até agora os factos eram os factos, as opiniões eram as opiniões.Agora vivemos uma espécie de distopia informativa.A cada novo virar de página da realidade aparece alguém a reclamar que tem a sua verdade. Não a sua opinião ou perspetiva. Reclama a sua verdade. Que pode diferir da verdade dos outros.A verdade tornou-se assim um conceito fluído. Uma pós-verdade onde se misturam factos, perceções, intuições e convicções.É o terreno fértil para toda a cultura da desinformação. Das “fake-news” as falsas notícias. Numa contradição extrema rotulando de falso o que é, por definição, verdadeiro. Ou pelo menos honesto.Esta conversa é sobre estes fenómenos mas também sobre um antídoto chamado bom jornalismo. Sobre a importância de ter uma opinião pública mais bem informada e consciente. Com menos dogmas. Com menos viés. Com menos crendice cega e mais cidadania.Paulo Pena é cofundador de um projeto de jornalismo de investigação internacional. Junta jornalistas europeus de 11 países. Para melhor entender e explicar este nosso mundo.
Do mais verdadeiro ao mais lunático.
https://vimeo.com/787218927/4c9879cf2d
Tue, 10 Jan 2023 - 53min - 126 - Inês Meneses | Há uma arte de escutar?
Viva 2023! Chegou o Ano Novo.
E merece ser celebrado.
Quem inventou esta coisa da passagem de ano, da renovação do ciclo das coisas, foi um génio.
Já imaginaram: alguém inventou um calendário, com um dia final de ano e outro, imediatamente a seguir, a que chamou primeiro dia do ano novo.
Como este simples passo de magia, tudo parece mudar.
Desejamos coisas para o novo ano. Juramos mudar comportamentos. Acreditamos que agora é que vai ser.
E isso funciona. Pelo menos na nossa cabeça.
É um sintoma muito parecido com o que me acontece quando ouço a voz de Inês Meneses. Não é só o timbre, nem as palavras alinhadas e esteticamente polidas.
É o resto. É uma espécie de pirilampo de energia existencial.
E exerce esse magnetismo escutando pessoas.
Que feitiço tem Inês?
Pede para que falem com ela e desconfio que muitos dos seus entrevistados se descobrem no meio das conversas.
A arte de escutar tem muitas regras escritas e outras tantas informais ou implícitas.
Desde logo estar calado para ouvir.
Mas imediatamente indagar para participar na troca que ideias.
O bom perguntador, neste caso a boa perguntadora, tem uma arte e uma regra rígida. A arte é movida pelo combustível da curiosidade insaciável. É isso que a faz querer saber tudo do outro. A regra postula que o importante na conversa que conduz são os entrevistados.
Ouvir é assim um ato de curiosidade humilde.
Só assim as conversas são um serviço aos outros. E cumprem-se sendo significativas.
Autora do programa “Fala com Ela”, agora em forma de livro, contraponto de Júlio Machado Vaz no “O amor é”, da nossa psicanálise coletiva.
Mas hoje é a Inês que fala comigo. E conversa é uma série de ‘matrioskas’, com dezenas de camadas.
Cintilante é uma forma perfeita de descrever esta conversa.
A arte da escuta implica empatia para compreender e aceitar o outro.
Mas também exige que ofereçamos aos outros o nosso sentido da vida.
No fundo, uma conversa é uma espécie de fusão das páginas dos diários de duas ou mais almas.
E por isso tem de ser cintilante. Tem de ser significativo. Ter de ser humano.
Há que cultivar essa generosidade porque ela é multiplicadora.
Falei com ela e ouvi tudo.
Está inaugurado o ano novo.
Bom ano de 2023
https://vimeo.com/783767509/06c537eb5a
Wed, 04 Jan 2023 - 49min - 125 - Pedro Lourenço | Vale a pena reclamar?
Quero reclamar.
Quero reclamar contra o ano 2022
Quero reclamar contra a guerra.
Quero reclamar contra a inflação.
Que dizem ser de 9%, mas a comida encareceu bastante mais.
Quero reclamar contra a subida dos juros.
Contra o aumento da prestação da casa.
Quero reclamar contra a apatia geral.
Contra a fúria binária dos utilizadores raivosos das redes sociais.
Contra os populismos interesseiros.
Quero reclamar contra a corrupção.
Esta reclamação parece populista.
Retiro esta reclamação
Mas continuo a ter razão.
Há tantas reclamações para fazer que só me apetece reclamar contra mim mesmo.
Reclamar porque não reclamo o suficiente.
Porque reclamo da boca para fora, mas menos com a caneta no papel.
Porque os livros de reclamação são tantas vezes não lidos por funcionários robôs que escrevem respostas-tipo.
Apesar de tudo, os portugueses tem reclamado mais.
E as marcas começaram a levar a sério a opinião dos seus clientes. Coisa que não acontecia há poucos anos. E até os reguladores formais parecem ter acordado.
Hoje os consumidores mergulham em portais de opiniões e reclamações mesmo antes de fazer a sua compra.
É uma nova forma do exercício da cidadania. Fazer valer a sua voz.
De uma forma rápida e digital.
O convidado desta edição é Pedro Lourenço que em 2009 criou o Portal da Queixa.
E hoje há mais de 2 milhões de consumidores por mês que lá passam, principalmente para procurar informação sobre produtos ou serviços que querem comprar.
Portanto, as 15 mil reclamações que lá são escritas por mês servem de base informativa para as decisões de futuros clientes.
E as melhores marcas das 10 mil citadas no portal passaram a levar a sério a voz dos clientes e as suas dores.
Porque afinal reclamar é um instinto natural.
Todos temos histórias com os nossos "bolycaos" particulares.
Normalmente o que mais nos irrita nestes episódios nem é tanto o facto de algo ter corrido mal.
Mas a sensação de que não nos ligaram nenhuma quando ensaiamos o nosso protesto.
Ou que os mecanismos de reparação são frágeis.
E isso faz com que nos sintamos todos frágeis.
Ou pior, que fiquemos com a sensação de que somos uma espécie de objetos, chamados consumidores, e que logo que a venda fique fechada já não interessamos para nada.
É o sintoma do mundo transacional. Do mundo antigo.
E eu como consumidor, cidadão, pessoa ou reclamante quero mais do que isso.
Quero ter uma relação. Que tem de gerar vantagens mútuas e não exclusivamente de compra e venda.
Qualquer bom vendedor sabe disso.
Os consumidores descobrem pouco a pouco que podem mudar o mundo.
