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Como Assim

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Inês Rocha/ #ComoAssim / PÚBLICO

#ComoAssim é um podcast do PÚBLICO sobre fenómenos da cultura pop. Todas as semanas, a jornalista Inês Rocha desconstrói as nossas obsessões colectivas, para as compreender melhor.

Publicado às quintas-feiras, às 16h.

17 - “Cleantok”. Como o TikTok tornou a limpeza irresistível #ComoAssim
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  • 17 - “Cleantok”. Como o TikTok tornou a limpeza irresistível #ComoAssim

    Há quem encontre prazer no som de uma esponja a ser espremida ou no brilho de um chão acabado de lavar. Outros deliciam-se com o antes e depois de espaços desorganizados que se transformam em lugares imaculados. Despensas normais transformam-se numa espécie de loja de snacks– espaços dignos de figurar num catálogo.

    Principalmente desde o início da pandemia de covid-19, o “Cleantok” explodiu, primeiro no TikTok e depois nas outras redes sociais. Com mais de 150 mil milhões de visualizações, esta comunidade viral tornou a limpeza e organização um fenómeno cultural. Tarefas banais como esfregar o chão ou organizar despensas tornaram-se cativantes.

    Mas porque gostamos tanto de assistir a estes vídeos? E será que essa obsessão pela perfeição pode trazer mais stress do que tranquilidade?

    Neste episódio do #ComoAssim, exploramos o mundo do “Cleantok”. Ouvimos Joana Tavares, criadora de conteúdos de limpeza e organização na página Joana at Home, os investigadores Alexandre Duarte e Patrícia Dias, especialistas em marketing e publicidade digital, e ainda o psicólogo e terapeuta cognitivo-comportamental Fernando Lima Magalhães.

    Nos últimos anos, a limpeza deixou de ser apenas uma tarefa doméstica e tornou-se uma sensação online. No “Cleantok”, uma comunidade viral no TikTok com mais de 150 mil milhões de visualizações, vídeos que mostram o antes e o depois de espaços limpos, sons relaxantes e organização impecável conquistaram milhões de seguidores.

    Este episódio do #ComoAssim mergulha no fenómeno que transformou uma actividade banal em conteúdo irresistível. Vamos entender por que razão esses vídeos são tão satisfatórios, ouvir especialistas sobre os impactos psicológicos e explorar os perigos por trás da obsessão pela casa perfeita. Afinal, o “Cleantok” é apenas entretenimento ou reflecte algo mais profundo sobre o nosso comportamento nas redes?


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    Thu, 21 Nov 2024
  • 16 - Da simplicidade do minimalismo à exuberância do maximalismo #ComoAssim

    Há pouco mais de uma década, o minimalismo invadiu os nossos ecrãs. Das redes sociais à televisão, uma ideia é repetida em todo o lado: menos é mais. O mote é “destralhar”: reduzir os nossos pertences e guardar apenas aquilo que nos traz real valor.

    O estilo de vida baseia-se numa tendência anterior, vinda da moda, design e arquitectura, baseada em linhas rectas, simples, com tons neutros. O guarda-roupa cápsula, com peças neutras que combinem com todas as outras, é glorificado.

    Mas, nos últimos anos, a tendência começou a desaparecer, para dar lugar exactamente ao oposto: a exuberância do maximalismo.

    No TikTok, surge um vídeo a explicar como se veste uma “portuguese girlie”: “É tudo sobre combinar os padrões errados da forma certa.” Há quem recuse a identificação, mas dentro da comunidade da moda no Tiktok, a nova estética maximalista domina.

    Mas como assim? Será esta tendência maximalista apenas mais um fenómeno passageiro das redes sociais? Ou será um indício de que o mundo está realmente a mudar e a tornar-se mais exuberante?

    E se a mensagem do minimalismo era de consumo mais responsável, porque é que tão depressa como chegou desapareceu?

    Neste episódio do podcast#ComoAssim, ouvimos Marie, artista e influencer mais conhecida pela página La Vie de Marie, e Maria João Martins, jornalista e historiadora de moda.


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    Thu, 14 Nov 2024
  • 15 - A reforma aos 40 vale mesmo a pena? Os problemas do movimento FIRE #ComoAssim

    No final da década passada, a Internet estava cheia de histórias de pessoas que tinham conseguido reformar-se mais cedo do que o normal. Bem mais cedo.

    A maioria dos exemplos era norte-americana. Pessoas que viviam os primeiros anos de carreira de forma extremamente frugal, a poupar ao máximo, com o objectivo de aos 30, 40 anos, passarem a viver só do retorno dos seus investimentos.

    A comunidade autodenominou-se FIRE: Financial Independence Retire Early – em português, “independência financeira, reforma antecipada”.

    Mas mais recentemente começámos a assistir a uma tendência inversa: pessoas que atingiram o FIRE, que se reformaram muito cedo… e acabaram por se arrepender da decisão.

    Mas como assim?! Agora que o FIRE está a produzir resultados, com cada vez mais jovens reformados, sobretudo nos Estados Unidos, porque é que o movimento está a esmorecer?

