Podcasts by Category

Pergunta Simples

Pergunta Simples

Jorge Correia

O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.

204 - Como usar a comunicação para influenciar? Pedro Coelho dos Santos
0:00 / 0:00
1x
  • 204 - Como usar a comunicação para influenciar? Pedro Coelho dos Santos

    Como é que a comunicação estratégica pode moldar perceções, inspirar ações e influenciar decisões? Descubra técnicas práticas, histórias reais e lições que transformam líderes em comunicadores eficazes..



    Uma conversa sobre liderança e técnicas de comunicação usadas por todos os melhores e mais visionários líderes do mundo. Assim como por cá.



    Vamos falar de liderança?



    Todos temos uma ideia, um protótipo de líder ideal.



    Para mim um líder é aquele que me inspira, dá-me confiança e atraia-me para seguir uma visão do mundo, um sonho, um caminho.



    E para isso acontecer a liderança é, para mim, um puro ato de comunicação humana.



    Sim, eu sei que os líderes têm de tomar decisões. Mas tem, principalmente, de conseguir explicar porque escolherem aquele caminho e não o outro.



    É sobre isto o programa. Sobre pessoas que tem vontade de nos liderarem. E por isso falam-nos. Ao ouvido e ao coração. Que nós os humanos adoramos ser seduzidos e convencidos. Da mesma maneira que detestamos ser enganados, manipulados ou tratados como massas, ou, pior ainda, como irrelevante.



    Tem a palavras Pedro Coelho dos Santos. Um guru da comunicação.



    Ah, como sei que ele vai detestar este rótulo.



    O que ainda me diverte mais. O Pedro ajuda pessoas importantes a comunicar.



    E aceitou partilhar um par de segredos connosco.



    Lembro-me sempre dos 4 pilares fundamentais que usamos para avaliar os outros:



    São 4, para simplificar. Quatro prismas. O que conta é o que fazemos, como fazemos, como explicamos os que fazemos e como nos percecionam no que fazemos. Não fui eu quem inventou este conceito, foi um senhor de seu nome Dale Carnegie, um norte-americano nascido em 1888. Ele escreveu um célebre livro cujo titulo em português é “Como fazer amigos e influenciar pessoas”.



    Portanto, ser líder, ser um bom líder, implica comunicar bem.



    E comunicar bem é o cabo dos trabalhos. Acreditem em mim.



    Implica vontade, honestidade, preparação e ser genuíno.



    Uma receita de alta cozinha em forma de frases que nos ressoam no ouvido e na alma.



    É sobre tudo isto a conversa que gravei com Pedro Coelho dos Santos, comunicador com larga experiência no treino de líderes de empresas, organizações, políticos e todos os que dizem querer influenciar o mundo.



    No fundo, a arte da liderança cruza-se com a arte da fala em público através daquilo a que podemos chamar comunicação estratégica. Em português corrente: pensa antes de falar, treina muito e sê tu mesmo.



    Para que todo isto funcione há uma cola ou teste do algodão para testar se a coisas funciona.



    É a empatia. Não conheço nenhum bom líder moderno que não seja empático. E aceito ser contrariado nesta minha visão. É que é muito difícil comunicar sem gerar um sentimento de empatia. Ainda por cima é uma estrada de dois sentidos: boa comunicação pressupõe que o emissor tenha bons sentimentos pela audiência e vice-versa-



    Lembrem-se: comunicação é uma relação, não um tubo a despejar palavras, ideias ou ordens.



    Além de empatia, há que simplificar. Mais uma tensão para gerir: como ser simples sem perder a relevância da mensagem.



    Para se conseguir isso é preciso uma preparação extrema.



    Treinar, treinar, treinar.



    Wed, 20 Nov 2024 - 55min
  • 203 - A MÁQUINA DAS PERCEPÇÕES: QUER SABER A MAGIA? SUSANA SALGADO

    Hoje falamos da mais profissional, eficaz e eficiente máquina de criação e gestão das expectativas: a política.



    Usando as ferramentas da comunicação, os políticos de todo o mundo criam percepções favoráveis às suas causas.



    São essas percepções que permitem um suporte da opinião pública para as posições e decisões que os políticos tomam no nosso nome.



    E essa máquina das percepções obedece a regras e estratégias muito bem definidas.



    Pelo menos assim era no tempo dos ‘media’ tradicionais.



    Agora há um novo mapa a ser desenhado: o mundo alimentado pelas redes sociais.



    Trocaram-se os editores e jornalistas por robôs e algoritmos.