Simplesmente falando.
https://vimeo.com/783098397/45beff4d5b
Wed, 28 Dec 2022 - 45min - 124 - Nuno Rosário Fernandes | Deus existe?
Esta é uma conversa sobre Deus.
E sobre a condição humana.
Tempo para falar do acto de ouvir.
De escutar o outro.
Para acolher. Para entender. E, principalmente, não julgar.
Em semana do Natal é tempo de falar de Deus.
De vocação. De gratidão. De amor.
Na importância do silêncio.
E de perguntar “para quê?” ao invés do “porquê?”
Esta é a conversa entre dois amigos, que começaram juntos a sua carreira de jornalista, na rádio pública há mais de 30 anos.
Um crente. Que descobriu a sua vocação e o mistério da fé.
E outro, eu, um discreto agnóstico, com mais dúvidas que certezas.
Ambos somos apaixonados pela comunicação e por escutar os outros.
E tendo a concordar que o único Deus que existe é aquele que se expressa no amor.
Um bom tema nesta semana do natal.
Com o padre e jornalista Nuno Rosário Fernandes
Os natais são sempre lugares de cheiros.
Quem não se lembra do cheiro da cozinha nos dias de natal.
Do frenesim das panelas a bufar vapor.
Da ansiedade pela hora que nunca mais chegava para abrir as prendas.
Dos abraços e beijos de toda a família.
Do sentido de comunhão.
Do estar em família.
O natal será sempre um momento de restauro da humanidade.
Feliz Natal!
https://vimeo.com/782098127
Wed, 21 Dec 2022 - 44min - 123 - Luís Cristóvão | Futebol, Portugal, Ronaldo e mais 10?
Portugal perdeu.
Ainda não desta que somos campeões do mundo de futebol.
Habituámo-nos mal com o europeu de 2016.
Pior ainda, perdemos com Marrocos a jogar precisamente da mesma maneira como jogávamos nessa conquista. Fechados atrás, oportunistas na frente.
Nesta edição viajamos no fascinante mundo da comunicação à volta do mais popular desporto do mundo.
O futebol desperta paixões. As palavras têm sempre um peso emocional demasiado grande. E até sobre os factos cada claque tem verdades diferentes.
Eu disse verdades diferentes?
Pois, é um facto. Se concordaram, claro.
E neste mundo pós-moderno aparentemente os factos e a verdade podem ser variados, podem ser alternativos, podem ser até contraditórios.
Portanto, uma vitória da narrativa, por mais lunática que ela seja, sobre a realidade.
No futebol poucos estudamos ou sequer vemos jogos suficientes para aprender. Mas todos nos sentimos aptos para sermos o próximo selecionador nacional.
E com alguma sorte, ou falta de noção, ainda acreditamos que sabemos tudo sobre todos os assuntos, vendo uns resumos, uns vídeos e uns artigos de opinião.
Os fragmentos da realidade ou da pós-verdade, repetidos 'ad-nauseum', muitos deles plantados nas redes sociais, limitam a nossa capacidade de pensar.
E o futebol é um excelente laboratório da vida em geral.
Esta conversa com Luís Cristóvão não é sobre futebol.
É sobre todas as coisas. Expectativas, falas, birras, heróis e vilões.
O futebol é um pretexto.
Uma forma de emular a vida.
Os nossos sonhos, o nosso esforço, a alegria das vitórias, a dor das derrotas.
O mais fascinante neste desporto é que os heróis são sempre brilhantes e vulneráveis.
Como todos nós.
E na sua linguagem própria, de bola nos pés, falam-nos à alma.
Também com palavras, abraços e lágrimas.
São os intérpretes dos nossos desejos e fracassos.
Falam connosco quase sem palavras.
E como se viu neste mundial, às vezes as palavras atrapalham mais do que dominar uma bola sobre a relva.
https://vimeo.com/780560167/6a2692cc15
Tue, 13 Dec 2022 - 1h 05min - 122 - Regina Duarte | Como encontrar um bom livro para ler?
Ai que prazerNão cumprir um dever,Ter um livro para lerE não o fazer!Fernando Pessoa
Assim cantava Fernando Pessoa no poema “Liberdade.
Logo ele que tantos livros escreveu e muitos mais leu.
Uma ironia. Uma vibrante contradição. Uma provocação. Um exercício de questionamento e prazer como são todos os poemas. Como são todos os livros.
Os livros oferecem uma comunicação em diferido, mas presente. O Escritor escreve. Escreveu lá atrás, algures no tempo. Mas a leitura é reescrita. Cada um de nós reescreve o livro no tempo presente.
Os livros são mágicos. Os grandes livros provocam orgasmos mentais.
Pelo menos.
Todos os grandes livros abrem portas a universos que nunca imaginamos. São portas que nunca mais se fecham. E os salões do nosso baile mental são cada vez maiores, com mais gente, com mais personagens, com mais histórias, com mais vida.
De tudo isto vem o desassossego, a angústia, as perguntas, o espelho perante a condição humana, as lágrimas e as epifanias.
Quando se lê um grande livro é como se o universo se expandisse. Não como descrito nas ideias de Einstein, mas como desenhado na nossa cabeça pelos poetas maiores.
A fechar, uma nota pessoal. Este é um episódio onde quero agradecer-vos. Não só porque ouvem o programa. Porque subscreveram. Porque são parte da comunidade que quer comunicar melhor.
Mas porque o Spotify, sim, o Spotify, o gigante distribuidor de música e ‘podcasts’ acaba de me informar que o Pergunta Simples está no restrito grupo dos 10% mais partilhados pelos ouvintes, no mundo.
O que me enche, mais do que de orgulho, de gratidão.
Este reconhecimento é vosso, ouvintes que partilharam o programa. Obrigado.
https://vimeo.com/778118945/54b6cbc0cb
Wed, 07 Dec 2022 - 50min - 121 - Correia de Campos | O que guarda a gaveta das reformas da saúde?
Quão difícil é fazer reformas na saúde em Portugal?
Será possível que algum ministro ou ministra sobreviva politicamente mais do que os dois anos e pico da praxe na pasta da saúde? Com um par de exceções conhecidas.
A área da saúde é das mais visíveis, importantes e sensíveis da nossa vida coletiva.
Todos vamos tolerando os atrasos nos tribunais, a má adaptação da escola à vida real ou a tirania das finanças na nossa vida, mas quando o assunto toca a saúde a música é diferente.