    Neste episódio de #ComoAssim, mergulhamos nas contradições de uma das maiores modas financeiras da Internet.

    Conversamos com Rita Piçarra, ex-directora financeira da Microsoft Portugal, que se reformou aos 44 anos, e com Inês Correia, influenciadora na área das finanças pessoais que durante anos lutou para atingir o FIRE, mas acabou por desistir do objectivo.


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    Thu, 07 Nov 2024
  • 14 - Pseudociência. O elefante na sala da espiritualidade “Nova Era” (Parte 2) #ComoAssim

    No último episódio de #ComoAssim, visitámos o retiro Diana Gathering, em Mação, organizado por Rute Caldeira e Tiago Farraia, um casal de professores de ioga e meditação. O encontro incluiu práticas como ioga, meditação, soundhealing e uma cerimónia de cacau, típicas de um universo espiritual que atrai cada vez mais seguidores: o movimento Nova Era.

    Mas, além das práticas de bem-estar, neste movimento cresce também uma tendência inquietante: a rejeição da ciência moderna.

    Entre meditações e rituais, é comum, no movimento Nova Era, ouvir discursos de desconfiança em relação à medicina e à indústria farmacêutica, com muitos participantes a recusarem medicamentos, vacinas e diagnósticos médicos.

    Ao longo do retiro que visitamos, ouvem-se expressões que fazem soar alarmes: “como é que há 5 mil anos já se sabia tanto sobre saúde e depois nada disto se sabe nos dias de hoje”; “nós temos a capacidade de ficar doentes, mas também temos a capacidade de nos curarmos”; "antes de tomares um antidepressivo, experimenta o cacau".

    Ao promover práticas ditas naturais e alternativas, o movimento tende a rejeitar o conhecimento científico, ecoando um discurso de auto-suficiência onde a responsabilidade pela saúde recai apenas sobre o indivíduo.

    Mas o que explica esta tendência do movimento Nova Era para diabolizar o progresso científico?

    Neste episódio, partimos do exemplo da espiritualidade à volta do cacau – porque nos ajuda a perceber a maneira como funciona o movimento, de que forma bebe de outras culturas e as adapta debaixo deste chapéu de espiritualidades.

    Através deste exemplo, olhamos para o elefante na sala: o discurso pseudocientífico que se instalou no movimento Nova Era e os riscos que pode trazer para a nossa saúde.

    Para isso, ouvimos Armando Brito de Sá, especialista em medicina geral e familiar com particular interesse por promover a literacia científica, David Marçal, bioquímico, divulgador de ciência e autor do livro Pseudociência, Donizete Rodrigues, professor de Sociologia e Antropologia, e ainda Lucimara Rett, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a fazer um caminho espiritual na cosmovisão Maia.

    Texto alterado às 17:20 do dia 13/11/2024, para clarificar a atribuição de citações. 


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    Thu, 31 Oct 2024
  • 13 - O milagre da multiplicação dos retiros espirituais (Parte 1) #ComoAssim

    Nos últimos tempos parece ter havido uma espécie de milagre da multiplicação dos retiros espirituais: nas redes sociais, actrizes, cantoras e outros influenciadores digitais juntam-se a gurus espirituais, terapeutas e coachespara promover eventos em Bali, na Índia, nas Maldivas ou simplesmente em sítios remotos em Portugal.

    Nos programas, planos de meditação, oga, banhos de som celestiais e práticas xamânicas. Há quem prometa momentos de transformação e cura, acabar com o stresse ansiedade, ajudar-nos a "renascer para a nossa mais incrível versão".

    Por vezes são retiros caros, a ultrapassar os quatro mil euros. Mas tal como os livros e cursos destes gurus, esgotam muito facilmente.

    Mas como assim? O que leva tanta gente a participar neste tipo de eventos? Do que estão à procura e o que encontram?

    Para perceber isto, o #ComoAssim entrou num destes retiros. Neste episódio, visitou o "Dhyana Gathering", um retiro de quatro dias organizado em Mação, no centro do país, por Rute Caldeira e Tiago Farraia, um casal de professores de meditação e ioga.

    Um retiro que contou também com convidados como Ângelo Surinder, terapeuta sonoro fundador da "Cosmic Gong", Shivani, coachespiritual que orienta cerimónias de cacau, e a cantora brasileira Tainá, que deu um concerto privado durante o retiro.

    No primeiro de dois episódios sobre espiritualidade, procuramos também perceber o que explica o interesse cada vez maior, em Portugal, por espiritualidades importadas da Índia e de povos indígenas da América latina. E mergulhamos no movimento Nova Era, com a ajuda de Donizete Rodrigues, professor de Sociologia da Universidade da Beira Interior, e de Tiago Pinto, investigador da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.


    Áudio alterado às 17:28 do dia 13/11/2024, com correção sobre a meditação orientada no retiro, que não é da autoria de Osho, mas popularizada por ele


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    Thu, 24 Oct 2024
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