    E a comunicação política repensou a sua forma de fazer o que sempre fez: influenciar o pensamento da opinião pública.



    Com um refrescado conceito chamado polarização. Não é novo. Mas está na moda.



    Do telejornal às manchetes dos jornais.



    Da voz na manhã da telefonia até aos programas de debate.



    Do contacto direto com os cidadãos até à transmissão em direto de eventos criados precisamente para serem transmitidos.



    E agora as redes sociais: o velhinho Facebook onde todos continuamos a estar.



    O Twitter agora batizado de X, por onde correm as mais disputadas e virulentas discussões políticas e sociais. Ou mesmo o Instagram e o TikTok, lançados para criar atenção pela beleza da foto-autorretrato ou da dança da moda, entretanto transformadas em máquinas de ‘marketing’ directo.



    Estes dois mundos são o palco do mundo moderno.



    E quem deseja mandar no mundo, no planeta, do país, município, aldeia ou grupo sabe que tem de usar estes canais e criar receitas que nos agradem.



    Este programa é sobre o cruzamento da arte da comunicação com o da política.



    Numa frase: a comunicação política e a política na comunicação.



    A convidada é Susana Salgado, investigadora deste campo do saber no Instituto das Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.



    Exploramos como os media e as redes sociais desempenham um papel crucial na maneira como as pessoas entendem a política e tomam decisões.



    A conversa aborda temas como a polarização, o efeito dos algoritmos das redes sociais e o impacto dos preconceitos cognitivos, que criam uma espécie de “bolha” em que cada um de nós vive, condicionando como recebemos e interpretamos as mensagens políticas.



    Um dos principais pontos de reflexão neste episódio é o impacto da comunicação polarizadora. Segundo ela, a política contemporânea tende a afastar os cidadãos do debate e a empurrá-los para os extremos, limitando a capacidade de entendimento e troca de ideias. Ela explora como, muitas vezes, os temas mais sensíveis ou “incómodos” são excluídos da discussão pública, não por falta de relevância, mas por uma espécie de censura social.



    Isso faz com que pessoas que partilham de opiniões não convencionais sejam empurradas para a margem, onde encontram espaço em movimentos ou partidos mais radicais.



    Esse fenómeno é reforçado pelas redes sociais, onde o anonimato e a liberdade de expressão permitem que as pessoas exponham visões mais extremas do que fariam em interações presenciais.



    Nesta conversa aprendi muito sobre o conceito de criação de agendas públicas.



    Em particular, como criar estratégias para colocar o nosso tema na agenda e criar percepções favoráveis ao nosso ponto de vista.



    Criar agenda,
    Wed, 13 Nov 2024 - 37min
  • 202 - COMO SUPERAR O MEDO DE DANÇAR? BRUNO RODRIGUES

    Hoje vamos dançar.



    A forma mais natural em que acertamos o nosso movimento ao ritmo dos sons ou até dos pensamentos.



    Sim, hoje acertamos os passo na arte humana da dança.



    Dos mais talentosos dos bailarinos ao mais descoordenado dos seres.



    Eu pecador de confesso. E por isso convidei o actor, coreógrafo e bailarino Bruno Rodrigues para me ensinar sobre o movimento do corpo.



    Sou o mais descoordenado dos seres a habitar sobre a terra.



    Poderia dizer que tenho dois pés esquerdos, o que até poderia ser elogioso porque até se dá o caso de eu ser canhoto.



    Por isso simplifico: não tenho jeitinho nenhum para dançar.



    O que me angustia porque o meu sentido de ritmo é bom. Acho eu. Sinto que sim. Ritmo dentro da minha cabeça. Depois os braços e as pernas é que não acompanham. Parecem ter vida própria, lançando no espaço pernas e braços num louco, levemente assustador e definitivamente esquisito movimento.



    E um dia conheci o Bruno.



    Num evento experimental sobre o movimento.



    E aprendi que todos temos uma espécie de biblioteca de movimentos. E nessa biblioteca estão os livros de instruções para nos mexermos. É só ler esses livros. Embora muitos de nós nem sequer nos atrevemos a pegar neles. Nos livros. Nas ancas, rótulas, ombros ou pescoço. Volto ao movimento.



    Basta respirar, diz ele, o Bruno, e o movimento aparece naturalmente.



    Esta conversa é sobre isso.



    Sobre o movimento. Sobre a maneira como dançamos.



    Na conversa saberemos como alguém descobre que a sua vocação, como experimenta e aprende sobre a arte da dança.



    Hoje é coreógrafo, actor e formador na área do movimento.