Recorremos habitualmente à saúde em situação de vulnerabilidade. Quando estamos doentes. Quando estamos feridos. Quando corremos risco de vida.
E nestas circunstâncias — nossas ou de familiares e amigos próximos — a nossa tolerância e paciência são mínimas.
Reformar um sistema aberto 24 horas por dia, 365 dias por ano, distribuído pelo país, que custa 15 mil milhões de euros, pagos pelos contribuintes, fora os extras de cada cidadão, os seguros e a ADSE, é difícil.
Poderia dizer, quase impossível.
Esta conversa de hoje tem como pretexto um livro que Correia de Campos escreve.
Ele tem o bom hábito de escrever livros a prestar contas, a explicar contextos e a abrir pistas para o futuro.
O livro tem o título provocador de : “A gaveta de reformas”.
Numa interpretação livre podemos ler aqui que as gavetas podem guardar muitas reformas. Reformas metidas na gaveta. Ou reformas tiradas da gaveta.
Cada um que decida.
A mim sempre me fascinaram os estrategas, decisores, administradores e servidores da causa pública da saúde.
Deixo uma reflexão muito pessoal. Estas pessoas passam anos a pensar e desenhar soluções para resolver os problemas dos cidadãos. Em particular dos doentes.
E depois preparam-se para tomar decisões. O melhor, entre várias opções. O menos mal. O melhor custo-benefício e outras tantas árvores de decisão.
Portanto, estudam muito e sabem decidir. O melhor que podem e sabem.
Mas no terceiro pé são menos competentes: na comunicação.
Não, não falo de técnica ou sequer de transparência.
Estou a falar sobre não incluir os cidadãos, a audiência e as suas expectativas no processo de comunicação. E antes disso, no processo de estudo e decisão.
Sim, todos sabemos que a economia conta muito. Os recursos limitados. As necessidades infinitas.
Mas um bom sistema de integração do cidadão no processo de decisão, numa medição das suas expectativas e num envolvimento na comunicação dariam uma grande ajuda.
EstaEstá dado o meu contributo para a gaveta dos comunicados das reformas da saúde.
Vamos ler o livro?
Entretanto, vale anotar:
Os ganhos em saúde são notáveis e crescentes.
Mas muita coisa há que fazer.
E a expectativa dos cidadãos é elevada.
Será que os estudos sociológicos e psicológicos do sentimento da população não poderiam começar a ser parte do processo de decisão?
E as ferramentas de audição dos utentes?
Até podíamos ir mais longe: convidar cidadãos a ocupar lugares executivos ou consultivos nos centros de decisão.
Assim as decisões seriam mais nossas.
https://vimeo.com/776387037/95410d97ea
Wed, 30 Nov 2022 - 1h 06min - 120 - João Proença | Como fazer um bom acordo?
Este programa é sobre uma mesa de negociações.
Já pensou que passamos a nossa vida a negociar coisas com outras pessoas.
A negociar guloseimas quando somos crianças.
A negociar saídas à noite na adolescência.
A negociar… se calhar a palavra é errada… a negociar com os nossos amores os termos do nosso futuro amor. Do casamento. Do número de filhos.
A negociar as condições de um novo emprego.
A compra do carro da família.
O empréstimo da casa.
Das coisas muito grandes e importantes até às mais singelas e básicas.
É sobre tudo isto e sou guiado pela voz de um dos mais experientes negociadores portugueses.
Negociar é uma arte.
E uma necessidade.
Mas não raras vezes muitas negociações não conseguem um bom final porque há quem acredite que para eu ganhar tu tens de perder.
E os grandes negociadores sabem que um bom acordo tem de ser relevante para todas as partes e oferecer ganhos e compromissos mútuos.
No fundo, uma negociação acontece quando as partes acreditam num caminho comum, mas tem de esbater as diferenças entre ambos.
Negociar é seguramente um exercício mais de cooperação para resolver um problema comum do que uma competição para quem ganha e quem perde.
Há em Portugal uma mesa de negociações com grande influência na nossa vida: é conhecida como a “concertação social”. Uma mesa onde se sentam o governo, os patrões e as centrais sindicais.
É por natureza um palco de consensos após semanas de troca de pontos de vista. Das grandes diferenças ao grande acordo.
Salários, impostos, leis do trabalho, pensões de reforma, prestações sociais… tudo está na mesa.
João Proença dedicou grande parte da sua vida política como negociador do lado da UGT.
Hoje é Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE. Também falamos deste importante sistema de apoio na saúde dos funcionários públicos.
Começamos a conversa pelo trabalho que há que garantir antes de partir para a negociação.
É preciso ler e estudar bem os temas.
Por isso gravamos numa sala cheia de livros e arquivos com milhares de páginas de informação útil.
Os bons acordos são robustos.
Os bons acordos garantem ganhos para todos.
Os bons acordos perduram no tempo.
O pior do mundo é não conseguir chegar a acordo.
Normalmente uma rutura negocial representa uma perda para todos.
Um bom acordo exige boa e aturada comunicação.
Ouvir o outro e construir, cooperar, desenvolver soluções boas para todos.
É um processo que exige estudo, preparação e vontade.
E treino. Muito treino.
https://vimeo.com/769187615
Wed, 23 Nov 2022 - 53min - 119 - Nuno Artur Silva | Qual é o lado cómico disto?
Qual é o lado cómico disto?
Esta pergunta explica toda a conversa com Nuno Artur Silva.
Ele passa pela vida munido de um perigoso bloco de notas e de uma letal caneta.
Mas o mais perigoso nele é um cérebro treinado para ver o lado cómico da vida.
E o resultado é um espelho onde todos nos revemos.
Este é um programa sobre a liberdade.
Sobre a sagrada liberdade de expressão.
E sobre vários choques entre a liberdade e os arautos da mordaça.
Sejam mais visíveis e vocais, sejam mais obscuros e silenciosos.
Nuno Artur Silva encheu os atores de palavras escritas. E recebeu de volta interpretações que agitaram o mundo. Que alargaram os limites da liberdade.
Nos intervalos formou uma escola por onde todos os históricos argumentistas portugueses de nova geração passaram: as Produções Fictícias.
Ricardo Araújo Pereira, Nuno Markl, Eduardo Madeira, João Quadros.
E muitos outros aprenderam nesta forma sem fronteiras e limites.
Foram aspergidos pela água benta laica dos limites do humor.
Neste caso da falta de limites.
Nuno Artur Silva está a escrever o seu novo espetáculo, cena em janeiro.
Com recurso ao seu bloco de notas, e a duas viagens de estudo.
Uma à RTP e outra ao Governo.
E volta com histórias, sempre novas histórias.
As histórias da nossa vida.
O conta-me como foi que enche o nosso imaginário e dá um sentido de comunidade de pertença.
É essa mitologia feita de histórias, personagens e jornadas heroicas que reforça esse sentimento de identidade.
As palavras escritas e ditas oferecem esse conforto de pertencer.
E muitas das melhores palavras são organizadas em textos de escritores, poetas, argumentistas, dramaturgos ou artistas de variedades.
Precisamos tanto de todos eles como de médicos, engenheiros ou economistas.
E de liberdade, sempre de liberdade.
Este programa foi gravado na Pousada de Palmela, a quem agradeço o acolhimento e o espaço.
https://vimeo.com/763089451/d5bc5501f1
Wed, 16 Nov 2022 - 55min - 118 - Marta Rebelo | O algoritmo, o cérebro e nós. Quem manda nisto?
Por esta altura o Grande Irmão que tudo vê, tudo ouve e tudo calcula já sabe que gostam de ouvir podcasts.
E que a comunicação é um tema interessante no vosso mapa de gostos.
Se isso não vos preocupa, continuem a ouvir.
Em alternativa apaguem já este programa.
Apaguem a luz.
Não vão ao facebook. Não vejam o twitter. Não publiquem ou interajam com o instagram. Muito menos com o TikTok.
Se forem, vão por vossa conta e risco.
E se quiserem arriscar tudo subscrevam o Pergunta Simples no Spotify, no Apple Podcast ou no Google.
Assim ficam todos a saber.
Todos os algoritmos. Os big brothers. A inteligência artificial que tudo processa.
Vocês é que sabem. Afinal já foram apanhados.
Na rede. Fomos todos. O mal está feito.
Os algoritmos são sequências de raciocínios encadeados que servem para resolver problemas.
Foram enunciados por um matemático árabe no século IX.
E hoje estão na ordem do dia.
São uma base principal da maneira como funcionam os computadores.
E por maioria de razão são também parte central da maneira como funcionam as redes sociais.
São redes de ligação entre seres humanos.
Só que o algoritmo não é neutro.
Pouco a pouco começamos a vislumbrar que o algoritmo sabe de mais. Não só sabe como usa esse conhecimento para nos manipular. Para manipular de forma muito subliminar a nossa vontade. Seja para controlar ou estimular os nossos ímpetos básicos de consumo, seja até para interferir na maneira como votamos.
As eleições norte-americanas ou o Brexit britânico foram palco do uso deste tipo de ferramentas. E desconfio que não sabemos da missa nem pela metade.
É sobre isto esta conversa com Marta Rebelo.
Ela é comunicadora, estratega de posicionamento e aconselhamento de presença em redes sociais, ativista social e criadora de agenda públicas.
Falamos de algoritmos digitais, das fórmulas da chamada inteligência artificial.
Mas não só. Falamos da nossa máquina de pensar. Do nosso cérebro e mente. Do tempo em que todos falam tanto de inteligência artificial e parece que cada vez de se usa menos a inteligência natural.
E claro, há a felicidade.
A felicidade vem das coisas simples, mas cheias de significado.
É essa energia emocional a que provavelmente os algoritmos digitais são míopes.
Pare ser humano, pensar humano e sentir humano não basta amontoar e processar milhares de dados sobre os nossos comportamentos. Há a memória, as emoções, a empatia e a criatividade.
Ainda temos tempo. Basta desligar a máquina e ligar a um amigo.
Para falar. Para ouvir. Para ser humano.
Vale ler o aviso de Yoshua Bengio: “Há inteligência dos humanos que não queremos ter nas máquinas”
Yoshua Bengio é um cientista canadiano conhecido pelos seus estudos sobre no mundo da inteligência artificial. Vale a pena conhecê-lo e ao seu pensamento. Assim como ouvirWed, 09 Nov 2022 - 54min - 117 - Luis Mateus | Vamos ser campeões do mundo de futebol?
Além da música e, talvez, da matemática, o futebol é uma linguagem universal.
Hoje no programa ouvimos as falas da bola.
Da tática mais erudita à paixão cega do adepto mais efervescente.
Rola a bola… chuta Ronaldo!
O mundial de futebol começa este mês.
E Portugal jogará esse mundial, no Qatar.
Como sempre apuramo-nos com sobressalto, resmungamos contra a tática de Fernando Santos, elogiamos jogadores e preocupado-nos com Cristiano Ronaldo.
O facto é que os deuses acabaram por ajudar e por isso metade dos portugueses acreditam de fé cega que agora é que vamos ser campeões do mundo e outra metade acha que nem de matraquilhos quanto mais num mundial.
O futebol é terreno fértil de paixões. E de fortes correntes de comunicação pura.
Sejam as declarações de jogadores e treinadores, seja a maneira como cada intérprete cria a tática, fala com as bolas nos pés ou contraria as leis da física num golo que juramos impossível.
É sobre tudo isto a conversa com Luís Mateus, jornalista de desporto que acompanha o fenómeno do futebol há muitos anos.
Ele decidiu olhar para os 21 mundiais de futebol e sublinhar os momentos mágicos que os jogadores de outro mundo nos ofereceram. E também das táticas e jogos mentais que os treinadores jogam ainda antes da bola rolar na relva.
Sim, falamos do Cristiano Ronaldo, de Messi, de Mbappé ou Haaland.
E celebramos Maradona, Pelé ou Cruijff.
Porque ficamos fascinados pela maneira como estas pessoas trataram uma bola, 11 contra 11, num campo de futebol? Não sei. Mas também eu me confesso apaixonado pelo jogo. Pelas coleções de cromos. Pelos passes de 50 metros, pelo calcanhar do Madjer, pelos golos infinitos do Cristiano e pelo golo do Éder. Que chegou marcou um golo de campeão europeu e foi-se embora. Efémero e belo. Como o futebol.
O campeonato do mundo está à porta.
Fernando Santos escolherá os 26 portugueses que nos vão representar e inventar uma forma de jogar e ganhar às outras equipas.
Veremos bom futebol ou iremos de empate em empate até à vitória final?
No fundo pouco interessa a tática, a teoria, a dinâmica e outros pensamentos profundos.
A mim interessa-me a beleza do jogo. Das defesas impossíveis aos golos jamais desenhados.