    Naturalmente falámos da maneira como o nosso corpo fala, como comunica.



    E de como a dança pode ser uma ferramenta social de inclusão e partilha.



    Aprendi que todos podemos dançar.



    E sabemos dançar. À nossa maneira, mas é uma maneira tão certa como qualquer outra. Saia lá daí, da frente do espelho. E liberte-se.



    Claro que depois há o bailado, como expressão plástica maior.



    A expressão do belo e do sublime.



    Afinal o uso do corpo para nos fazer sentir as emoções.



    O corpo como espelho da alma.



    O movimento e a dança como uma forma universal de nos entontarmos mutuamente.



    De olhos nos olhos.



    De mão na mão.



    Num compasso certo dos pés que seguem num movimento síncrono. Isto nas danças a dois.



    Mas também valem os grupos que dançam num concerto.



    Ou até aquele que dança sozinho na praia, sem música, apenas ao ritmo dos pensamentos.



    E tudo se move. E tudo dança. Até os planetas à volta do sol.



    Ou o sentir. Ao ritmo dos batimentos do coração.



    O ritmo primordial da dança da vida.



    Da Química à Dança: O Início da Jornada



    Inicialmente estudante de Engenharia Química, Bruno descobriu a dança por acaso, quando uma colega o convidou a experimentar uma aula. Essa experiência revelou-lhe um novo caminho, onde se sentiu verdadeiramente “em casa”. O que começou como uma simples curiosidade tornou-se rapidamente a sua paixão e carreira. No episódio, ele descreve o momento inicial, numa sexta-feira de outubro, que marcou o encontro com a dança.
    Wed, 06 Nov 2024 - 53min
  • 201 - O GESTO CONTA? SOFIA FERNANDES

    O gesto é tudo. Ou quase tudo.



    No mundo onde o silêncio quase absoluto reina é o gesto que nos liga.



    Nesta edição falamos, ouvimos e gesticulamos.



    Um mergulho no mundo na língua que as pessoas surdas usam para ouvir e falar. A língua gestual portuguesa.



    Em cima de um palco, no cantinho da nossa televisão, numa aula na escola, numa consulta médica ou a responder num tribunal.



    A vida dos intérpretes de língua gestual portuguesa é uma correria entre todos os lugares do país onde alguém que não ouve, não aprendeu falar ou até a ler e escrever, precisa de entender o mundo.



    Conheci a Sofia Fernandes em cima do palco no auditório do IPO do Porto. Ela traduzia o que os vários participantes do evento diziam.



    A rapidez do gesto é fascinante. Não só das mãos.



    Todo o corpo participa. Gestos nos dedos, braços, ombros e a cara.



    Sim, as expressões faciais estão sempre a dizer qualquer coisa.



    A dizer o espanto, a dizer a alegria, a sofrer a tristeza.



    Naquele palco ouvi-a depois falar de viva voz.



    Da maneira como ajuda a comunidade das pessoas surdas a comunicar. A ouvir, se é que posso usar esta palavra, e a dizer o que quer. E o que ouvi não podia ficar só ali. Tinha de o partilhar convosco.



    Esta conversa é sobre comunicação. Todas as conversas do Pergunta Simples são sobre comunicação. Mas esta tem um nível de complexidade difícil de entender para quem ouve. Para os ouvintes regulares do ‘podcast’.



    Mas neste caso o programa não tem só áudio, ou vídeo, com legendas. Neste caso este episódio está também traduzido em lingua gestual graças à generosidade da Sofia. Pode ser visto em www.perguntasimples.com e nos YouTube desta vida.



    Portanto, não só veio contar tudo o que sabe, como, no fim ainda teve de trabalhar.



    Eu disse generosidade? Acrescento uma palavra: torrencial.



    E eu aprendi como se diz com um só gesto a mais bela palavra do mundo



    O QUE APRENDI NESTE EPISÓDIO



    A interpretação é muito mais do que traduzir palavras. Entendi que a língua gestual portuguesa não pode ser feita palavra por palavra porque é uma língua com gramática própria e ‘nuances’ específicas. O trabalho do intérprete é captar o sentido e adaptar o que está a ser dito, principalmente em temas complexos ou pouco familiares.



    Adaptar-se ao momento é essencial. Percebi que, em interpretações ao vivo, como num telejornal, o intérprete precisa de uma grande agilidade para adaptar o contexto e corrigir interpretações, quando necessário. Sofia explicou que, ao não perceber uma palavra ou perder uma parte da conversa, procura “proteger-se” e transmitir algo literal até conseguir encaixar o contexto completo.