Mas também acho divertidos os jogos mentais à José Mourinho e à possibilidade sempre presente de uma equipa mais fraca ganhar à mais poderosa.
É essa incerteza que a bola é mesmo redonda.
O livro "O Campeonato do Mundo": A História e as Estórias" é um livro do jornalista Luís Mateus onde o leitor tem acesso a informação detalhada sobre cada um dos 21 Mundiais já realizados, a todos os resultados e marcadores e ao seu enquadramento histórico, e ainda à antevisão do que será o Qatar-2022, o primeiro a realizar-se no inverno. Conhecerá todos os heróis das fases finais, a evolução tática que acompanhou o jogo e as estórias imperdíveis de cada torneio. Luís Mateus é jornalista desde 1996. Coordenador Geral e comentador d' A Bola TV, é ainda atualmente colunista do jornal A Bola. Foi diretor do jornal MaisFutebol e comentador residente do programa televisivo com o mesmo nome na TVI24, além de editor de desporto da TVI e da TVI24. Colaborou com os jornais Expresso e Público, e com o site zerozero, e foi analista desportivo na TSF e na Eleven Sports, com comentários de jogos em direto das principais ligas e outras participações. É autor do espaço de crónicas "Era Capaz de Viver na Bombonera"...Tue, 01 Nov 2022 - 52min - 116 - Afonso Borges | A ética desapareceu?
Hoje cruzamos o atlântico para redescobrir o Brasil.
Para colher a voz de um perguntador: “E aí Brasil, como vai você?”
O que dizem os intelectuais, os escritores, os músicos.
O que se percebe do povo em vésperas de eleições.
Faltam poucos dias para que os brasileiros escolham o seu presidente.
É já na segunda-feira dia 30 que 156 milhões de eleitores escolhem entre Jair Bolsonaro e Lula da Silva.
Uma eleição que, segundo as sondagens, parte ao meio o Brasil.
A comunicação entre candidatos e apoiantes é agressiva.
E o uso de palavras ofensivas é o pão nosso de cada dia.
Na televisão. Nos debates. Nas entrevistas. E pior, nas redes sociais, sem curadoria, sem freio nem bom senso. É o quase vale tudo.
As acusações de mentir, de corrupção, de comportamentos antidemocráticos é moeda de troca em todos os choques entre facções.
Ainda assim quis tentar perceber o que se passa no Brasil. Para além do óbvio. E da agressividade verbal.
Recorri a Afonso Borges, brasileiro, jornalista, escritor, gestor cultural.
Ele cria festivais literários.
É um recordista de entrevistas a escritores, músicos e intelectuais de todo o mundo.
O seu “Sempre um Papo” tem 30 anos e mais de 600 programas gravados.
Falámos de comunicação, de ética e do silêncio.
https://vimeo.com/762459709/f19bdd9d06
Wed, 26 Oct 2022 - 38min - 115 - Sandra Fernandes | Quando acaba a guerra?
O medo do nuclear, a derrota de Putin, a propaganda e o jogo dos espiões.
Um olhar sobre a dinâmica e a comunicação da guerra na Ucrânia. A maneira como as forças em confronto usam a comunicação para influenciar o curso da guerra. Sandra Fernandes é professora de Relações Internacionais e estudiosa da Rússia e saberes na área da guerra híbrida que hoje vivemos.
O mundo está incerto.
O discurso público é cada vez mais um sinal dessa incerteza.
Dessa dúvida. Desse não dito.
Como se não dizer apagasse os factos.
O mentir fosse uma nova forma de fingir verdades enganadoras.
Nesta edição voltamos olhar a guerra.
A tentar antever para além do fumo e da poeira.
A poeira real e a percecionada.
Vamos às perguntas?
Quando acaba a guerra?
Como acaba a guerra?
Quando voltamos a ter paz?
Como este é um ‘podcast’ de perguntas simples hoje dedico-me a fazer as mais diretas, fáceis e óbvias.
As respostas podem ser mais complicadas.
Ficou-me por estes dias uma frase do historiador Timothy Snyder citado por Teresa de Sousa no jornal Público.
“No princípio, ninguém conseguia imaginar que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia poderia começar. E, no entanto, começou. E agora ninguém consegue imaginar como é que vai acabar. E, no entanto, acabará.”Timothy Snyder
As guerras começam sempre por uma decisão política e terminam exatamente da mesma forma.
Seja por acordo, seja por rendição.
A história está repleta de exemplos desta dinâmica.
Na edição de hoje falámos de comunicação, de propaganda, de verdade e de perceções.
Tudo misturado.
Os discursos políticos sobre a guerra vão variando conforme a situação no terreno. O que está a acontecer ou não está a acontecer é sempre objeto de uma cuidadosa e sistemática manipulação comunicacional.
Seja pela divulgação ou pela ocultação de factos.
Seja pela inclusão de fórmulas de retórica, ameaça ou diminuição do outro lado.
Com tanta incerteza floresce a ciência certa da propaganda, das notícias falsas ou claramente tendenciosas.
Proponho que percam uns minutos a ler a opinião dos jornais ou os comentadores de televisão. Escolham os mais aguerridos. Os mais próximos ou opostos de um determinado facto.
E ouçam com atenção. Não com vontade de contrariar ou seguir a tese do comentador, ou líder.
Ouçam com pensamento crítico. Verifiquem os factos lendo peças jornalísticas de jornais de referência.
E muitos dos factos jurados como reais são afinal tigres de papel usadas para criar perceções nos mais distraídos.
O discurso do uso potencial de uma arma nuclear, o corte do gás, as narrativas do tipo da guerra fria, com apelos a armar-nos até aos dentes, são bons exemplos do efeito da comunicação interessada e nada neutra na nossa vida.
Para perceber a esta guerra, o está por de trás dela e como se encontra o caminho da paz, conversei com Sandra Fernandes,Wed, 19 Oct 2022 - 32min - 114 - Miguel Alves | Como fala um político?
Hoje jogo em casa.
Já vos explico porquê.
Mas tem tudo a ver com Caminha, a minha terra.
E tudo a ver com comunicação política.
Uma conversa sobre comunicação, cidadãos e eleitores.
Ser político profissional exige vários talentos. Além da empatia e de pensar propostas para os eleitores, um político depende da sua capacidade de comunicar.
Este é um episódio sobre comunicação política. E de como conquistar eleitores.
Não há candidato que se preze que não tenha passado por uma eleição local.
São provas difíceis e onde a habilidade do candidato é posta à prova diariamente.
Numa eleição para uma câmara municipal o candidato a presidente ou deputado está com os seus potenciais eleitores cara a cara.
E depois de eleito, continua a ter de prestar contas numa base diária.
Os eleitores estão próximos do poder. E podem em qualquer momento, formal ou informal, interpelar o seu candidato.
Isto significa que a confiança tem um peso ainda mais relevante do que numa eleição nacional. E todas as decisões têm reação imediata.
O convidado desta edição foi presidente da minha terra, Caminha, durante dois mandatos e meio.
É um político da nova geração, um negociador nato com uma caixa de ferramentas de oratória com muitos instrumentos.
Talvez estes ingredientes tenham sido chave para que o Primeiro-ministro o tenha ido buscar para seu braço direito. Para Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro.
https://vimeo.com/759196220
Wed, 12 Oct 2022 - 45min - 113 - Sérgio Dias | Como fazem os cientistas perguntas?
O que motiva uma pergunta?
Ou o que impulsiona uma resposta.
Um sim, um não, um talvez.
A maioria das perguntas são automáticas e imediatas.
Há as perguntas utilitárias:
"Que horas são?"
"Onde fica o café central?"2
Vai chover?"
E há as perguntas filosóficas:
"Quem sou eu?"
"De onde venho?"
"Para onde vou?"
No meio destes dois tipos há uma miríade de outras perguntas.
Das mecânicas e para fazer conversa.
Das perguntas de seguimento.
Para manter a conversa ao lume.
E depois as mais técnicas. Não há líder que se preze que deixe de perguntar 5 vezes porquê.
E, por que pergunta 5 vezes? Porque leu num livro ou aprendeu num curso instantâneo que assim consegue aprofundar a conversa.
Até pode ser verdade, mas a premissa ignora que tem de haver do outro lado alguém que queira responder por 5 vezes à mesma fórmula de pergunta sem se aborrecer.
Para mim as perguntas tem de ter brilho nos olhos.
Vontade de saber. Porque sim. Porque assim ficamos mais ricos.
Mais humanos.
As perguntas são varinhas mágicas, não colheres de pau ou calçadeiras de sapatos apertados.
Os perguntadores de que mais gosto são os cientistas.
É verdade que eles depois complicam um bocadinho a coisa.
Chamam às perguntas hipóteses.
E às respostas conhecimento.
Mas o que mais gosto é de que quando são contrariados pelos factos, quando erram no que imaginaram ser certo, voltam a formular mil outras perguntas.
Não 5 porquês. Mas mil e um.
É por isso que vos trago hoje um cientista desses. Sérgio Dias.
Pergunta coisas sobre o cancro.
E eu quero as respostas dele.
A ciência faz-se de dúvidas e pequenos passos.
Como os diálogos.
E agora também quero saber como as células de um cancro invadem a nossa tubagem sanguínea.
https://vimeo.com/756592446/ad5bbf9035
Wed, 05 Oct 2022 - 46min - 112 - Alexandra Bento | O que vamos comer?
Hoje temos um menu completo.Com dieta mediterrânea na mesa. E uma calculadora na mão.
Os preços dos bens alimentares sobem radicalmente.Os cálculos apontam para uma subida de mais de 12% desde fevereiro.Os combustíveis, a guerra, afinal a inflação empurra o preço da comida para valores difíceis de comportar.Nesta semana soubemos que o leite pode subir mais 10 a 15% e a carne 15 a 30%.Será que é o fim da superabundância consumista em que estivemos mergulhados nos últimos anos?Ou uma pausa no consumo excessivo e frenético de bens e serviços das últimas gerações?Seja como for, os consumidores vão rapidamente adaptar-se. Que remédio. E a economia não tarda a travar às 4 rodas.Depois da inflação virá a recessão?E como ela o disparar do desemprego, a redução do rendimento disponível no bolso das famílias e uma espiral negativa?Não percebo nada de economia, mas estas nuvens negras ameaçam o meu otimismo crónico.O programa de hoje não é sobre isto. Mas também é sobre isto.Alexandra Bento é nutricionista e neste momento Bastonária da ordem.E é uma especialista no campo do consumo e nutrição.O episódio podia chamar-se: "fomos ao supermercado ver as prateleiras da comida."Ouçam e não se esqueçam, mandem uma mensagem no WhatsApp 932 808 117.
https://vimeo.com/perguntasimples/alexandra-bento
Wed, 28 Sep 2022 - 42min - 111 - Álvaro Beleza | Portugal tem futuro?
O mundo está incerto.
Está complexo.
Está cansativo.
Está imprevisível.
E às vezes insuportável.
Não sentem isso?
Ainda se lembram da euforia do Euro 2004? Da Expo-98? Da entrada na União Europeia? Ou do Nobel do Saramago?
Pode ser impressão minha, mas desde a crise financeira de 2008 que isto não se endireita:
Portugal faliu.
Levamos com a troika.
Apertamos o cinto e suspeito que ele continua dois furos abaixo do nosso respirar.
Agora guerra, a carestia do gás e da gasolina. O preço da eletricidade a subir em flecha e a inflação brutal a ameaçar os 10%.
E sem nenhum vislumbre de que algo vá melhorar.
Por isso precisei com urgência de encontrar um optimista para esta primeira edição da nova série.
Álvaro Beleza, médico, também político, também ativista social.
Preside à SEDES e acredita que podemos duplicar a nossa riqueza nacional em 10 anos.
A promessa deste podcast mantém-se: falar da maneira como entendemos o mundo.
Do efeito da linguagem para descodificar o nosso mundo.
E o mundo é complicado. Cada vez mais complexo. Cada vez mais incerto.
Há por isso dois caminhos para perceber o planeta:
O primeiro é simplificar tudo. Tentar simplificar tudo. Uma espécie de régua com um sim/não, branco/preto, ligado ou desligado.
É este o modelo sonhado pelos populistas. Acreditar e fazer acreditar os outros que há sempre uma solução fácil, rápida perfeita para problemas complexos, difíceis e duradouros.
Normalmente corporizados por um homem ou mulher providencial que vem para nos salvar.
Prefiro os pragmáticos e incorrigivelmente optimistas.
Como é o caso de Álvaro Beleza.
https://vimeo.com/750780304/5f8a8f047a
Wed, 21 Sep 2022 - 49min - 110 - Como fazer um podcast?
Esta edição é sobre ‘podcasts’.
Sobre como fazer. Como pensar e realizar um ‘podcast’ pessoal e intransmissível.