    A carga emocional nas interpretações delicadas. Nas consultas médicas ou em audiências judiciais, o intérprete é obrigado a usar a primeira pessoa, dizendo “eu”. Esta proximidade com a situação pode ser emocionalmente exigente, especialmente ao lidar com histórias de dor ou sofrimento.



    A acessibilidade continua a ser uma grande barreira. A falta de intérpretes e de recursos acessíveis é evidente, e Sofia sublinhou a dependência que muitas pessoas surdas têm de amigos e conhecidos para fazer coisas simples, como ir ao médico ou tratar de assuntos burocráticos.



    Conhecer o contexto é chave. Quanto mais o intérprete entende o contexto, melhor consegue interpretar com fidelidade. Por exemplo,
    Wed, 30 Oct 2024 - 45min
  • 200 - A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MUDARÁ A NOSSA SAÚDE? RICARDO BAPTISTA LEITE





    Hoje é dia de falar de saúde, máquinas inteligentes e líderes inspirados.



    Para o caso d ainda não terem notado as máquinas que falam connosco como se fossem humanas estão a invadir o nosso dia-a-dia.



    Seja numa página de ‘internet’, na relação com o nosso banco ou com uma qualquer empresa que nos fornece um serviço.



    Estes robôs são programados para serem simpáticos, perguntam muitas coisas e querem que carreguemos vezes infinitas em números no telemóvel ou que respondamos a mil perguntas.



    E lá vamos andando.



    São ainda bastante básicos e eu, confesso, quando fico sem paciência, repito para a máquina “quero falar com um ser humano.”



    Ora esses robôs estão também aparecer na área da saúde.



    E além deles há outros bastante mais espertos que conseguem organizar gigantescas quantidades de dados e até chegar a melhores conclusões que os humanos. Mas já la vamos.



    Este é um episódio com Ricardo Baptista Leite, um jovem médico português que integra a lista da Fundação Obama dos mais promissores líderes mundiais do futuro.



    Todos o conhecemos pelo seu percurso na política, mas agora trabalha no desenvolvimento e regulação da chamada “inteligência artificial”. Em particular na área da saúde.



    A tecnologia acelera e a dita “inteligência artificial” carrega algumas das mais interessantes promessas de que o mundo será melhor. Ainda com alguns pontos de interrogação, mas já com um vislumbre do que pode ser o futuro onde homem e máquina se fundem para funcionar melhor.



    Será o advento de uma nova espécie humana? Do homem biónico ou apenas do homem assistido pelas máquinas?



    Já para não pensar na assustadora ideia onde as máquinas passam a controlar tudo ao arrepio da decisão humana.



    Ricardo Baptista Leite traz-nos uma visão muito interessante sobre como a tecnologia pode transformar a nossa forma de viver e, sobretudo, o nosso sistema de saúde. Ele acredita que a inteligência artificial não é só mais uma moda, mas algo que pode realmente fazer a diferença na forma como diagnosticamos e tratamos doenças.



    amos falar de como as máquinas, em algumas áreas, já superam os médicos humanos na precisão e na rapidez dos diagnósticos, como na radiologia.



    E, ao mesmo tempo, exploremos os riscos. Será que esta tecnologia acabará por beneficiar apenas um pequeno grupo de pessoas, deixando muitos de fora?



    Na conversa falamos sobre a necessidade de mudarmos ou adaptarmos o nosso sistema de saúde. Ele acredita que trabalhamos reativamente, ou seja, a tratar a doença depois de ela aparecer, que é preciso uma viragem para um modelo mais proativo, focado na prevenção e na promoção da saúde.



    E sabem o que é curioso? O Ricardo acha que a inteligência artificial, se usada corretamente, pode ser a chave para essa mudança.



    Mas a nossa conversa não se fica apenas pela tecnologia. A empatia é outro tema importante que abordámos. Sabiam que, num estudo recente, os assistentes virtuais, os robôs, os chatbots, foram considerados mais empáticos que os próprios médicos?



    Sim, máquinas a mostrar mais empatia que humanos!



    Isso diz muito mais de nós humanos do que da habilidade das máquinas.



    Durante esta hora de conversa falámos muito sobre o futuro. Como ele vê a evolução dos cuidados de saúde com a introdução de tecnologias avançadas como a inteligência artificial?



    E o mais importante, como garantimos que essas inovações são usadas de forma ética e justa,
    Wed, 23 Oct 2024 - 52min
Show More Episodes