Para quem está mais longe deste universo dos podcasts do que estamos a falar é de uma espécie de programa de rádio, com algumas e importantes diferenças, que está disponível para ser ouvido em qualquer lugar e a qualquer hora.
Está na internet. E cada ouvinte pode escolher onde e como quer ouvir.
Essa é uma diferença importante em relação à telefonia.
Um ‘podcast’ é igualmente um conteúdo de nicho. Normalmente fala de um tema e com isso vai agregando mais pessoas para a comunidade. E há ‘podcasts’ sobre tudo e mais alguma coisa.
Que exploram os novos territórios do podcast. Os podcasts podem ser um vislumbre do futuro da comunicação digital. Pelo menos uma nova forma de comunicação já são.
Quem gosta do tema, fica para ouvir, comenta e partilha.
Ora precisamente para falar de ‘podcasts’ e em particular da minha experiência neste tipo de formato, fui convidado para uma partilha com estudantes finalistas da Escola de Comunicação Social em Lisboa.
Os sortudos têm com professor um dos meus mestres, Francisco Sena Santos.
Por isso foi um duplo prazer esta partilha e este diálogo com alguns dos mais talentosos jovens jornalistas que chegam agora ao mercado de trabalho
E posso dizer-vos, é gente com talento, curiosidade e generosidade.
https://vimeo.com/722765637
Tue, 26 Jul 2022 - 1h 55min - 109 - Rosário Carmona e Costa | Como usar a caixa de ferramentas emocional?
Rosário Carmona e Costa é psicóloga e psicoterapeuta.
Dedica-se a estudar aquilo a que podemos chamar inteligência emocional.
Dentro dessa imensa caixa estão temas tão abrangentes como a autoconsciência, as formas de autorregulação ou a prática da empatia.
Também a nossa habilidade social, como nos motivamos e até onde chega a nossa resiliência.
Rosário Carmona e Costa não se limitou a pensar teoricamente sobre estes temas.
Usando estas ferramentas nas suas consultas ou como inspiração para as atividades de férias de grupos de crianças.
Ela teve de usar essa mesma caixa de ferramentas e todas as outras de que dispõe para resistir a uma grave infeção colocou a sua vida em risco.
Ela conta a sua experiência no livro Salva Vidas
https://vimeo.com/728658197/a405f9f22b
Tue, 19 Jul 2022 - 50min - 108 - Rui Garcia | Como falar com pronúncia?
Uma das coisas mais interessantes e belas de qualquer língua são as pronúncias locais.
O sotaque do Porto, dos Açores ou do Alentejo são por demais bem conhecidos.
Nesta edição conhecemos uma pronúncia que às vezes mais parece um dialeto.
É de Setúbal.
Carregar nos R´s é uma das marcas da maneira de falar setubalense.
Marca mais pronunciada nas gerações mais velhas e das comunidades piscatórias locais.
Há mais de 10 anos surgiu na cidade o projeto “Charroque da Profundura”.
Um projeto de divulgação desta forma de falar que usa o Charroco, um peixe, também conhecido como Peixe-Sapo.
O Charroque da Profundura é uma forma de recolha informal da tradição oral da cidade de Setúbal.
O "Charroque" é o alter ego de Rui Garcia.
Há mais de uma década que reúne em frases e ditos, impresso em T-shirts e outras peças de quem quer celebrar os ditos que cruzam o falar dos pescadores com os franceses que investiram na indústria conserveira de Setúbal.
https://vimeo.com/728620799/05c3fadc24
Tue, 12 Jul 2022 - 37min - 107 - Ágata Roquette | Como perder peso?
Estamos no verão.
Já em pleno mês de férias. E metade do país está a pensar "como perder peso?"
Calor, sol, e corpos esbeltos espalhados pelos areais.
Ou então não.
Metade dos ouvintes acaba de correr para o espelho para confirmar que o inverno, a pandemia e a vida sedentária passou fatura e acrescentou uns quilos à balança.
Sem pânico.
A única dieta que vos posso prescrever é ouvir este podcast. Que como sabemos é baixo em calorias e rico em boas conversas.
Subscrever e partilhar também tem pouco gasto de energia e grande efeito na comunidade.
Por isso, arrumem os talheres e fechem a boca.
Afinal só há uma maneira de engordar e outra de emagrecer.
Engordamos quando comemos mais do que gastamos.
E o contrário também: gastar mais energia, fazer exercido e cortar na ração, costuma funcionar.
Mas não é fácil, pois não?
"Estou a ficar com um ratinho."
"Está a dar-me uma fomeca."
"Estou capaz de comer um elefante."
"Come rapaz, come. Que quem não é para comer não é para trabalhar."
Como vêm temos muitas expressões que nos falam da comida.
Quase sempre são expressões de elogio ou celebração da santa, doce, salgada e recompensadora comida.
E depois admirámo-nos que nos dê para a engorda.
O nosso apetite guloso só tem paralelo com a nossa pressa para emagrecer antes do verão.
E este programa é, também, sobre isso.
Sobre o nosso diálogo com a balança e o espelho e com o nosso nutricionista de eleição.
Ou então o nosso mergulho nas mil dietas que a moda no mete em frente aos olhos.
Há mesmo muitas.
Pesquisei e escolhi três:
Por exemplo, a Dieta Paleolítica - Também conhecida como “a dieta do homem das cavernas”. Se concentra em alimentos que, podem ser encontrados na natureza. No fundo, sai da caverna e come o que apanhar: carne, peixe, frutas. Fugindo dos alimentos industrializados.
A boa notícia é que não é preciso contar calorias.
O difícil mesmo é encontrar uma caverna.
Mais radical é a dieta Dieta Low Carb. O nome diz tudo: cortar carboidratos e dá preferência a alimentos ricos em proteínas e gorduras boas (carnes, ovos, queijo )
É utilizada para perder peso, além de reduzir os fatores de risco para doenças graves como diabetes.
Mas pode oferecer menos vitaminas do que precisamos.
Eu gosto desta terceira:
A Dieta Mediterrânea. A nossa, portuguesa. Inclui frutas, verduras, peixes e limita gorduras não saudáveis. Ainda por cima diz ser boa para o coração.
Há uma quarta que me chamou a atenção: O Jejum intermitente. Não é bem uma dieta. É uma espécie de horário dos comboios. Ora comes muitas vezes durante um tempo. Ora passas umas horas valentes sem comer.
Há muito mais dietas.
E ainda mais pessoas a querer perder desesperadamente peso.
Por isso quis mergulhar no segredo da nutricionista Ágata Roquette.
Para saber o que ouve diariamente.
Ela escreveu um livro de grande sucesso com uma dieta para 31 dias e viveu uma experiência pessoal de ganho exagerado de peso.
Tue, 05 Jul 2022 - 57min - 106 - Rogério Alves | Como falar bem?
É um comunicador nato e explica como o faz todos os dias.
Tribunais, aulas ou televisão são os seus palcos naturais.
E partilha alguns dos seus truques principais para manter a audiência interessada.
Hoje falamos de quem nasceu para falar.
Todos conhecemos pessoas que falam bem.
Que falam muito bem mesmo.
Será que nasceram assim?
Será que treinaram arduamente para chegar a um nível superior?
Exploramos estas pistas no episódio de hoje.
Tenho sempre uma lista atualizada das pessoas que me apetece ouvir falar.
Pessoas que seriam, potencialmente bons conversadores para partilhar com a audiência.
Mas a minha lista não uma simples sequência de nome e papéis.
Além do nome e da função social ou motivo para a conversa escrevo uma pequena descrição e logo a seguir a pergunta inicial, a curiosidade inicial que me fez pensar que aquela pessoa deve ser convidada.
Neste caso particular podia ter escrito:
Rogério Alves, advogado.
Mas não escrevi.
Porque me interessava falar com ele sobre comunicação pura.
Em particular sobre comunicação oral.
Sobre a arte da oratória.
Por isso escrevi no meu caderninho:
"Rogério Alves, um homem que sabe falar"
E parti em busca de saber como é que ele se organiza mentalmente para que depois apenas nos sirva palavras ordenadas, simples, rápidas e facilmente percebidas.
Claro que a conversa não fica só numa reflexão sobre a arte de comunicar.
Seria impossível ficar só aqui.
E lá fomos nós desfiando palavras e pensamentos sobre a ética, a governação do mundo e a maneira de se ser humano.
O talento natural para falar é uma bênção.
E o treino dá uma boa ajuda.
Quem nasceu com o dom da comunicação pode atingir mais rapidamente a excelência. Quem for menos dotado tem de aprender e repetir mais vezes para chegar à mesma bitola.
Mas nada dispensa o saber da matéria sobre a qual se fala.
É que falar sem conteúdo é propaganda vazia.
Comunicar mal um bom conteúdo é uma perda de tempo.
Esta edição tem múltiplas dicas de como bem comunicar.
A mais relevante de todas: a audiência é quem manda.
O comunicador está ao serviço da audiência e não de si próprio.
Quem não seguir esta regra arrisca fazer monólogos para o seu espelho. E isso não é comunicar. É autoestimulação do ego.
https://vimeo.com/723454346/c76ddb081b
Tue, 28 Jun 2022 - 1h 02min - 105 - Sónia Marques | Como ler os sinais?
Com a pandemia mudamos hábitos e pontos de vista.
Com a ajuda da semiótica vamos em busca de sinais e sintomas dessa mudança.
O vírus não mudou só o panorama da saúde. Teve igualmente um impacto importante na linguagem, nos significados e na razão das coisas.
Signos, sinais, significados, tabuletas, etiquetas, expressões. Tudo isto mudou. Criaram-se neologismos, modificaram-se significados e adaptaram-se expressões.A ideia do tóxico. A de que o outro podia ser uma ameaça. Nos podia pegar o bicho.
O medo da Covid-19, a esperança na vacina, a fé na proteção da máscara cirúrgica azul, a branca espacial FP2 ou as de pano de mil cores.
Mas sempre, ou quase sempre a dois metros.
Com beijos e abraços cancelados. Congelados. Amedrontados. Depois envergonhados.
Como se tudo fosse um pecado lesa-saúde.E depois os jovens, fartos de tudo isto, que mandaram às urtigas todas as regras e atiraram-se de cabeça para viver de novo. Porque precisamos de viver.Todos nós seguimos esse caminho. E com isso os números voltaram a subir. É sobre este iô-iô de comportamentos e linguagem que resolvi realizar este programa.
Pode ser que nas palavras e frases encontre o sentido das coisas.
Uma edição com a especialista em semiótica Sónia Marques. Para nos ajudar a ler os sinais.
https://vimeo.com/720543159
Tue, 21 Jun 2022 - 44min - 104 - Conceiçao Gomes | Como se faz justiça?
Hoje é dia de falarmos sobre a justiça. Sobre como comunica a justiça connosco. O que nos diz. O que percebemos. Quem entende uma sentença de um tribunal? Sim, calma, sim, eu já aprendi que de chama habitual acórdão. Porque normalmente há mais do que um juiz. Mas isto é um podcast sobre comunicação e a mim, interessa-me particularmente como se comunica. Neste caso como comunica o sistema judicial com os cidadãos. Por isso falo das longas, palavrosas, complexas, cheias de referências cruzadas, e encriptadas decisões judiciais. Sendo que o tribunal é aquele sitio mágico onde os cidadãos vão reclamar que se garantam os seus direitos à luz da lei. Não posso deixar de partilhar a minha experiência pessoal, como testemunha, num par de processos. Senti-me pequenino, quase intimidado, e profundamente desconfortável. Nem sei bem porquê. Seria da mise-en-scène? O peso do formalismo? Da linguagem? Das vestes? Da luz? Dos juízes ocuparem um dois degraus acima de mim, do ministério público e advogados estarem um degrau acima. E eu, cá em baixo, a muitos metros de distância de quem decide. Isto também é comunicação. Quis discutir o tema com Conceição Gomes do Observatório da Justiça. Será que a nossa justiça é justa connosco, cidadãos? Em todos os sentidos da palavra As fronteiras da lei são formalmente claras. Mas a sua interpretação depende e muito de pessoas com convicções e olhares distintos. Tudo depende da função social e do contexto. A justiça tem uma tarefa difícil. Tem de decidir entre o devido e o dano. Entre o direito e o dever. Mas como tantas vezes acontece em sistemas complexos o cidadão é mais objecto do que beneficiário. Cabem-lhe poucas perguntas com muitas respostas codificadas. Nestes momentos penso num livro do escritor Franz Kafka, chamado “O processo”. Nele o personagem Josef K. é acusado num longo e incompreensível processo por um crime não especificado. É uma boa leitura para refletir sobre o tema da justiça e do seu relacionamento com o cidadão. Mas isso é coisa da fantasia dos livros. Nunca da vida real.
Tue, 14 Jun 2022 - 54min
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